Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Hi girls, mais um cap. para vocês! :D

E mano, vocês são umas lindas, valeu pelos comentários! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/403691/chapter/11

20 de Abril, 13h

POV. Angie

Depois que o German saiu do quarto, eu comecei a chorar sem parar. Eu contei para as meninas o que havia acontecido e elas apenas me abraçaram. Eu estava mal, realmente muito mal por tudo o que eu havia dito, eu nunca o vi daquele jeito, tão transtornado como ele ficou. Eu queria que ele me perdoasse e que me deixasse abraçá-lo e acariciá-lo. Eu não poderia ter dito tudo aquilo quando, na verdade, a única coisa da qual ele precisa é compaixão, é carinho... é amor.

Consegui dormir apenas às 4h e agora estou aqui, no quarto, sem poder ir atrás dele. Mas de que adiantaria? Ele me expulsaria da sala dele imediatamente. As meninas me acordaram 12h para tomar o remédio e eu não consegui dormir de novo, fiquei pensando.

Angie, eu estou indo para o refeitório, ok? – Fran disse enquanto se olhava no espelho. Eu apenas assenti. – Ei – Ela veio até mim e sentou-se em minha cama. – Você está pensando nele, não é? – Assenti de novo. – Pablo disse que ele ficou trancado na sala dele a manhã inteira, pediu para ser incomodado apenas se fosse realmente muito importante.

– Eu preciso falar com ele. – Disse distraidamente.

– Não sei se é uma boa ideia, Angie. Ele... – Fran disse.

– Eu preciso falar com ele, Fran. – Olhei-a séria.

– Como você quer fazer isso? Angie, ele não vai querer olhar em sua cara – Eu suspirei. – Desculpa.

– Eu tenho uma ideia mas eu preciso que você e a Cami me ajudem – Francesca franziu o cenho. – Digam que eu estou passando mal, muito mal. Ele vai vir aqui... talvez, e então quando ele estiver aqui dentro, vocês saem e trancam a porta. – Eu a olhava séria.

– Nem ferrando, Angie, está louca? Ele vai ficar putíssimo com a gente. – Fran disse.

– Por favor, Fran. – Eu suspirei.

– Tudo bem, tudo bem. Quando isso?

– Hoje. Às 18h.

– Tudo bem, agora vou almoçar. – Eu sorri, satisfeita.

20 de Abril, 18h

POV. German

– Entre. – Eu resmunguei quando escutei baterem na porta. As duas garotas entraram, Francesca e Camila. No momento em que olhei para elas, meu rosto ficou mais sério e eu já imaginei o que elas queriam. – O que a Saramego quer? – As duas se entreolharam e depois me olharam.

– E-ela... ela está passando mal, senhor. – Camila disse. Meu coração disparou.

É-é... M-Muito mal, senhor. – Francesca reforçou. Eu as olhei sério. Não sabia o que fazer, minha mente dizia para eu não ir mas o meu coração... o meu coração dizia que eu tinha que ir, que eu tinha que cuidá-la e protegê-la de tudo. Eu cedi ao coração. Tranquei a porta da minha sala e caminhei rápido até o quarto. As meninas vinham atrás de mim.

POV. Off

– Será que ele acreditou? – Fran cochichou.

– Ele não iria senão tivesse acreditado – Cami cochichou de volta.

Chegaram em frente ao quarto e German suspirou, nervoso, e abriu a porta, entrou e caminhou até a cama de Angie, a viu dormindo, ou fingindo. Estranhou aquilo e quando olhou para a porta, percebeu que as meninas estavam fechando-a e trancando-a, ele caminhou de volta até a porta.

– ABRAM JÁ ESSA PORTA, VOCÊS VÃO SE VER COMIGO. – Ele gritava enquanto esmurrava a porta.

– Elas não vão abrir, German. – Angie disse calmamente, sentando-se na cama. German olhou-a por uns segundos e logo desviou. Suspirou e caminhou até a janela, apoiando as mãos no parapeito.

– O que você quer? - Ele perguntou.

– Quero saber como você está. Eu fiquei preocu...

– Eu estou bem. – German a interrompeu. Ficou um silêncio. Chorar o tinha deixado realmente melhor, como se tivesse tirado um peso das costas. Tirou um peso para dar lugar a outro, o que ele não conseguia evitar sentir por Angie havia se tornado um peso. 

– E também quero que você me perdoe. – Angie disse baixo. Ele olhou para baixo.

– Não posso. – German murmurou.

– Por que? – Angie quase sussurrou e German se virou para olhá-la. Ela notou a cara de quem havia chorado dele e quis acariciá-lo e dizer que tudo ia ficar bem.

– Porque assim fica mais fácil de te manter longe de mim. – German murmurou. Angie deixou que duas lágrimas escorressem e abaixou a cabeça. Vê-la chorar havia se tornado uma tortura para ele, ele queria abraçá-la e dar todo o amor que ela merecia mas não podia. Ele abaixou a cabeça para não vê-la chorar e colocou as mãos nos bolsos da calça. Após uns minutos Angie levantou a cabeça e o viu parado de cabeça baixa.

Angie então se levantou da cama, caminhou com dificuldade até German. Sua perna ainda estava dolorida. Parou de frente para ele, que olhou-a rapidamente e virou o rosto. Mas no momento em que parou, sua perna ruim perdeu um pouco a força e ela cambaleou, German colocou agilmente um braço em sua cintura para que ela não caísse, olhou-a de novo e desviou, de novo. Seus rostos estavam muito próximos.

German, olhe para mim. – Angie murmurou.

– Eu não posso, Angie, por favor, não faça isso comigo. – Ele balbuciou.

– Por favor. – Angie disse colocando a mão no rosto dele e o virando para ela. Ele olhou-a. – Me perdoa por ter me intrometido em sua vida, eu não devia ter dito nada do que eu disse. A vida é sua, o adulto aqui é você – Angie sorriu triste – e você sabe o que faz com sua vida. – Ela disse acariciando o rosto de German e ele olhava sério para ela. – Eu só queria poder tirar toda essa dor que há dentro de você. – Ao terminar de dizer isso, Angie encostou os lábios nos dele.

Angie, por favor... – German recusou o beijo virando um pouco o rosto.

Ele queria aquele beijo tanto quanto ela mas ele não podia ceder. Só que Angie virou de novo o seu rosto. Olhou-o com aqueles olhos que o encantavam e o beijou novamente. German precisava daquele beijo, precisava do contato com Angie, precisava dela. Angie iniciou um beijo calmo que, dessa vez, ele não recusou. German fechou os olhos, colocou o outro braço na cintura de Angie e grudou seu corpo ao dela. O simples encostar dos corpos fez ambos se arrepiarem. Angie estava com as mãos no rosto de German, acariciando-o. Foi um beijo calmo, lento, que eles aproveitaram até precisarem de ar. Com o fim do beijo, ambos abriram os olhos, encostaram as testas e ficaram olhando-se. German fechou os olhos e sussurrou:

– Angie, isso não poder... – Angie encostou o dedo indicador em sua boca e ele abriu os olhos.

– Shhh, não diga isso, por favor. – Angie sussurrou e continuou acariciando o rosto dele.

– Eu queria tanto ser mais jovem... – German sussurrou.

– Você é perfeito desse jeito. – Angie sussurrou sorrindo. Ele tirou um braço da cintura dela e passou a acariciar seu rosto. – Exceto pelo fato de ser um carrasco. – Ambos sorriram. – Você sorriu! – Angie ficou surpreendida e, ao mesmo tempo, encantada pelo sorriso dele. Imediatamente pensou que não conseguiria mais viver sem aquele sorriso.

– Você é maravilhosa. – German disse dando um selinho em Angie. Ficou olhando-a, cada traço de seu rosto era lindo, cada gesto dela era lindo e ela o fazia sentir-se como um moleque. Ele fechou os olhos novamente, como se fosse menos doloroso de repetir. – Mas isso é errado, Angie. – Ele sussurrou.

– Eu sei – Ela sussurrou, deixando mais umas lágrimas caírem, desencostou sua testa da dele e o abraçou bem forte. Ele correspondeu ao abraço. Ali, naquele abraço, ela podia jurar que nada no mundo seria capaz de atingi-la, a sensação de segurança que ele trouxe a ela era igualável à que seus pais a proporcionavam. Pela primeira vez, em alguns meses, ela estava confortável e segura. Mas não durou para sempre.

– Eu preciso ir. – German murmurou, separando-se dela.

– Fica. Só um pouco. Por favor – Angie disse puxando-o para sua cama. – Nós ainda precisamos conversar. – E German suspirou, não conseguiu negar, precisava daquilo. Os dois sentaram na cama, Angie colocou os pés para cima e German colocou um braço atrás dela e a fez deitar em seu peito, ela apenas o abraçou. Angie sentia-se nas nuvens, podia escutar as batidas aceleradas do coração de German. Ficaram assim, quietos, ele acariciando o cabelo e o braço de Angie, até que um dos dois sentiu a necessidade de cortar o silêncio, mas sem acabar com o momento.

– Você está melhor? Está bem mesmo? – Angie murmurou.

– Sim. – Com a outra mão, ele acariciou o rosto de Angie. – Quando cheguei em casa pensei melhor sobre tudo e percebi que não posso deixar essa dor acabar comigo.

– Me desculpa por ter me intrometido na sua vida?

– Não se preocupe – Ficou um silêncio. – Você é quem tem que me desculpar.

– Por que? – Angie perguntou acariciando o peito de German por cima da camisa social e sentindo seu peitoral bem definido.

– Por ter te ignorado todos estes dias, por tê-la feito chorar, por fazê-la sofrer.

– Tudo bem. – E o silêncio continuou. Angie percebeu que a respiração de German começou a ficar pesada e então levantou a cabeça para olhar seu rosto. – O que foi? – Ele estava com uma cara de preocupação.

– Isso aqui, Angeles. Não está certo. – Ele disse, olhando-a nos olhos. – Nós não podemos ter esse contato. – Ele disse, acariciando o rosto dela.

– Não podemos esquecer isso por alguns minutos? – Angie perguntou baixinho e German voltou a abraçá-la. – Foi por isso que gritou comigo no dia do beijo? – Angie separou-se dele e sentou-se de “índiozinho” na cama, não deixando de olhá-lo. Ele apenas ficou olhando-a. – Foi, não foi, senhor?

– Não me chame de senhor, eu pareço mais velho assim. – German disse e Angie deu um sorriso, que o fascinou mais uma vez.

– Responde. – German suspirou e olhou para baixo.

– Sim... aquilo não poderia ter acontecido, Angie. Eu sabia disso e você também sabia, não poderíamos ter deixado acontecer. – Ele disse e olhou para ela. – Não podemos deixar acontecer, nunca mais.

– Mesmo que não seja isso que nós queremos? – Ele olhou pesaroso para ela e voltou a acariciar seu rosto.

– Mesmo que não seja isso que nós queremos! – Uma lágrima caiu do rosto de Angie, ela o entendia mas isso não a impediria de sofrer. Ele enxugou a lágrima. – Não fique assim, por favor. – Cada vez que a via daquele jeito, o coração dele dilacerava um pouco.

– Tá tudo bem, German, eu prometo que essa é a última do dia – Angie disse apontando para a lágrima que escorria mas ela sabia que não era verdade, que assim que ele saísse ela ia desabar. Ele apenas esboçou um fraco sorriso. – Você sorriu de novo. – E German sorriu um pouco mais. – Então o Sr. Castillo é realmente capaz de sorrir? – Ele riu. – Ah não, eu preciso chamar as meninas para verem isso. – De repente, ele ficou sério.

– Não, não faça isso.

– Eu estava brincando, German. – Angie franziu o cenho.

– Você contou para elas, não é? – German murmurou, Angie apenas assentiu. Ele esboçou um fraco sorriso sem mostrar os dentes e levantou-se da cama. – Você tem noção de que se alguém descobre eu estou ferrado, não tem, Angie? – Ele disse calmamente. Angie levantou-se e o abraçou, ele a abraçou de volta.

– Sim, German. Eu tenho noção de que o que estamos fazendo é errado mas... – Ela o olhou. – eu não consigo, não posso e não quero evitar. – Disse deixando escorrer uma lágrima, que German limpou com o polegar.

– Sinto muito, meu anjo – German sussurrou acariciando a bochecha de Angie – mas eu preciso evitar.

– Mas você não quer fazer isso. – Angie olhou-o profundamente e ele abaixou a cabeça. Angie colocou a mão em seu queixo e levantou seu rosto. – Não se sinta culpado, German.

– Como não? – Ele olhou para baixo de novo. – Você é aluna dessa escola e tem idade para ser minha filha. – German murmurou.

No momento seguinte, as meninas bateram na porta e eles tiveram que se soltar. Francesca e Camila entraram olhando para baixo, morrendo de medo da bronca do German.

– Desculpem atrapalhar, é que estão procurando o senhor. – Cami disse olhando para baixo.

– Está tudo bem, meninas, eu não vou brigar com vocês. – German afirmou calmo, visivelmente triste.

– Não? – Fran estranhou.

– Não. – Ele disse e esboçou um fraquíssimo sorriso. As meninas se entreolharam. – Eu vou indo – German disse. Aproximou seu rosto ao rosto de Angie e sussurrou: – Me perdoa, Angie, mas eu não posso. – Deu um beijo na bochecha dela e saiu.

Angie apenas chorou. Não podia mais lutar contra o que sentia, era mais forte do que ela. Ela sabia que ele sentia o mesmo, podia sentir isso, mas ela também sabia que por mais que às vezes ele cedesse ao coração, sua mente nunca permitiria que eles ficassem em paz. Angie sabia que se algo acontecesse e as pessoas descobrissem, seria pior para ele mas não conseguia mais controlar o que sentia, era amor e agora ela tinha certeza disso. As meninas o viram sair perplexas e depois olharam para Angie.

– Eu o amo, meninas. – Angie disse com a voz embargada pelo choro, sentando-se em sua cama. – Eu o amo e não posso mais lutar contra isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ahn, amanhã eu vou postar dois capítulos... Na verdade é um único capítulo dividido em duas partes... É porque o capítulo 11 ficou gigantesco!

Enfim, bjks!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inalcanzable" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.