Clarity - Primeira Temporada escrita por Petrova


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Comentem por favor! Ignorem os erros, eu só postei, antes de corrigir



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Eu estou dentro do carro de Maison neste exato momento, honrando nossos planos: tenho que passar alguns dias na sua mansão, para matar a saudade de todos os tios, claro.

Eu deveria ficar feliz, eu sei, mas é eu não consigo parar de pensar em uma coisa: Os McDowell. Como pode existir uma família tão cheia de segredos como as dele? É como se eles fossem arrancados de um livro em que as páginas não podem ser puladas para descobrir os proximos capitulos. Eles só nos deixam saber aquilo que eles querem que a gente saiba. É frustrante.

– Não se frustre, estamos quase lá. – Maison interrompe meus pensamentos ao dar uma curva pelo ultimo caminho com casas a vistas, antes da sua.

Eu até ia reclamar sobre essa coisa de Maison sempre falar alguma coisa sobre o que estou pensando, mas deixei de lado. Meu tio não é um sobrenatural.

Eu passei a noite toda de ontem pensando na possibilidade de Adam, Estenio e Andrew participarem de uma quadrilha familiar afim de matar todas as pessoas que cruzarem seu caminho. Meu pai podia, como jornalista, ter descoberto coisas terriveis sobre esta familia tão bem vista pela sociedade da cidade que tenha despertado certa furia nos irmãos McDowell.

Ok, eu sei que é muita viajem essa coisa de quadrilha (embora eu não tenha descartado-as, elaborei outras).

Acredito eu que eles tenham um plano de dominação da cidade (algo que elaboraram na Inglaterra, sabe, como aqueles filmes de ação em que os garotos da alemanha são treinados em um determinado plano para colocá-lo em prática numa certa idade, okay, talvez eu esteja falando de Salt) e assim por conseguinte toda o Alaska, para se alastrar aos estados vizinhos, uma dominação de mundo.

Certo, acho que tomei café demais. Mas só estou tendo essas ideias meio alusinogenas depois de ter conseguido arrancar algumas respostas de Suzanna. Ela tinha que me contar quem eram os McDowell, aqueles que eu desconhecia até então, antes deles entrarem na minha vida (ainda não suspeito muito de Estenio, nem sei quem é ele).

– Ah, por favor Nathalie. – Suzanna está fugindo.

Eu estou seguindo ela pelas prateleiras enquanto anoto os nomes dos recentes livros que chegaram esta manhã e estavam dispersos dentro de uma caixa no quase-porão.

– Por favor digo eu Suzanna, é só algumas respostas.

Ela me ignora, estende aquele braço gigante para o alto e coloca o volume de um livro ali em cima.

– Anote ai. – ela manda.

Eu anoto, mas só porque quero algo dela, porque, na verdade, ela é muito mandona.

– Você não entende como isso é muito estranho? – eu tento argumentar.

Ela me olha.

– Não.

Eu jogo os braços para o alto, meio irritada.

– Suzanna, o cara esteve aqui e nem juntou os pontos: ah, você é a menina que apareceu na TV por causa do pai morto.

E nós nos olhamos, acho que eu não deveria ter dito isso, quase sou sugada para o mundo de lágrimas. Eu não posso, não posso viver chorando.

– Enfim... – eu dou de ombros ignorando a vontade de chorar e recomeço a anotar.

Suzanna me dá um olhar de pena, não piedade, na verdade, acho que ela está cedendo.

– Andrew não é o tipo de cara que fica na frente da TV vendo o jornal, ou interessado nos problemas que seu irmão enfrenta na delegacia. – ela me responde.

– Bem, mas ele, no final, sabia meu nome.

– Tá, pode ser. – nós passamos para outra prateleira. – Andrew é meio desligado, e, sabe, ele passa a maior parte com aquele amiguinho muito gato, chamado Lewis, dando festas por ai.

Eu ligo os pontos.

– Aquele clube é deles?

Ela faz que sim com a cabeça.

– É uma pena eles serem podres de rico, não é? – e ela ri meia desengonaçada, mas só para descontrair.

Embora ela esteja se esforçando muito para me contar, eu ainda não tinha desistido de tirar boas verdades dela, afinal, eu tenho esse direito. Essa família é estranha e estamos – a partir de agora – estamos interligados, desde que Adam está com o caso do meu pai em suas mãos e seu irmão mais novo me salvou de uma situação ainda não explicada pela lógica.

– Conte-me mais, Suzanna.

– Ah, não, você vai ficar encasquetada com essa história, não é saudável, Nathalie. – ela me repreende. – Você já está, na verdade.

– Mas é sobre meu pai.

Eu passo o livro para ela.

– Pior. – ela treme os ombros. – Eu sei o que é perder alguem proximo. – nossos olhos se cruzam.

É diferente... Eu digo a mim mesma.

– Claro, meus pais não partiram, você sabe. Mas eles se foram, não para sempre, para um mundo melhor, eles decidiram ir embora como bem entender, mesmo que eu tenha implorado, chorado, mesmo que eu encha seus telefones com mensagens de saudade. – ela engole secamente, eu acho que vou chorar junto com ela. – Enfim, não quero isso para você.

– Suzanna, por favor. – eu imploro. – Todos me devem a verdade, eu estive fora tanto tempo que pareço perdida, não me faça sentir mais horrivel do que eu já estou, são apenas respostas. Preciso saber quem é a família desse Adam, por favor.

Seus olhos cruzam com os meus, os dela são castanhos, mas na luz eles ficam um pouco esverdeados, como mel.

– Hmf, - ela solta o ar. – tudo bem.

Amém!

Eu nem sei por onde começar, mas qualquer coisa que ela me conte, está tudo bem.

– Teve uma vez, - Suzanna está falando, depois de passarmos por mais uma prateleira. – quando você e sua mãe nos visitaram pela ultima vez, Isobel, Helena e Diana se encontraram no antigo apartamento dos meus pais.

Eu lembro desse dia. Eu tinha ficado com papai, numa noite em familia para poder curti-lo até que mamae e eu fossemos embora. Eu ainda tinha a esperança deles voltarem, isso foi se perdendo com o tempo.

– Elas estavam sentadas à mesa dando risadas e bebendo um pouco, até parece que você consegue imaginar tia Isobel bebericando um copo com cerveja e rindo tão alto quanto se pode pensar. – mais um livro é anotado.

– É quase que uma reliquia. – eu interrompo seus pensamentos.

Nós sorrimos um pouco.

– Então, elas estavam falando sobre tanta coisa que eu, lá encolhida no sofá assistindo um filme brega da Barbie, não me importei. Mas eu sei que uma hora ou outra Helena tocou no nome de Rebecca.

Rebecca McDowell, mãe de Andrew, Estenio e Adam, eu consigo me lembrar.

– Pelo menos naquele dia eu consegui me recordar deles, estava tão animada com a sua visita que nem passou pela cabeça falar sobre a nova familia da cidade, logo os McDowell, alguém dificil de não se lembrar.

– Como se já não fosse estranho eles sumirem toda vez que eu apareço. – eu dou de ombros, passando por ela e puxando um livro da caixa.

– Eu sei. – ela me responde e puxa o livro. – Depois de uma conversa ou outra, elas lembram de Rebecca na faculdade. Até aquele dia, eu não sabia que os pais de Rebecca moravam em Sponvilly, por muitos anos, na verdade, para logo se mudarem para a Inglaterra por um tempo indeterminado.

– Eles voltaram?

Ela faz que sim com a cabeça.

– Rebecca ficou tempo suficiente para entrar na faculdade, conhecer Helena e Diana, e retornar tempo depois à Inglaterra.

– Isobel disse que a conheceu na prefeitura.

– Rebecca era mais velha, pelo o que eu entendi, e foi embora rápido de mais para Isobel a conhecer. – ela dá de ombros. – Enfim, Diana disse que, antes de pensar na possibilidade de viajar com meu pai para fora do país, ela se encontrou com Rebecca e estava acompanhado de alguém, o que suspeito se tratar de Edwin. Eles ficaram aqui, compraram uma mansão, por alguns meses, pelo menos, conheceram pessoas novas e sumiram.

Isso é estranho, ok? Ninguém troca Inglaterra várias vezes por Sponvilly.

– E é, então, cinco anos atrás, que surge Andrew, Adam e Estenio nas nossas vidas. Eles vieram pelos imóveis da familia.

– E Rebecca?

– Até onde eu sei não retornou. – Suzanna passa por mim e verifica minha agenda, acho que nos perdemos um pouco.

– Como foi a parte deles “estarem aqui”? – perguntei, querendo mais respostas.

Eu e Suzanna começamos a andar de novo.

– Adam veio primeiro. – ela responde. – Meu Deus, eu sei que a minha idade não era apropriada e tudo mais, mas aquele cara é simplesmente um gato! Não tinha ninguém que não falasse sobre ele, o solteiro morando sozinho numa mansão. Depois ele conseguiu entrar para a policia. Eu e Lauren ainda esbarravámos nele com muita frequencia, principalmente na casa de Billy.

Não era de se estranhar que Suzanna ficasse tão absorça pela beleza do Adam, até eu fiquei, mas então eu o coloquei no topo da minha lista de suspeitos junto com seus irmãos. Não necessariamente seus irmãos, mas acho que a minha resposta sobre Adam ser ou não culpado está bem guardada com Estenio e Andrew.

– E os outros? – pergunto, curiosa.

– Você quer falar de Estenio e Andrew ou apenas Andrew?

Eu enrubeço.

– Okay. – ela dá de ombros. – Eles vieram juntos, Estenio conseguiu seu cargo precioso na politica ao lado do prefeito enquanto Andrew, bem, ele tem tudo que quer, conseguiu entrar para a faculdade e muito bem. Mas eu não o entendo.

– E por que não?

Suzanna para e me olha.

– Eu até entendo Adam e Estenio ter vindo para cá, eles tinham uma mansao e um patrimonio para cuidar, mas, Andrew? Ele não tem compromisso, e quando a noticia que Edwin tinha morrido há algum tempo, eu juntei os pontos.

– Que pontos? – eu estou curiosa.

– Rebecca o mandou para cá para poder tirar ele dá atenções na grande cidade. – ela rebate. – Ele deve ter ficado muito rebelde com a morte do pai, já que Diana tinha deixado escapar que ele era o mais apegado.

Eu fiquei surpresa. Ela meio que tem razão.

– Ele tem tudo, dinheiro, casa, carro, uma faculdade e status, mas ele parece querer jogar tudo para o alto quando simplesmente some, vai para outra cidade com seu amigo Lewis ou volta dando uma festa de arrombar no clube só para as pessoas da elite.

Eu fico pasma, não parece o mesmo Andrew de algumas horas atrás.

– Toda aquela fisionomia de garanhão, é como passa tempo. Rebecca deve ter achado que, se ele arrumasse essas confusões na Inglaterra, a policia seria muito mais severa, mas como é cidade pequena e eles tem muita influencia, nada de mal acontece. Está na cara.

E nós paramos ali.

Eu já tinha tudo, afinal. Quando eu e Suzanna decidimos que não iriamos passar o resto da tarde anotando livros, chamamos Lauren que trouxe quase metade da turma de Isaac, os jogadores tinham acabado de sair do treino, ou seja, muito adrenalina. Além de ter que aturar o cérebro de amendoim que é o Isaac, ele ainda comentou que haverá a festa no clube dos McDowell (que não era só dele, porque Lewis tinha uma parte também, descobri que aquele casal que fundou a faculdade da cidade é nada mais nada menos que os Jones, pais de Lewis Jones e eles morreram). Só de ouvir o nome de Andrew soando pela boca de cada um, fez coisas estranhas no meu corpo.

Só tinha um problema: nem todo mundo podia ir, o que quer dizer que, como Suzanna disse, só as pessoas de grande nome iam, tipo Isaac. Lauren ficou com muita raiva ao saber que seu namorado havia sido convidado para uma das grandes festas da cidade e ela não podia ir, por não ter sido convidada.

Eu fiquei triste por ela, mas, para falar a verdade, era só uma festa idiota, não é? Há coisas melhores a se fazer do que ficar idolatrando os McDowell (e os Jones também), do tipo, por exemplo, ficar guardando e anotando livros.

Um ótimo passatempo.


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Notas finais do capítulo

Esses McDowell...