Scenes Of Our Lives escrita por EvansPotter


Capítulo 75
Medo


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeeeeeey amores!!!!!!!!!
E aqui estou eu mais uma vez... sei que sentiram minha falta u.u
Bom, to sem nada pra falar então... boa leitura, espero que gostem e comentem por favor :)



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– Ted? Vamos?

– Não.

– Vamos, Ted.

– Não!

– Ted, nós...

– Eu não quero ir!

O garoto cruzou os braços e se largou no sofá, fazendo bico e estreitando a sobrancelha.

– Por quê? – Andromeda sorriu se sentando ao lado dele.

– Bebês são chatos. Eles não fazem nada. Eu não quero ir até lá só para ver um bebê.

– Você sempre quer ir ver os bebês quando eles nascem, querido. Lembra um tempo atrás quando o Fred nasceu e você me acordou bem cedinho porque queria ir ao Saint Mungo’s?

– Não acordei não. – Ele respondeu virando a cabeça para o outro lado. – Eu só não estava com sono.

– Ted...

– Eu não gosto de bebês, vovó! Eu não quero ir.

– Não quer ir ver o tio Harry e a tia Gina?

– Não. – Ele balançou a cabeça vigorosamente.

– Pode ser que a Vic esteja lá.

– Eu não ligo.

– Ted, querido – Andromeda continuou sorrindo olhando para o garoto emburrado e irritado ao seu lado. – Harry e Gina vão ficar tristes se você não for comigo.

– Não vão não! Eles só vão ficar lá olhando para aquele bebê chato e nem vão ver que eu não fui!

Andromeda reprimiu uma risada, comprimindo forte os lábios, e passou o braço por cima dos ombros do neto.

– É claro que eles vão perceber se você não for.

– Não vão.

– Vão sim, e, além disso, você não pode ficar aqui sozinho, Teddie.

– Posso sim, eu sou grande.

– Não pode não. – Ela riu.

– Eu posso ir para A Toca enquanto você vai lá.

– Não tem ninguém n’A Toca. Todos foram lá no hospital conhecer o James.

– Eu não quero ir, vovó! – Ele falou em voz alta, desesperado.

– Ted, você vai ter que conhecer ele um dia.

– Não tenho não.

– Vamos logo, Ted. – Andromeda riu, se levantando e estendendo a mão para o menino, que a segurou relutante e caminhou para fora de casa com ela.

Eles foram de transporte trouxa até a rua estreita onde ficava a vitrine de loja antiga que dava passagem para o hospital, entraram rapidamente depois de Andromeda trocar algumas palavras com um dos manequins. Ted ainda emburrado segurando a mão da avó.

Eles passaram pelo hall de entrada, falando com a usual mal-humorada recepcionista, seguiram por corredores e escadas até chegar à porta de um quarto, através da qual se ouvia o barulho de conversa entre o que parecia ser um numero razoavelmente grande de pessoas. Andromeda esticou a mão para bater na porta no instante em que ela se abriu, revelando uma concentração muito grande de cabelos ruivos.

– Oi, Senhora Tonks! Oi, Ted!

– Olá, Ron! Oi... todo mundo. – Ela acenou com a mão para o que era a maioria da família Weasley. Todos no mesmo pequeno quarto.

– Oi, Senhora Tonks! Nós já estamos indo embora. – Bill disse com um sorriso gentil nos lábios.

– Gente demais em um lugar só. – Completou Percy. – James ficou agitado demais.

– Domingo vou fazer um almoço em casa. – Molly disse sorrindo. – Vão para lá!

Andromeda e Ted se afastaram um pouco para o lado para deixar a procissão de ruivos e Hermione sair do pequeno quarto, conversando alegres enquanto caminhavam. Eles entraram no quarto, Andromeda encostou a porta levemente e se virou sorridente para Harry e Gina.

Gina estava sentada na cama, as pernas esticadas de baixo de uma coberta fina, os cabelos ruivos presos em um rabo de cavalo. Parecia extremamente cansada, mas feliz. Harry, em pé ao lado dela, não tirava os olhos do embrulho de panos nos braços da mulher.

Apenas uns fios ruivos e meio espetados e uma mãozinha pequena saindo do cobertor eram visíveis de onde Andromeda estava, ainda segurando Ted pela mão. Ela se aproximou mais e Ted, soltando-se dela, sentou na poltrona mais no canto do quarto, colocando o cotovelo no braço dela e apoiando a cabeça na mão, ainda com o semblante emburrado.

– Ele é tão lindo! – Andromeda comentava. – Parabéns!

– Obrigado! – Harry respondeu.

– Ele tem o cabelo bagunçado igual ao do Harry. Isso não vai dar certo. – Gina falou, sorrindo para o bebê nos seus braços. – Cabelo ruivo e crescendo para todos os lados, isso realmente não vai dar certo.

– É... se ele ao menos pudesse dar um jeito no cabelo dele e deixar mais arrumado – Harry começou. – Seria muito melhor se ele pudesse mudar isso igual ao Ted, não é?

Os três se viraram e olharam para o menino, que os encarou de volta, arregalando os olhos e abaixando o braço que apoiava a cabeça.

– Eu... eu... – Ele murmurou, com a súbita mudança de foco na conversa dos três adultos. – Meu cabelo fica da cor que eu quero. Olha...

E para provar ele mudou do verde azulado que cobria sua cabeça no momento para loiro, e depois mudou para azul berrante.

– Viram?

– Sim. – Gina respondeu sorrindo carinhosamente. – Eu adorei essa nova cor.

– O James não faz isso, faz?

– Não, não faz.

– Eu faço!

– Nós vimos. – Harry riu para ele.

– Ted? – Gina chamou.

– Sim?

– Você não me deu um beijo quando chegou.

– Você está segurando o James. – O garoto murmurou olhando para baixo.

– Bom, isso não é problema. Vem aqui.

Ele andou até a cama, alta demais para ele, e Harry o ergueu, colocando-o sentado do lado de Gina. Ted ficou de joelhos na cama e se inclinou para depositar um beijo na bochecha da mulher, ficando diretamente acima de James.

O bebê vidrou o olhar na cor forte na cabeça de Ted. Parecia hipnotizado.

– Eu acho que o James também gostou da sua cor nova de cabelo, Ted. – Andromeda comentou.

O bebê esticou os braços em direção a Ted, tentando alcançar o cabelo do menino.

– Tem razão, Senhora Tonks – Gina riu bagunçando o cabelo de Ted. – O James realmente gostou do cabelo novo do Ted.

Ted se sentou ao lado de Gina, cruzando os braços outra vez e, agora, mudando a cor do cabelo para preto. Ele fixou o olhar na parede oposta e fez bico.

– O que foi, Ted? – Harry perguntou tentando não rir.

– Não gostei do meu cabelo azul.

– Mas você nem viu como ficou. – A avó argumentou.

– Eu não gostei. E eu quero descer. – Ele falou balançando os pés para fora da cama.

Harry o pegou por baixo dos braços e colocou o no chão, no mesmo momento o garoto voltou para o seu lugar na poltrona e ficou olhando para o colo, encarando as próprias pernas como se elas tivessem feito uma afronta muito grave a ele.

Gina olhou significativamente para o marido, levantando as sobrancelhas e jogando rapidamente o olhar em direção a Ted.

– Er... Ted. – Ele chamou. Ted apenas resmungou para mostrar que estava ouvindo. – Quer... quer ir na lanchonete lá em cima comer alguma coisa?

– Não.

– Eu acho que eles têm sorvete, Teddie. – Gina informou.

O menino levantou a cabeça, os três adultos mais uma vez o encaravam.

– Hum... tudo bem então. – Ele saiu da poltrona e ficou parado em pé esperando até que Harry viesse e o levasse pela mão para fora do quarto.

Nenhum dos dois disse uma palavra no caminho até a lanchonete, onde Harry comprou varias bolas de sorvete para dividir com o afilhado. Ele colocou o pote na mesa, com duas colheres, entregou uma para Ted e se sentou observando o menino por alguns segundos.

– Então... – Harry começou. – O que achou do James?

Ted deu de ombros e colocou uma colher cheia na boca.

– Vocês podem ser amigos quando ele crescer um pouco. O que acha?

Mais uma vez a criança balançou os ombros.

– Vocês vão gostar mais do James agora, não vão? – Ted falou antes que Harry pudesse abrir a boca mais uma vez. No mesmo segundo ele arregalou os olhos, surpreso com o que tinha deixado escapar.

– Por que acha isso?

– Por que ele é filho de vocês e eu não. – Ted respondeu em voz baixa e olhando para os pés, balançando no ar embaixo da mesa.

– Ted, você sabe que... sabe que isso não tem nada a ver, não é? Eu... você sabe que isso não faz diferença para a gente.

– Mas é verdade. Vocês não são meu pai e minha mãe. São do James. – Os olhos do menino se encheram de água.

– Isso... não faz diferença, Ted. – Harry respondeu.

– E agora vocês não vão gostar mais de mim porque agora só vão gostar do James. – Ele continuou como se não tivesse ouvido o padrinho. As lagrimas rolavam livremente pelo rosto dele.

– Ted. – Harry se mudou para a cadeira do lado de Ted e passou o braço por cima dos ombros dele. – Não é como se tivesse uma cota de pessoas que a gente pode gostar.

– Mas...

– É claro que a gente vai continuar gostando de você.

– Do mesmo jeito? – Ele levantou os olhos, esperançoso, para Harry.

– Sim.

– E não vão gostar mais do James do que de mim?

– Não.

– E eu vou poder continuar indo dormir na casa de vocês?

– Claro.

– E... e... eu... – Ele hesitou.

– O que?

– Eu posso segurar o James no meu colo um pouco? – Perguntou por fim, rapidamente, e secando as lagrimas na bochecha.

Harry riu alto antes de responder:

– Pode, Ted. Vamos terminar o sorvete primeiro e ai a gente volta e você pode segurar o James.

– Tudo bem. – Ted voltou às grandes colheradas. – Tio Harry?

– Hum?

– Ele gostou mesmo do meu cabelo azul?

– Parece que sim. – Harry sorriu.

– Eu... eu acho que vou voltar para o cabelo azul...

– É melhor que o preto. – O mais velho respondeu se servindo de uma colherada de sorvete com calda.

Harry ficou observando sorrindo enquanto o afilhado fazia uma leve careta e mudava mais uma vez a cor do cabelo.

– Sua mãe sabia como fazer o nariz e a boca dela virarem um bico de pato. – Harry contou.

– Mesmo? – Ted se surpreendeu arregalando os olhos.

– Mesmo.

– Eu não sei fazer isso!

– Talvez seja por que você ainda é criança.

– Eu quero aprender a fazer isso!

– Ela sabia fazer varias coisas com o rosto dela.

– Eu quero aprender! – Ted repetiu. – Eu quero virar um pato!

– Bom, ai eu acho que você precisaria virar um animago. Não tenho certeza se metamorfomagos podem virar animais. – Harry riu.

– Eu quero fazer minha boca e meu nariz virarem um bico de pato igual a minha mãe, tio Harry!

– Aposto que você vai aprender rápido. E ai você pode mostrar para o James.

– É! – Ele se animou, pulando um pouco na cadeira e abrindo um sorriso largo. – Vou fazer um monte de caras para ele ver! De passarinho, de hipogrifo, coruja, gato, de pato igual minha mãe e de lobo igual o meu pai!


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