Na Linha Da Vida escrita por Humphrey


Capítulo 14
Caro amigo


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, gente linda! :-D Enfim, o capítulo era para ter sido postado à tarde, mas... eu ainda não tinha terminado :-B
Eu acho que o coração de vocês vai acelerar um pouco em uma certa parte dele... Hahaha :-3 Sinto muito por ele ter sido tão pequeno.
Kisses 4 u



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Havia cochichos em tons graves e, quando atravessei a rua para observar melhor o que estava acontecendo, o aroma quente de álcool podia ser sentido de longe. Me aproximei da multidão de homens e empurrões foram necessários para eu ter uma melhor visão. Avistei Brandon e mais outro garoto ameaçando-se um ao outro. Brandon estava tonto e às vezes parecia que ia cair. No entanto, foi aí que eu percebi que ele tinha bebido.

O puxei da roda pela jaqueta de couro marrom que ele usava; se isso tivesse acontecido em um outro momento, o puxão que dei seria em vão. Brandon se virou rapidamente para mim, livrando minhas mãos da jaqueta. Ele segurava uma garrafa de tequila em uma das mãos, e seus olhos estavam pesados, implorando para arranjar um foco.

– Você está maluco? O que deu em você? – perguntei, ciente de que a minha expressão demonstrava fúria e angústia.

– Eu vou acabar com aquele d-desgraçado – ele gaguejou, obviamente por conta do álcool. Brandon sequer tinha reconhecido quem era a pessoa ao seu lado.

– Não, não vai! Vamos embora daqui, agora! – Eu o puxei pelo braço, mas, insistentemente, ele quase me arrastou novamente até o bar. – Brandon, pare com isso, é sério!

Por conta da sua tontura, finalmente consegui leva-lo até um banco próximo. Obrigando-o, fiz com que se sentasse.

– O que passou pela sua cabeça? – Eu gesticulava, um tanto desesperada. – Você está cheirando a álcool, Brandon! Álcool! Meu Deus! – Vi que ele ainda estava tentando focar em mim. Percebi, também, que ele ainda segurara a garrafa de tequila, que estava rolando, quebrada, na calçada de cimento, poucos segundos depois de eu bater em sua mão.

– A-Anne... – ele sussurrou, questionando a própria pergunta. – Anne! O que você está fazendo... aqui?

– Devia me agradecer por eu estar aqui! Mas que diabos estava acontecendo naquele lugar imundo? Caramba, Brandon!

– Me desculpe... – Ele colocou uma das mãos na testa e fechou os olhos, recostando-se no banco. Estranhei a atitude dele de pedir desculpas a mim, mas continuei:

– Sua mãe e sua irmã estão na sua casa? – Cruzei os braços acima do peito.

Ele soluçou.

– N-não, eu acho.

– Então eu vou te levar até lá, porque você possivelmente vai se perder se for sozinho, nesse estado.

Pus o braço direito dele ao redor da minha nuca e o ajudei a caminhar até a sua casa, fazendo com que chegasse sem machucados, o que não aconteceria caso eu não estivesse presente. Seu peso quase nos fazia cair.

Por grande irresponsabilidade dele, a porta estava aberta, e o mesmo se jogou no sofá da sala, deitando-se. Apoiou os pés sobre a mesa de centro e fechou os olhos novamente, tentando relaxar. Sentei em uma poltrona ao seu lado, observando-o enquanto este tentava raciocinar o momento.

Soluçou novamente antes de falar:

– Não fique me olhando assim; sei que está. Eu sei que fiz besteira e você não vai me... perdoar nunca.

– Não mesmo – confirmei. – Você nunca bebeu, não é?

Ele fez que não. Eu suspirei fundo.

– Eu devia contar isso para a sua mãe, sabia?

– Isso mesmo, esfregue a culpa na minha cara.

Revirei os olhos.

– Você é mesmo um imbecil, e sabe disso. O que está acontecendo, hein?

Brandon continuou em silêncio, como se estivesse perdido em devaneios.

– Vou pegar um copo de água para você – disse, pensando que as minhas palavras entrassem por um dos seus ouvidos e saíssem pelo outro.

Mas não foi isso o que aconteceu.

Ao passar por ele, Brandon agarrou o meu pulso e o puxou para si, levando o resto do meu corpo junto, de surpresa, e fez com que meu rosto ficasse a centímetros do dele. Minha respiração estava rápida, mas não somente pelo susto.

– Brandon! – Abaixei os olhos para os meus pulsos, ao lado, e logo voltei a fitar o rosto do Brandon.

– Espere. – Os olhos fechados finalmente se abriam, encarando os meus. – Por favor, fique aqui.

– Mas... o quê? Eu estou aqui!

– Não, aqui. Aqui no sofá.

– A bebida subiu para o seu cérebro, é? Claro que não!

– Por favor, Anne...

– Brandon, me solte, não estou brincando. – Tentei retirar meu pulso da mão dele, mas resultou em insucesso.

– Quando você disser que sim, eu solto. – Pude ver um leve sorriso de canto no rosto dele.

Fiz careta.

– Sua mãe devia te levar em um psiquiatra, sabia? Credo! – disse, me deitando ao lado dele, ainda com a careta estampada no rosto.

Ele virou o rosto para o meu lado, a fim de me encarar, e eu fiz o mesmo, em seguida. Depois de alguns segundos, Brandon quebrou o silêncio entre nós:

– Eu sinto muito por tudo, Anne. Até pelo mau hálito que você deve estar sentindo agora, enquanto eu falo. – Ele riu. E eu também.

– É, tem razão, está horrível – gracejei, mas não totalmente; ele tinha bebido em demasia.

Ele mirou o lustre da sala.

– Ontem, depois de voltar do hospital, eu briguei com o meu pai. Em consequência disso, quebrei a boneca favorita da Deisy, que chorou por horas. Hoje, quando minha mãe soube, brigou comigo por esse motivo e pela outra advertência. E, bem, a preocupação ajudou nisso tudo.

– Preocupação? – perguntei, realmente interessada.

– É, a preocupação por você. – Ele sorriu. – Eu não sabia o que estava acontecendo, e isso fervia dentro de mim, sabe? Pensar que poderia ser algo grave... – Brandon se virou para mim novamente. – E é por isso que eu não quero ficar por perto de você, Anne.

– Do que você está falando?

– Eu não quero te magoar como faço com a maioria das pessoas que se aproximam de mim.

– Sei me cuidar. – Sorri, para tirar a culpa que ele sentia. – Além disso, você não me magoou.

– Ah, é? E isso tudo que aconteceu agora?

– Aposto que é uma pequena parte do que vou ter de enfrentar caso eu me torne sua amiga.

– Amiga? Quem falou nisso? – Ele sorriu do mesmo modo de sempre.

Nós sorrimos após isso, e vi seus olhos fecharem, levando-o ao sono. O fitei por alguns minutos, até eu também dormir, ao lado dele.

Ao abrir os olhos novamente, por conta de um barulho irreconhecível, me deparo com Brandon em uma posição totalmente diferente à de quando dormiu. Me assusto rapidamente, esquecendo, por um instante, o que havia acontecido. Consultei o horário no meu relógio de pulso: nove horas da noite. Retirei um braço do Brandon, que estava sobre a minha cabeça, e me levantei. A mãe nem a irmã dele ainda tinham chegado, e dei graças aos deuses por isso.

Depois de sair da casa do Brandon, só então lembrei do que eu tinha de fazer. Fui ao mercado, que, por sorte, ainda estivera aberto, e voltei para casa.


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Notas finais do capítulo

E o que acharam? :-3 Reviews? Hihi. Espero que tenham gostado. Sério, eu preciso da opinião de vocês para o decorrer da fic *-*