Inexplicável escrita por Pear Phone


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo :D



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Eu não sabia o que fazer diante da situação de vê-la naquele estado, parecia difícil demais para lhe dizer algo.

O silêncio domou o ambiente por certo tempo.

— Senhorita Samantha? Desculpe-me por atrapalhar a conversa, mas há um telefonema de Harold Backer a espera. — A loira se surpreendeu com a ligação, enquanto a morena transpareceu uma feição curiosa diante da menção da empregada.

— Harold... O que será que quer comigo agora? Vou atendê-lo, Carly, já volto. — Levantou-se.

— Tudo bem. — Ela assentiu, desconfiada.

[...]

— O que deseja, Harold? — disse-lhe ironicamente, logo fazendo o jovem loiro perceber que incomodava em algo.

— Vejo que alguém não está de bom humor desde aquela tarde.

— Me diga logo o propósito da ligação... Por favor.

— Ouvir o seu "por favor" não é para qualquer um, então, digo logo o que pretendo... — Suspirou, um tanto nervoso. — Sei que está magoada, então queria convidar-lhe gentilmente e educadamente, para um jantar amanhã à noite, em meu restaurante.

— Jantar... com você? — Pensara em dispensá-lo, porém logo cogitou algo. — Hm, eu não posso, porém tenho uma proposta.

— Não pode?

— Mas, outra pessoa pode.

— Se estou lhe convidando quero que você venha, e não outra pessoa.

— Uma amiga minha, Car... — ele a interrompeu.

— Você nunca pode vir, não é mesmo? Pois eu cansei de tentar deixar-lhe mais feliz, não pensa em mim de maneira alguma. Fiz mais uma coisa errada, não deveria ter ligado. Eu espero não precisar lhe ligar nunca mais.

— Harold, espera, preciso que você me...

— Eu não quero que precise de mim, e se precisar... Talvez eu não atenda como atendia a tudo que pedia. Eu acreditei em você, pensava que sentia alguma coisa por mim mas eu me enganei completamente. Na verdade, eu concordo com tudo que seu marido disse a seu respeito. Ninguém desejaria uma mulher como você. — Recuperou o fôlego. — Adeus, Samantha, e não adianta ligar, eu não irei atender.

Largou o telefone sobre a cama, não acreditando no que ouvira. Andou novamente até a sala, onde a morena a esperava.

— Sam, está tudo bem? Quem é Harold? — Assim que viu a fisionomia da loira, ela notou que havia algo diferente.

— As vezes nem eu mesma sei se está tudo bem.

— Quem é ele, o que lhe disse?

— Não aconteceu nada, é só um ex-colega de faculdade.

— Nunca ouvi falar nele... Estranho.

— É hoje um loiro alto, psicólogo e psiquiatra, também dono de um restaurante francês não muito popular — dizia-lhe com uma voz desanimada. — Nos conhecemos quando fiz dezoito anos, nos primeiros dias de faculdade. Ele perguntou meu nome e sorriu para mim, não lhe dava atenção, mas ele sim me dava, e muita. Eu sempre entendia que gostava de mim de um jeito diferente, mas tudo que conseguiu foi a minha amizade e nada mais, até hoje. Na época eu não quis o contar que Freddie e eu estávamos juntos, mas acho que acabou percebendo, porque ele me buscava sempre. As coisas não são como naqueles dias. — Seus olhos marejavam ao mesmo tempo em que contava.

— E vocês se reencontraram?

— Foi há pouco tempo, Carly. Ele começou a trabalhar no hospital particular que eu frequento, substituindo meu antigo psicólogo por uma semana. No final das contas, consultei-me com ele e assim nos revemos. Apenas uma troca de olhares bastou para que me reconhecesse.

— Foi desse jeito que ele descobriu que estava casada com Freddie... Agora ele queria lhe convidar para sair, acertei?

— Como sabia?

— Pelo visto, ele te ama desde a faculdade. Agora que você está se separando, é a única chance.

— Eu não o amo, não quis o magoar.

— Vem aqui, Sammy. — Uniram-se em um abraço. — Sei o que sente. Não é fácil viver entre dilemas.

— Faz quanto tempo? - a loira perguntou.

— Como assim?

— Do acidente.

— Faz quase três meses, eu nem sei explicar o que sentia...

— Eu sinto muito.

— Não precisa sentir. — Se separaram. — Mas eu preciso ir agora.

— Não quer uma bebida, um chá gelado?

— Obrigada, mas preciso chegar em casa ao meio-dia. Prometo que retornarei e nos falaremos mais enquanto eu estiver na cidade. Promete que não irá esquecer o que eu disse?

— O que não devo esquecer?

— Se você o ama, lhe dê mais uma chance. As coisas irão se acertar, eu sei. Se há rachaduras, não quebre totalmente.

— Eu e ele já chegamos ao limite. Acho que o limite já foi ultrapassado — ela lhe disse, acompanhando a jovem de cabelos negros até o portão, que acenou-lhe como despedida.

Agora havia a certeza de que estava acabado. Ninguém estivera ao meu lado, desde o princípio, talvez até eu mesma houvera duvidado de mim, sem perceber.

[...]

Era noite, a chuva caía dos céus. Freddie arrumava seus pertences em sua pasta, sentado sobre a poltrona de seu escritório. Não se sentia como antes, parecia estar preocupado com o fato de seu casamento estar acabando-se definitivamente. Algo enchia sua cabeça por completo e sabia que algo mudara desde quando a viu naquele carro, naquela noite. As intuições mentais do moreno lhe impediam de enxergar a verdade, que talvez não fosse relacionada a suas cognições... Mas não era apenas isso.

— Posso entrar, patrão? — ouviu uma voz familiar. Era Joe.

— Entre.

— Por que parece bolado?

— Veja como fala comigo.

— Pode dizer, estou aqui para ouvi-lo.

— Há algo errado em meu casamento.

— Eu sabia que aquela sua mulher era gostosa demais para você. — Riu, de maneira sarcástica.

— É melhor que isso não se repita, ou algo pode acontecer com o seu cargo — ameaçou.

— Tudo bem, serei verdadeiro e direto agora. Você está falindo.

— Falindo?

— Não administra isso como antes. Deve esquecer esses problemas e relacionamentos e se importar com sua empresa.

— Tem certeza?

— Sou a voz da sabedoria, querido chefe.

— Pois o senhor está demitido — pronunciou imediatamente.

— Vai me demitir por isso? — indagou incrédulo.

— Já me cansei de você. A rua lhe espera.

— Se é assim tudo bem... Mas vai se arrepender.

—Adeus, Terry! — exclamou.

Se o ouvisse por ao menos mais um segundo, agiria de maneira insana. Agora eu percebia, ele era o único que havia contribuído para que tudo isso acontecesse.

Freddie arrumou as coisas que lhe faltavam, deixando a empresa. Enquanto dirigia, teve a certeza de que havia visto Carly, mas pensou estar vendo coisas e ignorou. Andou um pouco à frente, mas ouviu sua voz lhe chamar.

— Freddie! Preciso falar com você!

— Carly? — Freou imediatamente.

— Sim, sou eu. Tenho algo a dizer, é importante.

— Você voltou?

Pensei por um segundo que tudo aquilo fosse fruto de minha insanidade.


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Notas finais do capítulo

Curtiram? Chato? O próximo capítulo promete, não é brincadeira.