Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 51
Capitulo 51: Sonhando em meio a cegueira


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito para postar esse ep pq estava em depressão, completamente sem ânimo para cuidar da fic, mas agora que consegui sair dessa onda de má paciência pude criar o cap e postá-lo.



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Depois de ir ao banheiro vomitar pela terceira vez graças ao champanhe que fui obrigada a tomar com meu pai durante os parabéns, meu estômago não podia estar pior, eu só vomitei por causa do bebê, não estava sendo fácil aturar nada ali.

Ao descer as escadas de madeira forradas por um tapete felpudo pelo curto marrom, avistei Molly e Cam entre sussurros e risos em quanto abatiam sutilmente carteiras dos convidados. O “casalzinho do mal” passou pela minha frente tão esguia e sutil como dois ratos tramando roubar o queijo preso em uma ratoeira.

–Certo, quem fizer a próxima careta na segunda sala de hospedes será o nossa vítima. –tagarelou a anja em quanto fazia um leve circulo com o corpo para se desviar de um senhor com paletó de risca cinza que passava arrogantemente por entre Cam e Molly.

–Ali. –brandiu Cam levantando o olhar para um homem de no mínimo 25 ou 30 anos que acabara de comer um caramelo de ameixa e não havia gostado. –Ele fez a cara de chupa limão, chupa limão, Molly!

–Ele, ele, ele! –os dois sumiram na multidão calma. Tão intensos e ao mesmo tempo quase invisíveis passando neutralmente pela multidão.

Só então fui perceber que o garoto era um dos atores de American Pie,Tad Hilgenbrink.

Termino de descer as escadas e corro abrindo caminho pela multidão até chegar a mesa de bufes. Cam e Molly a espreita para dar o bote, pareciam se camuflar com a multidão como camaleões.

Tad usava uma camisa polo com gola v toda branca. Pendurado na gola V estava seus óculos escuros. Usava jeans e um sapato social marrom. Por sobre a camisa estava um blazer preto deixando-o mais magro. O cabelo preto escovado em um topete de “hollywood”. Os olhos castanhos normais deixando a pele clara meio bronzeada mais natural.

O ator caçava o que comer pela mesa. Eu rastejava espremida por sob as pessoas tentando não derrubar bebidas e nem vomitar só de sentir o cheiro de álcool.

Antes que os dois anjos pudessem “abater” Tad, me intrometi cumprimentando-o rapidamente e sem jeito.

–Oh, você é o Tad Hilgenbrink. –Estendo a mão para o ator na esperança de que ele me cumprimentasse.

–Ah. Oi. –o ator abandona um pequeno espetinho de queijo, presunto e lombo que fazia e cumprimenta-me. –Você é... –Ele balançou a cabeça enfatizando o quanto estava perdido em pensamentos.

–Phoebe Battler, filha do aniversariante. –Por fim ele solta minha mão e levanta o olhar para o meu pai na outra sala.

Segui o olhar dele e vi ele falando com um homem mais do que estranho, a pele dele era branca como leite porém um tom azul meio cinzento como se fosse um cadáver.

Quando voltei minha atenção ao Tad ele havia sumido, Cam e Molly pareciam procurar por ele também, estavam confusos e levantando o pescoço procurando por além da multidão.

Depois de desistir fui me esconder da festa dentro do meu quarto. Algumas prateleiras de vidro presas a parede para que eu pudesse pôr alguns dos meus livros. A cama box de casal era branca, lençóis brancos, travesseiros brancos, absolutamente tudo branco. Na cabeceira estavam alguns sapatos que meu pai havia comprado. E alguém estava deitado... na cama.

Uma mulher estava usando um vestido preto que ia um pouco a baixo da cocha. A metade direita do cabelo estava presa para trás, a esquerda estava solta e os fios negros caiam até os seios. Os olhos cobertos por óculos escuros de vidro redondos estilo rock star anos 70. Devia ter em torno de 20 a 25 anos. O batom vermelho sobre a boca deixava-a mais velha.

–O que esta fazendo aqui? –Fito-a indignada e com raiva por alguém ter invadido meu quarto e telo visto antes de mim.

A mulher se levanta da cama lentamente e pondo as mãos na frente do corpo tateando o ar. Até que por fim encontra a lateral da cama em direção a janela e consegue se apoiar no parapeito. Uma longa bengala branca estava posta em sua mão. Aquela mulher era cega.

–Em uma terra de deuses e monstros eu era uma semideusa. –Ela esporrava levemente o chão com a bengala identificando cada som e moldando o quarto a sua maneira até conseguir parar em pé a minha frente. –Vivendo ao lado da morte.

Engoli em seco lentamente observando a mulher mais alta do que eu erguer a mão delicadamente tentando encontrar-me a sua frente, eu recuava toda vez que ela parecia chegar perto o suficiente para me tocar.

–Eu estava estragada e apavorada a ponto de enlouquecer. –Ela sorriu e tirou os óculos deixando-os pendurados no decote do vestido. -Dizem que o seu futuro você é quem faz, mas isso é escrito dês de que você nasce.

As luzes do quarto se apagaram de vez, mas luzes brilhavam em volta de nós, foi então que percebi que em cima de cada móvel branco haviam exatamente três velas contadas, uma branca, uma preta e uma roxa.

–Quando não se é filho dos 12 você não pode ser salvo, é deixado para viver por conta própria, sozinho e perdido para morrer sem ajuda. –A mulher abriu os olhos em quanto as chamas das velas começaram a bruxulear e uma fumaça branca enevoada serpenteou até o chão e cobriu toda a superfície a baixo dos nossos pés. –Esse acampamento só foi entender que os deuses menores são importantes quando Luke se ergueu ao lado dos titãs e Percy Jackson manteve sua ideia clara e em bom som.

–Luke Castelan?

–Felizmente os filhos de Hécate despertam para sua nova vida muito antes dos outros semideuses.

O ar estava morno, algumas cutículas de suor formavam-se nas minhas bochechas e logo a cima da boca. Minha garganta estava seca e se arranhava toda vez que engolia em seco.

–Eu farei com que veja. –Sua mão aproximou-se numa vã tentativa de tocar meu ombro, mas para uma cega ela foi mais do que rápida.

Os finos dedos tatearam do meu ombro até meu braço, contra a pele nua estava gelada demais, forte demais, sua mão era calejada e dura como se fosse osso. Ela arregalou os grandes olhos brancos e eu fui engolida pelo estranho buraco negro dos seus olhos.

Tudo clareou quando meus olhos se abriram a frente de uma arca. Sua tampa foi destampada por Molly, que usava uma roupa desgrenhada e botas longas, porém ela cobria-se com uma capa negra.

O calor era árido e o ar carregado de areia. Gabbe estava de pé a frente de Cam, o queixo do anjo caído tocava levemente a cabeça da anja. Ambos também cobertos por capas pretas.

A caixa se abriu iluminando a gruta escura que era clareada apenas por uma tocha que Cam segurava com a mão esquerda levantada.

Tudo sumiu, uma sensação de leveza tomava conta em quanto asas batiam o mais forte possível jorrando vento para todos os lados. Até que uma escadaria imensamente gigante que nem mesmo o maior arranha-céu do mundo se comparada a imensidão a qual subia.

Seus degraus dourados ardiam e brilhavam com a pureza do ouro e a grandeza do sol. Assisti a mim mesma subindo os degraus e tudo se acelerou, foi como se alguém tivesse apertado o botão no controle remoto para que o filme se adiantasse.

As escadarias iam além dos céus, entravam em outro lugar... algo mais complexo e estranho para que qualquer um conseguisse entender. Gabbe era a única que havia subido junto a mim, mas nem mesmo ela poderia percorrer tudo.

Minhas mãos tocaram as grandes portas e senti meus dedos arderem brilhando levemente e logo voltaram ao normal, mas ainda sim sentia uma diferença enorme internamente, era como se eu estivesse segurando uma arma pela primeira vez, poder e medo, pois você tinha o poder de tirar uma vida e tinha medo de fazer isso.

As portas se abriram e algo sombrio avançou sobre mim e Gabbe, uma sombra negra avermelhada manchando o paraíso a nossa frente.

Acordei do sonho estranho com um grito e me deparo deitada na cama branca. Não sabia se tudo aquilo foi realmente real, mas algo me dizia que eu corria perigo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e mil desculpas pelo atraso.



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