Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 36
Capítulo 35




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/405344/chapter/36

Eram 4:30h da manhã. Sam virou-se na cama e fechou os olhos em mais uma tentativa de adormecer. Foi em vão. A ansiedade o dominava por completo. Não era para menos... Aquele dia parecia fechar um ciclo: o primeiro dia de visitas de Roger ao colégio. A dor e a tristeza estavam ficando definitivamente para trás... Sam suspirou fundo e agradeceu a Deus o momento de paz que estavam vivendo. Além disso, o menino tinha ainda mais um motivo para estar ansioso: planejava para aquela noite a sua tão sonhada noite de amor. Já tinha tudo cuidadosamente arquitetado.

–-----------------------------------------------------------------------

Os dias que antecederam o primeiro dia de visitas dos pais ao colégio, desde a fuga dos meninos, passaram depressa. O romance entre Dean e Sam ia às mil maravilhas. Encontravam-se fora das aulas sempre que possível e, juntos, passavam momentos muito agradáveis: quer fosse namorando, conversando, estudando ou brincando...

Sam pouco pensava agora em Tristan, Ross e sua trágica história de amor. Já tinha tudo resolvido em sua cabeça. Sua missão agora era ser feliz ao lado de sua alma gêmea: Dean. O louro, por sua vez, estava muito aliviado ao perceber que a obsessão de Sam pelos amantes da gruta finalmente parecia ter chegado ao fim. O moreno agora se comportava de maneira carinhosa e atenciosa o tempo todo.

Sam nem mesmo reclamava mais da amizade entre Dean e Brian. Não ia com a cara do garoto mais velho, isso era verdade... Sentia ciúmes também, mas aprendeu a se controlar. Além disso, respeitava a vontade do namorado em permanecer no time de basquete do colégio.

Dean, Brian e o restante do time já haviam saído do colégio para competir algumas vezes. Sam, claro, sentia-se inseguro, mas segurava as pontas. Sabia que Brian continuava tentando jogar Dean para cima das garotas... O louro não mentia quanto a isso. Mas Dean agora sabia se defender muito bem. Sempre se desvencilhava delas, da maneira mais educada possível.

Além de Dean e Sam, quem passava por uma fase muito feliz era Clark. O garoto, cada vez mais confiante, estava agora definitivamente fora da mira dos valentões. Por vezes ele inclusive ajudava os meninos menores e mais fracos a se defenderem também.

Com toda a energia positiva que circulava ao seu redor, Garth também se beneficiava. Há tempos os quatro meninos não estavam tão em paz...

–------------------------------------------------------------------------

O sentimento que dominava aquela manhã, entretanto, não era exatamente de paz. Sam pensou em Dean. Se ele estava acordado, ansioso, o louro provavelmente deveria estar subindo pelas paredes...

E ele estava certo... Dean também mal pregara os olhos à noite. O louro ficou surpreso quando o namorado bateu em sua porta ainda de madrugada, todo arrumadinho e de banho tomado.

– Sammy, o que você está fazendo aqui a essa hora? – o louro perguntou, forçando um bocejo.

– Você estava dormindo? – Sam pareceu surpreso.

Dean fez que sim com a cabeça. Claro, o que mais ele haveria de estar fazendo às 5h da manhã? De forma alguma iria admitir toda a angústia que sentia. Não queria parecer um garotinho idiota...

– Ah, desculpa... É que eu pensei... Ahh, deixa pra lá... Pode dormir... – Sam falou sem graça.

– Hey, tudo bem... Não está me incomodando... Uma visita sua é sempre bem-vinda. – E dizendo isso, Dean deu um selinho no namorado e convidou-o a se sentar com ele na cama.

– Dean... – o moreno então perguntou – Você não está ansioso? Com a visita do seu pai e tudo mais?

A pergunta pegou o louro de surpresa. Para que falar sobre algo que o atormentava? A verdade é que ele estava com tanto medo de se decepcionar que nem se permitia ter muitas esperanças de que o pai viesse de fato visitá-lo.

– Não... Eu nem sei se ele vem mesmo, Sammy... – Dean respondeu então de cabeça baixa.

Sam arregalou os olhos. Como assim não sabia? Roger havia prometido! É claro que ele vinha...

– Dean... Por que está dizendo isso...?

– Sei lá, Sammy... Talvez ele não possa vir. Não sei...

– Não possa vir? Por quê? – o moreno definitivamente não estava entendendo todo aquele pessimismo...

– Bem, contratempos acontecem. – Dean falou de forma um tanto brusca, como se quisesse pôr um fim na conversa. Era exatamente isso que ele queria: dar um fim àquele assunto. Seu pai podia mesmo não aparecer... Aliás, era quase provável. E se isso acontecesse, Dean não queria que se apiedassem dele. Não aparecer não era sinônimo de tê-lo abandonado de novo... A mãe não aparecia também, e até onde ele sabia, ela não o tinha abandonado de vez. Contratempos acontecem mesmo, e nem sempre é possível para uma pessoa cumprir com sua palavra...

Sam se calou. Pensou que encontraria o namorado tão otimista quanto ele... Imaginou que naquele momento poderiam estar rindo, imaginando como seria o encontro de seus familiares, naquele dia que tinha tudo para ser especial. O moreno foi invadido por um sentimento confuso. Estava decepcionado.

Dean mudou de assunto. Conversar sobre qualquer outra coisa parecia apropriado naquele momento. Quanto menos se preocupasse com a possível visita do pai, melhor...

Quando o relógio marcou oito horas, entretanto, nenhum dos dois meninos conseguia pensar em outra coisa, apesar de não conversarem sobre o assunto. A chegada dos familiares estava marcada para as 9h.

– Dean, você devia ir tomar banho... Começar a se ajeitar... – Sugeriu o moreno.

Dean não discutiu e as 8:30h já estava pronto. Os dois meninos então foram para o salão, chegando bem mais cedo que a hora marcada. Não foram os primeiros a chegar, entretanto. Uma meia dúzia de garotos já estava lá, ansiosos também por reencontrar seus parentes. A medida que o tempo foi passando, mais meninos foram chegando, inclusive Clark e Garth. Mas Sam, e principalmente Dean, não queriam mais ninguém ao seu redor, e permaneceram sentados em uma mesa afastada.

Quando deu nove horas, ansiosos, os meninos olhavam para a porta principal do salão. Os pais começavam a chegar. Garth foi um dos primeiros a avistar seu pai, mãe e irmãos, e saiu correndo em direção a eles, feliz da vida. Em seguida levou-os para passear pelos jardins do colégio. Os pais de Clark também não custaram a aparecer. Mas onde estava o pai de Dean? Sam olhou no relógio aflito. Eram 9:10h.

O moreno olhou para Dean, que exibia o olhar mais triste do mundo.

– Ele já vem... Não se preocupe. – o menino disse baixinho, segurando a mão do namorado.

Dean apenas suspirou, e nada disse. Ele estava se sentindo muito mal por ter que esperar o pai, sem nem mesmo saber se ele realmente viria. Seu coração batia descompassado e ele sentia sua respiração falhar.

Vendo o sofrimento aparente do louro, Sam tentava animá-lo.

– Meus pais também ainda não chegaram, Dean... É normal as pessoas se atrasarem um pouco. Ainda tem muita gente esperando...

Dean conferiu o relógio. Onze minutos haviam se passado agora. Onze minutos não era muito tempo, afinal... Mas quanto tempo precisaria sofrer ali até ter a certeza de que Roger não apareceria para vê-lo? Em qual momento ele decidiria que não adiantava mais ter esperança alguma? Dean teve tanto medo que sentiu uma lágrima se formando. Tratou de engoli-la, porque Sam já lançava olhares piedosos em sua direção. Detestava mostrar o quão quebrado estava por dentro.

– Talvez ele não possa vir... – Disse Dean então, dando de ombros. – Mas se não vier, tudo bem.

O coração de Sam batia mais forte. Roger tinha que aparecer... Se ele não viesse, não estaria nada “tudo bem”. Longe disso! Dean não iria aguentar...

Foi com pouca felicidade que o moreno avistou seus pais chegando. Preferia que eles sim, estivessem mais atrasados, pois sua chegada apenas agravava as coisas. Sem opção, levantou-se e foi até eles, fazendo questão de levar Dean consigo.

– Esse é o Dean, meu melhor amigo. – disse Sam, apresentando o louro a Sharon e Gerald, depois de receber dos dois abraços apertados.

Dean foi simpático, e sorriu para eles.

– E quem é aquele? – perguntou Gerald um tanto alarmado quando viu Clark passeando por ali com sua calça prateada.

– É o Clark... é meu amigo também... – respondeu Sam, interrogativo. Qual era o interesse do pai em Clark afinal?

– E andar desse jeito aqui é permitido? Em que mundo estamos vivendo? – o homem disse em tom de reclamação.

Sam então explicou ao pai que eles tinham alguns dias livres. Na maior parte do tempo, usavam uniforme, mas nesses dias especiais, podiam escolher o que vestir. O dia de visitas era um desses dias, mas alguns poucos dias de aula também eram livres. E existiam regras... Não era permitido usar saias, por exemplo, se não com certeza Clark já haveria de ter arranjado a sua...

Gerald balançou a cabeça em desaprovação.

Dean, ao lado dos dois, escutava àquela conversa sem prestar muita atenção. O que importava a roupa que Clark vestia? Ele poderia andar nu, se assim desejasse... Dean pouco se importava.

O menino se desculpou, retirando-se em seguida. Infelizmente não aguentaria passar o dia ao lado de Sam e de seus pais. Roger não viria, agora tinha certeza. Ele tinha sido um idiota por ter tido um pingo de esperança, e agora sofria as consequências desse erro. Devia ter mantido os pés no chão, e jamais acreditado que teria a visita do pai. Quem mandou ser tão burro?

Dean andava em direção ao dormitória sentindo seu coração esmagado dentro do peito. As lágrimas já começavam a rolar em seu rosto. Tudo o que ele queria era se esconder em baixo das cobertas e fingir que, por um momento, ele não era ele mesmo.

– Dean! – A voz do namorado trouxe o louro de volta à realidade. Dean o amava, mas naquele momento precisava ficar sozinho... Será que Sam não entendia? Por que tinha ido atrás dele? O menino enxugou as lágrimas depressa, e olhou para trás.

Sam estava lá e acenava para ele, exibindo um sorriso largo no rosto. Ao seu lado, não apenas Roger, mas também sua mãe, Sarah, e sua irmãzinha, Mackenzie, esperavam por ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Nova Chance" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.