Totalmente Humana? escrita por Ana Mercedes


Capítulo 24
Casa Nova


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura...
Nos desculpe se tiver algum erro de português



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Todos em volta estavam chorando e gritando. Alguns por emoção outros por medo. Ian me ergueu em seus braços. Deixei. Meu corpo havia enfrentando tudo em um mês. Jared não deixava Beatriz dar um passo sem ele do lado. A Rainha virou para os Rastreadores e deu alguma ordem a eles, na língua desconhecida, eles se contorceram seus rostos, mas foram. A guarda da Rainha tinha levado Beatriz para reparar alguns machucados e trocar de roupa. Os humanos foram obrigados a sair do esconderijo e entrarem uma das duas naves enormes que esperava em cima de nós. Thelma, Leonardo e Kate ficaram juntos com os humanos. Os mantos negros que ficaram na caverna ainda eram designados a cuidar dos humanos. Caroline, Magnus, Patrick e Brutos foram levados com a Rainha. Estávamos agora dentro dessa nave, mas estava cansada demais pra se quer me preocupar em algum perigo. Ian estava com os braços em mim e ao meu redor. Minha família estava viva, nem queria pensar no que podia ter acontecido, estou querendo pensar que estamos salvos. Estou de olhos fechados.

“Pra onde vamos?” perguntou Max.

“Tenho cara de bola de cristal para saber” respondeu Melanie. Pelo visto, irritada e com ciúmes, imagino o que ela achou vendo Jared tão junto com Beatriz. E ainda depois que ele se recusou a sair de perto de Beatriz. Uma briga o aguarda. Só lamento.

Todos fecharam a boca. Ninguém ia se meter com Melanie e Jared. Essa seria uma briga que alma ou humano algum poderia evitar ou ajudar. Ian ria baixo, sentia seu corpo tremer.

“Para de rir se não ela vai descontar em você” sussurrei só pra ele ouvir. Ele riu.

“Ai você entra e me salva, não é?” ele desafiou, tive que rir.

“Essa briga, nem eu poderia te salvar e acredite não quero me meter” nós dois rimos.

A nave depois de alguns horas, em alta velocidade, pousou. Parecia que tinha perdido a noção do tempo. A porta foi aberta. Ouvi todos pararem de respirar e resolvi abrir meus olhos. Na porta estava um monte de Rastreadores. SERIO MESMO? TA DE BRINCADEIRA COMIGO? Queria gritar para o destino.

Tentei me levantar, Ian não deixou. Olhei pra ele, mas ele estava olhando os Rastreadores. Suspirei, ele não vai me deixar mais. Alguém lá fora tossiu.

“Saiam!” ordenava a voz no meio da multidão. Olhei e lá estava em pé. Num glorioso vestido prata com a saia cheia de pregas. Beatriz. Com uma garrafa de água na mão.

“Como vocês aguentam esse calor todo?” perguntou. Não me contive. Corri para seus braços, quase a derrubando, abracei-a com força! Ela foi pega de surpresa, derrubando a água no chão.

“Hey, vai com calma, ainda não estou cem por cento recuperada” disse ela. Afastei.

“Peg, que tal agora me apresentar seu amado? E sua família.”

“Claro, Beatriz” um a um fui mostrando. Com Ian, Beatriz riu e brincou que ele deve ter mais força em me deter para não arrumar mais problemas, ele riu com ela. Jeb ficou meio recuso, talvez apoiando a sobrinha. Melanie passou por ela sem ao menos olhar em seu rosto, parecia um furacão.

“Qual é o problema dela?” perguntou Beatriz.

“Aparentemente: Você!” tive que rir. Beatriz levantou as sobrancelhas e continuamos.

Apresentei a todos. Um por um. Aos poucos que cada um ia saindo das naves, foram disponibilizada duas naves pra nós. Mas com medo que pudesse nos separar todos os humanos e algumas almas, preferiam viajar conosco. Em apenas uma. Somente a guarda que preferiu viajar na outra nave. Ian sempre ao meu lado,me ajudando com os novatos,dos outros grupos. Nem percebi, mas consumiu a manhã toda. Quando olhei em volta, estávamos numa quadra de futebol, tudo em volta era arvores e podia ver em alguns poucos metros a frente um monte de casa,uma do lado da outra,era como um enorme condomínio.

“Onde estamos?” perguntou Ian.

“Estamos num dos lugares que vocês humanos gostam de chamar: de paraíso ecológico. Gosto daqui. Tem arvores lindas, a vista é maravilhosa, lembro de vim aqui com....” ela parou. Ninguém se atreveu a perguntar.

“Por que estamos aqui?” perguntou Russel.

“Vou poder contar, só o que sei. Minha mãe que está por trás disso. Nem eu mesmo sei direito. Só mais tarde saberei.” disse. Olhei pra Ian, tinha mais coisas.

“E cadê ela?” perguntou Nate.

“Ta com meus irmãos, os Rastreadores e o Conselho, em reunião, me livrei com a desculpa de estar em recuperação” ela riu. Mas seus olhos não sorriram.

“E Jared?” perguntou entre dentre Melanie.

“Esta executando uma tarefa pra mim. Vamos encontra-lo logo ” respondeu “Chega de perguntas, deixa eu contar!” ela pulava no lugar.

“Estão vendo aquelas casas lá” apontou ela. Todos olharam.

“Sim, o que tem?” – disse Gail. Bravo por ter sua vida nas mãos de uma alma.

“São de vocês” ela concluiu. Todos congelaram. Ela então continuou “Sei que não é como a casa de vocês mas é o mínimo que posso fazer, existe cerca de 150 casas, esses condomínios são divididos em quatro ruas,são equipados...”

Todos os humanos correram pra cima dela. Ela gritou de susto. Mas logo, eles a beijaram e agradeciam. Os homens levantaram lá e gritavam. E ela vermelha com tanto carinho,tentando segurar o vestido. Ela ria, e de novo, ela não era o Pilar e sim uma jovem nascida numa enorme confusão. Uma menina linda.

“Gente. Calma. Vão conhecer suas casas. Escolham qualquer uma. Quero andar um pouco, por favor.” – ela falava rindo. Eles a baixaram. E logo todos foram. Ficaram poucos pra trás. Eu, Ian, Jeb, Melanie, Nate, Gail, Max e Russel. Jeb foi o primeiro a falar.

“Muito obrigado, minha jovem, você se mostrou em ser uma pessoa de coração de ouro” disse ele, oferecendo a mão. Beatriz recusou a mão e puxou ele num abraço.

“Aprendi com Peg” ela disse, ele deu um passo ao lado.

Então Melanie foi à direção de Beatriz, mas não disse nada, deu o braço a Jeb e os dois se foram. Suspirei. Vai ser difícil fazer Melanie gostar de Beatriz. Uma guerra. Nate foi o próximo.

“Muito obrigado, não conte a Melanie, mas agradeço por Jared ter te salvo.”

Beatriz riu e se aproximou dele, olhando para lado, como se fosse contar um segredo.

“Eu também!” os dois riram, ele a abraçou.

Russel, Max e Gail como lideres foram mais rígidos. Agradeceram e estenderam a mão. Dessa vez ela não tentou abraçar eles, sabendo que não seria bem recebida. Eles se foram, sobrando nós três.

“Cansei” ela disse. Olhamos-nos e rimos. Todos nos estávamos exausto.

“Venham. Tenho uma coisa que quero mostrar pra vocês” ela nos guiou a alguns passos,atrás do primeiro bloco de casas, já se ouvia vozes de lá. Quando viramos vimos um cenário lindo. Uma enorme arvora com flores vermelhas e no meio amarelo, toda florida, fazendo o chão um tapete de flores. E alguns metros ao lado um piscina gigante, daquelas olímpicas.

“To louca por isso á milênios, nenhum lugar tem uma piscina. Vamos apostar corrida?” perguntou ela divertida.

Nunca tinha visto uma piscina na minha vida. Sempre vivendo numa caverna o máximo que vi foi á poça que chamamos de banheira. Mas essa piscina era tão cristalina que parecia uma miragem. Olhei pra Ian, ele parecia mais empolgado do que eu.

“Sim” dissemos nos dois. Soltei a mão de Ian. Afastamos. Tiramos nossos sapatos. Íamos pular de roupa e tudo. Contamos três, dois, um... corremos. E cábum! Pulamos.

A água não era fria nem quente demais. Era perfeita. Voltei á superfície. Estava Beatriz nadando de costa para longe. Ia a sua direção, mas um braço me parou. Ian. Claro, Beatriz estava nos dando privacidade. Passei meu braço por volta do seu pescoço e o beijei. Ele todo molhado, uma cena que faz tempo que não via, seus olhos eram azuis da cor da água.

“Finalmente,tenho você de volta” disse ele, beije-o novamente.

“Você nunca me perdeu.” ele passou a mão no meu cabelo molhado.

“Estou começando a gostar desse seu novo corpo. Sempre achei lindas as ruivas, mas em você ficou mais que linda, ficou perfeita. Não é mais aquela Peg que parecia frágil, agora tu é forte, ao ponto de me vencer numa corrida” ele riu. Beije –o. Depois de alguns minutos assim, olhei pra onde a Beatriz estava. E ela não estava mais na piscina.

“Cadê ela?” perguntei.

“Saiu pra nos deixar a sós. Foi na direção daquela arvore” respondeu ele. Levantei o rosto e vi-a longe. Debaixo da arvore, em cima de um balanço de madeira, toda molhada, olhando para o céu. Se balançando.

“Ela sabe como deixar uma alma feliz ” e de novo trocamos mais beijos e nadamos.

Já passada da hora do almoço quando um dos mantos negros da Beatriz, foi nos chamar para almoçar, pelo visto tinha um refeitório imenso para todos nós, com um enorme banquete nos esperando. Beatriz falou que ia mais tarde, que ia ficar mais alguns minutos ali embaixo da arvore, mas que era para eu e o Ian ir para o refeitório direto que depois ela explicaria. Chegamos lá, os dois molhados e grudados, não nos separávamos para nada. Sempre me beijando, Ian ficava ao meu lado, nossas mãos unidas. Não havia comida nenhuma á vista.

“Cadê a comida?” perguntou Jamie, ele sentou a mesa conosco, pelo visto ele não estava do lado da irmã brava nessa historia.

“Você só pensa em comida guri” brincou Kyle.

“Tem coisa melhor?” perguntou, todos nós rimos. Nossa mesa estava com a maioria das pessoas, era imensa, formavam um U, era um tipo de refeitório para muitos.

Então vi abrindo as portas, Caroline e Magnus entraram, queria abraça lós, mas eles foram para o meio da mesa.

“Peço licença a todos!” disse Caroline, sempre calma.

“Desculpem a demora, estávamos em reunião, mas não demoraremos mais.” disse Magnus, escondendo um sorriso, algo que ele estava achando muita graça.

Então abre uma porta enorme que era da cozinha. Sai de lá: Beatriz e Jared um rindo olhando pro outro. Ela jogou um pano na cara dele, mostrando língua para ele. Beatriz vai para o centro da mesa. E sobe numa cadeira.

“Que venha a comida!” gritou ela. Houve uma salva de palmas, ela se sentou na cadeira que estava de pé. Jared do lado, com Caroline e Magnus. Da mesma porta que eles saíram. Saiu uma fileira de Rastreadores, todos nós congelaram.

“Se acalmem pessoal, isso faz parte da hospedagem” disse Jared. Beatriz ri.

“Como os Rastreadores sempre maltrataram vocês, resolvemos ensinar eles uma lição, eles servirão vocês. Hoje, amanha e até eu me cansar. Tudo que quiserem ordenem a eles. Eles são obrigados a obedece lós” Beatriz disse com um enorme sorriso. Muitos não acreditaram nisso. Eu mesmo não podia crer “Jared, mostre a eles”

Jared deu um passo á frente. E apontou para um Rastreador, com uma cicatriz no olho, o maior deles.

“Você, venha aqui!” ordenou e o Rastreador foi “Pule numa perna só” e por incrível que pareça o Rastreador fez. Todos gargalhavam. Os próprios Pilares não aguentaram e se dobravam de rir. Os Rastreadores eram os únicos a não rir.

“Há um Rastreador para cada um de vocês, ou seja, um criado. Eles farão o que vocês quiserem. Se não quiserem em suas casas, eles ficaram no quintal. Não tenham pena deles. Lembrem de tudo que eles fizeram” disse Magnus.

“E alias, os carros e motos deles são de vocês” disse Caroline.

Todos gritaram. A comida começou a ser servida. Ouvia ordens sendo dadas aos Rastreadores. Risos e mais comida. Beatriz teve que voltar pra cozinha, resolver algum problema. Jared sentou de frente pra mim e Ian. Jamie foi pro lado da irmã, Jeb o chamou. Caroline e Magnus sentaram ao seu lado. Tinha de tudo, variedade e fartura. Nunca vi tanta comida na minha frente. Escolhi um peixe com um molho que amei. Todos os lugares na mesa estavam ocupados. Beatriz voltou.

“Aonde vou sentar?” perguntou. Ela se virou para procurar algum lugar, mas não tinha. Ela tava indo embora. Quando Jared agarrou ela pela cintura e puxou ela.

“Senta aqui” e apontou para o colo dele. Olhei pra Ian, ele tava se segurando pra não rir. E eu não achava graça disso. O que há com Jared?

“Não, muito obrigada, bonitinho, mas você já me carregou e me teve no colo tempo demais” disse ela, beijando sua testa. Ela se virou pra saída. Quando Melanie levanta.

“Chega disso, não aguento mais!” explodiu ela “Qual é o seu problema?” apontou para Jared.

“Calma Melanie, podemos explicar!” respondeu Beatriz.

“Você, cale a boca! O que você fez com ele? Algum dos seus feitiços?” Mel estava descontrolada. Jeb tentava segurar ela, mas acabou desistindo e voltando a comida. Jared estava olhando, preocupado, para as duas. Caroline e Magnus nem ligaram estavam com os olhos pra baixo, até diria que seria tristeza, nem se dando o trabalho de olharem pra irmã. Ian mesmo nem se moveu, ficou comendo sua sopa de legumes.

“Sou bruxa agora? Já fui chamada de muitos nomes, mas bruxa é novidade!”– respondeu Beatriz “E se me der licença tenho uma reunião, então até”

Beatriz estava saindo, já na porta, mas Melanie pegou uma tigela de sopa de Jamie e jogou na cabeça de Beatriz. Todos prenderam a respiração. A sopa a banhou toda, sujando sua roupa e seu cabelo. Levantei. Beatriz se virou e levantou a mão pra mim. Parei

“Você acha que estou roubando ele, Melanie? Explica pra ela.” falou Beatriz. Jared levantou. E veio já falando.

“Sou amigo dela. É complicado de explicar. É como um guardião ou irmão, sempre quero seu bem. Cada Pilar tem o seu, mas tem que haver uma conexão entre o guardião e o Pilar. A Rainha me explicou. Nunca um humano foi guardião, sou o primeiro. Nasci para ser seu guardião. É como se fossemos melhores amigos desde de sempre.”Beatriz olhou para ele como se não soubesse dessa parte “Mel eu te amo. Como minha mulher. E amo Beatriz como minha irmã.” ele terminou ajoelhando no chão. Com uma caixinha vermelha na mão. Abriu e era um anel fino, prata com um diamante no meio,pequeno mas lindo.

“Melanie Stryder, nascida em Albuquerque, que tive a honra de conhecer em Chicago. Aquele dia foi o mais feliz da minha vida. Mas quero que seja o segundo, pois o primeiro quero que seja o dia que você disser sim a mim. Melanie quer casar comigo?” perguntou. Melanie se entregou ao choro e se pendurou nele

“Sim” gritou ela. Todos bateram palmas. Se levantando e gritando ‘parabéns’.

Procurei Beatriz no meio da multidão, mas ela não estava mais na porta. Só estava o chão sujo de sopa.

Cumprimentei Mel e Jared. Abraçamos e choramos. Já em clima de festividade, a sobremesa foi servida um enorme bolo de chocolate. Melanie me perguntou se gostaria de ser madrinha com Ian do casamento, sem sombra de duvida respondi que sim. Admito, que ficaria um pouco triste se não fosse eu. Todos comeram já pensando no casamento. Não ia demorar muito. Já estava no fim da tarde quando saímos do refeitório. Caroline puxou meu braço:

“Temos uma surpresa pra vocês dois!” disse ela. Magnus veio atrás.

Caminhamos pela rua. Cheio de pessoas acenando para nós. Magnus e Ian logo estavam conversando sobre carros, aqueles que eram dos Rastreadores. Já Caroline resolveu debater qual tom de tecido combinava com ela, pois vai mandar os Rastreadores fabricarem. Estava amando isso. Quando pensei que não íamos mais parar de andar. Eles pararam.

“Essa casa aqui, eu, Magnus e Beatriz escolhemos para vocês! ” disse Caroline,fazendo um pouco de rubor em suas bochechas.

Olhei pra casa, era de um tom de vermelho, com janelas brancas, com uma arvore enorme com flores amarelas que fazia um tapete no jardim. O tipo de casa qualquer um sonharia. Que tinha aparência de familiar, ia ser a casa onde serei eternamente com Ian. Agradeci eles que nos abraçaram, mas tive que perguntar.

“Cadê a Beatriz? Porque não veio conosco?” perguntei. Eles abaixaram a cabeça. Diminuíram o sorriso. Foi Magnus a responder.

“Não sabemos! Ela tinha uma reunião com nossa mãe e depois era para nos encontrar no refeitório.”

“Mas daqui a pouco, ela volta. Ela sempre gostou de sumir” disse Caroline.

Eles se despediram. Mas havia algo de errado. Queria saber da Beatriz. Olhei pra Ian. Ele me olhou nos olhos e disse:

“Você não toma jeito! Vai procura lá. Mas volte antes das oito, temos uma reunião da poderosa Rainha com todos os lideres e alguns humanos, Max que me disse ” Ian já me conhecia de longe. O Beijei e corri. Só o vi acenando na frente da nossa casa. Bom, se eu fosse Beatriz, aonde eu iria? Só há um lugar!

E lá estava ela. No balanço embaixo da arvore. Olhando pra Lua. Havia tochas fincadas no chão ao redor da arvore e pelo canto. Beatriz estava num vestido preto, com alças finas e flores prateadas na parte de cima. Seu rosto mesmo parecia escuro. Aproximei-me dela devagar, tentando saber o que fazer. Por fim, fiquei olhando pra ela. E sem dizer nada, fui atrás dele e empurrei o balanço. Parece que quebrei alguma hipnose dela com a Lua. Pois ela olhou em volta e tomou um susto ao me ver. Seu cabelo balançava o castanho dela, é lindo.

“O que houve?” perguntei. Ela olhou pra Lua de novo.

“Nada, só pensando. Precisava de ar.” Respondeu, sem olhar pra mim.

“Algum problema?” insisti.

Ela parou o balanço e me olhou. Senti um arrepio,

“Sempre há problemas, Peregrina! Só basta saber qual enfrentar!” Ela se levantou.

“Acho melhor você ir. Agorinha meus guardas vêm me buscar” disse. Apenas assenti. Aquilo não combinava com ela.

“Beatriz” alguém gritou, vindo na nossa direção.

“Vá pra trás da arvore, acho que você talvez me ajude, talvez, mas me prometa que nunca ira dizer isso a ninguém!” ela parecia cansada. Assenti novamente e fui pra trás da arvore.

Beatriz voltou a sentar no banco. Se balançando sozinha, mas agora sem olhar para Lua, só para o chão. A voz ganhou forma. E vi quem era. Jared.

“Procurei você por todo lado, tu sumiu bonitinha, algum problema?” ele ia tocar nela, mas ela recuou parando o balanço.

“Nada,tudo na paz!” disse ela sem olhar pra ele.

“Beatriz olhe pra mim!” – mandou ele.

“Sabe, uma das coisas que minha mãe odiou foi vocês me chamando de Beatriz.”

“Não estou entendendo, como assim? O que houve? Foi aquela reunião com sua mãe? O que aconteceu? Ele se aproximou dela que saiu do balanço.

“Sim, foi a reunião. Mas nada com o que se preocupar, melhor você ir!” ela se afastava dele.

“Você não me quer por perto?” Havia dor na voz dele, ela ficou em silencio.

“Não, não quero! Você é humano. Frágil e totalmente emotivo. Seu jeito me enoja. Tão insignificante você é. Vou ficar mudando de planeta e não dá para ficar carregando você. Um fardo. Uni-me a você para ter trazer paz aos humanos. Pronto. Agora não preciso ficar fingindo ser boazinha com você. Não gosto de ti. Sou uma Pilar, não tenho tempo pra você. Alias, sua mulher não vai deixar. Ou você acha que eu vou ficar aqui na Terra?” ela disse.

Mesmo ouvindo não acreditava, parecia a crueldade dos Rastreadores.

“Fingimento? Como... Quer saber? Não quero saber. Beatriz... Quero dizer Pilar. Não serei um fardo pra ti, livrarei você da minha presença. E nunca mais olhe na minha cara e eu não olharei na tua! Sinto ter te incomodado” ele se curvou a ela como referencia. E se foi.

Alguns passos depois, dele ter sumido entre as casas. Beatriz se ajoelhou, chorando e soluçando. Cheguei perto.

“O que foi isso?” Nem ouvi o som das palavras estava em choque. Ela me olhou.

“Peregrina, minha mãe mandou eu me afastar dele. Foi melhor. Se não aconteceria o mesmo que antes...”disse. Ela se levantou e correu. Puxei seu braço.

“Como assim antes?” perguntei.

“Como a ultima vez que me apaixonei!” gritou ela.

Soltei o braço dela, em choque e ela correu pra piscina. Mergulhou. Não vi quando ela subiu, pois já estava correndo.


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Notas finais do capítulo

n/b:E aí gente? Estão bem? O que acharam do capítulo, por favor comenteeem muuito... haha
beijos (:



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