Maré De Sentimentos escrita por R_Che


Capítulo 3
Marés




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RUSS: E a Rachel?

Q: Já chamei, diz que já vem.

H: Mas se ela estiver ocupada nós esperamos.

RUSS: Sim, mas se não tiver também temos coisas a fazer.

J: Não sejas assim Russel. A Rachel pode ter trabalho e não lhe ser fácil ter furos.

Q: Ela já vem, mãe.

RUSS: Nós avisamos que vínhamos cá hoje.

S: Avisamos ontem Russel! Já chega de impaciência. Se a Rachel diz que já vem, não fazemos mais que a nossa obrigação em esperar.

H: Mas não temos o dia todo.

S: Hiram!

H: Tudo bem Shelby, estava só a concluir.

Quinn ficou mal disposta com tanta conversa. Estava relativamente preocupada com o tema que os levava lá, nunca era boa coisa.

R: Já me estão a rogar pragas, certo? -disse uma Rachel sorridente que entrou no gabinete sem bater à porta -não se preocupem, já aqui estou!

RUSS: E a que se deve tanto bom humor?

Q: Sim, porque não é nada normal.

R: Só contigo é que não é normal. Não é importante para vocês, o meu bom humor, porque já sei que o vão estragar.

H: O tema que nos traz aqui não é para estragar nada, pelo contrário, é um bom e feliz tema.

R: Surpreende-me.

Q: Espera! Antes disso preciso de saber se tenho de tomar o comprimido para os nervos, porque se vamos discutir, eu ando com a tensão um bocado alta.

J: Vá lá Quinn, facilita.

Q: Digam lá…

RUSS: Estivemos na conversa e a ponderar o futuro da empresa, e chegamos a uma conclusão.

H: Sim, pensamos que está na hora de vir o primeiro herdeiro da fortuna!

Rachel não se moveu.

Q: Traduz lá isso por miúdos.

RUSS: Quinn? Então? Está na hora de terem o primeiro filho.

Q: Eu que tinha esperança de ter percebido mal.

R: Um momento, há uma coisa que me está a falhar. Suponhamos que eu e a Quinn vos fazíamos a vontade, coisa que não vai acontecer, digam-me lá, primeiro filho?

RUSS: Sim, o que tem?

H: Hão-de ter mais. Não pode haver só um herdeiro da fortuna tem sempre que haver dois, e vocês até são duas, por isso é um de cada. Simples!

RUSS: E vamos ser realistas, vocês são jovens, agora é muito mais fácil ter filhos. A fertilidade é diferente, e vocês sabem bem que o processo combinado não é o normal. Não vão simplesmente fazer uma inseminação artificial, vão carregar o óvulo uma da outra, e agora existem mais probabilidades.

R: Eu tentei até aqui levar esta conversa como se ela fosse uma conversa normal, sem vos insultar por me terem tirado do meu trabalho por uma parvoíce, ou até mesmo sem vos gritar por se meterem onde não são chamados, mas das duas, uma. Ou vocês me dizem que estão a brincar e nos rimos todos desta parvoíce, ou eu vou sair desta sala e não vou querer ouvir falar em tamanha barbaridade novamente.

H: Filha, não é barbaridade, pensa lá…

R: Não, não penso! Eu casei-me com ela contra a minha vontade para vos fazer “um favor”, que no fundo fui obrigada. Hoje eu não me volto a deixar manipular por vocês. Um filho é uma coisa importante, demasiado importante para ser uma conversa estúpida quanto mais uma decisão vossa.

S: Rachel…

Q: Shelby, desculpa lá mas isto passou dos limites. Se não se importam, eu preciso de trabalhar.

S: Eu percebo a vossa revolta, mas convenhamos que os vossos pais não se sabem explicar.

J: Exacto.

R: Ai é mãe? Então e qual é a explicação para esta estupidez?

S: Nós viemos até aqui para vos dar conhecimento dessa ideia, não para vos fazer pô-la em prática.

H: Shelby? Elas têm de ter um filho.

S: Queres fazer o favor de me deixar falar?

R: Isto é surreal.

Q: Vocês se me dão licença, eu não quero ouvir mais nada e tenho trabalho a acumular, se não se importam saiam.

R: Eu é já! - Rachel saiu do gabinete deixando Shelby com a palavra na boca.

Russel, Hiram, Shelby e Judy saíram pouco depois deixando Quinn sozinha. Após poucas horas, Quinn foi ter com Rachel ao gabinete.

Q: Estás bem?

R: Estou. Embora fiques avisada que a minha presença em qualquer outra reunião de família está fora de questão.

Q: Acho que por uns tempos não nos devem chatear.

R: Sim, claro. Até porque eles demoram sempre muito tempo de ideia para ideia. Ainda anteontem avançaram com um projecto, já tiveram tempo mental suficiente para começar a inventar alguma coisa nova.

Q: Eles vão amanhã de férias. Vão 1 semana para as Caraíbas.

R: Ai é?

Q: É. Parece que vamos ter alguma paz.

R: Fala por ti, eu continuo a ter-te a ti para me moer o juízo.

Q: Eu sou suportável.- Quinn abandonou o gabinete com um sorriso, no entanto, Rachel continuou a tratar do projecto referente ao novo hotel em Milão.

Passadas cerca de 3 horas, Rachel saiu do seu gabinete e bateu à porta do de Quinn. A morena tinha uns óculos que a faziam despertar um ar executivo interessante. Quinn estranhou a visita, mas a curiosidade não a deixou implicar com Rachel. Afinal a morena era bem capaz de mudar de ideias e sair do gabinete sem lhe dizer o que queria.

Q: Então? Precisas de alguma coisa? – perguntou intrigada.

R: Sim, preciso de falar contigo sobre isto tudo. – Rachel fez um gesto com a mão que indicava que se referia à empresa.

Q: O que tem?

R: Agora que temos os 100% da empresa, eu tive uma ideia. – a morena pousou os papeis que trazia na mão em cima da mesa, e tirou os óculos.

Q: Sou toda ouvidos, mas podes deixar os óculos postos. Ficam-te bem. – sem querer dar a parte fraca, Quinn sorriu com ironia e recostou-se na cadeira. Rachel fixou o olhar em Quinn e a loira percebeu a seriedade da mulher. – Diz lá, desculpa.

R: Acho que isto precisava tudo de um refresh. E estive a trabalhar numa ideia que me surgiu, queria mostrar-te. Tens tempo agora?

Q: Tenho.

R: Então, eu estive a fazer uns esboços, nada definitivo, é só um projecto, e pensei em mudar o visual da empresa. Fazer uma nova estratégia de marketing e um investimento novo. Todo o lucro que temos tido, podíamos investir.

Q: Suponho que tenhas pensado em tudo?

R: Sim, passo a explicar. Eu não sei o que é que tu achas disto, se te parece uma situação confortável herdar uma coisa e seguir as mesmas linhas sem fazer alterações. Assim não há qualquer tipo de trabalho extra, mas também não tem nenhum toque pessoal nosso. – a morena olhou para Quinn que estava a ouvi-la atentamente.

Q: Estou a seguir-te Rachel, podes continuar.

R: Pensei que com o lucro anual dos 68 hotéis já em funcionamento, podíamos elevar a fasquia. Descíamos os preços dos que já existem, e construímos uma imagem nova. Temos 14 em projecto, e esses 14 já podiam fazer parte da nova marca. Mudávamos o nome da empresa, e fundávamos uma coisa diferente. Pensei ir mais longe, mas para começar seria mais ou menos esta a ideia.

Q: Ou seja, isto deixava de ser a Holding Faberry para ser outro nome?

R: Exacto. Com nova imagem.

Q: Como assim?

R: Os novos hotéis podiam ser inspirados na cultura do sitio onde se situam. Por exemplo, este projecto de Milão, podia ter um design e um tema decorativo inspirado na moda. Milão mais moda, faz sentido. O novo que vamos construir aqui, podia ser inspirado nas luzes, na Broadway, nos musicais. Nova York faz sentido. É obvio que a nível de construção teriam as suas particularidades também. – Rachel fixou novamente o olhar em Quinn e notou que a loira estava a sorrir. Mas desta vez, o sorriso pareceu-lhe sincero.

Q: Gosto! – exclamou a loira calmamente. – Só não percebo quem é que estaria a altura de os decorar.

R: Eu. – a morena baixou a cabeça envergonhada, mas sem dar o braço a torcer. Quinn percebeu e sorriu.

Q: Perfeito então. Eu preciso de ver se isso é viável a nível financeiro, mas dou-te uma resposta até ao fim da semana.

R: A sério? Não vais reclamar?

Q: Vou. Vou reclamar claro. Deixa-me lá pensar…- Quinn levou a mão ao queixo e esboçou um ar pensativo. Rachel levantou a sobrancelha e dobrou os lábios. – Não Rach. Não vou reclamar porque acho que é uma ideia brilhante. – e sorriu. A morena devolveu-lhe o sorriso e levantou-se da cadeira para sair.

R: Óptimo. Fico à espera de saber alguma coisa da tua parte para começar a planear a minha.

Q: Combinado. – a morena saiu e Quinn recostou-se novamente na cadeira, mas com um sorriso grande nos lábios. – Interessante. Muito interessante mesmo. Rachel Berry, não esperava por esta. – pegou no telefone e fez a ligação à sua secretária. – Carla? Marca uma reunião urgente com o departamento de contabilidade. Para ontem!


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Notas finais do capítulo

Vou fazer uma pausa de uns dias se não tiver feedback! :PBeijinho*



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