Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 28
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Ou, alguém conseguiu assistir o episódio de hoje da segunda parte de V2? O site em que eu assisto ainda não atualizou :(

Enfim, boa leitura.



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27 de Janeiro Domingo

Pablo e Jackie acordaram cedo para terminarem de arrumar as coisas. Pablo não ia levar muita coisa, ele ia vender o apartamento com toda a mobília dentro, ia ficar na casa de Jackie por um tempo até resolver tudo. Depois de arrumarem tudo, almoçaram e descansaram. Jackie foi para o Rio de carro, então iam voltar de carro, e a viagem é um tanto cansativa. Quando deu 15h30, a ponto de saírem de casa, escutaram alguém bater na porta. Pablo foi até a porta, Jackie foi atrás. Ele abriu-a. Angie estava parada com duas malas grandes e o violão nas costas

– Posso voltar com vocês? – Pablo olhou para Jackie e os dois abriram um sorriso de orelha a orelha.

– Você chegou bem na hora. – Pablo falou sorrindo e a abraçou. – Eu... vou fechar as portas dos quartos e... me despedir do apê. – Ele disse olhando para a Jackie, já haviam descido com as coisas.

– Já estávamos de saída. – Jackie fez uma pausa. – Que bom que você decidiu voltar, Angie – Jackie sorriu e a abraçou. – Fico feliz por você. – Pablo voltou.

– Vamos? – Ele falou sorrindo, as duas assentiram. Ele deu uma última olhada para o apartamento e então partiram.

POV. Angie

Decidi voltar para o meu lugar. Percebi que não sou feliz aqui e que preciso do calor dos meus amigos, do carinho da Vilu e de todas as coisas que faziam-me lembrar dos meus pais. Também decidi voltar para a escola. Por que? Eu não queria voltar para a St. George mas também não posso dar-me ao luxo de sair daqui e ir para lá de mãos vazias, desempregada. Hoje pela manhã eu liguei para o Ramalho e dei a resposta, o fiz prometer que tentaria organizar a grade de aulas de uma maneira que eu desse aulas em um dia diferente ao do German. Depois falei com o Léo, nós almoçamos juntos e ele disse que ia sentir minha falta e que ia fazer o possível para visitar-me sempre. Ele ficou bem chateado mas apoiou-me, confesso que sentirei saudade dele. E então fui para a casa, arrumei rapidamente as duas malas, peguei o violão e fui em direção a casa do Pablo. Eles ficaram super felizes com a minha decisão. Agora estamos no carro, na metade do caminho já, e à medida que nos aproximamos de casa o meu coração começa a acelerar mais.

– Angie, o que você vai fazer com a mobília do seu apartamento? E com o apartamento? – Pablo perguntou de repente.

– Amanhã vou ligar para um carreteiro e, não sei, verei se ele e mais alguém faz a mudança, só que aí eu terei de pagar mais né? Mas não tem problema. – Suspirei. – E o apartamento, hm, eu não sei ainda. Eu posso alugar né?

– É uma boa ideia. – Jackie falou. – Vai dar tudo certo.

– E você já ligou para o Ramalho? – Pablo perguntou.

– Sim, liguei hoje de manhã. – Suspirei. – Não queria voltar pra St. George mas não tenho outra opção.

– Você vai ficar bem, Angie. – Jackie falou.

– O que o Ramalho falou? – Pablo perguntou.

– Ficou feliz com a minha decisão e prometeu que vai tentar me colocar em dias diferentes aos que o German dá aula... Na verdade, eu o fiz prometer isso.

– Mas você sabe que mesmo assim vocês vão acabar se vendo, não? – Eu abaixei a cabeça.

– Sim, Pablo, eu sei.

– E o que você fará quando acontecer? – Eu olhei para a janela. Não parei para pensar nisso direito, o fato é que eu evitei pensar nisso. Eu não sei o que farei quando vê-lo mas o que pode acontecer? Tudo o que eu sinto por ele é ódio e nada mais do que isso.

– Eu o ignorarei, só isso. – Pablo suspirou e sorriu.

– Eu duvido.

– Eu consigo tá, Pablo? – Ele olhou sorrindo para a Jackie, que estava ao seu lado. – Você acredita que eu consigo, não é, Jackie? – Ela olhou-me com um sorriso brincalhão.

– Claro que sim, Angie. – Falou irônica e o Pablo riu, ela olhou para ele e começou a rir. Eu os olhava séria.

– Odeio vocês, sabiam? – Por fim, eu sorri.

A viagem continuou tranquila. Nós conversamos, rimos e, então, chegamos em frente ao apartamento da Francesca. Eu vou ficar com ela até resolver as coisas do apartamento dos meus pais. Assim que chegamos, eu liguei para ela. Quando ela nos viu, veio caminhando sorrindo alegremente e deu-me o abraço mais apertado que ela conseguia dar

– Meu Deeeeus, que saudade! – Eu sorri. Nos afastamos e ela segurou meu rosto. – Deixa eu ver se você não está doente porque para ter decidido voltar de repente, só pode estar doente. – Nós rimos. Ela afastou-se de mim e foi dar uma abraço no Pablo e na Jackie. – Venham, vamos subir, vocês precisam comer alguma coisa.

– Nós comemos na estrada, Fran, não se preocupa. – Jackie falou enquanto Pablo retirava as malas da Angie do carro.

– É, Fran, está tudo bem, fora que nós precisamos ir, não vejo a hora de deitar na minha cama. – Pablo falou.

– Você quis dizer na minha cama, né? – Jackie olhou-o e ele sorriu.

– Ah amor, agora é nossa, né? – Nós rimos.

– Não dá muita liberdade, hein, Jackie? Você conhece o namorado que tem. – Eu disse sorrindo.

– Fica na sua, pirralha. – Pablo falou sorrindo.

– Nossa, vocês parecem irmãos. – Fran disse enquanto colocava o violão nas costas e pegava uma das malas.

– De certa forma, nós somos. – Pablo falou e estendeu a mão para eu bater.

– É verdade. – Eu bati na mão dele.

– Mas então, Fran, obrigado, é que a viagem foi bem cansativa, a gente vai para casa mesmo. – Pablo falou abraçando-a e, enquanto isso, Jackie veio despedir-se de mim. – Mas a gente combina de juntar o pessoal para tomar um vinho e bater um papo.

– Tudo bem, gente. – Fran disse enquanto, agora, despedia-se de Jackie.

– E você, se cuida, hein? – Pablo veio abraçar-me.

– Pode deixar, pai. – Ele sorriu.

– Nos vemos na escola. Ou antes disso, sei lá.

E então eles foram embora. Eu subi com a Fran e ela colocou minhas coisas no quarto de hóspedes.

– Você vai comer, né? – Ela falou como se estivesse falando o óbvio.

– Não, nós comemos na estrada, Fran.

– Mas Angie, você ama comer e você tem que desfrutar da comida maravilhosa que eu ando fazendo ultimamente. – Eu sentei no sofá sorrindo e ela sentou-se do meu lado. – Isso me lembra algu... – Ela parou de falar de repente e fez uma cara estranha, eu estranhei.

– Lembra quem?

– Ah, um cara aí que cozinha bem. – Ela tentou disfarçar mas eu saquei que ela estava falando do German. Eu suspirei e abaixei a cabeça. Lembrei-me das duas semanas que passei na casa dele em 2007. Para falar a verdade, eu nunca consegui esquecer daquelas semanas.

– Tá tudo bem, Fran.

– Desculpa, amiga, não foi minha intenção fazê-la lembrar dele.

– Relaxa, Fran, – eu a olhei – não me importo mais de falar sobre ele. Nós temos que enfrentar nossos monstros. – Esbocei um fraco sorriso.

– Então você vai voltar mesmo para a escola?

– Sim.

– E o que você vai fazer quando vê-lo? – Eu suspirei.

– Vou ignorá-lo. – Fran suspirou. – O que foi?

– Não fica brava comigo, ok? É que... eu tenho pena dele. – Abaixei a cabeça. – Tenho conversado com a Vilu e ela está preocupada com ele, mesmo agora que ele... – Ela pausou.

– Que ele noivou. – Eu a olhei. – Vilu me contou. – Ela fez uma cara de chateada por mim. – Eu estou bem, Fran... Mas então, continua.

– Então, a Vilu está preocupada e outro dia eu o encontrei na padaria, conversei com ele e ele está muito estranho, Angie. Ele estava com a barba por fazer, tudo bem que era fim de semana e ele devia estar com preguiça de fazer a barba e tals mas mesmo assim, e ele deve ter emagrecido um pouco. Ah, ele estava com olheiras também, parecia que ele não dormia a vida inteira. E o principal, um olhar completamente sem vida.

– Hm. – Abaixei a cabeça e subitamente surgiu uma vontade de chorar. Imaginá-lo daquela forma não me fez bem. Consegui segurar o choro.

– Sim, ele perguntou de você. – Eu a olhei e ela deu um fraco sorriso. – Ele perguntou se você estava bem e feliz. Eu ia dizer que não, que você não estava bem e feliz, mas como boa amiga que sou e sei que você ficaria muito brava comigo se eu dissesse isso, acabei dizendo o oposto e, cara, a reação dele foi triste.

– O que ele fez? – Murmurei.

– Ele deu um sorriso extremamente triste, o sorriso mais triste que eu já vi, sério, e uma lágrima escorreu no rosto dele. – Eu abaixei a cabeça e mais uma vez deu aquela vontade de chorar. – Ele percebeu que eu fiquei com uma cara de dó, abaixou a cabeça, me deu tchau e foi embora.

– Hm.

– Angie, para com esses “hm”, eu sei que você tem algo a dizer sobre isso e eu sei que você ainda sente alguma coisa por ele. – Eu suspirei e a olhei.

– Eu não sinto mais nada por ele e ele merece tudo o que ele vem passando. Isso é o que eu tenho a dizer. – Levantei-me. – Vou dormir. – Fui para o quarto e deixei uma Fran boquiaberta na sala.

Assim que entrei no quarto, tranquei a porta, deitei na cama e inevitavelmente comecei a chorar. Eu não podia e nem deveria deixar que um sentimento ressurgisse porque eu sei que isso só me faria sofrer. E ainda que eu sentisse algo, eu não consigo perdoá-lo e não consigo acreditar que ele sinta algo por mim ou que ele tenha sentido um dia. Eu não me importo mais, eu não quero saber dele e do suposto sofrimento dele. Como eu já disse, German Castillo está morto e enterrado para mim. 


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Notas finais do capítulo

Desculpem, garotas, no próximo tem Germangie :D



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