(Agnes)

Encontrava-me no meu quarto. Alguém bateu à porta.

— Entre.

— Agnes, minha irmã, estás bem?

Plisis, a mais nova das sete irmãs. Tinha 100 anos, mas nem parecia. Tal como todas nós, tinha o seu cabelo longo. A sua pele era branca como a neve e os seus olhos laranja olhavam-me com preocupação.

— Pode-se dizer que sim…

— Mas essa marca que tens… Vai ficar ou vai desaparecer?

— Ainda não sei, mas mesmo que fique sem nenhuma cicatriz, eu irei vingar-me, juro por Tenebris! – dito com tal convicção, uma aura negra envolveu-me e repeliu a minha irmã.

“Jurando não podes voltar atrás…” – uma voz fria e crua ressoou na minha mente.

A aura desapareceu. Arrepios atravessaram todo o meu corpo.

— Então é esse o teu novo poder, minha irmã?

— É sim, provavelmente vocês irão ficar revoltadas comigo, mas fui eu quem pediu para enfrentar aquela maldita Anciã e a minha ganância por poder acabou mal… – comecei a chorar, mas não eram lágrimas de tristeza, mas sim de raiva.

— Eu não fico revoltada contigo, irmã e vou ajudar-te na tua vingança, tanto eu, como todas nós. – as minhas restantes irmãs apareceram.

— Ah pois é, maninha! – Thalia, a mais rebelde de todas. – Vamos todas dar cabo daquela presunçosa! – disse, sorrindo.

— Obrigada.

— Conta connosco, irmã. – disseram as gémeas.

Luther abriu a porta.

— Saiam todas! – ordenou, ele parecia estar furioso.

Todas rapidamente saíram. Luther sentou-se ao meu lado na minha cama.

— Maldita…- disse com raiva.

— Perdoa-me Luther…

— Não estou a falar de ti, estou a falar daquela Anciã estúpida! – ele estava alterado. – Agora uma das minhas lindas mulheres ficou com uma marca no seu belo e macio rosto por culpa dela… – disse acariciando a minha face.

O seu toque era tão leve, tão quente, tão… Encostou-me a ele e beijou-me profundamente. As suas quentes mãos passaram e acariciaram o meu corpo. Os seus lábios quentes beijavam todo o meu pescoço e peito. E então, um último beijo na minha face, fez com que a marca do Punhal Lunar desaparecesse. Uma luz branca dirigiu-se para a minha face e esta voltou ao normal. Mas nesse preciso momento ele desmaiou. Vesti rapidamente um quimono e fui chamar as minhas irmãs.

— O que é que se passa Agnes? – perguntou Thalia. – Vocês ainda há pouco não estavam…?

— Ora cala-te lá agora com isso! – estava a irritar-me, aquilo não era importante naquele momento. – Vocês sabem que ele não pode usar muito os seus poderes e ele tentou e conseguiu retirar a marca da minha cara e ao fazê-lo desmaiou! – declarei desesperada.

— O quê?!

Todas corremos para o meu quarto onde Luther se encontrava ou pensávamos que se encontrava.

“Deixei o castelo, mas em breve voltarei. O vosso amo, Luther”

— Mas afinal para onde é que ele foi? – questionou Plisis.

— Eu sei onde…- disse.

Ficaram todas a olhar para mim. Se ele iria fazer o que eu estava a pensar, então muito provavelmente iria precisar da nossa ajuda.