Esses Seus Olhos De Tempestade escrita por jessyweasley


Capítulo 9
Capítulo 9.


Notas iniciais do capítulo

Esse está sendo um capítulo mega hiper especial, espero que gostem e deixem um comentáriozinho pessoal



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__ Percy, aonde você vai? – perguntou Annabeth – O banheiro não é por ai
__ Eu sei – respondi – Eu estou um pouco cansado, acho que vou embora...
__ Nossa, que legal, sair sem dar tchau pra ninguém – ela deu um riso forçado
__ Annabeth... Eu só preciso de um tempo, sabe? Colocar tudo no lugar aqui dentro – apontei para minha cabeça
__ Entendo... Então até mais – ela acenou de onde estava mesmo

Eu comecei a sair, mas voltei e Annabeth já estava voltando para o quarto.

__ Annabeth! – chamei

Ela se virou em direção a porta com uma cara de “Sim?”

__ Você não quer ir dar uma volta comigo?
__ Não irei atrapalhar você colocar tudo no lugar? – ela sorria
__ Não – sorri

Descemos em silêncio até o saguão de entrada, dessa vez outro porteiro estava ali, esse era mal humorado, fingiu que não nos viu. Saímos e as ruas estavam agitadas como sempre, essa cidade nunca parava.

__ Aonde você quer ir? Sei de cafés ótimos por aqui, senão quiser cafés, sei de restaurantes, pizzarias... – Annabeth disse
__ Acho que uma volta perto do East River já está de bom tamanho

Annabeth concordou. Nos demos as mãos e atravessamos a passarela para o outro lado FDR Drive. O sol estava se pondo e dava uma visão muito bonita do rio que separa Manhattan da Ilha Roosevelt. Sentamos nuns bancos vazios.

__ Foi muito difícil falar com ele, não foi? – perguntou Annabeth depois de um tempo
__ Falar com ele não, o difícil foi ouvir as coisas que ele me disse. Tantos anos idealizando um pai sempre carinhoso e que gostasse de mim, é ruim quando seu ideal cair por terra.
__ Seu pai gosta de você Percy – disse ela
__ Que jeito estranho de gostar – dei um riso irônico – Annabeth, se meu pai é uma pessoa tão importante quanto você diz, se ele tem tanto dinheiro, porque ele precisa de mim?
__ Aqueles três não gostam de deixar os negócios da família na mão de outras pessoas que não sejam da família deles.

Annabeth se levantou, a noite já havia caído e onde estávamos estava iluminado pelos postes e pelos faróis dos carros que não paravam de passar na avenida. Ela se apoiou na grade que cercava toda base próxima do rio, ela me deu as costas e seus cabelos soltos balançavam com o vento que soprava. Levantei-me e me apoiei ao seu lado na grade, ela não virou o rosto para me olhar, ela estremeceu um pouco por conta do vento frio, desejei ter um casaco para oferecer. Passamos alguns minutos dessa forma e em silencio até que novamente seu corpo reclamou do frio, sem pensar passei meu braço em volta do seu ombro tentando que um pouco do meu calor a aquecesse. Annabeth se virou para mim.

__ D-Descul... – ameacei tirar meu braço que a envolvia, mas fui interrompido.

Annabeth estava me beijando.

O que devo dizer? Que fiquei mais feliz que nunca? Que eu não sabia como agir diante de uma situação tão inusitada e inesperada? Ok... Inesperada nem tanto, até porque eu sempre esperei que isso acontecesse, mas foi tão... Uou! Ficamos nos beijando por mais alguns minutos, após isso eu a envolvi num abraço e só a soltei porque os insetos que apareciam perto do rio nos obrigaram a sair dali.

__ Posso te acompanhar até sua casa? – perguntei meio hesitante
__ Tudo bem – ela concordou sorrindo

E foi assim que começamos um namoro. Bem que eu gostaria de dizer isso, pena que não foi o que aconteceu. Após aquela noite mal nos vimos, um dos motivos eram as provas e outras milhares de coisas que a ocupavam e que me ocupavam também na faculdade. A última vez que vi Annabeth faz uma semana, eu estava novamente no apartamento de Thalia, conversando com meu pai.

__ Poseidon – eu disse
__ Filho, fico feliz que tenha aceitado a conversar comigo mesmo depois de tudo aquilo – ele fez uma pausa curta – Eu estava um pouco exaltado e disse coisas que eu não pretendia dizer, você entende não é?
__ Acho que sim... – disse sem emoção – Vamos lá, o que você quer comigo?
__ Você está quase acabando seu curso, falta menos de dois meses e eu gostaria que você fosse trabalhar em Long Island, em um dos meus negócios.
__ Eu queria trabalhar em algo da minha área, me desculpe, não nasci para ficar trancado num escritório
__ Eu sei que não, você é bem parecido comigo Percy – ele cruzou os braços e esboçou um sorriso – Eu também não nasci para ficar preso num escritório, por isso Zeus cuida de toda parte burocrática; Hades da parte de divulgação e contato com as pessoas, enquanto eu... Bem, eu fico com a parte de botar tudo pra funcionar
__ Ainda não entendi o porquê de você querer um biólogo marinho na sua empresa
__ Esqueceu que temos a mesma profissão Percy? – ele tinha um ar divertido no rosto – Nós da empresa Olimpo nos preocupamos com o meio ambiente e precisamos de um biólogo marinho, no caso, de você
__ Você tem outros filhos ué – eu disse com desdém – Peça a eles
__ Percy, eu só tenho três filhos
__ E nenhum deles quis ser biólogo? Sei lá, influência sua e tudo mais, eles convivem com você
__ Só o seu irmão mais novo, Tyson, Tritão não gosta muito dessa área
__ Como você coloca o nome de um garoto de Tritão? Eu não te perdoaria por fazer isso comigo, sorte que vivi com minha mãe.

Nós dois rimos, senti uma pontada de culpa, eu não queria estar me dando tão bem com meu pai.

__ Então, você aceita? – ele pergunto esperançoso
__ Não sei, tenho que conversar com minha mãe sobre isso
__ Não se esqueça Percy, você não precisa ficar receoso, não terá nenhuma vantagem por ser meu filho, será um empregado como todos os outro, eu apenas estou chamado você porque gosto de deixar os cargos importantes com pessoas qualificadas e que eu confie
__ Entendo, ainda sim...
__ Obrigado filho – Poseidon se aproximou de mim e me deu um tapinha no ombro e sorriu

Dei um breve sorriso e sai do escritório. Tornei a pegar o elevador luxuoso e descer no térreo quando ela apareceu, cheia de papéis e andando cuidadosamente para não derrubá-los.

__ Precisa de ajuda? – perguntei
__ Não precisa, obrigada – ela respondeu sem olhar para mim
__ Annabeth - chamei

Ela virou o rosto para trás notando que era eu quem oferecera a ajuda e abriu um sorriso.

__ Percy! – ela estendeu o braço com os papéis para mim – Já que é você, ajude-me

Eu ri e a acompanhei com os braços carregados de papéis de volta ao apartamento de Thalia.

__ Então... O que te trás aqui? Seu pai te chamou de novo? – ela perguntou
__ Sim... Ofereceu-me um emprego – dei de ombros
__ Sério? Que ótimo Percy – ela exclamou com extrema felicidade
__ Depende do ponto de vista, acho que minha mãe não irá ficar muito feliz comigo mudando para Long Island e ainda mais trabalhando para ele – as portas do elevador se abriram e nós estávamos no corredor do apto de Thalia.
__ Mas Long Island nem é tão distante assim de Manhattan, ela terá orgulho de você, mal se formando e bem... Com um grande emprego como esse qualquer mãe sentiria orgulho. – Entramos no apto de Thalia
__ Ainda sim... Preciso pensar, além do mais eu não queria me... – antes que eu tivesse dito “me afastar de você” fomos interrompidos por uma mulher muito parecida com Annabeth
__ Mãe, trouxe os papéis para a senhora, aqui tem todos os esboços que eu fiz para os novos escritórios da sede, agora só falta a senhora dar um ok pra tudo

Annabeth pegou os papéis da minha mão e entregou para sua mãe. Ela analisou superficialmente cada um e balançou a cabeça positivamente, ajustou cada um deles dentro da mochila de rodinha que carregava e por fim pareceu me notar.

__ Você deve ser o famoso Percy Jackson – ela ajustou os óculos no rosto e levantou uma sobrancelha
__ Famoso eu não sei, mas... Sim, eu sou Percy – estiquei a mão para cumprimenta-la
__ Humm, seu pai não para de falar de você – ela deu um sorriso leve e eu abaixei a mão – Annabeth também listou uma quantidade enorme de qualidades suas, eu sou a responsável pelas contratações e mudanças na empresa, seja qual for o setor e bem... Você tem um bom curriculum
__ Hã... Obrigado – eu estava corado, não é todo dia que a mãe da sua ficante te elogia
__ Bom... Eu vou analisar todos esses papéis até o fim do dia, amanhã te darei a resposta Annabeth, enquanto isso sinta-se de folga, você merece, tem trabalhado muito, se me derem licença.

Ela saiu do apto arrastando a mochila atrás de si, a mãe de Annabeth era bem bonita, até porque Annabeth se parecia muito com ela, os mesmos cabelos cacheados, os olhos cinza turbulentos, exceto pelos cabelos, os dela eram castanhos, mas acho que isso Annabeth deve ter puxado do pai. Annabeth chamou minha atenção para ela quando deu um longo suspiro de cansaço.

__ Está tudo bem? – perguntei – Você parece exausta
__ Ah... E eu realmente estou – ela tirou a mecha de cabelo loiro que caia na sua testa – Tenho trabalhado aqui e é o último semestre na faculdade, minhas forças estão sendo sugadas, fora Luke, ah o Luke...

Annabeth provavelmente se esqueceu ou não teve consideração pelo nosso pseudo-relacionamento, porque você citar o nome do ex na frente do provável atual não é uma coisa muito normal de se fazer, creio que ela caiu em si quando viu a minha cara nada amigável e um enorme desconforto que apresentei quando ela citou o nome dele.

__ O que tem o Luke? – perguntei numa voz minimamente alterada
__ Nossa... – ela se sentou no sofá – Bem... Ele vem me ligando esses dias... Mas eu não tenho atendido, ele está cada vez mais insuportável.
__ Entendo... – disse friamente

Ficamos nos encarando por uns segundos em silêncio até que ela se pôs de pé e passou por mim indo em direção a porta.

__ Ei... – chamei – Onde você vai?
__ Acho que vou pra casa, descansar um pouco, sei lá – ela agitou as mãos pro alto
__ Hum... – encarei o chão
__ Percy... Esse é o momento em que você se dispõe a me fazer companhia – disse ela com voz de tédio
__ Ah é? – a olhei confuso
__ Éééé – ela bateu a mão na própria testa – Vem, vamos lá pra casa

O apto de Annabeth não ficava muito longe dali, era bem aconchegante apesar de pequeno, estava com a mesa lotada de desenhos e lápis espalhados por todo canto, mas fora isso nada estava desarrumado. Ela pediu que eu me sentasse na sala até que ela se trocasse. Annabeth voltou com a aparência bem mais leve, vestia um short jeans, uma camisa branca simples e tinha os cabelos presos num rabo de cavalo, estava linda – como sempre.

__ Quer alguma coisa? – ela estava na cozinha – Deixe-me ver o que tenho aqui, ainda não fiz as compras da semana...
__ Uma água já está bom – eu disse
__ Certeza? Porque eu tenho um queijo delicioso aqui, além de outras coisas e podemos fazer um sanduiche top, o que você me diz? – ela escorou na porta da geladeira e me olhou
__ Não quero dar trabalho, além do mais, nem estou com fome – nesse momento minha barriga roncou me entregando
__ Acho que tem alguém mentindo aqui... – ela deu uma risada – Vem, me ajuda a preparar algo pra gente comer.

Os sanduiches estavam realmente deliciosos, o queijo que Annabeth havia dito tinha dado um gosto especial, estava matando minha fome com gosto.

__ Não achei que você cozinhasse tão bem – zombei
__ Por quê? Tenho tanta cara de dondoca ou ruim no fogão assim? – indagou
__ De dondoca não, mas de ser ruim no fogão sim – rimos

Terminamos em silêncio de comer, recolhi os pratos e os lavei. Annabeth me olhava com uma expressão divertida no rosto, assim que terminei, peguei a mão dela, a guiei até o sofá, sentei-me e a puxei para meu colo, ela não hesitou. Annabeth começou a passar a mão em meus cabelos enquanto eu admirava seus olhos que desde sempre me encantaram.

__ O que foi? – perguntou ela com um sorriso leve no rosto
__ Nada, eu só não queria que esse momento passasse tipo, não quero ir pra Long Island e me afastar de você, Luke poderia te reconquistar de novo, quem sabe – dei de ombros
__ Isso jamais aconteceria Percy, é mais fácil você se perder por lá do que eu aqui, eu e Luke já não somos nada há muito, muito tempo. Além do mais, não terminamos de forma amigável, ele não tem sido boa companhia mais, e você tem qualidades que eu não encontraria em nenhum outro garoto – ela me abraçou apertado

Inspirei fundo seu perfume e a apertei ainda mais contra mim, sentia que quanto mais eu ficava com essa garota, mais vontade de não soltá-la nunca mais aumentava. Puxei seu rosto para mais próximo do meu e nos beijamos. Annabeth e eu nunca tínhamos ficado exatamente a sós, sempre que nos encontrávamos e nos beijávamos era em locais públicos, com pouca privacidade, mas hoje foi diferente. Annabeth era extremamente intensa, seus beijos pareciam que acendiam cada canto do meu corpo, mal reparei quando ela tirou minha camisa e eu apenas obedeci levantando os braços e voltando a cruzá-los ao redor dela com mais força. Ela desceu os beijos por meu pescoço, ombros, até que chegando ao peitoral senti uma dor.

__ O que é isso minha gente? – exclamei
__ Estou te marcando – ela riu – Já que estamos nesse fogo todo, te marquei como meu
__ Garota, esse seu lado eu não conhecia – disse surpreso passando a mão no local onde ela tinha mordido com força
__ Ótimo, tem mais graça ir descobrindo as coisas com o tempo – ela se levantou do meu colo
__ Ahh... Qual é, volta aqui – disse choramingando
__ Seu celular está vibrando, atenda, pode ser importante – ela ajeitava a roupa e ligou a tv no canal de história da arte.

Olhei a tela do celular, Rachel me ligava.

__ Alô? – eu disse
__ Oi Percy, como está? Tem um tempo que não nos vemos, estou com saudades
__ Rachel, cara, quanto tempo mesmo, estávamos tão atordoados esses dias por conta do fechamento do semestre e as formaturas que nem nos víamos – andei até o quarto de Annabeth para continuar a conversa
__ Pois é, então... Eu estava pensando, topa sair mais tarde? – disse com a voz esperançosa
__ Claro, claro – respondi com entusiasmo – Onde e que horas?
__ Sabe o restaurante que tem aqui em frente de casa? Podemos nos encontrar aqui umas 20h e jantar, depois faríamos o nosso típico brigadeiro de panela aqui no apto e vemos um filme
__ Ótima ideia, então 20h eu te pego ai no seu apto, combinado?
__ Combinado, até mais!

Enfiei o telefone no bolso e realmente eu não sabia o quanto eu estava com saudades de Rachel, queria contar a ela sobre meu pai e tudo que estava acontecendo.

__ Então quem era? – perguntou Annabeth deitada no sofá olhando pra tv
__ Rachel me chamando para sair hoje – eu fingi que ia pular em cima dela, o que a fez recuar, mas me acomodei deitando ao seu lado no sofá
__ Hum...

Como eu estava deitado atrás dela, passei meus braços por sua cintura puxando-a para mais próximo de mim, ela ainda continuava olhando pra tv, beijei a parte de trás do seu pescoço fazendo-a arrepiar cheguei bem perto de seu ouvido e sussurrei.

__ Vamos continuar de onde tínhamos parado

Ela se virou de frente pra mim, como o sofá era apertado nossos narizes se esbarraram, ela me encarou.

__ Posso ir com você hoje encontrar Rachel? – ela disse baixinho
__ Acho que ela não iria gosta – respondi no mesmo tom e tentei beijá-la, mas ela afastou meu rosto
__ Mas você deixaria que eu fosse? – ela colocou o dedo sobre meus lábios e eu o mordi de leve
__ Eu queria que fosse mais uma saída de amigos, preciso falar com ela, contar sobre o que vem acontecendo – dei de ombros
__ Hum... – ela tornou a me dar as costas

Não acredito que Annabeth Chase estava com ciúmes de mim. Ela não parecia ser o tipo de garota que tinha ciúmes do namorado apenas porque ele iria sair com uma amiga. Tornei a insistir, eu precisava de mais e mais beijos como aquele e era a hora em que podíamos aproveitar. Mordi a pontinha da sua orelha de leve, quando ela pareceu que ia ceder a campainha do apto soou.

__ Está esperando alguém? – perguntei, sentando no sofá junto com ela
__ Não... – ela se levantou e ajeitou o rabo de cavalo – Vista a camisa, pode ser minha mãe vindo me entregar os projetos
__ Ah sim, é verdade – catei minha camisa e a vesti.

Annabeth olhou no olho mágico da porta e pareceu ficar pálida, abriu a porta automaticamente e eu o vi sorrindo do outro lado, com um buque de flores na mão.

__ Oi Annie – disse Luke, ele vasculhou o apto com os olhos e me viu – O que diabos esse cara está fazendo aqui?


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