Na Linha Da Vida escrita por Humphrey


Capítulo 15
Caro Martin


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi! :-D Vocês vão achar estranho a parte do... bem... não posso dizer, ashdashd Enfim, enfim.



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Novamente sentada junto à Cindy, Natalie e Jéssica, conversávamos sobre o Aquatic Club do ano. Eu, de vez em quando, evitava conversar sobre algumas coisas deste assunto. Um pouco distante da mesa, Brandon e Trevor – sim, Trevor – cochichavam. Achei completamente estranho o fato de eles estarem conversando normalmente, mas logo foquei-me ao assunto.

– Eu reparei em uma coisa, Anne... – Jéssica disse a mim, após debruçar-se sobre a mesa do pátio e me encarar sorrindo.

– O quê? – Tomei um pouco do suco da caixinha.

– Em todos esses anos em que fomos ao Aquatic Club, você nunca entro...

– Anne, posso falar com você? – David interrompeu a Jéssica; todas nós o olhamos. Ele se aproximou de mim, tímido pela presença das outras garotas.

Observei as outras três me encarando com angústia.

– Pode sim. – Pigarreei para repreendê-las. Ao se tocarem do meu sinal, saíram da mesa, ainda angustiadas.

Ele sentou-se ao meu lado e colocou um dos cotovelos em cima da mesa.

– Sabe, naquele dia, o nosso encontro não foi muito bom, se é que me entende. E bem, você não quer sair comigo amanhã, novamente? Prometo que vai ser legal. Você pode escolher aonde vamos, tudo bem? Ah, claro, isso se você quiser ir, porque...

– Ok.

Ele sorriu, envergonhado pela crise de chuva de frases novamente.

– Então... tá. Hmm... às seis, pode ser? Parque, cinema... o quê?

– Tá, às seis. Parque, tudo bem para você?

– Claro. – Ele estampou um sorriso gigantesco no rosto, me deu um beijo na bochecha rapidamente e saiu.

As garotas voltaram a sentar-se na mesa.

– Uau – Cindy exclamou. – Ele está a fim de você?

– Não, é claro que não.

– Dar beijo na bochecha não parece ser comum entre um garoto e uma garota que quase nunca se falam – disse Natalie, passando uma das pernas por debaixo da mesa e ajeitando a postura ao sentar-se.

Revirei os olhos, sorri e pedi licença para sair da mesa. Aquelas garotas não pensavam em mais nada senão roupas, sapatos e namoro. Elas eram legais, sim, mas deveriam ler um pouco mais, se interessar por coisas novas... seria bom para a mente de cada uma delas.

No sábado à tarde, uma das empregadas me trouxe o remédio e um copo de água. O tomei e me direcionei ao banheiro do quarto para tomar um banho, antes de me arrumar para sair com o David. Liguei o computador; Martin, para a minha felicidade, estava online.

Conversamos por quinze minutos apenas, o que não fazíamos há dias.

Bailey, eu quero te propor uma coisa”, ele disse.

Pode propor”.

Na tela, apareceu a frase “Martin está digitando...”. Esperei ele digitar por alguns segundos, mas fui interrompida pelo toque da campainha que veio do primeiro andar. Peguei rapidamente um casaco do guarda-roupa e desci as escadas.

– Deixe que eu atendo – disse à empregada, vestindo o casaco fino de lã bege.

Abri a porta e ele sorriu. Retribuí.

Quando chegamos ao parque, sentamos em uma mesa de piquenique que ficava por ali. O sol estava quase se pondo, e o céu começara a ficar alaranjado. Crianças brincavam entre elas, pais conversavam e cães pulavam, alcançando seus frisbees. Estava ótimo.

– É... tudo bem? Parece pensativa – ele disse, em meio às risadas das crianças e cantos de pássaros.

– Não, eu... eu estou bem, sim. – Olhei para ele.

– Bom. – Dançou os dedos na mesa, entediado. – Você e o Trevor não são muito amigos, não é?

– Digamos que... eu não gosto de conviver com germes. – Sorri ironicamente.

– Entendi. Mas por que não gosta dele?

Eu respirei fundo. Falar do Trevor nunca era um desafio fácil; ele já fora meu amigo, cuja confiança fora quebrada em pedaços após a aposta besta que fizemos.

– Eu não o suporto, é simples. Trevor é falso, eu sei disso. Completamente falso. Quero mais é que ele se ferre, não estou nem aí. – Respirei para conter a raiva. – Eu tinha vontade de me tornar amiga dele e, agora, depois de pensar muito, não mais. A mania de se achar o tal, querer chamar a atenção de todos... é ridícula. E eu não gosto dele.

– Ah, é... Nossa... – ele se espantou. – E o que você acha do Brandon?

A pergunta me pegou de surpresa.

– Por que está me perguntando isso?

– Nada de mais.

– Tudo bem. Bom, ele é legal... – Pausei. – Eu achava que nunca gostaria dele.

Ele assentiu, incerto, olhou as mãos que estavam quase debaixo da mesa, e voltou o olhar para mim.

Depois de uma hora, ele me levou para casa. Parados em frente ao enorme portão, nos despedíamos. David olhava para baixo, pensando em algo, quando aproximou o rosto do meu e tentou procurar o meus lábios com os olhos fechados. Não conseguiu.

– O que você está fazendo? – perguntei ao me esquivar do mesmo.

– E-eu achei que você gostaria de me... Me desculpe.

Engoli em seco, sorrindo e rindo internamente.

– Certo.

– É... então, tchau. – Ele deu as costas para mim e foi embora, um tanto constrangido.

Ao entrar em casa, pus uma das mãos no rosto, ainda surpresa, e fui tomar o meu remédio. Meu peito estava cansado e precisava ligeiramente de descanso. Repousei meu corpo no sofá e fechei os olhos.

Na escola, David ficara um pouco envergonhado ao falar comigo, mas, após alguns dias, tudo voltou ao normal. Martin sempre se esquecia do que iria me propor, então preferi não tocar no assunto. Havia se passado três semanas desde então, e o dia tão esperado por todos – Aquatic Club – tinha chegado.

De manhã, fiz a minha mochila e liguei para o Brandon, que não atendia o celular. Bufei, pensando que ele havia esquecido do evento ou desistido de ir. Mas era impossível esquecer, pois esse era o principal assunto da semana no colégio.

Decidi ir até a casa dele.

A mãe do mesmo me deixou entrar, e Deisy me cumprimentou. Me sentei no sofá e uma sensação de constrangimento me veio à mente, até que vi Brandon descendo as escadas, coçando os olhos e com uma bermuda azul bebê que ficaria como um vestido para mim, caso eu a vestisse. Ao me ver, ele parou na escada, surpreendido.

– O que você está... – Ele interrompeu a própria pergunta, lembrando-se. – Ah, sim, Aquatic Club – ele disse, com um certo desdém, e continuou a descer as escadas até sentar-se à mesa, para fazer o desjejum.

– Você não está se importando com isso, não é? – Cruzei os braços, demonstrando raiva. Ele tinha prometido a mim que iria.

– Ok, ok, eu já vou me arrumar, tá bom? – Ele pegou o cereal e jogou os flocos em uma tigela com leite.

– Aonde você vai? – perguntou-o Deisy, caminhando em direção ao irmão.

– Em uma parada aí – ele respondeu.

– Não fale essas coisas na frente da sua irmã. Não quero que ela pegue sua mania se gírias – retrucou a mãe, limpando o balcão.

Coroa, essa mina não pode ficar boiando nos bagulhos, tá ligada? – zombou.

Rolei os olhos para Brandon, que me olhava antes de me entregar uma piscadela.


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Notas finais do capítulo

Oi, oi, gente :-3 ( Mayy vai entender ). Espero que tenham gostado, né :v
Reviews? Críticas? *u*