Scars Of Love escrita por Simi


Capítulo 43
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores! :)
Não sei se alguns de vocês se lembram, mas há algum tempo falei-vos sobre alguns problemas que estava a ter com o meu computador. Pois bem... Ele estragou-se de vez! Tive que esperar um pouco para conseguir ter todos os meus ficheiros de volta e como tal, só hoje é que estou a postar. No entanto, essa não é a única razão. Só ontem é que terminei todos os meus exames escolares. Fui fazer a 2ª fase a Literatura Portuguesa, já que não fiquei satisfeita com a nota (e tirei um 17 -.-, é coisa de maluca mesmo...). Sendo assim, quero pedir-vos as minhas desculpas, mas foi-me completamente impossível postar... :c
Boa leitura! ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/406315/chapter/43

(Isabella)

Mantive a barreira por mais alguns momentos. Todos me olhavam com preocupação. O Punhal Lunar emanava um grande poder, difícil de controlar, difícil de reter. Suava por tudo o quanto era lado. Não me sentia fraca, mas tinha que aprender a controlar melhor o poder que aquele Punhal tinha. Ainda cravado no chão, o Punhal cresceu um pouco, transformando-se numa bela adaga. Dentro de mim, senti também o seu poder crescer. Retirei a adaga do chão e a barreira desapareceu.

— Parece que vais ter que comprar um coldre maior, não? – perguntou Catarina.

— Bem, não necessariamente, já que, quando se tornar na grande bela espada que é descrita no pergaminho, depois de utiliza-la, ela irá retornar à sua forma de punhal, a única coisa que tenho que fazer é que com ele tome a sua forma original quando não for necessário combater.

Catarina não tinha uma boa expressão no seu rosto. Desde que lhe tinha falado no Punhal ela tinha ficado muito pensativa.

“Será que tinha ficado cansada devido ao confronto?” – questionei-me.

Não, ela não era assim, ela aguentava aquilo e muito mais. Algo se passava e eu tinha que saber, de uma maneira ou de outra, mas isso teria que ficar para depois. Petrus olhava-me preocupado, mas também nada disse.

— Menina Isabella sente-se bem? Quer dizer… – perguntou Simão, hesitante.

— Eu estou bem, não é necessário preocuparem-se, está bem? Vá, agora vamos todos para casa para descansarmos.

Petrus seguiu ao meu lado, “oferecendo-me” o seu braço para que eu colocasse o meu. Chegados a casa, as meninas vieram ter comigo, preocupadas. Reparei que mal chegamos, Catarina subiu sem dizer nada. A sua expressão mostrava alguma tristeza. Petrus deu-me um beijo ao de leve na testa e subiu. Ainda fiquei um pouco na sala de estar a falar com as meninas. Quando subi, não me dirigi imediatamente para o meu quarto. Não ficaria descansada se não falasse primeiro com Catarina.

— Catarina, o que é que se passa? – perguntei.

— Nada… – o seu olhar era triste.

Estava cabisbaixa diante da janela.

— É assim, estou cansada, quero ir tomar um duche e dormir um longo sono. Portanto é bom que me contes aqui e agora o que se passa senão não vou conseguir fazer nenhuma destas coisas, percebeste?

Estava muito espantada a olhar para mim. Que eu soubesse não tinha dito nada de mal.

— Isabella, – bolas, quando ela me chamava assim a coisa era séria. – podes mostrar-me o tal pergaminho de que falaste?

— Claro, deixa-me só ir busca-lo ao meu quarto. Venho já! E não te atrevas a fechar a porta à chave, ouviste? Sabes muito bem que tenho como abri-la num instante.

Como os nossos quartos eram próximos pouco me demorei. Quando cheguei ao quarto, entreguei-lhe o pergaminho. Enquanto lia o pergaminho, sussurrava algumas coisas que eu não conseguia perceber.

— Tal como eu pensava… – foi a única coisa, de tantas que ela sussurrou, que eu consegui perceber.

— Pensavas o quê, Catarina? Muito sinceramente, estás a deixar-me seriamente preocupada.

— Tu não sabes, pois não? Quando Artémis usou o golpe final, o poder dos raios lunares era tal, que juntamente com a sua dor e raiva, consumiram-na fazendo com que ela desaparecesse deste mundo, fazendo com que ela… morresse… – lágrimas estavam retidas nos seus olhos.

Ela esforçava-se ao máximo para não chorar. Eu estava paralisada. Não tinha conhecimento daquilo, nem imaginava tal coisa.

— Não… A minha Rainha não me daria tal coisa sabendo que isso me aconteceria…

— Não tenho uma explicação plausível para te dar Bella, desculpa…

— Não te preocupes, afinal eu já fui advertida sobre isso, embora não diretamente.

— Como assim?

— Podemos conversar amanhã, por favor? – pedi, pegando no pergaminho.

— Está bem…

— Ouve – disse, agachando-me já que ela estava sentada na cama. – Vai tudo ficar bem, porque, finalmente, eu percebi uma coisa muito importante.

Do nada, ela abraçou-me a chorar.

— Espero bem que fique tudo bem, ouviste?

— E eu alguma vez te desiludi, só assim… por acaso? – perguntei, sorrindo.

— Não…

— Bem, vê se dormes que amanhã é um novo dia.

Quando cheguei ao meu quarto, guardei o pergaminho no devido lugar e sentei-me na grande cadeira que estava junto à janela.

“Será que eu tinha que morrer para que todos ficassem a salvo?” – questionei-me.

Se fosse esse o caso, não me importava. Lágrimas de tristeza e de alguma desilusão percorriam a minha face. “Nem sempre a intenção de matar é a melhor.” Era disto que eu me tinha dado conta quando estava no quarto com a Catarina. Se eu utiliza-se o golpe final em Luther mas sem raiva, sem ódio, sem ressentimentos, mas com a intenção de o salvar da escuridão, da solidão, do lado negro, aí eu ficaria bem, não seria exterminada pelo poder do Punhal. No momento em que Artémis utilizou o golpe final, esta estava consumida pela raiva que sentia devido ao seu amado ter sido assassinado. Era verdade, até que eu pudesse fazer isso, ainda muita coisa iria acontecer, ainda muita gente que me era querida poderia ser posta em perigo e aí, eu podia acabar da mesma maneira que Artémis.

“Não, eu não posso, eu tenho que me esforçar ainda mais para que isso não aconteça!” – pensei.

Enquanto estava perdida nos meus pensamentos e deduções, Petrus entrou no quarto. Agachou-se à minha frente e perguntou:

— Isabella está tudo bem? Que se passa?

Depois de limpar as lágrimas e de me recompor, atualizei-o de tudo. Tal como eu, no início, ficou estupefacto, sem ser capaz de se mover. Nada disse até ao final, nada comentou.

— Eu vou preparar-te um chá quente enquanto tomas duche, está bem? – disse ele.

— Obrigada…

Como me soube bem aquele duche… Relaxei bastante. Quando saí da casa de banho, Petrus encontrava-se de frente para a janela, com os braços cruzados e como sempre, sem nada vestido no tronco.

— Oh rapazinho, tu insistes na ideia de apanhar uma gripe, não é? – disse em tom de brincadeira.

Quando me olhou, a sua expressão assustou-me. O seu olhar era frio, mas ao mesmo tempo transmitia medo. Cabisbaixo, caminhou até mim. Eu não tive coragem nem reação para pronunciar qualquer palavra. Agarrou-me no antebraço direito e encostou-me com força à porta. Encostou a sua testa à minha. Bateu com o seu punho cerrado mesmo rente ao lado da minha cabeça. A sua face mostrava sofrimento. Tentei erguer o meu braço para afagar a sua face, mas ele não me deixou, prendendo-o com mais força. O que é que se passava com ele?

— Isabella, por favor…, não me faças sofrer… – sofrer? Mas do que é que ele estava a falar? Eu não lhe ia fazer nada. – Depois do que tu me contaste, eu estive a pensar…

— Petrus, eu…

— E eu não posso perder-te, eu não posso ficar sem ti… – tudo isto dito da forma como foi dita, tão calma, mas tão triste, tocou-me ainda mais. – Se, ao derrotarmos Luther, eu tiver que te perder, eu prefiro desistir desta luta e passar uma borracha no assunto.

Como é que ele podia estar a dizer aquilo? Depois de tudo o que passamos? E o principal, não eram só as nossas vidas que estavam em risco, mas a de toda a população mundial! Se Luther obtivesse o meu poder, aconteceria o Armagedão antes do tempo!

— Tu não percebeste Petrus. – deve ter-lhe custado tanto quanto me custou a mim, o meu tom frio, mas por vezes, para acordarmos, necessitamos de um balde de água fria e, infelizmente, ele não estava consciente da realidade e se estava, não a queria encarar. – Não é só a nossa vida que está em risco, é a de milhões de pessoas! Eu não posso desistir dum objetivo traçado assim tão facilmente. Além disso, eu sou uma Anciã Musical, eu tenho o dever de proteger as pessoas do que elas nem realmente sabem que existe! – disse, tentando bater com os punhos na porta. Eu conseguia entende-lo, eu também não me queria separar dele, nem de ninguém, muito menos morrer. Finalmente, ele “libertou-me”. Foi para junto da janela, cabisbaixo, novamente. Fui para junto dele, e por trás, abracei-o pela cintura, colocando a minha mão no seu coração e encostando a minha cabeça nas suas costas. Sentia as suas lágrimas a cair nos meus braços. – Petrus… – ele olhou para trás. – Confias em mim? – ele anuiu. – Então, – virei-o de frente para mim. Meu Deus, como ele parecia enorme quando eu não andava de saltos. – se eu disser que vai ficar tudo bem, tu acreditas? – Ele anuiu. Ele definitivamente não conseguia falar. Tinha de o persuadir para parar de chorar. Coloquei a minha mão no seu rosto – Por favor, pára de chorar… – pedi-lhe, meigamente.

Limpei as suas lágrimas com as pontas dos meus dedos, ao mesmo tempo que beijava os seus lábios suavemente. Ele inspirou fundo e acalmou-se. Tinha os seus olhos um pouco inchados. Tanto ele como eu tínhamos que ter umas boas horas de descanso… Por incrível que pareça, ele foi o primeiro a adormecer, o que não era nada normal. Acabou por sopitar encostado ao meu peito. Acariciando o seu cabelo, acabei por cair no sono.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Eu espero que por causa da minha demora que os leitores não estejam desanimados. Muito pelo contrário, devem ficar imensamente entusiasmados com as surpresas que se aproximam. Bem, deixem tudo nos reviews! Se quiserem, também podem deixar um enorme sermão que eu vou aceitar de boa vontade! u.u
Até ao próximo capítulo! ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Scars Of Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.