Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Hi girls, está aí mais um cap.

Gostaria de dizer para não perderem as esperanças em Germangie por motivos de:::::::Jeremy está de volta ao Studio e isso é ótimo.

E também, quero agradecer à todas as lindas que comentam e à fofíssima que recomendou a fic. Eu fico maior feliz com isso! ♥

Enfim, boa leitura!



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19 de Abril – Quinta-feira

POV. Angie

– Angie, acorda, você precisa tomar o remédio, já é 12h. – Eu demorei para abrir os olhos e quando o fiz, Fran sentou-se em minha cama com um copo de água e um comprimido. Eu a olhei, levantei um pouco e fiquei sentada na cama, tomei o comprimido e a água. Já estou me sentindo melhor, meu corpo ainda dói um pouco mas aos poucos eu vou melhorando. O dia anterior foi horrível, tanto pela surra que eu levei como pela indiferença do German. Eu confesso que demorei a pegar no sono mais por ficar pensando nele do que pela dor no corpo.

– Tá tudo bem? – Eu perguntei enquanto Fran me olhava preocupada.

– Sim – Ela sorriu – Eu só estou preocupada com você... Seu olho já desinchou um pouco.

– Hm, isso é bom... – Nesse instante Cami entrou no quarto com um prato de sopa. – Eu não estou com fome, Cami, obrigada.

– Mas você precisa comer Angie, o Sr. Castillo me mandou trazer o prato para você. Come, vai, só um pouquinho. – Quando Cami mencionou o nome dele, eu estreitei os olhos, suspirei e abaixei a cabeça.

– Tudo bem, eu como um pouquinho. – Murmurei.

– Você ficou mal pelo modo como ele te tratou ontem, não é? – Fran perguntou e Cami sentou-se em minha cama também, com o prato de sopa nas mãos. Eu a olhei.

– N-Não – Eu disse tentando disfarçar mas, à essa altura, elas já me conheciam perfeitamente.

– Angie, não tente disfarçar. Você sente algo por ele, não vá contra isso, será pior. Cami disse.

– Tá, suponhamos que eu sinta algo por ele... e aí? O que ia acontecer? Ele vai continuar me tratando como nada até o ano acabar, porque é isso o que eu sou para ele, meninas, entendem? Ele é o diretor e eu, a aluna. – Eu abaixei a cabeça.

– Eu não acho que você seja nada para ele. – Fran disse e eu a olhei.

– Como assim?

– Você não notou o desespero estampado no rosto dele mas nós sim. – Fran disse. – Sem contar que o Pablo nos disse que se ofereceu para vir refazer os curativos e o Sr. Castillo não aceitou e disse que ele mesmo viria ainda hoje. – Estremeci só de pensar em vê-lo.

– E não sei como foi para você na hora que ele começou a limpar os machucados mas aquilo foi muito inesperado para nós. A delicadeza com que ele tocava em você para fazer os curativos, o cuidado que ele tinha para não te machucar mais... Fofa, ele não te trataria assim se você não fosse alguma coisa para ele. – Cami disse.

– É verdade Angie, ele cuidou de você como ninguém. – Fran disse.

– E tem mais uma coisa – Cami disse – Ele meio que se meteu em encrenca por causa disso. – Eu a olhei séria.

– Por que?

– Ontem ele conversou com os três que te bateram. Expulsou os dois irmãos e suspendeu a outra garota. O pai dos irmãos apareceu hoje questionando o Sr. Castillo sobre o porquê dos filhos anjinhos dele terem sido expulsos, ele explicou tudo da maneira como foi e o cara, ao saber que a Violetta é filha dele, insinuou que ele só tinha expulsado os alunos por causa disso e disse que não era justo. O Castillo virou o bicho, eles discutiram e, no fim, o cara disse que ia meter um processo em cima dele. – Cami disse. Eu escutei tudo isso sem reação. German estava com problemas... e por minha culpa. Eu precisava falar com ele e o faria ainda hoje.

xxx

POV. German

São quase 18h, o horário em que eu posso fechar a sala e ir embora. Eu passei a noite e o dia preocupado com Angie, eu preciso sair daqui e ir cuidar dela, preciso saber como ela está. Ontem eu expulsei os dois alunos que a espancaram e hoje, pela manhã, me apareceu o pai dos dois. O homem insinuou que eu só expulsei os filhos dele porque eles tinham mexido com a minha filha e que se fosse com qualquer outro aluno eu não os teria expulsado. Ele não via a gravidade da situação, os filhos dele tinham espancado uma garota sem, ao menos, dá-la o direito de se defender. Então, eu os expulsei, e não foi por Violetta, foi por Angeles, se eles continuassem na escola, o que mais fariam com ela? E com Violetta? Seria mais fácil proteger a Vilu, ainda que eles continuassem, pois eu tenho a desculpa de que sou o pai dela mas e Angeles? Como eu ia protegê-la? De algum jeito eu o tinha que fazer. Olhei para o relógio e o ponteiro já marcava 18h, não perdi tempo e fui o mais rápido que pude para o quarto de Angie.

POV. Off

As meninas estavam conversando quando alguém bateu na porta. Fran abriu a porta e se deparou com a imagem do German. Ela deu passagem para ele, que entrou e caminhou até a cama da Angie sem encará-la. Quando sentou-se na cama de Angie, percebeu que as meninas estavam saindo do quarto e suspirou. Olhou para os curativos de Angie e, sem dizer nada, os retirou com o maior cuidado do mundo. Estava impressionado pelo inchaço ter diminuído bastante. Angie não tirava os olhos do rosto dele, tentando captar cada cara que ele fazia mas ele permaneceu sério, mesmo que estivesse com a sensação de que seu coração queria sair pela boca. Ele começou a limpar os ferimentos e, instintivamente, se aproximou mais ainda de Angie para assoprar os ferimentos, mesmo que que ela não tivesse reclamado de dor. Quando German se aproximou, Angie fechou os olhos e inspirou profundamente o perfume dele e pensou: “além de lindo, é cheiroso”. Ele percebeu e enquanto assoprava o supercílio dela, esboçou um fraco sorriso sem deixar que ela percebesse. No momento em que ia começar a fazer o curativo, Angie deteu sua mão e disse:

– Nós precisamos conversar. – Ele prosseguiu com a mão e ela o deteu de novo. Ele suspirou e sentou-se direito na cama, apoiando os cotovelos nos joelhos e ficando de costas para ela.

– Fale. – German disse firme.

– Mas para isso eu preciso que você olhe para mim.

– Eu estou escutando, isso já é o suficiente. – Ele permaneceu imóvel. Angie suspirou e ficou em silêncio.

– Tudo bem. – Angie suspirou mais uma vez. – Eu queria pedir pra você reconsiderar a expulsão dos irmãos Gallardo. – German soltou um daqueles risinhos que saem pelo nariz como de quem desaprova algo e balançou a cabeça.

– Para que? Para eles te espancarem de novo? – Olhou-a com o rabo dos olhos sem virar a cabeça para ela.

– E o que isso te importa? – Angie percebeu que ele pressionou os dentes porque mesmo ele estando de costas para ela, dava para ver a lateral de seu rosto, e o maxilar dele ficou rígido de repente. Ele queria responder que importava muito, que não queria e não podia vê-la machucada, mas não podia ceder. Mas ele também não conseguiu dizer que não importava nada.

– Para quê você quer que eu reconsidere?

– Eu fiquei sabendo da sua discussão com o pai deles e sobre o suposto processo que ele vai colocar em cima de você. Eu não quero ser isso para você. – German abaixou a cabeça e depois a levantou, voltando a olhar para frente.

– Eu não os expulsei por sua causa. – Respondeu secamente. Angie derramou um lágrima, mordeu-se de raiva.

– Quer saber? Por que você está aqui então? Por que não vai cuidar da sua vida e continuar sendo amargado pelas dores que você guarda bem longe de mim? – Angie alterou-se, disse sem pensar, e ele franziu o cenho, confuso.

– O que quer dizer com isso?

– Nada. – Angie abaixou a cabeça.

– Agora fala, Saramego. – German disse bem firme.

– Nada, não quis dizer nada.

– Deixa de ser criança e fala logo. – German alterou-se, Angie estreitou os olhos e levantou a cabeça.

– Eu quis dizer, senhor, que você é amargo porque quer, porque fica aí alimentando a dor que você sente desde a morte da sua mulher, porque pensa que está sofrendo em silêncio mas não sabe que as pessoas que mais te amam sabem do seu sofrimento e sofrem junto com você. É isso o que te deixa amargo, é isso o que o torna frio. – Angie, bem firme, cuspiu palavra por palavra e German sentiu que estava sendo apunhalado. Sua respiração ficou pesada, suas narinas abriram-se de raiva, seu rosto ficou vermelho, ele afrouxou a gravata e cerrou os punhos. Angie sentiu um medo enorme e arrependeu de ter dito tudo isso. German levantou-se, caminhou até a parede mais próxima e a socou três vezes, com toda sua força. Ele encostou a testa na parede e deixou escorrer uma lágrima sem Angie perceber, continuou dando soquinhos fracos na parede com as laterais das mãos fechadas. À essa altura, Angie já estava chorando por vê-lo daquele jeito. Ele ficou transtornado e ela o deixou assim. Após longos minutos, Angie murmurou com uma voz chorosa: – German.

– JAMAIS MENCIONE ALGO SOBRE A MARIA, ENTENDEU? – Ele gritou, virando-se subitamente, e encarando-a.

Angie não pôde disfarçar a surpresa ao perceber que havia escorrido uma lágrima dele e sentiu-se mal por isso. O rosto dele estava vermelho de raiva e a mão direita dele estava quase roxa. Angie levantou-se calmamente, andou com um pouco de dificuldade até German, pegou o pulso dele e o puxou, o fez sentar em sua cama. Arrumou uma sacola plástica, caminhou até a geladeirinha e colocou algumas pedras de gelo dentro da sacola, voltou até German, sentou-se ao seu lado, pegou delicadamente a mão dele e colocou a sacola com gelo em cima dela. German não tirava os olhos de Angie e quando sentou-se ao seu lado, ele olhou para baixo. Sentia uma raiva enorme mas ao mesmo tempo sabia que Angie tinha razão.

– Me perdoa? – Angie murmurou olhando-o e começando a chorar. – Eu não tinha o direito de te dizer essas coisas, me perdoa? – Falou baixinho. German não sabia o que dizer para ela, apenas sentia que, após cinco anos, chegara o momento de chorar. Rapidamente puxou a mão, levantou-se, caminhou até a porta e saiu, batendo-a com tudo. Angie apenas chorou.

As meninas cruzaram com ele no corredor e notaram o semblante transtornado dele. Entraram no quarto querendo saber o que havia acontecido e Angie as contou enquanto chorava. Ela sentia uma angústia tão grande, um vazio, um arrependimento. Ela já tinha a certeza de que nada aconteceria entre os dois mas tinha uma pequena esperança, pequeníssima, mas tinha. Agora já era, ele não aceitaria nem sua amizade, Angie sabia disso e era isso que a matava. Teria de afastar-se dele e, ao ponto em que deixou chegar a situação, sofreria para sempre por isso. 

POV. German

Cheguei em casa e fui correndo para o meu quarto. Tranquei a porta, encostei-me nela e deixei-me escorregar até sentar no chão. Dobrei os joelhos e apoiei os cotovelos neles. As lágrimas já haviam começado a cair assim que eu pus os pés dentro do quarto. Meu coração doía e as lembranças da Maria me machucavam. Eu fui caindo para o lado lentamente, até encostar no chão. Eu não tinha forças para levantar e para lutar contra isso, fiquei ali mesmo, encolhido no chão, chorando feito um bebê. Talvez Angie tivesse razão, talvez eu só precisasse parar de alimentar essa dor, parar de reprimi-la, não sei. Fiquei algumas horas chorando sem parar. As lágrimas já haviam parado um pouco de cair quando eu escutei baterem na porta.

– Papai, você não vai comer? Já são quase 22h e você não saiu desse quarto. – Violetta disse.

– Não filha, eu... estou com a barriga ruim, é melhor eu não comer nada. – Eu tentei dizer da maneira mais normal possível. Violetta tentou entrar no quarto mas se deparou com a porta trancada.

– Está tudo bem? – Perguntou preocupada.

– Sim, meu anjo, não se preocupe.

Violetta acreditou ou, pelo menos, fingiu que acreditou. Eu fiquei mais um tempo deitado no chão, até as lágrimas pararem por completo. Depois levantei, abri meu armário e retirei uma caixa cheia de fotos. Abracei a caixa e deitei em minha cama. Fui tirando as fotos que lá haviam e, a cada foto que eu tirava, eu chorava de novo e ficava olhando durante um bom tempo. Eram fotos da Maria, de algumas viagens que fizemos, dela com a Violetta, de nós três juntos, entre outras. Até que as fotos acabaram e eu comecei a lembrar de momentos que me fizeram sorrir. E a noite passou assim, nessa oscilação entre choros e sorrisos nostálgicos. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ;)



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