Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, meninas... E obrigada pelos comentários.



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27 de Março


POV. Angie



Alguns dias se passaram desde o beijo e eu não consigo parar de pensar no Sr. Castillo. Os dias que passaram foram normais, eu estava um pouco estranha e as meninas ficaram preocupadas mas aí eu disse que não era nada demais e elas pararam de me fazer perguntas. Elas não são idiotas e sabem que algo aconteceu na sala do diretor mas eu preferi guardar só para mim, ninguém precisava saber e nos julgar pelo que havia acontecido. Violetta, em um dia desses, me disse que o Sr. Castillo também estava estranho e um tanto transtornado, o que me preocupou, não por mim mas por ele, eu não queria causar isso a ele, não queria atrapalhá-lo, mas quem garante que a forma como ele está é por causa do que aconteceu? Aquilo poderia ter se resumido a nada para ele. Só que eu percebi que aquele era o motivo porque sempre que eu tentava algum contato, ele me evitava, não me encarou um dia sequer e o seu semblante era de preocupação. A minha única vontade, todas as vezes que o via, era abraçá-lo e pedir desculpas pelo ocorrido.



Assim que acabaram as aulas eu fui para o pátio do colégio, para ficar lá numa boa e resolver algumas atividades. Sentei em um banco e dei uma olhada em volta, estava cheio de crianças. Tá, tinha umas 20 crianças espalhadas pelo pátio, não eram muitas mas eram infernais. Repousei o olhar em um banco lateral do pátio, o qual Vilu estava sentada tentando ler um livro e duas garotas, uma de cada lado dela, a estavam provocando. Uma delas, a grandona, pegou a mochila da Vilu e jogou no chão e, sem pensar duas vezes, eu fui em direção a elas.




– Ei, garota, qual o seu nome? – A garota me olhou, franzindo o cenho, virou-se para mim e cruzou os braços. Era uma garota grande, do meu tamanho, e beeem larga.





– Mariana, por que? – Respondeu impertinente.





– Porque você jogou a mochila dela no chão e eu quero que você pegue agora.





– Eu não vou pegar.





– Você vai pegar! – Eu a olhei séria e me aproximei dela. A outra garota que estava do lado da Vilu levantou-se e posicionou-se ao lado de Mariana.





– Quem vai me fazer pegar? – Mariana perguntou, me encarando. Em um movimento rápido, eu coloquei um pé atrás do dela e a empurrei, ela caiu de bunda no chão.





– Eu – Ela ficou me encarando, do chão, e estreitou os olhos. – Pegue a mochila e devolva para Violetta. Agora. – Mariana levantou-se com a mochila na mão e entregou para Violetta. – Eu espero que você aprenda a não mexer mais com ela, a não ser que você queira ter outra conversa de gente grande comigo, ok? – A garota apenas assentiu e foi embora, a outra garota a seguiu. Violetta olhava tudo aquilo boquiaberta.





– Uau Angie, eu não conhecia esse seu outro lado! – Vilu disse e nós duas rimos.





– Eu apenas aprendi a me defender de garotas como ela, Vilu... Você está bem?





– Sim, relaxa.





– E como seu pai está? – Droga, por que eu fui perguntar isso?





– Ah, estranho ainda, está sempre pensando em algo, distraído. – Ufa, ela não estranhou a minha pergunta.





– Ah sim. Você está bem mesmo né?





– Sim Angie, não se preocupe, depois da “conversa de gente grande” que você teve com a Mariana, ela não vai aparecer tão cedo. – Vilu disse rindo. – Obrigada, Angie.





– Não tem de quê. Eu vou voltar para os estudos, qualquer coisa me chama.






– Uhum – Vilu murmurou pousando seus olhos no livro.





Passei o resto da tarde estudando, ou tentando, encontrei as meninas no refeitório, comemos e fomos juntas para o quarto. Deitei em minha cama e fiquei pensando, eu estava completamente aérea, não prestei a atenção em nada do que as meninas disseram, até agora.




– Angie... Ei – Cami estalou os dedos na frente da minha cara, rindo.





– Oi, oi





– É sério, o que está acontecendo com você? Está completamente fora do ar. – Cami perguntou.





– Estou bem, já disse. É que hoje tinham umas meninas provocando a Violetta e eu lembrei de quando tinha a idade dela e umas idiotas me provocavam, só isso.





– Não Angie, você não está fora do ar só hoje, está desde a semana passada – Fran disse e fez uma pausa – quando voltou da sala do Sr. Castillo.





– O que aconteceu Angie? – Cami disse e ambas se sentaram em minha cama, de frente para mim. Eu suspirei, não sabia o que dizer e não conseguia mais ficar escondendo isso. Aquilo teve importância na minha vida e eu tinha que compartilhar com alguém, mesmo sabendo que podia ser perigoso. Fiquei um tempo olhando-as, pensando se deveria falar ou não.





– Eu não sei meninas, eu tenho medo de contar.





– Olha, nós sabemos que aconteceu algo, sua cara e o modo como você está agindo mostram isso, e nós sabemos que foi com o Sr. Castillo. O que ele fez Angie? O que esse cara fez com você? – Fran perguntou insinuando que ele tinha feito algo a força comigo. Eu franzi o cenho.





– Nada Fran, ele não fez nada – Eu respondi com o cenho franzido ainda e abaixei a cabeça – nada que eu não quisesse.





– Diz logo, Angie. – Cami interveio.





– Ele me beijou. O Sr. Castillo me beijou – Ao dizer isso, eu levantei a cabeça. Ambas permaneceram paradas, com a boca aberta e os olhos arregalados. Se não fosse realmente sério, eu teria gargalhado da cara delas. Eu abaixei a cabeça novamente. Alguns minutos se passaram e nada delas falarem algo. – Essa é a parte em que vocês nos julgam.





– N-Não v-vamos te j-julgar, n-não foi v-você que... que o beijou, certo? – Cami gaguejou. Eu balancei a cabeça, ainda baixa, sinalizando um “não”.





– Mas você gostou, não foi Angie? – Fran disse, colocando a mão em meu queixo e levantando a minha cabeça. Eu assenti enquanto algumas lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Cami suspirou e limpou minhas lágrimas, Fran pegou a minha mão e ficou acariciando-a.






– Como foi isso? Detalhe por detalhe, mocinha. – Cami disse e sorriu, eu esbocei um sorriso fraco e comecei a contar.






– Wow – Cami disse assim que eu terminei de contar.





– O que você achou do beijo? – Fran perguntou






– O beijo dele é... maravilhoso, o melhor beijo da minha vida. – Eu disse distraída e as meninas sorriram.







– E como você está se sentindo? – Cami perguntou.






– Eu não sei meninas, eu só sei que ele vem me evitando desde o beijo e eu não consigo parar de pensar nisso.





– É claro que ele está te evitando, Angie, ele está com medo – Fran disse e eu a olhei confusa – Só pode ser isso. Ele é o diretor, você é aluna e, ainda por cima, menor de idade, se algo acontecer entre vocês dois e alguém descobrir, as consequências serão piores para ele.





– Eu não tinha pensado nisso, você tem razão. – Eu disse e fiquei pensando. – A vida podia ser mais simples.





– Para que vocês pudessem ficar juntos, não é? – Cami perguntou e eu a olhei séria. – Não é, Angie?





– Não Cami, foi só um beijo e depois ele ainda gritou comigo.





– Não foi só mais um beijo, Angie, isso te abalou, e muito. Assim como a vez em que ele acariciou seu rosto. Ele vem abalando as suas estruturas e você não pode negar isso. – Fran disse.





– É claro que não, Fran. Meninas, não viajem, ele é bem mais velho do que eu e é diretor dessa escola.





– E daí? Fora da escola vocês não são nada. – Fran disse e Cami a olhou como um aviso de “não a encoraje, ela vai acabar sofrendo”. – É verdade ué.





– Fran, não viaja, não vai acontecer mais nada entre nós, foi só um beijo.





– Então por que você está assim? – Fran perguntou. Sim, o beijo mexeu comigo, mexeu como nenhum outro beijo mexeu antes, mas eu não posso admitir.





– Não sei, acho que por causa da reação dele – Eu olhei para baixo – Poxa, ele não precisava gritar daquele jeito.





– É, não precisava, mas como a Fran disse, deve ter sido por medo. Não que essa não seja a atitude esperada vinda do Sr. Castillo, afinal, esse cara é um ogro.





– Ele não é um ogro – Pensei alto e as duas riram, eu as olhei séria e suspirei. – Talvez seja um pouco mas aí é porque ele sofre em silêncio.





– Como você sabe que ele sofre em silêncio? – Fran estranhou.





– Violetta me disse que ele não consegue superar a morte da mãe dela que morreu há 5 anos, e então foi se transformando no que é hoje. – As duas se entreolharam. – E se você olhá-lo bem fundo nos olhos, verá que por trás de toda aquela frieza, há dor, há uma tristeza profunda. – Elas me olharam e sorriram.





– Não negue que ele mexe com você, Angie. – Cami disse e foi para a sua cama, Fran fez o mesmo. Eu fiquei pensando. Sim, esse homem mexe comigo, e muito, como nenhum outro conseguiu fazer antes.




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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ;)



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