Imprevistos E Surpresas Da Vida escrita por Liz


Capítulo 31
Triste destino / Memórias


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas tenho uma boa notícia: estou de férias! Vou tentar postar com mais frequência.

Tô gostando muito dos comentários, continuem dando suas opiniões sobre os capítulos. Leio todos com muito carinho ;)

Mais uma vez, peço que não me matem! Tudo tem um motivo, em breve entenderão :D

Agora sim, boa leitura!



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*Hoje é tudo ou nada, do veredito do juíz depende meu futuro* - pensava Paulina enquanto olhava pela janela do carro da polícia, no qual estava sendo levada para o tribunal.

Paulina desceu do carro devidamente acompanhada por policiais, olhava tudo em silêncio... aquele lugar era enorme, e ao entrar na sala onde aconteceria a audiência pôde perceber que toda a família Bracho estava lá sentada, com execeção de Vovó Piedade. Paulina continuou em silêncio, entrou e sentou-se ao lado de Célia.

O juíz não demorou a pronunciar-se e chamar Paulina para que mais uma vez contasse sua versão dos fatos. Em seguida foram chamados alguns vizinhos do apartamento para os devidos depoimentos. Todos eles disseram basicamente o mesmo: viam diariamente uma mulher com as características de Paulina encontrar-se com Osvaldo, levando todos a suporem que os dois eram amantes.

Carlos Daniel também foi chamado, contando sobre o que havia presenciado quando chegou ao local. Em sua expressão era vísivel o incômodo após achar que havia sido traído.

Paulina observava tudo com cautela, e a cada declaração ouvida, mais se surpreendia com a forma como Paola havia arquitetado o plano. Tudo recaía sobre ela, e nem mesmo as investigações e argumentos de Célia pareciam funcionar.

Após um longo período em que todos foram escutados, o juíz pediu uma pequena pausa, avisando que em seguida voltaria com o veredito final.

– Paulina, você está muito calada! - disse Célia, ao perceber que a amiga estava distante

– E como queria que eu estivesse? Já era Célia, nunca vou sair daquele maldito presídio!– respondeu agressiva

– Paulina, mantenha a calma. Para Deus nada é impossível. - aconselhou tentando confortá-la, no fundo sabia que Paulina tinha razão

– Me desculpe por falar assim, você não tem culpa de nada, mas não posso evitar. - afirmou de cabeça baixa

Logo todos foram voltando para a sala, e a conversa das duas foi interrompida pela chegada do juíz.

– Todos façam silêncio! - ordenou a excelência.

E assim o fizeram.

– Antes de mais nada gostaria de proferir o laudo da perícia:

" I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

Ao chegarmos no endereço do crime, aguardavam-nos policiais militares responsáveis pela guarnição, isolamento e preservação do sítio da ocorrência. As primeiras informações davam conta de que um homem, até então desconhecido, havia sido encontrado morto naquele local, tratando-se possivelmente de um homicídio por tiros de arma de fogo.

II - DADOS DA VÍTIMA:

Sobre o chão do apartamento, jazia um cadáver humano, do sexo masculino, de cabelos castanhos e de boa compleição. Trazia as pernas estendidas e levemente entre abertas, assim como os braços.

III - VESTÍGIOS DA OCORRÊNCIA

III.1 - Na vítima

Verificamos, preliminarmente, que o corpo da vítima encontrava-se em estado adiantado de rigidez cadavérica, não sendo mais possível avaliar a temperatura corporal ao simples toque. Aduzimos, por isto, tratar-se de óbito ocorrido há aproximadamente 6 horas. Observou-se que o corpo tinha dois tiros no peito.

III.2 - No local

Examinando o local, notamos uma extensa mancha de sangue no chão, a qual se iniciava sob o cadáver e fluía ao seu redor.

V – CONCLUSÃO:

Por tudo o que vimos e estudamos da ocorrência e alicerçados nos ferimentos existentes na vítima, assim como nos vestígios materiais encontrados no local, induzimos tratar-se de um homicídio por dois tiros de arma de fogo. O desfecho fatal ocorreu no próprio local.

Ainda analisando a arma e as digitais, pôde-se concluir que a ré Paulina Martins foi a mentora e realizadora so crime em questão. "

Após essa leitura, o juíz não demorou a encerrar o caso da maneira mais dolorosa possível.

– Vistos e analisados os fatos correspondentes a essa causa, e considerando os resultados periciais juntamente os relatos dos testemunhas, concluo que: Paulina Martins e Osvaldo Rezende mantinham uma relação amorosa, e devido a algum desentendimento entre ambos, ela o assassinou.

Todos se olharam em silêncio, e Paulina apenas conseguia chorar. Ele então continuou:

– Sem nada mais a complementar, declaro a ré culpada. Condenada a treze anos de prisão, em regime fechado, sem direito a fiança.assegurou, levantando-se em seguida e retirando-se do local.

A partir desse instante a mente de Paulina não podia captar mais nada do que se passava naquele local. Atordoada, só via o movimento de todos ali se retirando e sentiu que alguém a algemava mais uma vez, puxando-a para que se levantasse e voltasse para o lugar onde desejava não ter que por os pés nunca mais. Até que uma voz muito conhecida a trouxe de volta a realidade.

– Me deixem falar com ela! - pediu Carlos Daniel aos policiais que a levavam, estes apenas fizeram sinal de positivo com a cabeça

– Carlos Daniel, eu... - Paulina não conseguiu completar a frase

– Não diga nada, não precisa! O que ouvi hoje foi mais que suficente, como pôde? Me traiu com o Osvaldo quando dizia que me amava, aquele beijo que eu vi na praça não foi armação, você só tentou se justificar colocando a culpa na Paola. Sabe de uma coisa, vocês duas são iguais! - soltou, ríspido. Em seu olhar não havia tanta raiva, e sim decepção

– NÃO! POR TUDO QUE É MAIS SAGRADO, ENTENDE! NÃO É VERDADE! - gritou com raiva, cansada de ouvir humilhações da parte dele- Vamos logo embora daqui! – pediu aos policiais

Os policiais então a levaram. Ainda de longe, Paulina pôde ouvir uma última frase da boca de Carlos Daniel. Palavras que para ela foram piores do que qualquer dor física.

– VOCÊ NÃO É DIGNA DO MEU AMOR! - exclamou ele, enquanto a observava ser levada

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De volta do presídio, Paulina optou por isolar-se o máximo possível. Nem mesmo com Célia quis conversar.

Sentada em sua cama, se é aquele colchão velho em cima de algumas tábuas podia ser chamado assim, de olhos fechados ela relembrava momentos em que pensava que finalmente tinha alcançado a felicidade, mesclados com os acontecimentos dos últimos dois meses. Tudo vinha a sua mente como flashbacks.

"- Então quero que a gente faça um pacto. Assim que eu puder, voltarei pra cá, e vou trocar meu chaveiro e sua pulseira por um par de alianças. Promete que vai me esperar? Promete que vai amar?"

"- Por algum motivo a vida voltou a nos unir. Vamos nos permitir sermos felizes? Não acha que já é hora? "

"- Vida minha, quer se casar comigo? "

Ao relembrar o momento em que Carlos Daniel havia dito essa última frase, um sorriso se formou em seus lábios. Recordou-se também de como aquela noite havia terminado. Tudo estava vivo em seus pensamentos.

Nesse momento, teve uma lembrança especial: a recordação daquele que seria o último momento feliz do casal. Lembrou-se do pressentimento que havia sentido no momento, e desejou tanto nunca ter saído da fábrica, nunca ter atendido aquela ligação de Paola.

"- Sei que já falamos disso antes, mas promete que aconteça o que acontecer, não vamos nos separar?

– Somente prometer, não. Eu juro! Paola e nem ninguém será obstáculo para nosso amor."

Paulina já não conseguia segurar as grossas lágrimas que desciam por sua face. Lágrimas carregadas de dor, de medo, de raiva.

"- ASSASSINA! COMO PÔDE MATÁ-LO? COMO? "

"- É que... a senhora está grávida!

– GRÁVIDA?! "

"- Arrependida? É tarde demais pra isso, tarde demais pra nós dois. Me dói dizer isso, mas é necessário. -nesse momento ele tirou a aliança de compromisso que ainda usava- Fique com isso se quiser."

"- VOCÊ NÃO É DIGNA DO MEU AMOR!"

Em meio a esse furacão de pensamentos, Paulina acabou adormecendo.
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Passaram-se 15 semanas e a gravidez de Paulina, agora de 6 meses, ia muito bem. Ela recebia sempre que possível a visita de Célia, que continuava lhe dando forças, e também cartas de Vovó Piedade, que se preocupava muito com ela e pedia todas as vezes para que Paulina lhe permitisse conversar com Carlos Daniel e abrir os olhos do neto, mas ela insistia para que a senhora não o fizesse. Jamais havia mencionado a gravidez.

Há alguns dias, Célia havia conseguido uma permissão para que Paulina fosse até um hospital e fizesse uma ultrassonografia. Ficou sabendo que seu bebê seria uma linda menina.

Essa criança era a motivação para que ela todos os dias enfrentasse a dura rotina do presídio, sempre tentando manter alguma remota esperança de conseguir uma redução de pena, ou mesmo um milagre de Deus.

– Filha... nada me deixa mais contente do que saber que você está crescendo forte e saudável. dizia Paulina enquanto acariciava seu ventre- Ainda vamos ser felizes juntas, eu prometo! - completou sorrindo

Uma coisa que ainda a deixava bastante indecisa era o nome do bebê. Após algum tempo pensando, tomou uma decisão.

– Você vai se chamar Carolina, sabe por quê? Você foi a única coisa boa que seu pai me proporcionou, em homenagem a isso quero que se chame assim, uma mescla de nossos nomes. - dizia ela, "conversando" com a filha, enquanto uma lágrima brotava em sua íris verde.


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Notas finais do capítulo

Já estão me odiando né? KKKKKKKKK futuramente tudo vai melhorar :D

A parte da audiência ficou meio vaga, mas acho que o importante é a compreensão da história, né?

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