Os pais de Rony haviam conversado com o diretor do internato e o convenceram á dar uma segunda chance ao seu filho, alegando que não tinham provas concretas e Rony tinha crises de riso quando estava nervoso. Os alunos estavam revoltados e ele estava contando apenas com a amizade de Gina.

Era tarde, uma hora e quatorze minutos da madrugada, e o ruivo saiu do quarto fazendo o máximo de silêncio que conseguia. O rapaz parou perto de uma pilastra, havia alguém com ele. Alguém de capuz vermelho, alguém escondido atrás de uma pilastra.

–Tenho uma nova missão. –O alguém disse.

–Novamente? Da última vez arrumei problemas com pais. –Rony sentiu medo.

–Rony, você está comigo ou contra mim? –Vociferou.

–Eu jamais poderia ficar contra você, mesmo que eu quisesse. –Falou num tom triste.

–Bom saber. –Comentou. –Dessa vez não será um simples pergaminho. –A voz havia tomado um tom obscuro.

–E o que você pensa em fazer? –Havia pavor na voz de Rony.

–Vamos fazer uma brincadeira. –Riu sarcástica.

–Que brincadeira? –Assustou-se. –Com quem? –Deu um passo atrás.

–Não posso contar a brincadeira ainda, mas será com o santo Potter. –Falou com ódio.

–Com o Harry? Não, não e não. –O ruivo recusou-se.

–Ronald. –Falou entre dentes.

–Por quê? Dê-me um motivo. –Pediu.

–Ele é um miserável sem escrúpulos, um idiota completo, um santinho de barro. Ele merece pagar. –Os olhos tinham chamas.

–Pagar pelo o que? –Esbravejou.

–Você deveria saber, ele costumava ser o seu melhor amigo e agora não acredita e nem confia mais em você. O bom garoto, tornou-se brinquedinho de oriental, anda para cima e para baixo com aquela garota. –Riu sem humor. –Ele te abandonou e assim ele me abandonou. –Deu ênfase ao “me”.

–Ele não me abandonou e nem á você, nós o traímos e ele ainda nem sabe a coisa peçonhenta que você é. –Acusou.

–Você é pior do que eu. –Acusou de volta.

–Você não pode fazer isso com ele. –Quase gritou. –Nós não podemos. –Deu ênfase ao “nós”. –Logo você. Você não, ele não aguentaria. Isso é mais do que traição vindo de você. Você não pode ser cruel G... –Engasgou. –GG. –Abaixou a cabeça.

–Não é crueldade é justiça. –Afirmou.

–Vingança. –Corrigiu.

–Pense como quiser. –Caminhou até ele. –Agora se decida Weasley, está comigo ou contra mim? –Pressionou-o.

–Eu tenho escolha? –Perguntou já sabendo da resposta.

–Você quer que alguém que você ama se machuque? Você quer que ela se machuque? A garota, não a Granger, a outra. –Rony perdeu a respiração.

–Não. –Fechou os olhos.

–Então você está comigo. –Sussurrou ao pé do ouvido.

–Você é um monstro e eu nunca havia percebido isso. –Disse com nojo.

–Convoque a garota. –Ordenou.

–Que garota? –Já sabendo de quem se tratava.

–Luna. –Revirou os olhos.

–Já havíamos conversado sobre isso, ela não. –Recusou-se novamente.

–Ela também tem seus motivos para se vingar, assim como e assim como você. –Empurrou-o.

–Ela não. –Avançou para cima da pessoa. –Ela não. –Empurrou a pessoa, fazendo-a bater as costas na parede.

–Como se atreve? –Gritou.

–Não mexa com Luna e nem com Harry. –Pediu.

–Lembre-se Ronald, você está comigo. –Respirou fundo. –Não quero e não posso machucar você. Você sabe que você é o único que eu posso confiar. –O tom de voz ajustou-se.

–Por favor, GG. –Quase implorou.

–Tudo bem. –Revirou os olhos. –Escolha um dos dois, Luna ou Harry? –Pressionou-o novamente.

–Você está falando sério? –Disse incrédulo e a pessoa assentiu. –Luna. –Fez a escolha.

–Boa escolha, a loirinha seria de grande ajuda, mas me vingar é bem melhor. –Sorriu de lado.

–O que você vai fazer com Harry? –Perguntou medonho.

E então GG contou a ele todo o plano, seria óbvio que alguém iria se machucar.

–Isso é cruel. –Ronald afirmou.

–O que ele fez também foi cruel. –Afirmou.

–Você está perdendo a cabeça. –Virou-se para sair. –Pare com isso GG, vai ser melhor para todo mundo. –Pediu.

–Tudo bem, essa será a última vez. Nada de brincadeiras e nada de pergaminhos mais. –Bufou contrariado (a).

–Eu espero que sim. –Virou-se novamente para sair.

–Não me traía Rony, não quero ter que me vingar de você. Não de você. –E desapareceu na escuridão.

O ruivo entrou no quarto e sentou-se na cama com lágrimas escorrendo pelo rosto.

–Onde você foi Weasley? –Harry, era o seu colega de quarto.

–Eu não consigo. –Levantou-se e jogou um livro contra a parede.

–O que você não pode? –Harry colocou os óculos e sentou-se na cama.

–Trair. –A respiração estava descontrolada.

–Você já nos traiu. –Harry abaixou a cabeça.

–O problema é que eu vou ter que trair alguém novamente, só não sei á quem eu vou trair. –Afirmou desesperado.

–Do que você está falando? –Harry perguntou assustado.

–GG é um monstro. –Passou as mãos nos fios ruivos.

–E por que você ainda trabalha para GG? –Harry perguntou.

–Eu não posso trair GG, simplesmente não posso trair o meu s... –Parou de falar.

–Trair o seu... –Deu espaço para que ele completa-se.

–Eu... Eu... –Gaguejou e correu para o banheiro.

–Rony saia daí. –Harry pediu e não ouviu nada como resposta.

E foi no banheiro que Rony passou o resto da madrugada. Estava assustado. Estava condenado á trair alguém que ele amava.

Em um determinado momento ele tomou sua decisão e então saiu do banheiro para contar á Harry sobre tudo, mas o ex-amigo já não estava mais lá.

–Droga. –Xingou o vento e saiu correndo pelos corredores.

–Vai vestir o uniforme traidor. –Alguém gritou, mas o ruivo ignorou e continuou correndo.

–Hermione você viu Harry? –Parou de frente á moça.

–Eu não falo mais com você, seu traidor. –Acusou-o.

Ronald continuou correndo e avistou de longe o rapaz que procurava, ele estava indo direto para a armadilha.

–Harry Potter pare aí agora. –O ruivo gritou e correu ainda mais.

–O que você quer? –Harry perguntou quando o ruivo chegou perto dele.

–Harry, me perdoa. Eu escolhi, e não será á você que eu trairei e eu sei que vou pagar caro por isso. –Pediu perdão.

–Do que você está falando? –Harry estava nervoso.

–Você iria se machucar, GG queria machucar você. –Afirmou.

–Isso é uma mentira? Você e GG armaram tudo isso? Querem que eu perdoe você e você nos traia novamente. –Harry afastou-se dele.

–Não. –Afirmou. –Eu estou protegendo você. –Revelou. –Saia daqui o mais rápido possível, você precisa sair daqui antes que tudo aconteça. –Empurrou-o na direção contraria. –Vá. –Gritou e empurrou Harry.

Harry virou-se para sair, algo o dizia para confiar no ruivo, mas então algo aconteceu.

Uma flechada no ombro e um ruivo rolando escadaria abaixo. Todos correram para socorrer o ruivo, ele ainda estava consciente quando Harry chegou até lá embaixo.

–Me perdoa. –O ruivo pediu.

–Você estava me avisando, isso era pra mim. –Harry disse desesperado.

–Rony. –Luna desceu as escadas correndo e se jogou ao lado do ruivo. –Ah meu Deus, não era... Não era. –Choramingou e cochichou algo no ouvido do ruivo.

–Não. –E então o ruivo ficou inconsciente.

–O que você disse á ele Luna? –Harry perguntou desconfiado.

–Eu disse... Disse que o amo. –Falou rapidamente e enfiou um papel no bolso de Harry.

Logo que a ambulância chegou, Harry correu para o banheiro, trancou a porta e se sentou no vaso sanitário com a tampa fechada.

Harry isso era pra você, não deu tempo de avisar. Sinto muito por tudo.

Harry sentiu as lágrimas escorrerem e então viu que tinha no verso do papel um tipo de código.

Neve, Games, Ronald, Vingança, Amor, Irmandade, Eles.

Help Us!

Era um código, mas estava tão complicado. A única pessoa que poderia ajuda-lo era Luna. E então ele a procurou e a achou.

–O que aquele código quer dizer? –Harry perguntou num sussurro.

–Eu não sei. –Luna saiu andando apressadamente até Gina.

–O que Harry queria? –A ruiva perguntou.

–Saber sobre Rony. –Luna mentiu.

–GG é muito vingativo. –Gina afirmou e se levantou.

–Ginny, você vai aonde? –Luna perguntou á amiga.

–Ao banheiro, quer ir comigo? –Chamou-a e a loira negou a cabeça.

Mais tarde um pouco o sinal tocou e todos os alunos tiveram que voltar para os quartos. Mas todos os alunos tiveram uma surpresa, cada quarto tinha um pergaminho na frente.

–Quem vai ler dessa vez? –Hermione perguntou revirando os olhos.

Gina abaixou-se e pegou o pergaminho em sua frente, pigarreou e começou a ler.

Olá Hogwarts... Fui obrigada á escrever essa droga de pergaminho.

Tenho alguns avisos á quatro pessoas.

1- Harry James Potter, você escapou. Dessa vez. Na próxima você pode acabar muito mais machucado do que nosso querido ruivinho herói. Eu odeio você.

2- Luninha, você sabe muito bem o que você entregou á Harry. Da próxima vez, você pagará caro.

3- Pansy idiota Parkinson, se você se atrever á beijar o Weasley, eu arranco sua cabeça fora. E nunca mais me desafie sua vadia.

4-Querida Granger...Nunca mais se recuse á ajudar um pobre ruivo desesperado. Da próxima vez, talvez seja você quem precisará de ajuda e todos iram virar as costas para você.

5-Nunca mais me traíam, nunca mais. Ou o que acontecerá com vocês será bem pior do que com o Rony.

Brinquei todo esse tempo e agora eu estou realmente desapontada com vocês. Agora vocês terão o privilégio de sentir a minha ira.

Cuidado onde pisam e em quem confiam. Ainda á um traidor entre vós.

Com ódio... –GG.

Gina tremia enquanto lia, os olhos flamejavam lágrimas. Todos estavam assustados.

–Todos para os quartos. –Minerva ordenou e todos entraram e então um grito de horror foi ouvido e todos correram para o quarto de Luna.

A loira estava encolhida no canto do quarto, Gina ao lado dela e uma boneca loira sem cabeça na cama da garota e no espelho a palavra “Traidores são decapitados” com batom rosa.

–Alguém pode me dizer algo sobre isso? -Dumbleodore apareceu no quarto.

–Antigamente aquele que era pego traindo ou conspirando contra o rei ou a rainha, eram decapitados. –Gina explicou. –Traidores são decapitados. Acho que GG gosta de Reign. –Palpitou.

–Agradeço as palavras, senhorita Weasley. –O diretor olhou para Luna. –É só uma boneca. –E virou-se para sair.

–Amanhã pode ser eu. –Luna se desvencilhou dos braços de Gina. –Eu não quero mais dormir nesse quarto. –Pediu.

–Luna, você pode dormir comigo hoje. –Cho ofereceu-se e Luna caminhou até ela.

–Você quer que eu durma na cama da Luna? –Hermione perguntou á Gina.

–Não. –Respondeu. –Agora todo mundo, pode sair do quarto. –Expulsou-os e todos saíram. –Ah Nostradamus. –Pegou a boneca e jogou pela janela.

Gina abriu uma gavetinha e pegou uma caixinha, abriu-a e pegou uma roupinha e estendeu na cama ao seu lado e fechou os olhos. A preocupação a consumia por dentro.

**

Todos dormiram, mas GG manteve-se acordada. E então caminhou até um dos quartos masculinos e olhou para Draco, tão lindo. Tão apaixonante e tão traidor. E saiu dali.