Our Curse escrita por Bells


Capítulo 15
Capitulo 15


Notas iniciais do capítulo

Último Capítulo logo teremos um epílogo
e caso vcs se perguntem pq ela demora tanto pra postar É PQ EU NAO TENHO REVIEWS u-u



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/405482/chapter/15

PDV NARRADOR

Daniel não saiu da cidade com Lucinda e Jeanne. Seria propicio fazer isso, mas se eles fugissem era obvio que não ficariam na mesma cidade, era o que pensariam, então por que não fazer o que eles não pensaram?

Apenas se mudaram para a cidade, um lugar onde anjo nenhum se atreveria a ir, mas Daniel se atreveu.

Entre tantas pessoas e animais seu cheiro ia estar misturado, quase irrastreavel.

Escolheu um prédio industrial abandonado, a família havia acabado de deixá-lo, sabe-se lá o porque, mas eles também haviam fugido, a casa estava cheia de bens, mas vazia de vida.

–Daniel – Lucinda sussurrou assustada enquanto entravam no segundo andar do prédio comercial e contemplavam uma simples sala – Isso não é invasão? Essa casa não é nossa.

–Os moradores fugiram, sumiram. Enfim, não há rastros deles, acredite eu verifiquei. Eles não vão voltar.

Lucinda acreditava, porque se alguém podia ter certeza de algo esse alguém era Daniel.

Jeanne estava adormecida em seus braços e se remexia como se tivesse sonhos ruins, Luce beijava sua testa e acariciava seus cabelos.

–Meu pequeno anjo – Murmurou para ela enquanto Daniel as guiava para um quarto de casal, onde no canto possuía um berço singelo de metal.

Daniel estendeu os braços para pegar a filha e repousá-la no berço. Tão logo a soltou Lucinda estava em seu peito chorando, e segurando suas roupas com força.

Em um sobressalto Daniel a abraçou e beijou suas lágrimas.

–Vou proteger vocês, Luce, eu juro.

Lucinda soluçou.

–E quem vai te proteger, meu amor?

Daniel apenas sorriu, enquanto acariciava os cabelos daquela mulher que amava, pela primeira vez não tinha certeza.

Abraçou-a forte e sussurrou em seu ouvido:

–Sempre vamos nos encontrar.

Luce não sabia por que, mas sentia que isso era um adeus.

– Cinco Meses Depois –

Jeanne chorava muito, mais do que nunca. Luce sabia que aquilo era um sinal. A noite era pior. Tudo estava em silêncio, menos o prédio onde eles estavam, onde Jeanne chorava sem parar.

–Pare, shh, querida, por favor – Lucinda sentia as lágrimas em seus próprios olhos, enquanto chacoalhava sua filha. – Temos que ser discretos, minha querida... Não queremos que papai vá embora, não é?

Jeanne engolia o choro, mas continuava fungando. Lucinda costumava dormir com ela colada a seu peito, ambas sentiam-se mais confortáveis e seguras.

Daniel saia de vez em quando, apenas de dia, quando podia se misturar com as pessoas. Ele parou de cortar madeira para o duque, pois para isso precisaria voltar a floresta. Então ele passou a engraxar sapatos, o que não era ótimo, mas era o suficiente.

–Luce – Daniel acordou no meio da noite, Jeanne já dormia abraçada no colo da mãe, mas Luce continuava de pé, e encarava a janela fechada. – Luce – Ela não teve reação Daniel a chacoalhou – Meu amor.

Lentamente seus olhos assustados se viraram para ele, lá havia lágrimas.

–Ei – Ele a abraçou e acariciou seu rosto antes de beija-la – O que foi?

–Não podemos viver assim – Luce soltou em um suspiro – Ela chora, Daniel, mais do que o normal, você sabe que algo vai acontecer... Está próximo.

Daniel pensou em por Jeanne no berço para poder consolar a esposa melhor, mas sabia que ambos precisavam dela ali.

–Eu sei, mas – Daniel não sabia o que dizer – Luce... Ah... Eles nunca vão desistir até eu...

–NÃO! – Repentinamente Lucinda grita, assustando até a si mesma, arrepende-se no mesmo, momento, podia ter acordado o bebê em seus braços, ela apenas bota Jeanne na cama e volta a mirar Daniel – Não - repete desta vez quase sem voz – Não se entregue. Não vá.

–Lucinda...

–Não.

Daniel suspirou, sabia que não haveria discussão com ela, que seria do modo mais difícil, ela estava apenas adiando o inevitável. Ambos não podiam fazer nada, além de sofrer pelo futuro próximo, e se amar no presente.

Ele envolveu a barriga protuberante da esposa, ela ficava mais amostra com a camisola. Daniel temia não pelo o que seria feito dele, mas o que seria feito da sua família.

Luce suspirou e passou os braços pelo pescoço do Daniel, pela primeira vez pensou em sua antiga família e o que teria acontecido se tivesse permanecido com eles.

Ela sorriu, não se arrependia de tê-los deixado.

–Ei – Daniel sussurrou na orelha de Luce, que abriu os olhos para ele – Acho que dessa vez é um garoto.

Luce deu uma risada curta.

–Isso apenas Jeanne poderia dizer.

Segurando a mão de Daniel, Luce voltou para a janela e a afastou um pouco, a frente havia outro prédio comercial, as luzes estavam acesas e pela janela aberta Lucinda podia ver uma mulher desamparada, chorando sem controle.

Ela chorava assim todas as noites, algumas vezes Luce viu o marido a consolar.

Daniel a abraçou pela cintura.

–Queria saber por que ela chora tanto...

Era claro que Daniel sabia, conhecia cada detalhe da vida das pessoas da vizinhança.

–Os D’arc. – Ele contou – Não podia ter filhos, tiveram a sorte da mulher engravidar uma vez, mas...

Lucinda assentiu, seu filho estava morto. Ela suspirou, sabia da alegria que ter filhos proporcionava, aquela mulher estava privada disso.

Deixou a janela fechar.

Deitou-se de volta, nos braço de Daniel.

–Nós temos sorte – ela disse contra o peito dele, seus lábios estavam na testa dela – Temos uma filha, e em breve mais um, mas, tudo é tão perfeito que...

Desta vez Daniel assentiu, ela não precisava terminar a frase. Ele sabia.

Como eles iriam adivinhar que essa seria sua última noite juntos?

Na noite seguinte Jeanne não dormiu, mas também não chorou, o bebê sentou em sua cama e encarou a mãe, que vez ou outra acordava, sorria para o bebê e olhava para ele até pegar no sono de novo.

Então um estrondo não permitiu que ela voltasse a dormir, ou até mesmo sorrir.

Em um pulo ela levantou e agarrou Jeanne que fez um beiço, mas não chorou.

Daniel já estava em pé e lançou para Lucinda um roupão grosso, ela não perguntou nada apenas o vestiu.

Ele puxou a janela e socou a parede, Lucinda se sobressaltou, enquanto Daniel bufava.

Ele olhou para ela com todo o sofrimento do mundo, ela refletiu seu olhar.

Daniel puxou seu queixo e a beijou ternamente, em um adeus.

–Fique aqui com ela, quando eles saírem, vá. O cavalo está lá atrás.

–Daniel... – Lucinda soluçou – Por favor, não...

Daniel já estava ao pé da escada, Lucinda segurou seu braço.

–Eu te amo – Ele beijou sua mão.

–Eu também te amo – Ela soluçou.

Daniel voltou e beijou a testa de Jeanne.

–Minha garota.

Então desceu pelas escadas, correndo, antes que a situação piorasse. Lucinda suspirou, ele era corajoso.

Mas ela também era, e não ficaria ali.

Enrolou sua filha em um coberto no qual havia bordado Jeanne, e então desceu as escadas, delicadamente, mas rápida, Jeanne chacoalhava.

–Querida – Ela olhou nos fundos dos olhos da filha, que apenas a avaliava, Lucinda a escondeu atrás de um balcão onde havia algumas almofadas. – Preciso que fique aqui, pode fazer isso pela mamãe?

Jeanne concordou, Luce lhe ofereceu um pequeno sorriso e beijou sua testa, então retirou do pescoço uma corrente, ela a abriu e tirou do dedo anelar sua aliança, fazendo-a escorrer pela corrente e depois prendendo-a em sua filha.

–Eu te amo, minha anjinha.

Jeanne segurou a corrente e então beijou o rosto da mãe, sabia que aquilo era difícil, ela queria chorar, sabia o que aconteceria, mas ela queria que sua mãe a visse bem.

–Amo também mamãe – Sussurrou.

Luce mordeu o lábio e conteve um soluço, então se afastou pelos fundos, ouvia em frente a casa discussões e não reconhecia quase nenhuma das vozes, apenas a de Daniel, seu coração apertou.

Esgueirando-se chegou ao fundo da casa dos D’arc, tendo fresca em sua mente a conversa que teve ontem com Daniel, sobre essa família. Ela sabia o que estava fazendo, nervosa bateu na porta, várias vezes, sem dar brechas de parar, até o rosto enrugado da mulher a qual Lucinda sempre vira chorando apareceu. Seu olhar era sofrido, um vinco se formou em sua testa.

–Por favor – Lucinda suplicou pegando suas mãos – Escute-me – A mulher deu espaço para Lucinda entrar, mas esta apenas se negou, sacudindo a cabeça pela qual escorria lágrimas – Não me peça explicações, sei que as devo, mas apenas não peça, eu... Eu que preciso lhe pedir algo. – Lucinda respirou frente, pronta para soltar tudo de uma vez, o mais rápido possível – Eu moro no prédio da frente, tenho uma filha e ela está em perigo... Eu e meu marido não temos muito tempo... Eu preciso que cuide dela, a crie como sua filha e... – A mulher estava apavorada com o pavor que emanava de Lucinda, assentiu prontamente – Ensine-a a acreditar em anjos.

–Eu nem sei seu nome... – A mulher balbuciou assustada, encarava Lucinda com compaixão, mas confusão e medo.

–Não precisa – Luce até sorriu um pouco pela cordialidade. – Mas... Eu não sei se isso vai acabar bem, apenas... Salve-a, por favor. – Um estrondo as fez se encolher, Lucinda se enrolou no roupão – Fique atenta, à janela, quando nos formos, salve-a. Está atrás do balcão... – Lucinda fungou – A faça lembrar do amor, ok?

Lucinda soltou as mãos da mulher que ficou paralisada, ela deixou-a para correr até Daniel.

Havia mais do que apenas um anjo, Lucinda não teve tempo para ficar chocada, era um grupo de asas brancas.

Havia anjos de todos os tipos e características, como humanos. Havia os que ficavam para trás. Uma garota com cabelos loiros que escorriam até a cintura, lisos, ela usava maquiagem forte, e botas. Ao seu lado estava um anjo parecido com Daniel, mas ele tinha olhos esmeraldas e cabelos pretos, havia mais a frente, anjos severos, sisudos.

–Daniel! – Lucinda ofegou ao encontrar no meio do circulo um Daniel decidido e corajoso.

Lucinda se jogou contra ele convulsionando, ele ofegou e a abraçou protetor, implorando para que nada acontecesse com ela, ele nunca se perdoaria.

–Lucinda – respirou o cheiro de amêndoas de seu cabelo – O que estás fazendo aqui, eu lhe disse, Lucinda, eu lhe disse para ficar – Daniel segurava o rosto de Lucinda, olhando no fundo de seus olhos molhados, ele estava banhado de pavor – Luce...

Lucinda sabia o que ele perguntaria, e o abraçou, para que sua voz soasse mais baixa, apenas para ela, para que ninguém mais soubesse.

–Jeanne, Lucinda, você deve salvá-la.

–Ela está bem, meu amor – Luce afirma com as lágrimas contidas.

Um anjo bate as asas furiosamente, Daniel joga Lucinda para trás de si e o encara.

O anjo tinha asas grandes, olhos azuis faiscantes.

–Vejo que ai está o seu pecado, Daniel – Sua voz lembrava unhas no quadro negro.

O anjo se inclinou para ver Lucinda de mais perto, aproximou-se, Daniel caminhou para trás segurando Luce, levando-a consigo, ela espiava por trás de seu ombro.

–Afaste-se dela, seu problema é comigo, Lúcifer.

Lúcifer sorriu para ele.

–Ela também é o problema Daniel, ela desequilibrou nosso Paraíso, desafiou o trono e... – Lúcifer agarrou o pulso de Lucinda, rápido demais para Daniel acompanhar, Lucinda estava a frente de Lúcifer, a camisola e o roupão balançando ao vento. Lúcifer correr as unhas pela sua barriga – Ela carrega outro pecado, Daniel... Como pode?

Lúcifer empurra Lucinda de volta a Daniel, ela fraqueja quando ele a segura em seus braços.

–Ah, Daniel – ela lamenta olhando em seus olhos, tocando seu rosto, sabia o que estava para acontecer, encostou sua testa na dele – Eu te amei tanto, como pode isso ter sido um pecado?

Daniel suspirou, ela estava se despedindo, ele não iria salvá-la.

–Não, Lucinda, não faça isso. Eu te amo.

–O quê?! – Lúcifer estoura ao se virar para eles, seus olhos lembram labaredas – Você a ama Daniel? ESTAMOS DESTINADOS A CAIR PORQUE VOCÊ SE APAIXONOU POR UMA HUMANA? – Os demais anjos ofegaram e se afastaram, Lucinda se perguntou o que ele quis dizer com cair – EU OS AMALDIÇOO DANIEL GRIGORI, SUA HUMANA VAI PARTIR, E PARTIR, E PARTIR, ELA NUNCA, NUNCA VIVERÁ MAIS DO QUE SEUS DEZESSETE ANOS E VOCÊ – Lúcifer aponta para o peito de Daniel – E SEU AMOR SERÃO SEMPRE OS RESPONSÁVEIS PELA MORTE!

Assustada Lucinda se encolhe no peito de Daniel, seu peito sobe e desce com raiva, seus punhos estão cerrados ao redor de Lucinda. Ela teme pelo o que ele vai fazer.

Daniel era um anjo, mas seria ele o suficiente para lutar com aquele anjo com olhos de labareda?

–Olhe para mim – ela sussurra em suplica, precisa disso, uma última vez, Daniel a obedeceu, a raiva em seus olhos se dissipou – Você é meu anjo, Daniel Grigori – Lucinda sorriu para ele – Eu o amo.

Dito isso ela se jogou contra seus lábios, tomando todo o fôlego que tinha para fazer seu último momento durar.

Ambos de olhos fechados sentiam sua morte.

Lúcifer queimou por dentro e arrancou do anjo com olhos esmeraldas um arco e uma seta, uma seta estelar, sem medo, e com mira, ele acertou as costas de Lucinda, perfurando seu coração, pode ver a ponta da seta sair em seu peito esquerdo.

–Não! – Daniel gritou enquanto Lucinda falecia em seus braços, caiu com ela no chão – Lucinda – Daniel chorou, como nunca havia feito antes, ele provou da água salgada de seus próprios olhos – Ah, meu amor não.

Os olhos de Lucinda sorriram antes de morrer, ela partiu olhando para aquele que a fez sentir viva, foi seu final perfeito.

Daniel beijou sua testa, e jurou silenciosamente encontrá-la novamente.

A alma de Lucinda fez algo que alma nenhuma havia feito antes, ela brilhou, antes de por fim, desaparecer. Ela não subiu, apenas evaporou.

–Vamos Daniel, - Lúcifer diz agora mais calmo – Você tem um encontro marcado.

Ainda segurando o corpo de Lucinda ele encara todos os olhos de seus irmãos divinos, parando nos olhos esmeraldas de Cameron ele sussurra sua própria maldição.

–Você não saberá, nunca, o que é ser amado, Cameron.

Cameron se encolheu, se ele ao menos tivesse escolha...

–Vamos – Tesrissel chama a Daniel, ele quase nunca a via, mas ela estava ali, os cabelos ruivos ondulando, fiel a Lúcifer como se ele fosse seu Senhor – Temos pouco tempo.

–Eu não vou deixar o corpo de Lucinda aqui, ela não ficará sozinha – Daniel afirma afagando os negros cabelos de Luce.

Molly se aproximou e se ajoelhou a frente dele, tocou sua mão e o fez olhar para ela, tentou lhe oferecer um sorriso.

–Vá, eu cuido disso, ela terá um descanso apropriado, seu próprio paraíso.

Daniel confiou em Molly, como temia fazer novamente com qualquer um, levantando-se passou o corpo sem vida de Lucinda para ela, e sem escolha partiu, sendo levado por Roland e Cameron, seguindo Lúcifer.

Estava na hora de sua queda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijos
comentem
paz