Andei pelos corredores da nova escola e vi uma ruiva e outra com cabelos castanhos discutindo. A ruiva possuía uma expressão rígida, enquanto a outra estava encolhida em um canto e aos pés da mesma havia um cão?! Sério? Um cachorro na escola? E ainda por cima com um cachecolzinho vermelho combinando com as roupas da encolhida — vestido vermelho, salto vermelho, um arquinho vermelho, ela é o que? Um projeto purpurinado de chapeuzinho vermelho? —, a ruiva passava de rígida a furiosa a cada vez que a chapeuzinho vermelho se manifestava, decidi chegar mais perto para escutar o qual seja interessante a discussão das duas.
— Vou perguntar novamente: PORQUE VOCÊ TROUXE ESSE CÃO PRA ESCOLA?! — a ruiva soltava fumaça.
— E-e... E-eu fi-qu-ei...
— NÃO GUAGUEJE!
— E VOCÊ NÃO GRITE COMIGO! — uia a chapéu sabe gritar!
A ruiva se acalma e suspira densamente e volta a encarar a vermelhinha.
— Certo, pode continuar...
— Bem... Eu fiquei com pena de deixar o Puppy — que raio de nome é Puppy? Tá Yoshie também é estranho, vou ignorar este pensamento... —, sozinho em casa, só isso.
— Só você mesmo Kaily... — então a chapeuzinho se chama Kaily hein?
— Desculpa Shizuma... — Kaily fica com cara de choro.
— N-não chore aqui! — a ruiva se desespera — A questão é onde deixaremos o Puppy? — Shizuma tem uma certa dificuldade de pronunciar o nome, ou talvez seja porque ele é meio tosco.
— Talvez eu possa ajudar... Apenas talvez. — uma garota com cabelos castanhos, porém, mais escuros do que de Kaily, chega até as outras.
— Foi mandada por "ele" não foi? — Shizuma se vira até a garota misteriosa.
— Talvez, porque? — ela dá de ombros.
— Recebi a mensagem.
— Você recebeu e nem me fala Shizuma? — Kaily faz bico — Sua má!
Shizuma revira os olhos.
— A questão é: Querem minha ajuda sim ou não? — a outra se manifesta.
— Claro que sim. — Kaily respondeu.
— Certo, mas antes, pode sair dai. — a garota olha para a minha direção.
Gelei. Fiquei pasma, mas como ela sabia que eu estava escondida? Certo, me acalmei e fui em direção as três.
— É me descobriram, devo treinar mais da próxima. — soltei um sorriso sínico e coloquei as mãos no bolso da calça.
— Q-quem é você? — Kaily tinha medo em sua voz.
— Acho que deveriam saber já que sou priminha do Todo Poderoso. — ainda não perdoei-o por me deixar sozinha.
— Shiemi estou certa? — a garota mistério pergunta a mim.
— Está. E você é...?
— Brianna. — ao pronunciar seu nome, seus olhos verdes faiscaram com um certo orgulho.
— Então estamos apresentadas, agora fui.
— Nada disso! — Shizuma me pega por trás da minha blusa. — Não vou deixar você imune. Afinal ouviu nossa conversa sobre "ele".
— Hum?! — eu me volto até ela sem expressão — De quem estão falando?
— Ela é novata Shizuma. — Brianna olha seria para Shizuma. — Estamos querendo dizer que: "Ele" tem um nome e "ele" da as cartas aqui entendeu?
Sinceramente? Não. Devem estar falando do meu primo, mas não acho ele tão importante assim para "dar as cartas" afinal ele nem gosta de jogar truco..., mas a questão é: Realmente existe uma pessoa tão popular ao ponto de "dar as cartas" por aqui?
— Estamos falando do King d'J! — Kaily olha pra mim impaciente.
Mudou minha vida.
— Quem? — fique estressada, realmente quem é esse cara?
— Esqueça — Brianna balança a cabeça — Vamos voltar a questão de Puppy.
— Ótimo, não quero ficar pra ouvir — indago sem paciência alguma — Vou indo. — sai correndo ouvindo os berros de Shizuma sobre mim.

Corria depressa por entre os corredores até que esbarro em uma pessoa e deslizo com os pés até minha parte traseira encontrar o chão.
— Olha se não é a Sra.UFC — era o colorido de apouco. Tantas pessoas para esbarrar e tinha que ser justo com ele?! Ele estava em pé e olha pra mim com um sorriso sínico no rosto. Resolvi levantar sem o encara-lo, e começar andar a passos apressados. — O que?! Está com medo de mim é? — parei de andar e me virei lentamente, preparei meu melhor olhar de fuzilamento, e me aproximei dele lentamente.
— Devia retirar essas palavras. — fique de frente pra ele e o encarei.
— Porque? Não gosta de sentir medo de mim? — ele se abaixa um pouco para me encarar melhor, odeio ser baixinha...
— Não sinto medo de você, sinto medo do que eu possa fazer a você se continuar a me perseguir por aqui. — disse num tom desafiador.
— E o que você poderá fazer contra mim? — ele se aproxima mais, esbanjando um enorme sorriso sínico.
Eu agarrei com minha mão esquerda a gola de sua blusa e fechei a direita com força, mas quando vi seu olhar com um certo desespero e um pouco de segurança desisti. Simplesmente desisti de soca-lo. O soltei apressadamente.
— Da próxima quem sabe você não descobre. — me virei e andei calmamente pelos corredores, certa de que agora se ele fosse esperto o bastante — o que claro, não era —, não voltaria a me seguir por algum tempo.

[...]

Depois de algumas aulas, finalmente o intervalo. Todos saíram da sala como se hoje tivesse pizza na cantina — o que claramente nunca iria acontecer —, eu caminhei em passos lentos para a mesma arvore que estava desenhando mais cedo, por sorte não havia ninguém por perto e me sentei nela, voltei a pegar meu caderno de esboços e continuar a desenhar aquela paisagem, o vento batia lentamente sobre a folha de papel — o que foi o caso de me fazer errar — É enfim paz. A tranquilidade finalmente foi alcançada até que uma cabeça veio e acaba de estragar minha tranquilidade, ela se dês fez tão rápido como um sopro em meio ao grosso e escaldante deserto, fui totalmente surpreendida pelo "outro", acabo de me livrar de um e ainda tem o outro... Vou explicar melhor a aparição do sujeito: Num minuto estava tranquila e feliz desenhando e me vangloriando e no outro uma cabeça surgia em cima da arvore de ponta cabeça e dizia algo do tipo "Porque está aqui?" Sim meus caros leitores, o moreno estava com os pés presos em um tronco da arvore e estava de ponta cabeça olhando fixamente com aqueles olhos azuis para mim.
— Eu que pergunto, porque está aqui? — eu revidei o fitando.
Ele suspira denso e coloca as mãos no tronco onde seus pés estavam e desceu da arvore com um salto. Ele se senta de frente a mim e fica me fitando por alguns minutos, e eu volto a desenhar como se nada estivesse acontecendo, afinal não queria começar outra discussão, já tive experiências desagradáveis demais por hoje.
— Desenho legal. — ele indaga normalmente, como se nos conhecêssemos e aquela era uma conversa super normal entre conhecidos. — Eu estava jogando.
— Hum? — dessa vez parei de desenhar e o fitei, agora ele tinha a minha atenção total.
— Você perguntou por que eu estou aqui e eu respondi: Eu estava jogando. — ele ergue seu console que só agora percebi que estava em uma de suas mãos.
— Eu estou desenhando. — respondo.
— Anh? — ele ergue uma das sobrancelhas.
— Você perguntou por que eu estou aqui e eu repondi: Eu estou desenhando. — copiei sua frase, e ergui o desenho para que ele observasse melhor.
Ele olha pra mim ainda mais confuso e logo em seguida fez algo inesperado, começou a rir.
— É você me pegou nessa. — ele faz uma pausa em meio da risada, mais torna rir ainda mais.
— Sabe devia segurar seu amigo melhor. — eu indago.
Ele para de rir na mesma hora.
— Está falando de Alexy? — ele pergunta e eu confirmo com a cabeça.
— Digamos que ele e eu nos esbarramos mais cedo.
— Ele te fez algo? — ele pergunta como se importasse.
— Não. Mas digamos que eu quase fiz algo... — epa escapou...
— Como?
— É... Bem... Eu quase desfigurei o rosto dele. — soltei um sorriso amarelo.
— Ah. Entendo, não seria a primeira vez sabe? Alexy é assim desde que... Entramos para a adolescência, ele gosta de desafios e você só está o alimentando com isto.
— E o que eu posso fazer? — agora quero ver o que tem a dizer.
— Dar um soco nele oras! — ele sorri.
— Parece que vocês se conhecem a bastante tempo...
— Somos gêmeos...
— É... Tá meio na cara mesmo. — sorriu.
Ele torna a rir novamente.
— É prima do Lysandre certo? Shiemi não é? — ele por fim para de rir.
— Sim e você...?
— Armin, não vai ouvir falar muito de mim, ao menos nas aulas de ciências, o professor não é tão cego como os outros e vê que estou mais concentrado em meio de meus jogos do que nas aulas. — ele resmunga alguma coisa sobre o professor ser um velho pançudo ou algo parecido... Eu não resisto e solto uma risada, breve. Não sou muito de rir sabe... — AAAAWWWWWWWWWYEAH! Fiz ela rir, mereço um oscar. — Armin diz num tom superior.
— Nem é pra tanto... — eu ia falar mais alguma coisa até que fomos interrompidos por um toque de celular, celular de Armin, o mesmo o olha e passa de alegre à frustrado com a mensagem.
— Desculpe mais preciso ir agora. — ele se levanta rápido e levanta a mão até a altura da cabeça e faz uma reverencia estilo sargento e sai correndo.
Volto a me concentrar em meu desenho até que meu celular vibra e eu o olho, era uma mensagem nova de um desconhecido.
— Why so Serious? (Porque está tão séria?)
— King d'J - 14:31