Our Curse escrita por Bells


Capítulo 16
Epilogo


Notas iniciais do capítulo

Chorem, chorem demais nesse epilogo.
Só para vocês saberem me mudei para o social, já que aqui as coisas não iam bem.
Então lá tenho fanfics originais, de harry potter, de taylor swift e 1d; DIVIRTAM-SE
procurem Inconnue -é frances galera



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Senhora D'arc acompanhou tudo pela janela, algum truque de sua mente a fez ver apenas homens e mulheres ameaçadoras com bestas e arcos e flechas, mas não anjos.

De trás da cortina observou quando a vizinha, que há pouco havia chorado para ela, morreu nos braços do marido e quando o marido foi levado a força pelos homens e mulheres assombrosos.

Havia sobrado apenas uma mulher de longos cabelos loiros, era tão magra que o vento podia soprá-la para longe, mas mesmo assim conseguiu levantar Lucinda, depois de fazer o sinal da cruz e beijar seu ventre, foi ai que a Senhora D'arc percebeu que a vizinha estava esperando um bebê, que havia morrido com ela. Senhora D'arc conteve um soluço e esperou a loira se afastar.

Tropeçando em sua longa camisola a Senhora D'arc correu para o galpão abaixo do prédio, onde Lucinda disse que sua filha estaria, esperando por alguém que a salvasse. Com cuidado a senhora entrou, procurando não fazer nenhum barulho. Perto de algumas caixas, escondida em muitos cobertores, algo se mexeu. A senhora D'arc ralou os joelhos ao se jogar e desembrulhar o bebê.

—Jeanne... - ela leu sorrindo para a bebê - É esse seu nome, então?

—Mamãe...? Papai...? - a menina balbuciou e o coração da D'arc se quebrou em milhões de pedaços, ela pegou a pequena menina no colo e a abraçou com todas as suas forças.

—Está tudo bem, você ficará comigo agora. Eu vou cuidar de você tudo bem? Pode confiar em mim.

—Minha mamãe?

—Ela pediu à mim para que cuidasse de você, e eu farei isso tudo bem? Pode me dar uma chance?

Jeanne ponderou esticou seu braço e tocou com a mão gordinha o rosto triste daquela mulher, carregado de esperança.

—Sim - finalmente concordou e se deixou ser carregada para uma nova vida.

*

Durante o percurso até o lugar onde os anjos chamam de lar Daniel não falou, mal respirou, apenas contemplou o chão, que cada vez ficava mais distante, algumas lágrimas lhe escapavam. Ele não abriu as asas, pois isso não lhe dava mais prazer, deixou-se ser carregado e fechou os olhos. Lembrou de quando a viu pela primeira vez, lembrou dela colhendo flores, das suas aulas de piano, das travessuras nas festas, de como caiu da sacada, de como fugiram ao campo, de como seus olhos o deixavam inebriado e de quanto lutou para fazer o que era moralmente certo, lembrou de sua primeira noite com ela e lembrou da noite em que sua filha nasceu e a partir dai apenas sorrisos com sua pequena, até agora.

Lucinda e seu filho estavam mortos, e sua filha longe de seus cuidados, depois disso o que poderia acontecer? O que ele faria? Ele precisava chegar até Jeanne, de algum jeito ele precisava cuidar dela, mesmo sem Lucinda, sua filha precisava dele.

—Daniel Grigori abra os olhos e olhe para mim - ele estava a frente do Trono, cuidadosamente deixou seus olhos violetas enfrentarem o brilho do Senhor.

—Meu Senhor - Grigori respondeu sem emoção na voz.

—Não prossiga falando, arcanjo. Quem vos fala agora sou eu. E apenas eu. Escutai. Escutem todos. Esse que está subjacente ao meu domínio, esse no centro de vocês, este: Daniel Grigori. É responsável pelo que vos acontecerá. Daniel Grigori ousou louvar, amar e adorar alguém além do Trono, e anjos, estrelas, são feitos para louvar o vosso Trono e apenas vosso trono.

—Oh, Trono, como podei privar-me do amor e dizer-te tão sábio se não provaste nada além de teu próprio amor?

—Não me interrompei Grigori! Serás o primeiro a cair, já está amaldiçoado e agora lhe amaldiçoo com a ignorância. Quando cair não se lembrará de nada, perderá sua memória e lutará para achá-la. Quando a achar, quando recordar, será tarde.

—Por que nos pune pelo o que ele fez? - uma anja de cabelos encaracolados e ruivos surge da multidão, seus olhos estão estreitos, e nas costas ela carrega setas estelares. Tesrissel - Que culpa temos nós? Que culpa tenho eu pelo pecado dele?

—São irmãos, caem juntos, agem juntos.

—Eu não amei quem Grigori amou, eu não pequei para pagar! - ela insiste e brande o arco.

—CALA-TE! Amaste alguém que não o Trono e eu vejo que ama, sua fidelidade e amor estão ligados a Lúcifer, não a mim, cairá, pois. E seguirá Daniel.

O Trono abriu os braços e uma forte luz emanou de lá, logo a luz se transformou em escuridão e o chão em queda.

Daniel não sabia, não sabia mais nada. Só que estava caindo no vazio. Ele estava cheio de desejo de encontrar alguma coisa... Alguém. Um desejo de se sentir inteiro novamente. Mas só havia escuridão dentro da escuridão.O silêncio abafando seus pensamentos — Um nada que era tudo. Daniel caiu.

*

A maldição do Trono se cumpriu antes da maldição de Lúcifer se cumprir.

Daniel vagou pela Terra, sem memória alguma, procurando em cada grão de areia algo que o fizesse lembrar de quem era e o que almejava, mas nada lhe dizia.

Até que um dia ele voltou a cidade onde pecou, até que um dia cavalgou até a cidade onde se escondeu com seu amor e acabou por encontrar aquilo que procurava, ou ser encontrado por quem tanto procurava.

Ela estava de costas e seus cabelos escuros ondulavam até abaixo dos ombros, a irregularidade das mexas lhe dizia que ela não possuía paciência para deixar crescer mais do que isso, as roupas que todas as outras mulheres usam rentes ao corpo e coladas por um corpete, nela eram leves e soltas, mas mesmo assim não apagavam sua feminilidade. Daniel sorriu e quando ela virou se deparou com grandes olhos violetas, e então ele lembrou.

—Jeanne! - uma mulher de cabelos brancos misturados aos loiros vinha logo atrás dela, chamando sua atenção, equilibrando sacolas com pães, ovos e leite, Jeanne a ajudou a carregar - Você é um anjo querida, pegou o trigo?

—Claro, mamãe, será que hoje posso fazer geleia com os morangos da horta?

A moça que era no minimo duas décadas mais velha que ela sorriu e lhe afagou a bochecha.

—É claro meu amor, seu pai vai adorar. Você é uma cozinheira nata.

—Tecnicamente é inata mãe, nata é quem aprende após o nascimento.

—E é tão inteligente, eu não poderia querer uma filha melhor!

—É claro, nem eu uma mãe melhor.

O coração de Daniel doeu, por mais que essa mulher fosse tremendamente amorosa e de bom coração isso não estava certo. Jeanne tinha uma mãe melhor, teve, e ninguém poderia substituí-la.

Quando Jeanne ia sair da padaria Daniel se apressou, a menina derrubou o trigo no chão ao tropeçar e prontamente os dois se abaixaram para para juntar. Cheio de dor nos olhos Daniel a olhava crescida e bela , as mãos ágeis que juntavam o trigo esparramado eram iguais as de Lucinda, se não fossem seus olhos ela seria a réplica perfeita.

—Tudo bem, senhor - Jeanne mirou os olhos violetas nos dele - Está tudo bem, eu consigo dar conta, eu agradeço muito pela sua ajuda - ela segurou sua mão com mais força do que Daniel achou que fosse capaz vindo de uma garotinha - Obrigada por tudo.

Depois de sorrir e deixar Daniel sem reação ela saiu com a mãe, ou a que chamava de mãe.

Jeanne D'arc nunca havia se esquecido de que foi Jeanne Grigori, mas sabia que não podia voltar atrás, não podia abandonar sua nova família que a recebeu de braços abertos, não podia deixa-los para trás, pois tanto lutaram para ter um filho, tanto lutaram para cuidar dela, curar sua dor, tratá-la como filha e fazê-la crer na esperança.

Daniel não podia tirar a filha da família que havia acolhido-a, Daniel não podia de modo algum entrar na vida dela agora, após tantos anos sumido, após ter tirado dela uma mãe e um irmão. Daniel não podia tê-la, essa era sua maior maldição, ele veria sua filha crescer longe dele e saberia que ela padeceria sem ele.

Após seu reencontro com sua filha ele sabia que ela não guardava magoas, mas sabia que ela não largaria o que tinha para segui-lo, ele viu o quão sábia sua filha havia se tornado, corajosa e bela. Ela era uma Lucinda perfeita com os olhos do pai.

Havia achado um jeito de comunicar-se com ela, nos seus sonhos conversavam e a conhecia melhor, sabia do seu desejo de acabar com a guerra e de seu desejo de fazer algo importante, de honrar o sangue que carregava.

Daniel foi a voz divina de Jeanne D'arc.


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Notas finais do capítulo

isso ai acabou. tudo que é bom dura pouco.
que mão escrever esse capitulo.
deve ta cuzao



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