Scars Of Love escrita por Simi


Capítulo 38
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Olá minha gente! Como estão todos? :)
Ando com alguns problemas no meu computador, portanto, posso atrasar-me a postar os capítulos...
Boa leitura! ^^



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(Isabella)

Não baixei a barreira, mas esta continuou invisível.

— Luna… – sussurrei.

Naquela noite a Lua não estava cheia, estava Quarto Crescente e fiquei em dúvida se as fases da Lua mudavam alguma coisa no poder absorvido pelo Punhal. Pareceu-me que não. A Lua brilhou com mais intensidade e a safira do Punhal absorveu os seus raios. Lancei um pouco o Punhal e ele permaneceu a flutuar à minha frente, aguardando ordens. Agnes não se mostrou surpresa. O mais provável era Luther ter-lhe informado devido ao que aconteceu com Valéria.

— Achas que me podes derrotar com esse punhal?

— Já outros fizeram essa pergunta e acabaram por sofrer as consequências… – disse eu com um olhar ameaçador. – Agnes mudou a sua expressão facial. Estava a ficar cada vez mais enfurecida. Eu gostava de saber qual o seu motivo para estar ao lado de Luther. Uma mulher bela com um poder daqueles não precisava de um homem como Luther. – Luna, divide-te… – sussurrei. – Divide-te consoante o meu olhar.

O Punhal, que até então tinha permanecido à minha frente, dividiu-se em vários punhais direcionados ao peito, aos braços, à garganta e à cara de Agnes. Cinco punhais iguais flutuavam à minha frente. Cada um sabia o seu alvo. Aquela mulher era rápida, mas não o suficiente. O Punhal que estava direcionado para a sua face fez-lhe uma corte enorme no seu lado esquerdo, do final da sua sobrancelha até ao maxilar. A sua expressão mostrava terror. Do nada os meus amigos e Petrus voltaram ao normal. Ela não se importou com as outras feridas. Lentamente colocou a mão na sua face para sentir o corte. Estava aterrorizada.

— Tu estragaste a minha beleza, Anciã estúpida! Eu vingar-me-ei de ti! Podes ter a certeza! – e desapareceu numa fumaça preta.

O eco da sua voz permaneceu no ar durante uns bons minutos, juntamente com uma fumaça preta, parecida com nevoeiro. De repente fiquei paralisada. A imagem daquela mulher apareceu na minha cabeça e ouvi:

“Eu vou vingar-me…”

A sua voz era ameaçadora, deu-me arrepios, fiquei com medo.

“Não,” – pensei. – “eu não posso ficar com medo.”

Eu não me ia esquecer da sua promessa. Estava farta que os meus amigos fossem o “isco” para as armadilhas preparadas para mim. Estava realmente cansada. Senti-me fraca. Cai sobre os joelhos. Desfaleci…

Acordei no quarto em que anteriormente estive aquando o último ataque de Valéria. Doía-me bastante a cabeça. Levantei-me com alguma dificuldade e fui para junto da janela. Era lindo, aquele campo de amores-perfeitos era simplesmente lindo. As suas cores eram vivas, era uma paz enorme que se sentia naquele lugar.

“Tão frágeis e tão fortes.” – pensei.

A visão de Agnes apareceu-me na minha cabeça e uma dor enorme passou também. Tentei recompor-me e saí do quarto. Será que aquilo era o castelo da minha Rainha? Andei por vários corredores, decorados com lírios e amores-perfeitos em enormes jarras azuis claras. Grandes colunas separavam os corredores.

— Isabella.

Olhei para trás e um rapaz alto com uma grande gabardine estava atrás de mim. O seu cabelo era prateado e os seus olhos eram de um azul escuro. A sua expressão facial era rígida, demonstrando poucas emoções. A sua pele era um tanto branca e tinha um corpo bastante atlético.

— Hum… Sim, sou eu. – disse um pouco relutante.

— Podes acompanhar-me, por favor?

Sempre me ensinaram a não seguir estranhos, mas naquele caso mostrava-se necessário. Percorremos um dos corredores pelo qual eu já tinha passado e entramos num salão de chá. A sua decoração era parecida com a do quarto e a dos corredores, exceto a cor das suas paredes que era de um azul claro. A minha Rainha estava sentada perto de uma mesa que se encontrava numa das varandas do salão. O seu vestido era longo e branco, com detalhes cravados de diamante. As pequenas partículas da pedra preciosa formavam pequenas notas musicais por todo o longo vestido. O seu belo cabelo violeta estava apanhado numa trança ao lado. Os seus olhos observadores olharam-nos por um momento até que disse:

— Ainda bem que a encontraste Zach, obrigada.

— Não tem que agradecer minha Rainha, com licença.

— Não, Zach, tu ficas. – O rapaz mostrou-se muito admirado e um pouco incomodado com a situação, mas anuiu. – Isabella, senta-te por favor. Tu também Zach. Sentamo-nos ao redor da pequena mesa redonda. A minha Rainha serviu o chá. – Isabella, consegues perceber a intenção de Luther?

— Provavelmente quer levar-me a um esgotamento nervoso ou então quer que eu enlouqueça.

— Ele quer que vás abaixo aos poucos, que percas a esperança, que abandones tudo e que te rendas.

— Nunca… – sussurrei. – Eu nunca vou fazer isso. Tenho os meus amigos, a minha família, a si e aos restantes Reis e Rainhas para me apoiarem e para que nunca a minha chama de esperança se apague!

Vi que o rapaz sentado ao meu lado, o tal Zach, mostrava na sua expressão facial surpresa.

— Fico feliz por te ver tão determinada. – disse a minha Rainha.

— Por vezes a determinação não chega. – disse Zach, quase num sussurro.

— Zach! Não tens razão para dizer tal coisa!- viu-se bem que a minha Rainha não gostou da atitude dele.

— Posso retirar-me?

— Podes Zach, depois conversamos… – vi a insatisfação no seu rosto.

Pediu licença e saiu cabisbaixo. Quando se levantou vi os seus olhos marejados de lágrimas.

— Desculpe se estou a ser curiosa demais, mas o que é que se passou com ele?

— Há muitos anos ele ficou ferido devido a um conflito que a sua namorada engendrou. A rapariga envolveu-se com um Red Voice e ele, muito determinado, tentou de tudo para manter a relação e evitar que a sua amada fosse para o lado negro, mas a sua determinação de nada adiantou. Numa briga feia ele ficou ferido, à beira da morte e eu acabei por salvá-lo. Encontrei-o à chuva, encostado numa viela, a sangrar e a sua transformação estava instável. Estava entre a vida e morte. Ele acabou por ficar aqui, recusando-se a viver entre os humanos novamente. Foi por causa disso que ele criticou daquela maneira a tua determinação.

Estava estupefacta. Ele deve ter sofrido imenso, quem me dera poder ajuda-lo, mas também não tinha ideia como.

— Minha Rainha, tenho uma coisa a perguntar-lhe se me der autorização.

— Claro, tudo o que precisares.

— Sempre que a Valéria me confronta ela não me parece estar a fazer aquilo por vontade própria, muito sinceramente não sei o que me parece, mas ela nunca me parece confortável com a situação. Será que eu posso torna-la numa Blue Voice?

A minha Rainha ficou um pouco surpreendida com a minha pergunta.

— Tu não podes, mas eu posso, mas só o faço se ela o merecer e pelas suas ações, ela não o merece…

— Eu compreendo. Estou cansada…

— Queres ir para o teu quarto Isabella?

— Ai aquele quarto é meu? Desculpe, não sabia… Mas o meu cansaço não é só físico, é mental também… Estou cansada que os meus amigos e o Petrus serem usados como isco…

— Isso faz parte dos objetivos de Luther, mas tu e o Petrus têm-me a mim para vos proteger e intervir quando necessário, tal como os restantes.

— Fico mais descansada, mas fico sempre com o coração nas mãos…

— Não te preocupes. Isabella?

— Diga, minha Rainha.

— Retoma a relação com o Petrus.

“Não é uma ordem, portanto não tenho que acatar.” – pensei.

— A minha Rainha não acha bem a decisão que eu tomei?

— Achei-a bastante sensata em relação à situação em que se encontram, mas vocês os dois separados sofrem, tu sabes isso melhor que ninguém.

Era verdade.

— Se eu me sentir preparada, eu avanço, eu já tinha garantido isso ao Petrus.

— Eu sei, mas agora vais ter que ir, aqui passou pouco tempo, mas no mundo humano já passou muito. Um último conselho Isabella: nem sempre a intenção de matar é a melhor.

Após aquelas palavras tudo ficou escuro. Devo ter continuado a dormir por mais algumas horas, pois não acordei logo. Quando acordasse, teria muito em que refletir…


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Deixem tudo no reviews! ;)
Até ao próximo capítulo! ^^



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