Scars Of Love escrita por Simi
Notas iniciais do capítulo
Olá, leitores! :)
Espero conseguir postar assim todas as semanas um capítulo fresquinho :3
Boa leitura! ^_^
(Isabella)
Enquanto olhava pensativa para a lâmina carmesim de Sakura, Petrus chamava-me a altos berros.
— Isabella! Isabella! – eu definitivamente estava muito distraída para não o ter ouvido.
Virei-me para trás com uma expressão muito confusa e juntei-me a eles. Coloquei novamente a espada no interior da sua longa bainha e seguimos caminho. O meu pai tinha aprendido e treinado variadas artes marciais um pouco por toda a Ásia. Por volta dos seus dezassete anos, o meu pai foi para o Japão. Contou-me ele que sempre teve o sonho de aprender a manejar uma katana, mas que nunca teve essa oportunidade. Como também já tinha saído de casa para explorar as artes marciais, decidiu ir viver uns tempos para o Japão. Quis ter o melhor mestre. Mas o melhor mestre era uma mulher, um tanto velha e já com algumas dificuldades em se movimentar, ou isso pensava o meu pai… Depois de ter feito troça da mulher, o meu pai desafiou-a para um pequeno combate, mesmo não sabendo manejar uma katana, dizendo que mesmo sem ter qualquer conhecimento no seu manejamento, poderia vencer a velha. Enganou-se redondamente. Logo ao primeiro ataque, caiu ao chão com a ponta da katana apontada à sua jugular. Por muito que lhe tivesse custado, “encolheu” o seu orgulho e desculpou-se. Ouvia estas histórias quando era pequena e sempre fiquei encantada por elas. Treinou durante um ano com a sua mestre e depois retornou a casa. Quando o meu pai soube dos meus poderes, ofereceu-ma. Talvez para me defender, talvez para me congratular. Aquando pequena, tinha-me ensinado a manejar uma katana, mas não com a precisão que ele tinha. Então, desde que tive conhecimento dos meus poderes, treinei consoante o que o meu pai me tinha ensinado e com alguma ajuda de Kiba, embora ele não tivesse muito conhecimento da arte samurai.
“— Esta katana está na minha família por gerações. Tu foste o último e o meu melhor discípulo. Todas as minhas “forças” que restavam para ensinar e treinar um discípulo foram gastas contigo, mas gastas muito bem, posso dizê-lo. Esta katana é leve como a folha de uma flor de cerejeira e mortal tal como a sua beleza. (…) Esta é a última Sakura.” – disse-lhe a sua mestre.
Tinha razão. Nunca mais nenhuma Sakura fora forjada. Talvez o segredo do seu forjamento nunca tivesse sido divulgado ao mestre da geração seguinte. Enquanto divagava pelos meus pensamentos e lembranças, Yuki estava a falar sobre algo que tinha que ver com o combate.
— Isabella estavas a ouvir? – perguntou Kiba.
— Ah?! Desculpa, mas não… Estava perdida em pensamentos, desculpa…
— Bem, eu repito. – disse Yuki, atentamente. – O que eu estava a dizer é que Inugami tem estado um pouco estranho, anda nervoso, ansioso desde que uma rapariga estranha apareceu por lá.
— Tu viste essa rapariga? – perguntou imediatamente Petrus.
Olhei-o com uma expressão desconfiada. Mais uma coisa para eu ter a certeza de que ele me estava a ocultar a verdade.
— Infelizmente não. Pelo que se fala, ela apareceu quando eu saí para visitar uma amiga minha.
Petrus mostrou uma expressão descontente e aborrecida. Caminhamos durante mais alguns minutos até que chegamos à entrada do que parecia ser um acampamento, mas com casas ao invés de tendas. Mal chegamos, todos nos olharam repreensivamente. Inugami decerto tinha dito algumas coisas desprezíveis.
— Yuki sabes onde podemos encontrar Inugami? – perguntei.
— Ele provavelmente está na Tenda Ancestral com o Isaac. – respondeu Yuki.
— Falaram em mim? – perguntou um rapaz que, infelizmente, não me era nada estranho.
Mal o vi, deitei o olho à Catarina. Quase sem voz, Catarina perguntou:
— Isaac, o que… O que é que estás aqui a fazer?
Olhando-a repulsivamente, com um olhar quase como se tivesse nojo dela, respondeu-lhe, fria e bruscamente:
— Não te devo explicações.
Por muito que eu me tenha admirado, apreciei imenso a atitude de Zach. Deu rapidamente dois passos em frente e disse-lhe:
— Tem muito cuidadinho com o tom com que nos diriges a palavra, percebeste?
Eu ia falar antes dele, mas ainda bem que ele o fez. Mas se Isaac estava ali, queria dizer que… Reparei que o corpo do Petrus ficou rígido, como se o Isaac fosse uma ameaça.
— Podes não nos dever explicações, mas ao menos tem cuidado com a forma como falas, está bem? – disse eu, com frieza e autoridade. – Podes levar-nos a Inugami, por favor?
Com o mesmo olhar com que olhou Catarina, olhou-me quando me respondeu:
— Inugami ainda não está pronto para recebe-los. Esperem.
Ao meu lado, Petrus ficava cada vez mais aborrecido com a atitude de Isaac.
— Muito bem, nós esperamos. Quando pudermos falar com ele, avisa-nos, por favor.
Anuiu e virou-nos as costas. Petrus ia dirigir-se a ele, provavelmente para começar uma confusão, mas parei-o atravessando o meu braço à frente do seu abdómen. Ele olhou-me confuso.
— Não é altura para isso Petrus, temos mais em que pensar. – disse olhando para a Catarina.
Ela estava pálida, sem reação. Zach chamou por ela vezes e vezes sem conta, mas ela nada. Depois de vários minutos, sem nada dizer e sem reagir, pediu:
— Queria pedir-vos para não me questionarem sobre este assunto. Quando eu conseguir, falar-vos-ei e esclarecer-vos-ei sobre tudo isto. Por enquanto, não quero falar sobre isto.
Sabia como ela se sentia. Queria ajuda-la, mas eu nada podia fazer. Ela dirigiu-se em direção contrária do suposto acampamento. Zach seguiu-a em silêncio. Kiba queria ir atrás dela para lhe pedir explicações, mesmo ela tendo pedido para que não falássemos no assunto, eu impedi-o, pedindo-lhe para que respeitasse o pedido dela. Talvez neste combate ela conseguisse tratar de alguns assuntos pendentes…
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Até ao próximo capítulo! ^_^