Esses Seus Olhos De Tempestade escrita por jessyweasley


Capítulo 31
Capítulo 30.


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa pela demora, juro, eu tentei escrever pra vocês antes, mas eu estava sem ideias e tive que reler alguns trechos Percabeth do livro do tio Rick pra inspiração vir, agora que estou com ela a flor da pele irei postar talvez amanhã outro capítulo, dando enfim continuação. Obrigada a todos que me desejaram feliz aniversário, desejo um Feliz 2014 para todo mundo e espero que vocês continuem tão bons leitores como vocês são. Obrigaada!!
Agradeço também pela recomendação que recebi, esse capítulo vai pra você Thiiago!



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Ajeitei minha mala antes mesmo que Annabeth acordasse, tomei meu banho e já estava praticamente pronto quando ela se levantou. A observei espreguiçar-se pela cama, os cabelos emaranhados que cobria todo o travesseiro, ela notou que eu a observava e abriu um sorriso longo, sorri para ela de volta e sentei-me na beirada da cama. Peguei seu pé e o apertei.

__ Bom dia, Sabidinha – fiz uma massagem de leve em seus pés
__ Bom dia – ela lançou um travesseiro fracamente em minha direção – Porque acordou tão cedo? Tanta vontade assim de ir embora?
__ Digamos que eu estou um pouco ansioso pela reação de meus pais
__ Seus pais vão te apoiar – ela se levantou

Eu não via Annabeth a uma semana desde eu cheguei aqui, então digamos que eu estava com um pouco de saudades dela como um todo, quando ela se levantou e a vi com um pijama curtíssimo essa louca “saudade” apertou. Ela não notou que eu babava olhando para suas pernas até que entrasse no banheiro.

Annabeth saiu do banho com a toalha enrolada nos cabelos e usava uma lingerie branca, evitei ficar olhando, o que se tornou impossível quando ela parou de costas para mim, remexendo em sua mala em busca de alguma peça de roupa, retirando de lá uma calça e uma blusa de frio, isso me deixou feliz pelo menos coberta dessa forma eu me concentraria mais no que me aguarda quando eu chegar em NY. Acho que às vezes Annie esquecia-se do poder que tem sobre mim.

__ Vamos tomar um café, quando voltarmos arrumo o resto da mala, meu pai deve nos levar ao aeroporto.

Assenti concordando com ela e descemos todos já estavam acordados e sentados a mesa tomando café, Annie e eu nos juntamos a eles e sim, o pai dela disse que nos levaria ao aeroporto.

****

Faltava duas horas para o nosso voo sair, o pai de Annabeth estacionou o mais próximo possível da portaria. Colocamos as malas no carrinho e fomos em silêncio fazer nosso check-in, a fila estava grande.

__ Filha, será que se importa se Percy me acompanhar em um café enquanto você despacha sua mala? – ele tocava o ombro da filha e dava um sorriso

Annabeth me lançou um olhar de “cuidado” eu apenas sorri de leve, ela pegou meu consentimento e sorriu para o pai em aceitação. Seguimos os dois até um café pequeno do aeroporto, o cheiro de café era excelente. O Sr. Chase pediu que eu me sentasse em uma das mesinhas e foi pegar dois cafezinhos para nós dois, voltando rapidamente. Depositou cuidadosamente a xícara na minha frente e eu dei um gole.

__ O que o senhor que falar comigo? – fui direto
__ Eu só quero que cumpra o que me prometeu, quero que se case com Annabeth – ele bebericou seu café – Sei que vocês jovens não são tão ligados nessa coisa de relacionamento sérios, casamentos e afins, mas para mim isso é importante, não só pelo fato da Igreja, antes de ficar doente eu era um desligado desses assuntos, mas agora...
__ Por mim eu não me casaria e o senhor sabe que por Annabeth também não, mas pela consideração que adquiri pelo senhor farei o possível para convencê-la, tudo bem?
__ Obrigado – ele estendeu a mão para mim – Espero que tenha entendido minha preocupação de pai, caso vocês venham a ter uma garota, me entenderá.
__ Sem ressentimentos Frederick – apertei-lhe a mão.

Voltamos em silencio, Annabeth já estava sentada na cadeira me esperando para irmos para sala de embarque, ao nos ver chegando em silencio olhou para nós preocupada, mas balancei a cabeça dizendo que não havia sido nada demais. Ela se despediu do pai e o convidou para ir nos visitar, ele me olhou nesse momento, aposto que seu pensamento era: Verei vocês na Igreja. Nos despedimos também e eu e Annie fomos para sala de embarque.

***

O tempo em Manhattan estava feio, a chuva que caía era das pesadas, pedi que Annabeth esperasse e com custo consegui um táxi que nos levasse ao seu apartamento, chegamos lá um pouco molhados.

__ Então... Vai voltar para Long Island ainda hoje? – ela perguntou tirando o casaco molhado
__ Preciso ver minha mãe – falei – Ela disse que queria conversar comigo sobre tudo e amanhã combinei com meu pai.

Ela não respondeu e entrou para o quarto, fui atrás dela.

__ Mas quero que você vá comigo a casa de minha mãe, acho que minhas chances de morte irão reduzir drasticamente caso você vá – dei uma risada.

Vi os ombros de Annabeth relaxarem um pouco, ela virou-se para mim rindo e para minha surpresa deu um pulo até mim lançando os braços em torno do meu pescoço.

__ É bom estar de volta em casa – ela olhou ao redor – Sei lá, sinto que só agora estou te vendo de verdade, sem aquele clima todo de tensão que estava na casa de meu pai
__ Concordo com você – apertei seu nariz de leve, ele estava rosado pelo frio – Aqui posso fazer e falar coisas para a filhinha do papai sem que ele queira me matar.
__ Então faça algo porque estou cansada de ser a filhinha protegida – ela mordeu meu lábio inferior devagar

Senti meu celular vibrando no bolso de trás da minha calça.

__ Espere só um segundo – ela se soltou dos meus braços e deitou-se na cama
__ Um segundo – ela repetiu

Atendi ao telefone ali mesmo, era minha mãe na linha, perguntando-me se eu já havia voltado, eu disse que sim, então ela pediu que eu fosse até sua casa naquele mesmo momento, resolvi não relutar, eu já estava em maus lençóis com ela mesmo, tirar o atraso com Annabeth ficaria para depois.

__ Era minha mãe – me joguei na cama ao lado dela – Pediu que fossemos lá agora
__ Agora? – ela fez bico – Mas queria ficar aqui com você...
__ Eu também, mas não posso mais irritar a Senhora Sally – me sentei na cama – Bora Annie.

***

A casa de minha mãe ficava a poucos quilômetros dali, então logo chegamos. A chuva já havia diminuído, Annabeth e eu ficamos em silêncio durante todo o pequeno percurso da portaria ao apartamento, batemos uma vez e minha mãe apareceu na porta, séria pediu que entrássemos, olhei Annie de relance e ela tinha o mesmo olhar preocupado que o meu.

Minha mãe apontou o sofá para que nos sentássemos e isso ficou ainda mais estranho, eu nunca tinha visto ela tão séria assim. A obedecemos, ela puxou a poltrona e sentou-se de frente para nós dois, Annabeth e eu nos demos as mãos.

__ O que vocês dois foram fazer? – ela olhava nós dois com atenção – Com tanta forma de prevenir, sei que vocês não são mais tão crianças, mas tinham tanto pela frente, poderiam ter esperado mais, se estabilizado mais.
__ Eu sei mãe – comecei – Não foi algo planejado e de acordo com as contas, esse fato ocorreu quando tanto eu quanto ela estávamos bêbados, ou seja, foi realmente um acidente.

Olhei para Annabeth e dei-lhe um sorriso compreensivo.

__ Um acidente que eu faço questão de cuidar até o último dia de minha vida – falei
__ Eu não os chamei aqui para brigar, vocês são grandinhos o suficiente para se cuidarem, estão formados e com empregos fixos, mas como fica a questão do relacionamento de vocês? Porque até hoje não sei ao certo o que vocês são. Vocês jovens tem uma mania de ficar.

Eu e Annabeth rimos e até minha mãe acabou dando um sorriso, o que ajudou e muito a amenizar a tensão do ambiente.

__ Obrigado por estar do nosso lado Sally – Annabeth soltou minhas mãos e as estendeu a minha mãe – Não sei se eu aguentaria mais uma porta fechada em nossa cara

Ficamos mais alguns minutos conversando com minha mãe, ela e Annabeth ficaram na sala discutindo sobre o sexo da criança e coisas de mulheres, eu fui para o banheiro. Fechei a porta, fui até a pia e lavei o rosto, olhei-me no espelho com atenção, coisa que não fazia a um bom tempo, minhas olheiras estavam maiores, meus cabelos mais compridos do que eu geralmente deixava, só faltava meu pai saber, assim eu estaria completamente concretizado como pai. Saí do banheiro e Annabeth só estava me esperando para voltarmos ao seu apartamento.

__ Então até mais Sally, na primeira consulta eu te chamo, ok?! – Annabeth abraçou minha mãe
__ Espero vocês aqui mais vezes, especialmente você filho, agora você tem uma mãe, um futuro filho e uma namorada que já está passando da hora de ser esposa – minha mãe cruzou os braços e me encarou
__ O pai de Annabeth já tratou de me cobrar isso mamãe, você também não – falei
__ Percy! – Annabeth belisca meu braço

Minha mãe nos acompanhou até a porta, Annabeth voltou falando durante todo o percurso sobre coisas de bebês e que conversando com minha mãe tinha ganhado um entusiasmo que não havia sentido até então, eu concordava alegremente com tudo que ela falava, mesmo perdendo algumas partes.

__ Ué, o que o carro da Thalia está fazendo aqui? – Annabeth apertou os olhos para ler a placa
__ Tem certeza que é ela? – perguntei colocando o carro na garagem
__ Veremos.

Subimos pelas escadas do estacionamento, já era por volta de sete da noite e o prédio onde Annabeth morava estava sempre movimentado, mas hoje por ser domingo estava até quieto demais. Estranhamente a porta de seu apartamento estava aberta, trocamos olhares assustados.

__ Espere ai – falei baixo

Annabeth assentiu e esperou a poucos metros da porta de seu apto. Andei quase que na ponta dos pés e espiei lá dentro, entrei no apartamento. Dei de ombros para Annie, por algo do destino consegui desviar do punho que quase me acertara em cheio, cai sentado no chão e cegamente dei um chute que acertou alguém, porque a pessoa gemeu e caiu sobre a mesinha de centro da sala. Levantei-me depressa e Annabeth já estava do meu lado.

Não levou mais que dois segundos para eu identificar quem era. Luke. Ele tentava se levantar mais devia ter se machucado ao cair sobre a mesa, fui até ele e o peguei pela gola da camisa, ele me olhou meio atordoado, mas a raiva pelo fato dele ter invadido o apartamento da minha namorada e ter vindo me agredir sem motivo algum foi maior, desferi um soco forte em seu rosto que cortou seu lábio inferior, que inchou e começou a sangrar, dei-lhe outro soco, esse pegou próximo ao olho, senti meu dedo dormente (devo ter quebrado) ia lhe dar outro quando Annabeth segurou meu braço e puxou-me para cima tentando me afastar dele.

__ Chega Percy – ela falou com as duas mãos em meu peito e olhando para mim

Assenti arfando, olhei para minha mão e ela estava inchada, talvez eu tenha mesmo quebrado o dedo, Annabeth andou até Luke e lhe estendeu a mão, Luke levantou o rosto machucado e olhou para mim, em seguida para a mão dela e a apertou, ela o ajudou a se levantar e o sentou na poltrona mais próxima.

__ O que está fazendo aqui? – ela parou de frente para ele com os braços cruzados
__ Não poderia me oferecer um saco de gelo primeiro? – ele tocou o lábio e checou as pontas dos dedos – Esse idiota ferrou com minha cara
__ Isso que dá invadir a casa das pessoas quando elas não estão presentes – falei com desdém
__ Você ainda não respondeu Luke, o que faz aqui? – Annabeth soou mais autoritária dessa vez
__ É verdade que está grávida? – ele olhou para Annie
__ O que te interessa? – perguntei, pondo-me ao lado dela
__ Não estou falando com você – ele disse com desprezo.

Ameacei dar-lhe mais um soco, mas Annie olhou-me com advertência e voltou-se para Luke.

__ Sim, estou.
__ Annabeth... Eu... Não acreditei quando Thalia disse – ele se levantou e parou de frente para mim
__ Luke, porque você veio até aqui para saber disso? – ela tinha um tom mais ameno na voz, o que me irritou um pouco
__ Anne, você sabe que mesmo estando com a Thalia, não consigo tirar você da minha mente – ele disse ignorando minha presença.

Desculpe-me Annabeth, mas isso é demais, eu não tenho sangue de barata e não irei aceitar o cara dando em cima da minha garota na minha frente.

Empurrei Luke com força, mas devido ao seu porte físico mais avantajado que o meu até ele não chegou a perder o equilíbrio, ele apenas ficou meio confuso, ele devia ser treinado para esse tipo de situação, pois quando levantei a mão para lhe dar mais um soco ele agarrou meu pulso e girou meu braço para trás me imobilizando. Droga.

Annabeth dessa vez foi a dona das atenções. Luke estava feliz demais por ter-me colocado em tal situação que não notou quando Annabeth chegou perto e o esbofeteou com toda força que tinha no rosto. Ele me soltou e levou as mãos ao rosto, olhando desacreditado para ela.

__ Luke, eu não o amo, eu não quero você, não tenho vontade de ter família e filhos contigo, entenda isso, eu amo Percy – ela foi até a porta e a segurou escancarada – Saia! Thalia não irá saber disso, mas não quero que você nunca mais apareça na minha frente.

Luke hesitou por um momento, digerindo o que ela havia dito, olhou para mim e em seguida para Annabeth, abaixou a cabeça e saiu pela porta, com a mão no rosto, feito um cachorrinho com o rabo entre as pernas, adorei isso. Annie bateu a porta com violência e passou a tranca, eu já estava de pé e apenas a olhava, a tempos eu não a via tão nervosa.

__ Me desculpe por isso Percy – ela disse melancólica – Meu passado tem te atormentado ultimamente
__ Relaxe, por você acho que... Posso lidar com isso – eu disse – Agora acredito que Luke possa ter matado alguém por você ele é... Louco por você.

Ter que admitir que outro homem possa amar de tal forma a mulher que você também ama é doloroso.

__ Ele não me ama, ele só me vê como um objeto do qual ele já teve posse e não quer abrir mão – ela encarava a mesinha destruída – Ele que não me apareça aqui novamente, caso contrário eu posso vir a fazer uma loucura.
__ Não deixarei que ele se aproxime de você – falei com um instinto protetor aflorado – Existem duas pessoas hiper importantes para mim agora ocupando o mesmo espaço, então Luke que não seja idiota de se aproximar de você.

Annabeth me encarou e esticou os braços para um abraço, eu sorri e fui até ela, a abracei apertado, me ajoelhei e abracei sua cintura com o ouvido voltado para sua barriga, sei que não ouviria nada daquela forma, mas só esse gesto fez Annabeth cair no choro, ah os hormônios femininos a flor da pele.

__ Meu Deus, sua mão – ela a pegou com delicadeza
__ Não foi nada – me coloquei de pé e a analisei – Nem está doendo
__ Deixe-me ver então – ela puxou minha mão e a apertou, fazendo-me gritar
__ Talvez esteja doendo um pouco – falei, choramingando
__ Acho que não quebrou – ela olhou a mão por um todo – Deve ter machucado, venha vou colocar um gelo ai.

A raiva que eu estava sentindo mais cedo já estava passando, resolvi deixar Annabeth me mimar um pouco e matarmos a saudade de estarmos juntos, pois amanhã eu enfrentaria o chefe de tudo: meu pai, ou seja, eu precisava estar com os ânimos tranquilos e pronto para ouvir muito.


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