Na Linha Da Vida escrita por Humphrey


Capítulo 17
Caro encontro


Notas iniciais do capítulo

Geeente, mil desculpas por não ter postado o capítulo no domingo :-S Eu fui à praia .-. E na segunda, eu fui dar um rolé com uns amigos, hahaha.
Enfim, aí está *-* Acho que vocês vão me matar pelo final do capítulo, mas não tem problema, a vida tem dessas coisas.
Kisses 4 u



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/404982/chapter/17

Na sexta-feira à tarde, aproximadamente quarenta minutos após uma conversa com Martin, a empregada me avisou que alguém estava à minha espera. Desci as escadas e abri a porta. Quando vi quem era, saí da casa e fechei a porta rapidamente, para que ninguém o visse. Olhei para seu rosto, e ele estava com o sorriso torto esboçado – eu já esperava essa expressão.

– O que você pensa que está fazendo? Meu tio está em casa! – exclamei.

Brandon não respondeu, apenas me mirava.

– Você está bem? – perguntei novamente.

– Estou, estou. Vem cá... – Ele pegou a minha mão e caminhou comigo até chegarmos ao portão, quase me arrastando, quando parei.

– Aonde está me levando? É sério, você não bebeu de novo, não é? – eu indagava, mas ele não respondia sequer uma pergunta.

– Escute, eu quero te levar a um lugar, ok? Era pra ser uma surpresa, mas certa pessoa pensa que eu vou a sequestrar. Sossega, maquininha! – Ele continuou a caminhar, a mão segurando a minha.

– Devia ter me avisado que viria e quase arrancaria a minha alma de mim. – Ele rolou os olhos. – Eu não vou desse jeito! – Livrei minha mão da dele e ajeitei o vestido simples branco que usava.

– Se quer saber, eu não vou leva-la a um lugar com muitas pessoas, então não se preocupe. Quero dizer, haverá muitas pessoas, mas... elas... deixa pra lá. Além disso, você está... – Ele coçou a nuca, um pouco intrigado. – Você não está feia. Só me siga, tudo bem?

Assenti, e avisei à empregada que iria sair através do interfone.

Ao sairmos portão afora, vi o carro da mãe do Brandon estacionado próximo à calçada. Franzi o cenho, e ele soltou uma risada baixa e abafada enquanto se aproximava do carro e abria a porta do passageiro.

– Minha mãe e Deisy saíram sem o carro, então eu fiz proveito disso. – Ele apontou para o banco do carro à mostra, indicando que eu deveria entrar.

Eu me sentei no banco e revirei os olhos novamente, indignada com a irresponsabilidade dele. Brandon se sentou em seguida, no banco do motorista, e ligou o carro; havia dois buquês de flores no painel, alguns enfeites típicos de mulheres e papéis.

– Espera aí, você não tem idade para dirigir, tem? – perguntei.

– Aprendi a dirigir com dezenove anos – ele respondeu, sorrindo.

Abri a boca para metralha-lo com um interrogatório, mas ele me interrompeu:

– Calma, calma, eu tenho dezessete anos. Só estava curtindo um pouco com a sua cara. – Ele tentou conter a risada. – Coloque o cinto.

– Mas é lógico que eu vou colocar, você é quem está dirigindo. Aliás, você só pode dirigir com alguém maior de dezoito anos, seu irresponsável – Sorri, e ele estreitou os olhos, me odiando por alguns segundos.

Ele entrou em diversas ruas, até as que eu nem sabia que existiam. Algumas árvores e casas depois, encarei o cenário, que foi ficando cada vez mais verde e pacífico. Logo à frente, vi um enorme portão enferrujado, com algumas trepadeiras que se enrolavam nos pequenos ferros retos, e uma cruz logo em cima. Brandon e eu nos entreolhamos. Ele sorriu com os lábios cerrados. Estacionou, abriu a porta ao seu lado, pegou os dois buquês do painel e saiu do carro. Calmamente, fiz o mesmo em seguida, tentando raciocinar, por um momento, por que ele teria me levado ali e o motivo das flores.

Brandon caminhou até o portão e o empurrou, dando passagem para mim, que estava logo atrás. Sérios, passamos por alguns túmulos, e paramos em frente a dois deles. Li os nomes "Diana Mitchell" e "Carl Mitchell", e mordi o lábio inferior.

– Pedi informações à sua tia quando você não estava por perto. Ela é bem gente boa, até bem mais do que aparenta ser. Ah, e elogie os bobes do cabelo dela, por mim – disse ele, sorrindo.

Pus as mãos no rosto, cobrindo a boca e o nariz, apenas.

– Você não vai dizer nada a eles? – Brandon me perguntou.

Assenti, nervosa. Ajoelhei-me entre os dois túmulos e coloquei minhas mãos sobre cada um deles.

– Pai, mãe – Suspirei, sentindo dificuldade para começar. –, eu sei que vocês devem ter tido motivos esclarecedores para me deixarem quando eu era bebê, mas eu não ligo. Não me importo se a nossa família disse que estavam errados, porque... eu sei que não. – Respirei. – Vocês são e sempre serão especiais para mim. Além disso, obrigada por me fazerem nascer. – Sorri. – Eu sou muito grata por isso.

Olhei para Brandon, que estava parado atrás de mim e com os braços cruzados, prestando atenção no meu discurso. Ele acenou com a cabeça, como quem diz: “prossiga”, e sorriu.

– Eu sei que um dia estarei aí, com vocês, e vou poder abraça-los até não poder mais. Mas, até esse dia chegar, eu quero que saibam que são especiais para mim desde sempre, e que eu os admiro muito por se amarem mesmo quando todos estiveram contra. Eu amo... vocês.

Neste momento, Brandon se abaixou e me entregou os dois buquês de margaridas. Deixei um em cada túmulo e logo me levantei.

Minutos depois já estávamos no carro. Fechamos as portas, ainda em silêncio.

– Você quer dirigir? – ele me pergunta, em meio ao estranho silêncio.

– O-o quê? Eu não sei! – respondi, ainda um pouco nervosa com o que havia acontecido.

– Quer aprender? – O canto de sua boca levantou.

– Você é louco. – Revirei os olhos.

– Obrigado. – Brandon agradeceu ironicamente, antes de descer do carro, abrir a porta ao meu lado e oferecer a mão para me ajudar a levantar.

Vendo que eu não me renderia tão facilmente, ele suspirou.

– Se algo acontecer, eu me responsabilizo por tudo, tá bom pra você?

Cogitei por alguns instantes.

– Tá, tudo bem. – Segurei sua mão e me ergui. Ele estampou um grande sorriso no rosto e trocamos os nossos lugares.

Brandon me mostrou passo a passo como se dirigia. Ele foi atencioso, embora eu quase tenha batido o carro três vezes. Depois dos quase acidentes, eu dirigi o carro até à minha casa. Brandon parecia satisfeito, e, quando estacionei em frente ao portão, ele soltou o ar preso no peito e colocou as duas mãos atrás da cabeça, pressionando-as.

– Achei que eu não chegaria vivo aqui – ele disse, olhando para frente.

– Você é muito incentivador, obrigada – ironizei.

05h03 era o que marcava o meu relógio de pulso. Brandon e eu ficamos olhando a paisagem através do vidro à nossa frente, como se aquilo fosse a coisa mais interessante a se fazer no momento.

– Você não vai me contar? – ele indagou.

– O quê? – Dei um sorriso inocente, tentando disfarçar a inquietação que passei a sentir após a pergunta, e o fitei.

– Sobre o que você tem. Não vai me falar nada? – Ele também sorria, de um modo singelo e sem ansiedade que, de alguma forma, me deixava um pouco mais tensa.

– Como assim?

– Sua doença. Não negue, Anne.

Pisquei uma vez, surpresa, e, de repente, meus olhos começaram a arder. Virei o rosto para o outro lado, pensando no que faria para tentar escapar disso, mas, então, ele o virou novamente com uma das mãos, segurando meu queixo e fazendo olhá-lo nos olhos. Segurei seu pulso levemente, tirando suas mãos do meu rosto.

– Há um tempo, eu descobri que os meus tios sabiam que eu estava doente, no entanto, nunca me contaram nada a respeito. Quando eu comecei a piorar, fui ao médico e ouvi o que ele disse. Fiquei completamente apavorada. – Brandon apenas me ouvia concentrado. – Eu não sei se isso é destino ou coincidência pra cacete, mas... – Engoli em seco – eu vou morrer, Brandon. – Meus olhos foram ficando cada vez mais pesados. Apertei os lábios, esperando Brandon fazer ou dizer algo, mas ele apenas me encarava, incrédulo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

:-3 E aí, vão me matar? Não? Obrigada, hehehe :-B
PS: O próximo capítulo vai ser tenso por dois motivos, que não vou dizer quais ainda, haha .-. Pelo menos, não agora...
Bjs no heart doceis