Seria mais um dia comum na vida de Paulina Martins, não fosse o fato de ser seu aniversário. Essa data, inevitavelmente todos os anos a fazia recordar algo que aconteceu ainda em sua infância.
- Anime-se Paulina, afinal hoje você está completando 22 anos, é dia de festa! - disse Filó.
Paulina: Festa? e com que dinheiro? o que eu ganho vendendo lanches na praia mal dá pra comprar comida para mim e minha mãe. (disse um pouco desanimada)
Filó: Eu sei, minha filha. Foi só uma uma maneira de falar... mesmo assim, nada de tristeza, está bem?
Paulina: Está bem. (forçando um sorriso) Agora eu já vou indo, numa hora dessas a praia deve estar cheia, espero vender bastante. Há noite ainda vou trabalhar de garçonete na festa de uma ricaça, hoje o dia vai ser corrido. Cuide bem da minha mãe por favor, e qualquer coisa, peça para alguém me chamar que eu volto correndo!
        

Após isso, Paulina se retirou. Preferiu focar sua mente no trabalho e não em seu aniversário, pois para ela a data sempre estava relacionada com algo que aconteceu há 15 anos atrás, e não queria lembrar disso que só a fazia ficar triste.
* Ele nem deve mais lembrar da minha existência e eu aqui sofrendo, por que as coisas tem que ser assim?* pensava ela, enquanto estava a caminho da praia.
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     Paola estava em mais uma de suas viagens, dessa vez em Cancun, acompanhada de Luciano Alcântara, um de seus muitos amantes.
Os dois estavam aproveitando a praia,o dia estava muito bonito. Há noite, aconteceria uma grande festa em comemoração ao aniversário de Paola, festa da qual toda a alta sociedade estava convidada.
Paola: Queridinho, tudo certo pra hoje a noite? Minha festa tem que ser perfeita, entendeu? PER-FEI-TA! (disse, deitada embaixo de um guarda sol e tomando água de côco)
Luciano: Claro Paola, não se preocupe, tudo estará a seu gosto.
Paola: Acho bom mesmo. Enquanto isso, vou me divertir por aqui, a começar por aquela vendedora pobretona, vou humilhá-la MUHAHAHAHA
Paola levantou-se e foi em direção a tal vendedora. Quando se aproximou, acabou esquecendo o que ia dizer a ela, tal foi sua surpresa.
Paulina: O que deseja, senhora?
Paola: Não pode ser, você já se olhou no espelho? Somos exatamente iguais!
Paulina: Não vejo tanta semelhança assim, a senhora é uma pessoa muito distinta, refinada, e eu apenas uma garota pobre e feia.
Paola: Não se subestime tanto, queridinha. Poderá ser muito útil para mim MUAHAHAHA
Paulina: Não entendi, senhora. (demonstrando um pouco de medo)
Paola: Em breve saberá, irei te procurar, não se preocupe que ainda vai ouvir falar muito de mim. (disse com um sorriso malicioso nos lábios).

Paulina ficou sem entender nada. Como era possível existir alguém tão parecida com ela? O que essa mulher pretendia? Tomada pelas dúvidas, virou as costas à Paola e saiu para outra direção.

- MALDITA! Como ousa me deixar falando sozinha? Vai pagar caro por isso! - Gritou Paola.

Tudo naquela tarde correu normalmente, Paola resolveu não comentar nada com Luciano sobre o ocorrido, pensou não ser o momento adequado para isso.
Paulina ao entardecer voltou para casa, ao chegar lá deparou-se com Filó segurando um bolo e cantando parabéns a ela.

- Obrigada Filó, de verdade. Esse pequeno gesto significa muito para mim. (disse Paulina, emocionada)
Filó: De nada, você merece muito mais, mas no momento é só o que posso te dar... (indo em direção a Paulina e abraçando -a)
Paulina: Meu maior presente é seu carinho, saber que minha mãe está muito bem cuidada todos os dias. Sei que a doença dela não é nada fácil, mas graças a ajuda da senhora temos conseguido enfrentá-la. E não sabe o quanto eu valorizo isso.
Filó: Faço com gosto. (sorrindo)
Paulina: Desculpe não poder conversar mais, mas preciso tomar banho e colocar o uniforme de garçonete, em 1 hora preciso estar no local da festa.
Filó: Vá tranquila, minha filha.

Paulina tomou um banho, colocou o uniforme e foi andando em direção a festa, que não era muito longe dali. Chegando lá, entrou pelos fundos e foi direto à cozinha junto com os outros empregados.
Era um salão muito bonito, com dois andares e com espaço para aproximadamente 2.000 pessoas.
Ela seguiu servindo as mesas, até que o anúncio da entrada da aniversariante foi feito. Apagaram-se as luzes, deixando apenas a porta principal iluminada. Ao ver quem era a tão falada Paola Bracho, Paulina levou um susto.

- É a senhora que encontrei na praia! - disse ela em voz alta, num impulso.