Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Obrigada às meninas que comentaram. E... espero que gostem.



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POV. Angeles

Um mês se passou desde a morte de meus pais e, embora eu tenha os meus amigos, eu sinto um vazio enorme dentro de mim, como se eu nunca mais pudesse ser feliz. Estou tentando lidar com o fato de que vou para um internato numa boa mas a verdade é que isso me assusta. Já estou na casa do meu pai e confesso que a primeira impressão não foi boa, nem a segunda, nem a terceira e etc. Juro que estou tentando gostar dele mas esse cara não está nem aí para mim.

Estou tentando direcionar todos os meus pensamentos ao colégio e à nova vida que eu terei. As aulas começam dia 5 de Fevereiro mas dia 31 já terei que ir para lá, ou seja, daqui a uma semana. É um internato chamado St. George College e parece ser bem rígido. Eu realmente estou com medo do que vem pela frente.

– ANGELES, SEUS AMIGOS ESTÃO AQUI, DESÇA – José me despertou dos meus pensamentos avisando que os meninos vieram me ver. Eu abri um sorriso de orelha a orelha e corri para o andar debaixo para recebê-los. Fui abraçada, ou melhor, esmagada pelos dois. Diego e Marco eram como meus irmãos, crescemos juntos e vivenciamos muitas, mas muitas, coisas juntos. Eu estava ainda mais triste por não poder mais vê-los com tanta frequência.

– E aí, Angie, como você está? – Diego me perguntou enquanto subíamos para o meu quarto. José me lançou um olhar um tanto reprovador por eu estar subindo com dois garotos para o meu quarto, mal sabe ele que Marco namora e Diego é gay.

– Ah, estou tentando levar tudo numa boa, Di, mas está difícil – Eu disse entrando no quarto e sentando-me na cama – A ideia de ter que passar o meu último ano escolar trancada em uma escola me assusta. E eu nem tenho mais meus pais para me abraçarem e dizerem que tudo vai ficar bem. – Uma lágrima escorreu pelo meu rosto e eu dei um sorriso triste. Diego sentou-se ao meu lado e me puxou para si em um abraço consolador.

– Tudo vai ficar bem, Angie. Pensa que nessa escola você vai conhecer muitas pessoas novas e fazer algumas amizades também. Pode ser que encontre o amor da sua vida lá, nunca se sabe. – Marco sentou-se em nossa frente e sorriu para mim ao dizer sobre o amor da minha vida. Eu sorri por isso. Eu já havia namorado, sete meses, e eu gostava do garoto mas não era aquela coisa forte que nos cega e nos faz querer estar com a pessoa todos os dias, não sei, não era amor e eu precisava de amor, por isso não dera certo... mas agora eu não estou com cabeça para isso, não mesmo, só viria para me atrapalhar.

Amor da minha vida? Eu hein? Não estou com cabeça para isso, Mark – Dei uma fraca risada para eles.

– Quando começa a tortura? – Mark perguntou-me.

– Dia 5 de Fevereiro mas eu já terei de ir para a escola em uma semana. Vocês virão se despedir de mim, não é?

– Mas é claro que sim, bobona. – Mark disse sorrindo.

– Vamos sentir a sua falta, my darling. – Diego disse beijando carinhosamente a minha testa, eu sorri. - E como estão as coisas com seu pai?

– Ele é uma pessoa muito estranha, parece que sempre está querendo esconder algo. Eu juro que estou tentando gostar dele mas ele não dá a mínima para mim – Suspirei – Eu fico pensando no porquê dele ter aceitado ficar com a minha guarda, não sei se por culpa ou por dó, acho que a última opção é a mais aceitável.

– É, eu não ia dizer nada mas eu o achei bem estranho. – Mark disse.

– Bom, mas logo logo eu vou me livrar dele, ao menos até as férias chegarem. Vou me livrar dele indo para um internato, grande merda. – Nós rimos.

– Calma, vai ficar tudo bem, my darling. Às vezes a escola não é tão ruim quanto parece. Você vai ficar bem.

Ficamos assim, conversando, durante a tarde inteira. Eles me faziam rir como ninguém. Quando anoiteceu eles foram embora. O resto dos dias foram bem monótonos. E aí chegou a véspera da minha partida e, sim, eu decidi arrumar tudo nesse dia, um dia antes. Deu uma mala grande, uma de mão e o meu violão, ah, e tinha a mochila com o material escolar. Ao terminar fui dormir.

Acordei no dia seguinte com as batidas do José na porta do meu quarto. Me arrumei e desci com as coisas. Enquanto eu estava tomando café a campainha tocou, eram os meninos. Terminei de tomar o café e já estava na hora. Droga, eu não queria me despedir deles, não mesmo. Enquanto o taxista colocava minhas coisas no carro, algumas lágrimas caíram sobre meu rosto e eu abracei o Mark.

– Calma, Angie, nas férias nos veremos. Você vai ficar bem, anjo. – Mark me disse, acariciando minhas costas. Fiquei alguns minutos abraçando-o e logo em seguida fui para o Diego, que já soluçava de tanto chorar.

My darling, sentirei a sua falta. Diego balbuciou. Eu o abracei ainda mais forte. Ficamos assim alguns minutos e, então eu abri um dos braços para que Mark se envolvesse no abraço. Ele veio e ficamos os três abraçados.

– Eu amo vocês, meninos.

– Nós também a amamos, anjo.


xxx



2007 começara turbulento para German Castillo que, cinco anos após a morte de sua mulher, conseguira descobrir finalmente o paradeiro do assassino. Começou o ano planejando diversas formas de fazer o sujeito pagar e nenhuma delas era entregá-lo para a polícia. Ele estava decidido a fazer justiça com as próprias mãos e ninguém o impediria. Desde a morte de Maria, German tornou-se um homem frio, egoísta e fechado para o seu mundinho. Ele tinha um único amigo, o Ramalho, e sua vida resumia-se em cuidar de sua filha e protegê-la acima de tudo, ao trabalho e à busca por vingança.


Sim, ele tinha uma filha. Uma adorável garotinha de 11 anos, chamada Violetta, que tinha um prazer enorme em cantar e dançar. German não impedia Violetta de cantar mas não gostava de vê-la cantando, pois era como se ele visse a Maria, que fora professora de canto da St. George College, e isso lhe trazia uma dor enorme que ele tentava de todas as formas esconder da Violetta mas não conseguia. Ela era esperta e um tanto adulta para sua idade, ela sabia que ele sofria em silêncio e que só fazia isso para não atingi-la.

O ano letivo estava para começar. German era o diretor da St. George College e ele passava a semana inteira na escola, apenas aos fins de semana ia para casa. Violetta estudava na St. George e também passava a semana na escola, esta foi a solução que German encontrou para estar com sua filha. German tentava, a cada dia, ser um pai melhor, saber sobre a vida da filha, estar com ela, mas quase sempre quando estavam juntos, German permanecia alheio a tudo, em qualquer outro mundo, menos naquele em que sua filha estava. Violetta aceitava isso, ao menos ele estava tentando, e ela entendia o pai. Ela o amava mais do que tudo e ficava brava quando alguém a provocava dizendo coisas ruins a respeito de German, ela sempre o defendia.

O fato de saber sobre o sujeito que matou Maria fazia o sangue de German pulsar ainda mais forte em suas veias. O homem estava ali, na mesma cidade que ele, perto demais até, ele poderia ter conversado com o cara sem saber quem era, o homem poderia ser o pai de algum dos alunos da escola sem ele saber, poderia ser seu vizinho, poderia ser qualquer um. Mas ele não podia fazer nada, não ainda, não até ter mais informações sobre o homem, não até planejar o que fazer com ele. Sabia que teria que fazer tudo com a maior cautela do mundo pois tinha Violetta e ela precisava dele. Entretanto, nem isso o fazia desistir. Quando Maria morreu, ele jurou para si mesmo que se vingaria e cinco anos depois esse sentimento permanecia firme e forte.


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Notas finais do capítulo

Eu dei uma revisada mas pode ter algum erro, portanto, já sabem, desculpem se houverem erros rs.



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