Debaixo Do Mesmo Teto escrita por Giulianna Valadares


Capítulo 15
That's not the way you show love, show love, no love, no love...


Notas iniciais do capítulo

E aí, muita espera pra esse capítulo? Espero que sim, as coisas vão pegar fogo agora!
Sugestão de música: In Your Pocket - Maroon 5

Aproveitem! ♥



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— Como... Como você... Como você pôde, Peter? – Savannah não queria acreditar.

Eram Peter e Tiffany que haviam entrado no quarto em que ela e Andrew conversavam. O namorado de Savannah levou um susto enorme quando viu a garota ali.

— Mas você estava com Andrew primeiro! Você me traiu primeiro! – ele argumentava, visivelmente bêbado, enquanto Tiffany saia discretamente do quarto. Andrew foi atrás dela, deixando que Peter e Savannah conversassem.

Assim que sua bravura momentânea passou, ele abaixou a cabeça. A garota estava no chão, literalmente. Ela escorregra aos poucos da beirada da cama onde antes estava sentada tentado solucionar seus problemas. Seus olhos tentavam se fixar em algo e ela acabou olhando para o namorado. Apenas algumas semans. Dois meses e tudo mudou entre eles. O ódio que subiu à sua cabeça a fez se levantar como uma fera e partir pra cima de Peter.

— EU NÃO ESTAVA O AGARRANDO SE VOCÊ NÃO PERCEBEU, MEU AMOR – gritava sem se importar se a festa inteira ouvisse – EU ESTAVA TENTANDO DESCOBRIR UMA MANEIRA DESSE RELACIONAMENTO TER FUTURO ENQUANTO VOCÊ... – ela riu sarcasticamente – Você estava se esfregando com a garota que mais me odeia nessa cidade. Que belo namorado, hein?

Peter continuava calado, encostado na porta fechada atrás de si.

— Eu achei que podia funcionar, Peter, achei que podíamos manter o que temos enquanto você vai para um lado do país e eu para o outro. Mas, na primeira oportunidade que você tem de ficar bêbado, você fica com a primeira que aparece na sua frente e...

— COMO SE VOCÊ NUNCA TIVESSE FICADO COM O ANDREW ENQUANTO NAMORAMOS, NÃO É, SAVANNAH? – Peter foi para cima dela – Você mesma me contou. Na primeira noite que você dormiu na casa dele, meu amor? Teve que ser tão rápido assim?

Savannah sentia o chão tremer abaixo de si.

— Eu te contei porque não queria que isso acabasse conosco, porque não foi algo que eu quis. Você sabe que ele quem me beijou.

— E você retribuiu, não é, cachorra? – os olhos do garoto estavam cheios de fúria e, mesmo no escuro, Savannah podia vê-los brilhar, enquanto suas palavras ecoavam no peito da garota. Ele nunca levantara a voz para ela, muito menos a xingara. – Você gostou, admita que gostou.

— Retire o que disse. – ela disse, entre dentes.

— Aposto que quando ele saiu do seu quarto, você quis ir atrás, você quis mais daquele cara, não? – ele ria secamente – Ou será que foi? Você foi, não é, querida? Foi atrás dele, como um cachorrinho, se entregar aos beijos dele...

— Retire o que você disse, Peter.

— Você se enfiou no quarto dele quantas vezes? Uma, duas vezes, ou todos os dias? – ele mal parava para respirar – Aposto que adorava dormir com ele, não é? Gemer o nome dele como uma... do mesmo jeito que...

Peter mal viu quando a mão de Savannah atingiu seu rosto. O tapa da garota ardia no rosto dele, e ele a encarava, incrédulo.

— Eu não admito que você fale assim comigo, Peter. Eu sempre tive uma relação clara e aberta com você. Confiei tudo a você. Jamais me deitei com outro cara e, mesmo quando eu te “traí” – Savannah dizia, desenhando aspas no ar – como você adora dizer, eu te contei. Contei porque não queria nada nos atrapalhando, porque não era nada para mim. Contei porque eu não quis beijá-lo, ele me agarrou. Mas você não entende isso. Não entende que eu te amo mais do que você acredita que eu ame.

— Não gaste saliva em vão, Savannah. EU, EU – disse, gesticulando para si - eu dei meu tudo a você, aguentei todas as suas crises, todos os seus draminhas, todas as suas baboseiras, sempre sorrindo, sempre sendo o “bom namorado” e você nunca reconheceu. Nem quando eu entrei em Stanford você reconheceu. “Oh, não, mas Savannah não recebeu as cartas”, “Savannah vai para Harvard”, “Savannah brigou com a mãe”, Savannah, Savannah, Savannah. Eu cansei, Savannah, CANSEI DE SER SUA SOMBRA!

Os dois se encararam sem mais nada dizer. Mas não havia acabado para Peter.

— Sabe por que eu estava com a Tiffany? Porque ela sabe reconhecer quem eu sou, porque me achava bonito quando eu era um “nerd zoado”, porque quando EU GANHEI AQUELA PORCA.RIA DE JOGO, ela soube que eu levei o time nas costas. Ela aplaudiu quando soube que entrei em Stanford. – ele riu – E você? Você nem ligou, não é? Eu cuidando de você, mas a recíproca não era verdadeira.

— Então era por causa dela que você estava distante? – ela não podia acreditar. Não queria acreditar.

— Sim, Savannah, desde o dia que você beijou aquele babaca. Ela tem conversado comigo, conversa de verdade. Ela me ouviu, me entendeu, me acolheu... Coisas que você – apontando veementemente para a garota – nunca fez. É tudo sobre você.

A garota tentava se manter firme, mas cada palavra de Peter parecia atravessar seu coração como uma faca afiada. Ele dava voltas no quarto e ela voltou a se sentar na cama. Tudo o que viveram voltou à mente dela. Todos os momentos em que ele estava lá, tudo o que viveram juntos.

— Uau… Parece que finalmente estou conhecendo você, Peter – Savannah, disse, chocada. Mas logo em seguida, tomou outro rumo – Mas você está certo.

Ele parou no meio do quarto.

— Estou o quê?

— Certo. Você sempre esteve ao meu lado, sempre me colocou no centro de tudo. Talvez esse tenha sido o erro do nosso relacionamento. Tinha mais eu do que você.

— Muito mais, Savannah – ele riu – Só tinha você em 99% do tempo. O 1% restante eu estava dormindo.

— Então agora será 100% você.

— Como assim? 100% eu? – ele a encarava, confuso.

— É, Peter – ela respirou fundo – Vai ser você e você agora. Eu estou indo embora. Pra mim, acabou. – Savannah levantou-se da cama e seguiu rumo à porta. Peter parou na sua frente, impedindo-a de sair.

— Você... Você está terminando comigo? – ele olhava para a garota, sem acreditar.

— Não vejo outro caminho, Peter. Se está tão ruim assim ficar comigo, então é melhor parar por aqui.

— Mas não podemos... Você... Eu... Nós não podemos... – ele não conseguia respirar.

Savannah olhou nos olhos dele. Não podia vê-los claramente ali, mas conhecia-os de cor. Castanho-dourados, sempre alegres, sempre sorridentes, ultimamente quase negros quando ele a olhava. Antes, Savannah costumava dizer que Peter sorria com os olhos. Mas agora sabia que não sorriam mais por ela.

— Podemos e vamos, Peter. Você está sofrendo, eu estou sofrendo. Pra quê se machucar mais? Pra quê, me diz? – ela começou a chorar – Eu te amo, Pet, eu te amo desde a primeira vez que o vi. Mas acho que isso não é o suficiente para você. Me desculpa. Talvez a Tiffany seja…

Ela começou a abrir a porta, mas Peter a impediu novamente.

— Por favor, Sav, isso foi um erro. Eu também te amo desde o primeiro momento. Eu só estou... – ele tentava segurá-la – Estou confuso. Por favor, não faz isso comigo, não faz isso conosco...

Savannah segurou o rosto dele, que segurava as mãos dela. Quis beijá-lo, mas precisava ir embora. Se não fosse agora, não iria nunca mais.

— Vai ser melhor, Peter. Você merece alguém melhor. Mesmo que esse alguém seja a Tiffany.

— Mas eu não quero mais ninguém, Savannah! A Tiffany foi um erro! – ele também chorava – Por favor, Savie, fica comigo...

A garota não se conteve mais. Beijou-o com toda a paixão que tinha em si. Ele retribuiu, e a abraçou enquanto a beijava. Logo que o beijo terminou, Savannah sussurrou em seu ouvido:

— Adeus, Peter. – e saiu do quarto.


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Notas finais do capítulo

Vocês estão gostando dos rumos que a fic está tomando? Me contem nos comentários e, se sim, deixem uma recomendaçãozinha. Significa muito pra mim ♥

Beijos e até o próximo capítulo!



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