Maré De Sentimentos escrita por R_Che


Capítulo 12
"Ontem não significou nada."


Notas iniciais do capítulo

Ora aqui está outro. Vê-mo-nos lá em baixo.



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Quando saíram do teatro Rachel não conseguia parar de falar. Estava histérica e entusiasmada com o musical. A morena gostava de todos os tipos de arte, e Quinn estava encantada a ouvi-la. Nenhuma das duas conseguia parar de rir, e quem passasse por elas na rua, acabava por sorrir com a situação.

R: Mas gostaste ou não? Ainda não me disseste.

Q: Adorei. Foi muito bom. Nunca tinha visto assim uma coisa destas ao vivo. Já fui a teatros e a concertos, mas a mistura é maravilhosa. Temos de repetir um dia destes.

R: Sim. O próximo é o RENT. – disse Rachel feliz. – Está frio, vamos apressar o passo.

Quando chegaram ao carro, Quinn ligou o aquecimento dos bancos e dirigiram-se para casa. Não demoraram muito tempo a chegar, e mal entraram subiram para o quarto. Estavam bem dispostas, mas já estavam mais calmas. Ao entrar no quarto, Rachel ia despir o casaco quando Quinn agarrou com ternura na mão dela.

Q: Obrigada. – disse a loira com um sorriso amoroso. Rachel devolveu-lho, e ao encontrar-se de frente para Quinn, não teve reacção para continuar o que ia fazer.

R: Porquê? – perguntou sem tirar os olhos dos olhos da loira.

Q: Pela noite de hoje, e… - Quinn hesitou. – e pela conversa que ficou pendente. – a morena sorriu, deu um passo em frente e abraçou Quinn. A loira apertou-a o mais forte que conseguiu e inspirou com muita força, de modo a reter o máximo de tempo possível o perfume da sua esposa. Quando se separaram do abraço, Quinn deslizou as mãos das costas de Rachel para a cintura, e a morena fez o mesmo mas dos ombros da loira para os braços e sorriu.

R: Eu também gostei muito. Aliás, podias ser sempre assim agradável, afinal até consegues. – e a morena baixou a cabeça enquanto se ria. Quinn riu-se também, e apertou com mais força a cintura da morena.

Q: Tens uma moral, tu. – e riram-se de novo.

R: É verdade, mas se me dissessem que esta noite ia acontecer desta maneira há 1 semana atrás, juro que não acreditava. – Rachel notou que Quinn ficou séria de repente.

Q: O que é que nos aconteceu?

R: Como assim?

Q: Para nos darmos tão mal.

R: Nós nunca nos demos bem. Se me perguntasses o que nos aconteceu para estarmos a conversar como pessoas normais, parecia-me mais lógico.

Q: Também é verdade. – a loira puxou lentamente Rachel para si, mas a morena ao perceber as intenções de Quinn, encostou a sua testa na dela e sorriu.

R: Não é boa ideia. – Quinn respirou fundo e pediu desculpa. Mas quando se ia afastar, Rachel apertou-a e manteve a proximidade. – Eu não sei o que se está a passar aqui, mas seja o que for, não vamos apressar as coisas. – a loira assentiu e depositou um doce beijo na testa da morena.

Rachel não conseguia negar a si própria as borboletas e o arrepio na espinha que sentia. Mas ao mesmo tempo o medo consumia-a. Ela não podia estar apaixonada por Quinn. Na cabeça dela, era proibido. Os seus pais nunca poderiam ter razão no facto de as terem obrigado a casar. Era impensável. Surreal. E a Quinn? Porque raio é que estava a ser tão doce e simpática? Quase que a morena desconfiava daquele comportamento. Mas depois os seus sintomas físicos em relação à loira, faziam-na esquecer todos os senãos. E perdeu a cabeça. Quando Quinn se ia afastar novamente, Rachel beijou-a. A loira nem queria acreditar, e nem soube como reagir. Também não teve muito tempo, aquele foi um beijo amoroso mas rápido. A mensagem que a morena queria transmitir, era que não estava completamente fechada a esta nova atitude entre elas. E achou que Quinn tivesse percebido isso.

Naquela noite Rachel não dormiu, ao contrário de Quinn que dormiu perfeitamente, nunca tinha dormido tão bem. Na manhã seguinte, quando acordou, Rachel já não estava nem na cama, nem em casa. Maria informou Quinn que a morena tinha recebido um telefonema e que saiu mais cedo para o escritório.

No escritório, Rachel recebeu a visita de Kurt, que se fez acompanhar por uma amiga de infância de ambos que nos últimos anos tinha ido viver para Londres. Tina era veterinária e foi viver para a capital do Reino Unido quando conheceu Mike, o seu actual marido. Com ele, teve 2 filhos, gémeos.

K: Então pensei que podias falar com o Dr. Roden. – disse Kurt preocupado.

T: Eu não quero dar trabalho Kurt.

R: Disparate. É claro que eu vou falar com o Dr. Roden. Não te preocupes Tina, vai correr tudo bem e eu vou ajudar-te no que precisares.

T: Obrigada Rachel, nem sei como agradecer-te.

R: O que é que estás a pensar fazer agora?

T: Não sei, para já estou a pensar ficar por cá.

K: A Tina vai ficar lá em casa até arranjar um apartamento para ela.

R: Perfeito. Se eu puder ajudar em mais alguma coisa, liga-me. Tudo se vai resolver.

Passadas duas horas, já Tina e Kurt tinham ido embora quando Quinn chegou à empresa. Estava nostálgica e ansiosa. Quando cumprimentou Carla, percebeu que a mulher estava ao telefone com Rachel, e ficou curiosa pelo tom de voz da secretária.

C: Eu percebi tudo Dra. Rachel. Vou ligar imediatamente para o Dr. Aaron Roden e marcar uma reunião com ele o mais rápido possível. Fique descansada. – Quinn estranhou o pedido de Rachel e esperou que Carla desligasse para perguntar.

Q: O que é que a Rachel quer do advogado? Esse não é o advogado da empresa.

C: Não sei minha senhora. Ela disse que era um assunto privado e pessoal. Não tem nada a ver com a empresa. – O medo apoderou-se da loira no instante em que ouviu a palavra “pessoal”. O que é que a Rachel poderia querer de pessoal com um advogado, que é especializado em divórcios?

A loira nada disse e fechou-se no seu gabinete durante meia hora. Depois desse tempo, que gastou a pensar no assunto, foi bater à porta do gabinete de Rachel. A morena disse-lhe para entrar, mas estava concentrada no que estava a fazer e deu pouca atenção a Quinn.

Q: Saíste cedo e não me disseste nada.

R: Sim, tive um compromisso. E agora tenho outro. Desculpa mas não posso estar aqui a falar contigo. Depois falamos. – disse a morena enquanto se dava conta das horas e largava o que estava a fazer para poder sair. Ao pegar na mala que estava na cadeira de visitas, Quinn agarrou-lhe o braço.

Q: O que é que se passa? – disse a loira com um tom de autoridade que não planeou. Rachel notou e levantou uma sobrancelha. Quinn largou-a no mesmo instante.

R: O que é que se passa pergunto eu. És bipolar? – mas não a deixou responder. – Eu estou atrasada Quinn. Tenho uma reunião antes de almoço.

Q: Uma reunião com quem e onde?

R: Desculpa lá, mas o que é que tens a ver com isso? Vê lá se acordaste com os pés de fora e eu é que pago o teu mau humor. Já estava a achar estranho.

Q: Desculpa. Mas eu queria falar contigo acerca de ontem.

R: Daqui a bocado falamos. Agora não posso mesmo. Até logo. – disse a morena enquanto pousava a mão no ombro de Quinn quando passou para sair.

Q: Ontem não significou nada. Eu quero que saibas que já esqueci a noite de ontem, e que tudo vai voltar ao normal. Eu não estou apaixonada por ti, nem nada que se pareça. – e soltou uma gargalhada sarcástica. Rachel petrificou à saída da porta, e Quinn fechou os olhos com o silêncio da morena nas suas costas. Ela sabia que se ia arrepender daquilo para o resto da sua vida, mas era uma cobarde no que tocava ao medo de perder Rachel. A morena sentiu a sensação de ter levado um soco na barriga e por momentos pensou que não conseguiria segurar as lágrimas que estavam a lutar por cair desalmadamente.

R: Ok. – foi tudo o que disse antes de sair e fechar a porta atrás dela.


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Notas finais do capítulo

Não desesperem! Isto era preciso, juro que era!BeijoooosComentários?



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