Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 18
Capítulo 18: Reencontro com a Dama Gelada




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As nuvens cinzas e tristes cobriam um céu enfadonho e cansado de mais uma tarde agitada em Manhattan.

Luzes de todos os prédios a nossa volta se acendiam fazendo um show que somente New York sabia fazer.

Lá se encontravam os três jovens cansados que procuravam por três amigos. Aquilo era como achar uma agulha no palheiro, mas nem por isso perdemos as esperanças.

-Piper, onde era a localização mesmo? –Perguntei-a entrando em uma das muitas cafeterias de Nolita.

A pequena cafeteria exibia um ar rústico e nobre, intimidando muito ou deixando completamente à-vontade. Uma bancada de pedra apoiava o caixa com garçons treinados, iluminação leve. Alguns executivos e advogados ocupavam as mesas com notebooks ou livros.   O local era climatizado e tinha ótima vista da rua. Estávamos em Mulberry Street localizada bem ao norte de China Town.

-É aqui, em alguma das lojas... temos de falar com as pessoas certas. –Piper olhava inquieta para todos os lados procurando algo que alarmasse perigo.

Jason seguiu na frente tentando fazer o máximo de descrição possível. Escolheu uma mesa bem ao lado da porta. Ele mantinha-se sério a todo o momento e para intimidar mais ainda, usava aquela jaqueta jeans preta, ela deixava um ar mais sombrio e misterioso em seu rosto.

Piper por outro lado já estava mais à-vontade e se misturava fácil ao perfil de New York. Calça jeans com uma simples camisa branca sem manga. Um prendedor em formato de uma rosa em seu cabelo. Algumas contas indígenas caiam por entre algumas delicadas e finas tranças em seu cabelo, mas tirando isso, ela podia passar-se por uma normal adolescente da cidade.

Já eu, bem, comigo era outra estória; nunca foi do meu feito aparecer, mas quando eu podia chamar a atenção sempre o fazia. Estava usando um curto vestido rosa salmão que ia até as minhas finas coxas. Meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, mas deixei-o bem espesso caindo para a frente dos ombros em ondas feitas a escova. No pescoço usava o colar de pomba. No pulso a fina e linda pulseira de cisne feita de ouro branco. Estava usando minha melhor bota gótica que ia até os joelhos, ela era um tanto justa e apertada, mas isso me dava uma sensação de poder e superioridade.

Eu e Piper nos juntamos a Jason. Nos acomodamos em uma das lindas mesas de ferro. Uma garçonete loira se aproximou com a bainha do uniforme um pouco melado com algum pó branco, parecia leite em pó ou açúcar.

-O que irão querer? –Ela sorriu cismaticamente pegando um bloquinho e um lápis para anotar o pedido.

-Um Cappuccino Italiano, capricha no chocolate. –Pediu Piper.

-Café Breve, pode colocar uma porção extra de chantilly. –Pedi.

-Água mineral. –Pediu Jason.

-Já voltarei com os pedidos. –Ela saiu sorridente cantarolando.

-Se formos procura-los em todos os cafés italianos do bairro levaremos dias. –Observou Jason encarando um grupo de executivos que entrava na cafeteria e se sentava ao nosso lado.

-Concordo, tem de ter uma maneira mais eficaz. –Observei a garçonete trazendo os pedidos em uma bandeja de prata.

-Aqui esta. –Ela pôs os dois cafés na mesa e entregou a garrafa de água mineral. –Mais alguma coisa? –Ela sorriu recolhendo a bandeja.

-Não, obrigada, estamos bem assim. –Piper deu uma golada na delicada xicara de porcelana branca que continha o seu delicioso Cappuccino Italiano.

Quando ela repousou a xicara na mesa, uma fina camada de espuma de leite se encontrava a cima do seu lábio fazendo um leve bigode. Jason levou seu dedão até o seu lábio superior e limpou o bigode de leite, depois o levou a boca.

Piper corou imediatamente. Procurava um lugar para enfiar a cara de tanta vergonha. Soltei um leve sorriso e percebi uma fina camada de uma nuvem vermelho rosado pairando por cima da cabeça dela.

Apertei os olhos para ter certeza de que eles não me enganavam, quando o abri a nuvem havia sumido. Nossa... que susto.

Jason se levantou rapidamente levando a mão ao bolso e pegando sua moeda de ouro.

-Ali, anjos. –Ele olhou para fora da loja mostrando a fraca luz dourada em um depósito ao longo da rua de Nolita.

Corri até o caixa e deixei uma nota de 20 pratas.

-Fica com o troco. –Corri tentando alcançar Piper e Jason que já corriam do lado de fora da cafeteria.

A rua era movimentada demais, mas não tanto quando o restante de Manhattan. Atravessei a rua as pressas tentando alcançar Jason, mas ele era muito rápido, admito, correr com uma bota que ainda não havia sido amaciada... dói, dá pra sentir o gosto do couro.

Tomei fôlego e corri o máximo que pude engolindo a dor.

Atravessamos duas quadras e uma pequena quadra de basquete até chegar na cafeteria que queríamos. Era uma porta marrom normal, um sino estava pendurado do lado de fora para ouvir os clientes entrando.

Jason correu os dedos até ela e a abriu. Ele e Piper adentraram o local comigo logo atrás segurando-me por dentro para não chorar com o desconforto em meus pés.

A espada surgiu na mão de Jason. Piper sacou sua faca de bronze. Apertei a safira em minha pulseira e na mesma hora um chicote de bronze se alongou em minha mão.

Um jovem de cabelos pretos estava parado a frente da porta, parecia nos esperar. Usava um sobretudo preto. Sua pele era muito pálida num tom metálico. Seus olhos verdes chegavam a brilhar.

-Olha só, penetras. –Ele se virou na direção da escada. –Ariane, eles chegaram! –O garoto voltou sua tenção em nós três.

Ouvi um barulho como uma fechadura do lado de fora. Olhei para trás, além da porta, vi um tipo de capsula parecido com um embrião transparente envolvendo todo o terreno.

O garoto com um rápido movimento sacou uma flecha azulada fina e delicada do seu sobretudo preto. Asas douradas e longas se expandiram de suas costas fazendo uma forte rajada de vento que nos atirou para fora da cafeteria.

-Ah! –Gritei caindo na rua. As britas ralaram violentamente do meu cotovelo até o ombro direito.

-Phoebe! –Gritou Piper correndo ao meu encontro.

Jason lançou-se contra o anjo dourado que agora saia da cafeteria e ria na porta. Investiu em correndo de um lado para o outro mudando o rumo para evitar um possível ataque.

Saltou violentamente contra o anjo, o garoto bateu suas asas e lançou Jason ao ar, porém, Jason sorriu e flutuou no mesmo local em que fora atirado. O anjo arregalou os olhos mas logo engoliu sua surpresa e voou até o filho de Zeus com a flecha azulada nas mãos.

Me levantei e saquei meu chicote de bronze, atirei-o até o anjo, o chicote se agarrou ao sapato dele e ardeu em pequenas ondas de fogo fazendo o couro do seu sapato derreter e seu sobretudo entrar em chamas. Com um rígido movimento desci o braço fazendo o chicote levar o anjo ao chão. Ele bateu bruscamente contra a escada que levava a porta da cafeteria.

Um outro individuo surgiu na porta. Uma garota alta. Cabelos loiros bem lisos com mechas azuis e vermelhas. Um casaco jeans camisa colada preta junto a uma saia jeans. Salto alto preto Prada.

-Ariane... –Sussurrei para mim mesma.

-Cam, o que esta fazendo? –Brincou Ariane pisando em seu sobretudo chamuscado e descendo as escadas.

-Não pedi ajuda. –Ele se levantou agitando as asas como se limpasse a sujeira delas.

A espada de Jason se metamorfou e virou uma lança de ouro imperial e logo ele investiu com tudo contra a anja.

Ariane abriu suas com toda a força fazendo Cam recuar para se esquivar das suas gloriosas asas.

-Não queremos briga. –Falou a garota alada.

-Se não quisesse não teria infortunado o nosso acampamento. –Piper cerrou as mãos em um punho.

Cam ergueu sua flecha azul e ameaçou atirar.

-Abaixe a flecha. –Ordenou Piper.

-Jogue-a no chão. –Concentrei minha voz deixando-a fluir levemente.

Cam jogou sua flecha no chão confuso como se tivesse recebido um soco na cabeça. Caminhei lentamente tremendo com medo dos dois anjos.

-Saíam da frente. –Ordenei.

Assim os dois saíram meio zonzos e embriagados com o charme de Afrodite.

Corri para dentro subindo as escadas vorazmente até dar de cara com uma única porta no final de um único corredor. A abri desesperadamente e para a minha surpresa, lá estava a bela e sombria filha de Quione.

Vestido vermelho sangue indo até os joelhos com um blazer preto bem apertado por cima do vestido. Bostas pretas e finas. Rímel olhos de gata, sombra preta deixando-a mais misteriosa ainda. Batom vermelho tomando-lhe os lábios gelados. Seus olhos gélidos azulados quase brancos repousavam sob mim. Seu cabelo caia em cascatas sob os ombros e descendo pelas costas.

 Ela sem sombra de dúvidas é uma bela mulher.

-Oi, Phoebe. –Ela me cumprimentou com um sorriso diabólico e se aproximou.

Sim, bela, fria e estável como a mais rígida iceberg vagando pelos mares congelados.

-Iryena...


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Notas finais do capítulo

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