Imprevistos E Surpresas Da Vida escrita por Liz


Capítulo 38
A descoberta


Notas iniciais do capítulo

Demorei pouco dessa vez... espero que gostem!



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– Sinto em lhe informar, mas a Carolina foi adotada. - concluiu a diretora

– A-adotada? Por quem? - perguntou Paulina, deixando algumas lágrimas rolarem

– As regras desse orfanato não permitem que eu lhe diga dados sobre isso, mas saiba que sua filha está em boas mãos, caso contrário não permitiríamos que ela saísse daqui.

Paulina apenas agradeceu e foi embora, sabia que seria inútil insistir no assunto. Saiu de lá desolada, mas ao mesmo tempo determinada a investigar por si mesma quem estava cuidando da sua pequena.

De volta ao carro, ela nem precisou dizer nada, sua expressão facial falava por si própria.

O caminho até a casa foi silencioso, mas Célia conseguia ouvir o choro baixinho de Paulina, que observava o movimento das ruas pela janela.

– Chegamos. - disse Célia, na tentativa de animar a amiga

– Sua casa é muito bonita. - disse Paulina forçando um sorriso, enquanto limpava as lágrimas

Assim que entraram, Paulina pediu licença para se acomodar naquele que seria seu quarto. Tomou um banho quente bem demorado e assim que saiu do banheiro, ouviu batidas na porta.

– Entra, Célia. - falou Paulina

– Está com fome? Pedi para a empregada fazer um belo almoço para nós. - disse sorridente

– Estou faminta! - respondeu rindo

E assim as duas foram almoçar.

– Não sabe a falta que eu sentia de comer uma boa comida. - comentou Paulina, enquanto servia-se de suco

– Fico contente que esteja gostando, a partir de hoje a casa é sua também!

– Tem algo que ainda dá voltas em minha cabeça, o que sabe da Paola? - perguntou, mudando o tema da conversa. Paulina estava há certo tempo com essa inquietude e sentia a necessidade de saber.

– A polícia foi até a casa em que ela estava morando, mas só conseguiram pegar seu cúmplice, um tal de Willy. - disse cautelosa pela reação que Paulina podia ter

– Está me dizendo que Paola fugiu? -nesse momento seu semblante mudou, estava evidente a raiva que sentia - Não acredito!

– Infelizmente sim, mas estou segura que logo irão pegá-la. O importante é que você está livre e totalmente desvinculada desse crime. - respondeu Célia, assustada com a atitude da amiga

– Graças a Deus estou livre, mas ainda quero vê-la na cadeia! Sei que esse sentimento não é nada bom e que apesar de tudo somos irmãs, mas ela é a responsável por tudo isso, eu a odeio! - afirmou

Célia nada disse, sabia que Paulina tinha razão em suas palavras e não poderia julgá-la por odiar a própria irmã.

Após o almoço, Célia saiu para uma reunião com um cliente e Paulina ficou sozinha. Entediada por estar sem o que fazer naquela enorme casa, ela deixou recado com a empregada e saiu para dar uma volta.

O peso da liberdade caía sobre suas costas. Livre e ao mesmo tempo tão presa... presa às lembranças de um passado no qual havia vivido muitos momentos felizes, presa à saudade daquele que apesar de tudo continuava amando com todo seu ser, presa à vontade de reencontrar sua filha... assim estava Paulina.

Ela caminhou sem rumo certo durante um longo tempo, apenas pensando em tudo que lhe acontecera. Ao sentir a visão turva pelas lágrimas que voltavam a cair, sentou-se em um banco, em frente a um parquinho. Ali ficou observando algumas crianças que brincavam no escorregador e no balanço, os casais que ali estavam acompanhando os filhos... e foi inevitável imaginar como seria sua vida se aquele assassinato não tivesse acontecido.

Em meio a tantas lágrimas, aquele presente feliz parecia tão distante da realidade de Paulina... mas as voltas do destino podem reservar certas surpresas.

Distraída olhando para um ponto qualquer, Paulina sentiu um toque de leve próximo ao tornozelo. Ao olhar para baixo, deparou-se com uma criança.

*Como essa menina veio engatinhando até aqui?* pensou intrigada, antes de olhar com atenção para o rosto dela.

Ao visualizar bem os olhos verdes e o sorriso travesso que tinha no rosto e logo e observar a pulseirinha de ouro, Paulina sentiu seu coração palpitar.

– Carolina! - foi a única palavra que conseguiu pronunciar, estava tomada pela emoção

Sem pensar em mais nada, ela imediatamente pegou a filha no colo e a abraçou forte. Porém, seu momento de felicidade foi interrompido por uma voz grave vindo a passos largos na direção em que elas estavam.

– Paulina, o que faz com a minha filha? - perguntou Carlos Daniel, nervoso

– Sua filha? - disse assustada

– Sim, Carolina é minha filha. –disse estendendo os braços e a pegando do colo de Paulina- Bem, é adotada, mas para mim é como se fosse de sangue. - disse convicto

*Meu Deus! Como isso pode ser possível?* pensou Paulina, tentando entender a situação em que se encontrava.

– Como a achou? Eu estava desesperado, trouxe ela para brincar juntamente com Carlinhos e Lizete, mas em um segundo de distração, Carolina sumiu das minhas vistas! - contou ele, fazendo-a sair de seus devaneios

A cabeça de Paulina estava um turbilhão. Pensou em contar a ele toda a verdade naquele exato momento, mas mais uma vez acabou dominada pelo medo de saber o que ele poderia pensar, então acabou desistindo de fazê-lo.

– Eu vim dar uma volta, sentei aqui um pouco e de repente ela veio até mim. – Paulina limitou-se a contar apenas isso

– Ainda bem que foi você quem a viu, fiquei muito preocupado pensando que ela poderia estar nas mãos de algum sequestrador ou coisa parecida. – desabafou

– Não diga isso nem brincando! - exclamou

– Mesmo que por coincidência, fico muito contente que tenhamos nos encontrado. –disse pegando na mão dela- Acho que aqui não é local nem momento para isso, mas repito que temos que conversar. - afirmou Carlos Daniel, olhando nos olhos de Paulina

– Já brigamos demais, melhor não. - respondeu um pouco insegura

– Não temos porque brigar, você sabe que não é nada disso que eu desejo.

– Não quero mais me machucar, vamos deixar as coisas como estão. - disse sincera, porém firme em sua decisão

– Pelo menos fique com meu celular. -Carlos Daniel soltou a mão dela e procurou em sua carteira um cartão com o número- Aqui está, leve-o! - pediu esperançoso, enquanto lhe alcançava o pequeno pedaço de papel


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Notas finais do capítulo

Comentem!!!