Scenes Of Our Lives escrita por EvansPotter


Capítulo 65
Restaurante


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeey amores!!!!!
Sobre esse capitulo... eu estava no Pottermore lendo sobre os Dursleys e ai...



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Lily tamborilava impacientemente os dedos em cima da toalha branca da mesa do restaurante. A irmã e o cunhado a olhavam fixamente e ela deu um leve sorriso nervoso para os dois.

– Ele está atrasado. – Petunia falou seca.

– Eu sei. – Lily respondeu olhando para a rua pela grande janela. – Ele... hum... ele não é muito bom com horários. Eu... mas acho que...

– Aposto que toda essa gente é assim. – Resmungou Vernon em voz baixa.

– Mas acho que não vai demorar muito mais. – Lily continuou depois de piscar demoradamente e respirar fundo.

– Você avisou o horário certo? – Perguntou Petunia.

– Sim, eu avisei o horário certo, Tunia. – “Aquele idiota que resolveu chegar tarde.” Lily completou mentalmente.

– Querem fazer os pedidos? – Um garçom apareceu do lado da mesa, a caneta já em cima do bloco de anotações.

– Não. – Vernon respondeu mal-humorado. – Estamos esperando mais alguém.

O jovem se afastou com um aceno leve de cabeça e Vernon e Petunia continuaram com seus olhares fixos sobre Lily. Ela sentia o peso disso esmagando-a.

– Você não pode ligar para ele ou coisa parecida?

– Ah! Ele chegou! – A mulher exclamou ignorando a pergunta do cunhado, vendo o namorado do lado de fora do restaurante. – E ele passou reto. – Completou tirando o sorriso do rosto quando James sumiu de vista. – Er... esperem um pouco, eu vou busca-lo.

Ela lançou um olhar por cima do ombro saindo do restaurante e viu os dois resmungando em voz baixa, ela suspirou e saiu para a rua, caminhando por alguns metros antes de chamar pelo homem, que se virou sorrindo ao ouvir a voz dela.

– Você está atrasado. – Ela ralhou emburrada.

– Eu sei, desculpe, Sirius e...

– Não me interessa o que nenhum daqueles três estava fazendo. Vamos logo.

Lily segurou firmemente a mão dele e o puxou para dentro do restaurante. Vernon e Petunia se levantaram ao vê-los entrando.

– James, essa é minha irmã Petunia...

– Oi! – James a cumprimentou sorrindo com um beijo na bochecha, ela apenas respondeu com um sorriso rápido e de má vontade.

– E esse é o namorado... noivo, desculpe, dela, Vernon.

Os dois se cumprimentaram com um aperto de mãos, James sorridente e Vernon com uma expressão que sugeria receio de pegar uma doença contagiosa de James.

Os quatro se sentaram a mesa e ficaram em silencio por um tempo, Petunia e o noivo tinham voltado seu olhar de Lily para James, que não pareceu nem um pouco incomodado com isso.

– Então – James se dirigiu a Vernon, tentando puxar conversa – Lily me disse que você trabalha em uma empresa de bocras e farapusos...

– Brocas e parafusos, James. – Corrigiu Lily baixinho.

– É, isso ai... bom, deve ser divertido!

– Não é divertido, é importante. – Retrucou o outro.

– Ah, certo. Hum... e o que vocês fazem exatamente?

– Brocas e parafusos.

– Sim, mas...?

– Servem para construir coisas, James. – Lily explicou.

– Ah! E... você constrói alguma coisa? – Ele perguntou um tanto quanto animado.

– Não! – Vernon respondeu parecendo ofendido. – Eu...

– Ele não trabalha na produção. – Lily explicou rapidamente. – Tunia, mamãe disse que vocês já compraram uma casa.

– É. Compramos. – Falou ao mesmo tempo não muito entusiasmada de falar sobre isso com a irmã e orgulhosa, querendo exibir a casa. – Na verdade já está quase toda mobiliada. Só mais alguns ajustes para estar pronta para morarmos.

– Que bom! – Lily sorriu feliz, principalmente por ter conseguindo mudar o assunto. – Onde fica?

– Surrey. – Vernon respondeu antes que Petunia pudesse abrir a boca, talvez com medo de dar a James e Lily a localização exata e receber visitas inesperadas dos dois. – Onde você mora? – Perguntou para James.

– Godric’s Hollow. – Ele respondeu feliz. – Na verdade, nasci e cresci lá.

– Não sei onde fica.

– É um pouco longe daqui. Um povoado pequeno, na verdade, um dos que são uma espécie de reduto para os bru...

Lily suspirou aliviada quando um carro passou na rua fazendo um barulho alto o suficiente para abafar a ultima palavra de James. Ela sabia que esse era um assunto proibido naquele encontro.

– Esses carros de vocês são barulhentos demais. – James comentou.

– Que carro você dirige? – Dursley perguntou, ansioso por exibir sua mais nova aquisição.

– Ãh?

– Que carro você dirige?

– Bom, eu tenho uma Nimbus 1500. – Respondeu passando a mão pelo cabelo.

– Uma o que?

– Uma Nimbus 1500. Uma vassoura, sabe. Uma das melhores na verdade. – Comentou orgulhoso. Lily fechou os olhos, apoiou a cabeção na mão e a balançou negativamente. – Bem aerodinâmica, as palhas estão em perfeito estado e ela consegue alcançar 160 quilômetros por hora! E é claro, o que é a marca da Nimbus: faz giros de 360 graus em volta de um ponto fixo! Bem estável.

Os três pararam em silencio olhando para ele. Lily não sabia se ria ou chorava.

– Mas carros são legais também. – Acrescentou olhando para a mesa. – Hum... de qual... tipo você tem?

– Acabei de comprar um Bentley. – Informou erguendo a cabeça, Petunia imitou o movimento do noivo.

– Ah... legal. Você sempre viveu entre os trouxas, não é?

– Entre os o que?

– Os trouxas. Quem não é...

– James... – Lily alertou.

Ele não entendeu direito a intromissão dela, mas ficou quieto. O garçom finalmente voltou para anotar os pedidos. James pegou o cardápio e não reconheceu nada ali.

– Ah, Lils? – Ele chamou se inclinando para ela. – O que eu quero comer?

– Como é que eu vou saber o que você quer comer? – Ela perguntou estreitando os olhos, mas se virando para ele percebeu que ele não conhecia nenhuma daquelas comidas. – Ah... é esqueci. Bem, eu peço alguma coisa que eu sei que você vai gostar.

– Tudo bem. – Ele sorriu e abaixou o cardápio, apenas para encontrar o outro casal mais uma vez olhando para ele por cima dos menus.

Vernon soltou um barulho de impaciência e resmungou para Petunia:

– Não sabe nem fazer um pedido em um restaurante.

James abriu a boca para explicar, mas Lily, sem tirar os olhos da lista de alimentos, apertou a mão dele por debaixo da mesa.

– Você tem uma irmã, não Vernon? – Lily perguntou, colocando seu tom mais gentil na voz, depois que o garçom foi embora.

– Tenho.

– E como vai ela?

– Doente.

– Ah... lamento.

– É.

– Espero que ela melhore logo.

– Marge vai melhorar logo, mas vai ficar doente outra vez. Ela tem estado assim nos últimos tempos.

– Ah, eu sei bem como é! – James falou atraindo a atenção. Lily olhou para ele tentando entender do que ele estava falando.

– Você tem ficado doente? – Ela perguntou franzindo a testa.

– Não eu, Lils! – Ele desviou o olhar dela para Vernon e Petunia a sua frente. – Eu tenho um amigo que é um lobisomem e...

– James, não! – Lily alertou, mais alto do que pretendia. Os outros dois arregalaram imensamente os olhos.

– Tudo bem, Lily, não vou falar quem, então mesmo que eles o conheçam um dia, não vai ter problema. Então, esse meu amigo lobisomem ficam bem mal em toda lua cheia, obvio, e, bom, não é bem, doente como sua irmã, mas...

– James, para de falar do Remus!

– Lily! – Ele repreendeu. – Agora você disse quem é!

A mulher sentiu vontade de bater a cabeça na mesa repetidas vezes, mas se contentou em apenas lançar um olhar feio para James, que tomou o gesto apenas como irritação pelo modo como ele se dirigiu a ela.

– Tudo bem, acho que não tem problema vocês saberem então. – Ele continuou. – Continuando, Moony fica...

– Cala a boca, James!

Ele virou para ela, abriu a boca, mas sob um olhar mais severo ainda dela, ficou quieto.

A conversa não voltou a fluir até os pratos de comida terem chegado. James, que parecia genuinamente interessado na função de Vernon no mundo trouxa, foi repelido por respostas secas e curtas durante esse tempo.

– Então, ah... James. – Vernon, pela primeira vez puxou conversa depois de comer a primeira colher da sua sopa. – O que você faz?

– Ah, bom, na verdade depois de terminar Hogwarts...

– Terminar o que?

– Hogwarts, a escola. Depois de terminar Hogwarts eu... na verdade não pretendo trabalhar porque eu quero...

– Viver de assistência do governo, imagino. – Interrompeu Vernon.

– Não! Pretendo me juntar à...

– Então, todas as pessoas da... hum... sua laia não trabalham e vivem do governo, certo? Sustentados por nós?

– Não! Nós... nós temos nosso próprio dinheiro.

– Vindo do governo...

– Não, o Ministério não nos dá nenhum dinheiro. Sabe, nós temos um banco, Gringotes, onde guardamos o que conseguimos trabalhando. E... bem, para falar a verdade, meus pais juntaram bastante. Meu cofre em Gringotes está bem... bem cheio de ouro. – Completou mais uma vez passando a mão pelo cabelo. – Então eu acho que vai dar para...

– Ouro? – Vernon exclamou. – Como assim ouro?

– Hum... ouro. – Explicou James sem entender ao certo o espanto de Vernon. – Galeões, sabe?

– Não.

– Moedas. Nossas moedas são de ouro. A de vocês não são, não é?

– Nenhuma moeda é de ouro. – Constatou o homem. – Não há muito tempo, pelo menos.

– Bom, as nossas são.

– Não são não!
– São sim! Olha eu tenho umas aqui, se você quiser ver. – Retrucou James rindo um pouco e remexendo dentro do bolso.

– Eu não quero ver nada! – Vernon exclamou aumentando consideravelmente a voz. – Não existem moedas assim! Você só está bancando o espertinho e achando que vai me enganar.

– Não! Eu só queria...

– Petunia, acho que já está ficando tarde! – Falou se levantando, mexendo na carteira e atirando algumas notas em cima da mesa. – Melhor irmos logo embora.

– Mas mal começamos a comer ainda. – Balbulciou Lily, os olhos meio aguados. James, ao seu lado, parecia estar tentando entender o que estava acontecendo.

Petunia e Vernon se despediram rápida e secamente e saíram a passos largos e apressados do restaurante. Lily mal viu os dois desaparecerem na rua e rompeu em lágrimas. James, meio atordoado, se virou na cadeira e a abraçou.

– Lils?

– Hum?

– Foi alguma coisa que eu falei?

– Não. – Ela falou tentando secar os olhos no guardanapo no seu colo. – Bom, foi, mas não importa. Acho que mesmo que você ficasse parado ai sem falar nada ele agiria do mesmo jeito.

– Eu... eu... me desculpe... eu acho... eu não quis... er... ofende-los.

– Eu sei. – Ela sorriu rápido e mais lagrimas começaram a escorrer pelas suas bochechas. – Eu sei que não, James.

– Ei – Ele levantou o rosto dela, colocando a mão embaixo do seu queixo e secando as lagrimas em seu rosto. – Eu... eu prometo que vou tentar me entender com ele, ok?

Lily sorriu tristemente, sabendo que aquilo era impossível, mas também sabendo que James não entendia que aquilo era impossível, e concordou com a cabeça.

– Obrigada, James.


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