Na Linha Da Vida escrita por Humphrey


Capítulo 12
Caro sobressalto


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi o/ Enfim, eu ia postar esse capítulo só amanhã, mas... talvez eu não entre na internet, pois passarei o dia todo tomando banho por conta das ovadas que vou levar ;-; Sim, meu aniversário é amanhã! *-* E minha melhor amiga disse que vai vir e me dar ovadas! Legal, né? G.G Ok, ok. Eu planejei algumas falas desse capítulo antes de dormir ontem '-' Espero que gostem, haha :-v Ele ficou maior que o anterior, pelo menos, hehe.Kisses 4 u



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Brandon finalmente deixou de resistir aos meus pedidos e aceitou ir, mas com apenas uma condição: ele ficaria por alguns minutos e logo iria embora, deixando David e eu sozinhos.

Fomos até uma lanchonete próxima, cuja nem sabia que existia. David sentou-se ao meu lado, próximo ao corredor, e Brandon à nossa frente. Pouco tempo depois, fizemos o pedido. Já havia se passado minutos de silêncio, e ele foi ficando cada vez mais constrangedor. Quem quebrou o silêncio foi Brandon, dizendo:

– Vocês vão falar alguma coisa ou a única solução é eu ficar aqui, segurando vela? – Ele se inclinou na cadeira, as mãos no bolso e o olhar de reprovação para David e eu.

– Ninguém aqui está de vela – retrucou David, encarando o amigo furiosamente.

– Ah, não, claro que não. Tocha olímpica – rebateu o outro, que pegou um dos garfos e começou a brincar com este, mexendo-o rapidamente entre os dedos.

Uma garçonete se aproximou com uma bandeja sobre as mãos, trazendo um copo de suco de laranja, duas latas de refrigerante e dois hambúrgueres. Ela os colocou em cima da mesa e nos desejou um bom apetite.

– Me desculpem, mas não acho que a noite está muito divertida – disse David, dando uma mordida no hambúrguer.

– Foi você quem convidou a Anne, você é quem deve ter as atitudes, não acha? – Brandon ainda brincava com o talher e sequer tinha beliscado o seu lanche.

– Brandon, eu estava me referindo a você. A noite não está legal porque era para ser só minha e dela, cara – desta vez, David estava muito mais furioso. Uma raiva redundante.

– Você concordou que eu poderia vir junto, cara – ele falou no mesmo tom de voz exaltado.

– Parem. Não vão querer brigar por isso, não é? É inútil – eu disse, e coloquei uma das mãos no ombro do David.

– Eu não quero brigar, apenas disse a verdade. Se fôssemos só eu e você, isso seria mais interessante.

– Tudo bem, tudo bem. Eu vou embora. É assim que você quer? Pronto! Não há motivos para ficar tão estressado. – Brandon se levantou da cadeira e se direcionou ao balcão, pagando sua conta.

David revirou os olhos e ergueu-se também, para ir atrás do amigo. Eu o impedi para não haver mais problemas.

– Não, David. Se você for, só vai piorar as coisas. Eu converso com ele e tento resolver, ok? Afinal, fui eu quem o convidou.

Ele assentiu.

Saí da lanchonete, enquanto Brandon estivera parado, encarando o horizonte da rua, parte de seu corpo iluminado por um poste de luz.

– Aposto que David não queria ter dito aquilo – eu disse, e ele se virou para mim, surpreendido. – Ele é um garoto legal, como você me disse antes. Deve estar passando por dias difíceis, assim como nós também passamos às vezes, e descontou, sem querer, a raiva em você.

– Eu sei disso. Conheço ele há três anos, mas ele nunca me tratou deste jeito. Ultimamente, acho que ele está se drogando sem me convidar – zombou.

Eu ri.

– Então, me desculpe por te fazer passar por isso. Eu, a princípio, não devia ter te convidado, e, assim, evitado essa briga que, céus, foi completamente desnecessária – argumentei e sorri. Ele apenas esboçou um sorriso torto no rosto, como sempre.

– Eu já volto. Vou chamar o David para vocês conversarem melhor.

Dito isso, adentrei a lanchonete novamente, mas ele não se encontrava mais lá. Perguntei a uma das balconistas se elas tinham o visto. Sem sucesso. Disseram apenas que tinha pagado a conta dele e saído pela porta dos fundos, aparentando estar um pouco irritado.

Peguei a minha carteira da bolsa e tirei o dinheiro para pagar o restante, mas Brandon viu e não deixou que eu fizesse isso.

– Não gosto de seguir padrões, mas... não vou deixar que gaste dinheiro à toa. Eu nem deveria estar aqui. – Ele tirou do bolso alguns dólares e entregou à caixa, que lhe deu o troco.

Não insisti naquilo, então saímos porta afora. Disse a ele que David tinha ido embora enquanto caminhávamos para ir a nenhum lugar em especial.

Já se passava das nove horas e não havia vista da lua, tampouco de constelações. Estava ventando, um milagre de Nova Iorque, pois em Julho o clima era totalmente quente. Eu me abraçava e passava as mãos rapidamente nos meus braços cobertos de jeans para espantar o frio, mesmo que fora em vão. A jaqueta não fizera efeito algum.

– Meu pai voltou – Brandon afirmou em meio à ventania. Sua voz era um dos únicos sons que eu escutara naquele lugar.

– É sério? Que bom! – Sorri. – Bem, você acha que isso é bom?

– Não muito. Ele se tornou um empresário. Um grande empresário. Construiu uma família em Vermont e agora... quer que eu vá com ele.

Eu o fitei enquanto andávamos.

– E você quer ir?

– Eu não sei. Talvez. Não vou me fingir de coitado só por causa disso, até porque não tem nada a ver. Espera, eu tenho uma pergunta muito importante: Por que nós choramos em enterros? Quer dizer, as pessoas mortas simplesmente partem desse mundo de merda para outro mil vezes melhor. E quando elas morrem por culpa de alguma doença? Nós deveríamos ficar um pouco felizes, de um certo modo, pois elas deixaram de sofrer.

Eu comecei a refletir sobre a última frase que ele dissera. Me afundei em pensamentos, até que ele percebeu que eu estava mergulhada em meu próprio mundo imaginário.

– Você está bem? – Brandon me perguntou.

– Nós choramos porque sabemos que, nesse mundo podre, nunca mais veremos o outro indivíduo, e tal – respondi, depois de um tempo, ignorando a pergunta que ele me fizera.

Ele ficou confuso e desviou o olhar de mim.

– Por que exatamente estamos falando sobre morte? – indagou.

– O que você faria se hoje fosse o seu último dia aqui e você pudesse fazer qualquer pedido? – ignorei sua pergunta.

– Viajaria para a Holanda. O meu único sonho é visitar ou morar nesse país. E você?

– Não sei. Acho que não teria coragem de fazer algo além dos meus próprios limites psicológicos.

– Oh, entendo. Eu fiz uma prova recentemente, do concurso para entrar na faculdade que a minha mãe sempre sonhou para mim. Contudo, esse é o sonho dela, não meu. Mas eu quero deixa-la orgulhosa de mim.

– Boa escolha. – Eu tossi em meio às palavras.

Nós paramos de andar.

– Você está bem?

– Você só sabe fazer esta pergunta? – Continuei tossindo, entretanto, sorrindo ao mesmo tempo. Eu estava inclinada para frente, com as mãos apoiadas nas coxas, retomando o ar novamente.

Brandon sorriu, mas depois pôs os braços em minhas costas, me segurou e fez com que eu voltasse à postura normal. Prossegui tossindo. Parecia que minha laringe sairia pela boca.

– Anne, você está pálida novamente, como... – Ele diminuiu o tom de voz. – Como naquele dia...

– Eu vou ficar bem, não se preocupe. É só... consequência da ventania.

– Não, não é. Você está tremendo. Vou chamar uma ambulância.

Eu não conseguia dizer mais uma palavra sequer e não pude impedi-lo. Eu me sentei na calçada. Ele agachou-se ao meu lado e colocou seu casaco por cima do meu. Eu tossia sequentemente enquanto ele ligava para a emergência.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? c-: Sejam sinceros, please u-u Até os reviews, meush queridosh *-*