Clarity - Primeira Temporada escrita por Petrova


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Wow! E aí o que acharam o capitulo passado? Esse é um pouco mais morno, você terá algumas respostas sobre a ligação de Maison (tio da Nathalie) e Edwin e Rebecca McDowell.



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Olado bom de estar indo para a Mansão com tio Maison é queo carro tem aquecedor. O lado ruim é que é muito longe e eu só vejo mata para todos os lado, a floresta engole qualquer raio de predio, casa ou habitação por aqui. Dá medo.

Depois de ficar imersa nos meus pensamentos, resolvi prestar atenção no meu tio, já que Maison estava se esforçando para ter uma conversa legal comigo. Segundos mais tarde, eu vejo uma curva para a direita onde se encontra a continuação da estrada, nós estávamos entrando no território O’Connel.

É uma casa de andar muito mais aberta do que a maioria que estão no centro de Sponvilly. Vidraças compridas, porém não tão largas, um alpendre decorado com plantas em vasos (verdadeiras), algumas miosótis, que normalmente se encontra em todo o Alaska. A casa é num branco gelo de madeira, e tons levemente marcados num amarelo leve e suave. Saindo do carro, antes que eu pudesse dar os primeiros passos, Maison fecha o porta-malas apoderando-se das minhas coisas e pedindo que eu fique aqui por mais algum tempo.

Ele só diz:

– Sua surpresa. – animado demais sendo que estamos pelo lado de fora na região mais fria da cidade.

A mansão é rodeada pela floresta verde cintilante, quase não vejo a estrada ou o portão da entrada. Embora aqui seja muito bonito.

– Não tenha medo, é só mato. – ele me dá um sorriso. – Continue andando até aquela porta ali, vou só colocar suas malas lá dentro.

Eu fico apreensiva. Não sou muito chegada a surpresas.

– Ok, então.

– Ótimo, eu volto logo.

E depois some.

Eu só fico segurando meu celular feito uma estátua do lado do carro, olhando fixamente para o lado esquerdo da casa. O que havia ali?

Suspirei e caminhei até lá completamente ansiosa. Era mais frio aqui, a floresta era densa e alta, não se podia ver além dali, como eu disse, a ponta das montanhas era o máximo. Voltei a caminhar xingando os graus abaixo de zero, claro, e me apertando naquele casaco azul escuro que encontrei.

Olhei para trás e tentei procurar meu tio, mas nada além de mato, carro, um alpendre e uma porta. Nem a empregada estava ali, Rose, que tem entre quarenta e quarenta e cinco anos, o cabelo quase tomado por fios brancos onde o resto é de um ruivo turvo e natural, exceto que ela parece ser mais jovem (tirando a parte dos fios brancos) e não uma diferença de três anos, ela é incrivelmente jovem para sua idade. Chutaria trinta ou trinta e cinco anos para ela, ou seja, nova demais.

Ai que f-f-frio!

Ignorei meus pensamentos e me projetei entre a garagem e um pedaço que levava para o quintal da casa. Aquela imagem de rosas amarelas pelo lugar, gardênias e miosotis (ah, gardênias não!). Eu teria ido lá, se eu não tivesse me assustado com o motor sendo ligado e a porta da garagem sendo erguida assim de repente, até que encontrei Maison a alguns metros de distância de mim com o controle da garagem na mão. Então o mistério desse caso estava resolvido, foi meu tio que a abriu.

E ainda está rindo!

Mas, mais surpreendente do que minha descoberta óbvia, foi o Neon vermelho dentro da garagem, três vagas vazias, onde certamente o carro de Maison ficaria, o do Rick e o Saveiro que era meu. Era?

– Eu estava pensando em comprar ele quando você se formasse no final do ano e fosse para a faculdade. – Maison inrrompe o barulho que só os galhos da floresta cometiam.

Ele está andando para perto de mim e da garagem, enquanto eu estou com a boca aberta a uns dez segundos. Sinto minha saliva congelar...

– Mas, quero dizer, os planos mudaram, você estará conosco o restante do ano. – ele dá um sorriso engraçado.

Eu posso fechar a boca agora? Ainda não, ainda estou em estado de choque.

– E ainda tem toda aquela preocupação daquele Saveiro que é velho demais para você ou para continuar em circulação, embora Rick tenha me garantido da segurança dele, eu ainda continuei com o plano de comprar-lhe o Neon, além de um carro bonito e seguro, ele é o único da cidade, ou seja, posso reconhecer você de longe.

Ai meu Deus, ai meu Deus. Maison me comprou um carro? Não algo com ferrugem caindo aos pedaços e gritando: dou tetano, mas sim um carro novo. Zerinho.

– Nina... – a voz de Maison me chama. – Seria a hora ideal para você falar alguma coisa, dizer que gostou ou não. E, se não, finja que gostou, obrigado.

– Minha nossa. – eu consigo dizer.

Ps: ainda estou de boca aberta.

– Minha nossa, tio, sério? Quer dizer, você está me dando um carro? E novo? – eu coloco meu celular no bolso e corro para dentro da garagem, olhando e examinando cada centimetro do Neon.

Do meu Neon.

– É, acho que estou. – ele está se divertindo.

Eu não sei o que fazer, não sei se abraço o carro ou toco nele para ver se é de verdade ou me belisco para acordar desse sonho.

– Agora me diz que eu sou seu tio preferido, para aumentar minha autoestima.

Eu olho para Maison e ele está com os braços aberto. Eu corro para ele e estendo meus braços fracos e gelados para ele.

– Ahh, o senhor é meu tio preferido.

Tio Maison me ergue do chão e me dá um abraço de urso, eu beijo o topo da sua cabeça e depois sou colocada no chão novamente.

Eu ainda estou na fase de acreditar.

Ps: minha boca se fecha e abre com facilidade, ou seja, não congelou minha saliva.

Eu ando para perto do carro com as mãos no bolso e fico examinando o (meu) carro de longe ao lado de Maison, acho que ele está me dando esse momento, porque, na verdade, eu nunca ganhei nada nessas proporções, a única coisa que custou mais de duzentos dolares foi meu primeiro celular. Depois disso, é a única coisa surpreendente cara que eu já ganhei.

Passa longos minutos, até ele começa a falar:

– Eu não queria te lembrar isso, mas é uma boa lembrança. – ele inspira calmamente.

Eu acenei para ele com a cabeça.

– Eu e seu pai estávamos trabalhando juntos nessa possibilidade de você se formar e ir morar fora e precisar de um carro.

Meu coração se aperta.

Mas Maison tem razão, é uma lembrança feliz, é algo sobre Jeffrey que é bom. E tem uma vozinha dentro de mim que diz que eu não preciso me derramar em lágrimas toda vez que me lembro do meu pai. Há muitas coisas além disso, momentos bons com Jeffrey que devem ser lembrados e não desperdiçados com lágrimas.

– É uma boa lembrança.

Maison me dá um olhar paternal, estende o braço para cima da minha cabeça e acaricia meus cabelos por alguns segundos. O carro ainda está ali e nós também.

– Hm, ok, - Maison se movimenta. – antes que um de nós dois vire um picolé nesse frio ou se derrame em lágrimas, é melhor entrarmos, Rose está preparando um jantar em sua homenagem.

Tio Maison passa o braço pela minhas costas e nós caminhamos juntos para fora. Aqui ainda é estupidamente frio, mas agora eu tenho um carro com aquecedor, sabe. Nós subimos os degraus do alpendre, estampas de azulejo português invadem os estofados das cadeiras ornamentais dali, vasos grandes pintados geometricamente ilógicos decoram o espaço até o limite. Aqui é ainda maravilhoso.

Maison e eu paramos no meio do caminho, depois de observar a floresta atrás de nós, ele diz:

– Além do frio, normalmente aqui fora fica um pouco – Maison se vira para mim numa pausa sombria. – assustador.

Eu não sei o que ele quis dizer, na verdade, eu estava pensando no meu carro e na noticia dele ser um presente pensado por Jeffrey.

– Assustador como?

Maison dá um sorriso fechado.

– Animais, nada para se preocupar, você está segura. – há um comentário nas entre linhas que eu não compreendo.

Embora isso aguçe minha curiosidade, eu resolvo ignorar, eu disse que ainda estamos pelo lado de fora?

Nós finalmente caminhamos de volta para a casa, completamente mais quente e aconchegante. O cheiro aqui dentro é como na casa de Isobel, tem cheiro de produtos de limpeza, os não tóxicos e de ervas, menta também, e aqui é sem duvida muito mais tranquilo do que a casa de Isobel, acho que por causa da localização. Estamos a quase dez ou quinze minutos depois do centro, ou seja, sem rastro de pessoas (além de nós) ou habitações.

– Esse cheiro... – eu digo, olhando para ele sobre o ombro.

– Isobel passou uma temporada aqui, infernizando a vida de Rose, para variar. – ele ri para mim.

Nós estamos passando pelo corredor bege com uma luz fraca bem aconchegante, além de uma decoração europeia, há vasos artisticos, quadros com molduras douradas e rusticas, jarros de flores (vivas) e uma mesinha de vidro com um porta retrato, é uma foto de Maison, Isobel, Rick e Jeffrey.

Meu pai está sorrindo para a camera, só de vê-lo assim parte meu coração, eu queria ter tido mais fotos com ele.

– Tem mais fotos de vocês, não se preocupe. – Maison desvenda meus pensamentos.

Eu fico surpresa, mas me convenço de que meu tio ainda não é um sobrenatural. Nós chegamos a sala, os sofás ainda são os mesmo, exceto as cortinas, a TV, o tapete e o carpete, a mesa de centro (exceto a cor das paredes brancas que ainda é a mesma), nem mesmo os objetos são do cenário que vi a alguns meses atrás.

– Mudou. – eu digo.

Ele observa o lugar e suspira. Nós dois olhamos para as cortinas, o que antigamente era o que dava vida e cor a este lugar.

– Isobel nunca gostou do tom vermelho vinho das cortinas. – tio Maison passea pela sala.

– Eu gostava delas.

Ele ri.

– Sério? Não era assustador ou sombrio?

– Ah, não, não é qualquer coisa que me assusta. – eu o olho por cima do ombro apenas para descontrair o clime.

– Vou me lembrar disso no Halloween, essa casa vai ficar incrivel com toda aquela decoração. – ele diz. – Fique a vontade.

Eu faço que sim com a cabeça e vejo tio Maison sumindo pelo corredor à frente onde se encontra a cozinha, um corredor e um quarto. Num suspiro, ele já está de volta.

– O jantar vai estar na mesa daqui a pouco, suas malas estão no quarto e qualquer duvida eu vou estar no meu escritório vendo umas encomendas para a loja, ok? – ele divide o peso do corpo com um pé no primeiro degrau da escada.

Eu aceno com a cabeça um pouco antes de vê-lo sumindo lentamente pelo andar de cima. Bem, é a hora de conhecer meus aposentos, não é mesmo?

Nunca gostei do andar de cima, toda aquela ornamentação e corredores e muitas portas ficava muito assustador a noite, é por essas e outras que eu desistia de sair do meu quarto a noite para beber agua na cozinha, por exemplo. Isso durou até meus doze anos, quando acabei me mudando para o quarto do andar de baixo, perto o bastante da cozinha, nada de muitos corredores e portas, as janelas visiveis e a maior parte do dia a luz do corredor se mantinha acesa, caso eu tivesse insonia durante a noite.

Rose estava na cozinha, como sempre, acenando para mim quando me viu e ao mesmo tempo empunhando uma colher de aluminio para cozinhar o macarrão da lasanha no fogão. Só o cheiro me leva a loucura. Depois de mais alguns passos, a primeira porta entreaberta que vejo é a do meu quarto.

As malas são os uncidos objetos do quarto que conheço, o resto parece ter sido arrancado de um catalogo de uma revista para adolescente. As paredes, antes branco gelo, estavam tomadas por um tom parecido com rosa cor de pele que se estendiam até metade da parede, depois, pincelado suavemente, uma listra branca se estendia pelos limites, separando dois tons diferentes de rosa. Além da pintura nova, a cama também é nova, o lençol que a cobre parece seda, se estende pela a cama tão delicadamente como as almofadas brancas efeitando o chochão, há um tapete novo também e cortinas novas, e, além disso, ainda posso obsevar a reforma que fizeram na janela, aumentaram ela alguns centimetros que revela uma boa parte da floresta lá fora, agora escondido atrás de uma cortina pesada branca e cor rosa bebê, logo abaixo do peitoril há um divã, umas almofadas bonitinhas e um lençol rosa claro. E, sem poder me esquecer, posso ver a almofada que a vovó Emmy tricotou para mim há muito tempo.

Eu me arrasto até lá e puxo a almofada para mim. Aperto-a no meu peito, sentindo falta dela.

Um bom tempo atrás quando nós não sabiámos que ela tinha câncer, eu lembro de dividir horas com ela para receber dicas de tricotagem ou apenas ouvir as histórias que tinha para contar, embora isso não tenha durado muito, porque depois de uns meses de tratamentos intensivos como quimioterapia e o cancer poder ser retirado, ela começou aos poucos a perder a memoria para alguns momentos. Eu sentia falta daquele tempo em que todos viveriam para sempre, que ninguém corria risco de partir, que estaríamos juntos para sempre como uma família. Juntos, era isso que bastava, mas não aconteceu.

Sentei-me na beirada da cama e observei todos os detalhes reformados que queriam dizer que tudo ao meu redor estava mudando, e ainda continuaria. Não era apenas o quarto novo, era também uma Nathalie nova.

Depois de alguns minutos pensando, houve três batidas na porta antes de ouvi-la roncar quando Maison aparece numa brecha, colocando o rosto dentro do quarto e me encontrando sentada na ponta da cama.

– Jantar. – ele avisa. – E espero que você não seja uma daquelas meninas que não comem, e isso não adimito, como não conseguem comer? Comida é uma dádiva.

Eu dei um meio sorriso para ele.

– Eu estou com fome, para sua alegria.

– Oh, isso é ótimo, Rose fez seu prato preferido. Lasanha, ou seja, muita maaassa. – ele fica em extase.

– Eu estou indo, vou só tomar um banho, ok? – coloco meu celular na cama e me levanto.

Ele aperta os olhos apreensivamente.

– Tudo bem, se não vier, vou comer toda aquela lasanha. Todinha. E preciso manter a forma, por isso preciso de uma cumplice. – ele dá uma piscadela antes de fechar a porta.

Eu estou rindo agora, enquanto caminho pelo meu quarto e encontro minha necessárie a disposição.

Rick concordou em ceder seu turno da tarde na livraria para mim, embora eu tenha Suzanna como supervisora, até que eu pegue jeito com aquela coisa de papelada e pastas para tudo que é lado, encomendas e clientes. Mas, aparentemente, eles acham que vou conseguir muito antes do prometido. Acho que nasci para isso, melhor dizendo.

Tranquei a porta do quarto e deixei a do banheiro meia aberta. Entrei em baixo do chuveiro quente, meus musculos relaxando aos poucos, meus pensamentos tomando rumos intensos e misteriosos. O que os McDowell escondem? Eu queria ter a resposta na ponta da lingua, mas o que eu tenho é respostas vagas de uma vida aparentemente boa demais até mesmo para eles, nada além disso. Fico irritada com a falta de teorias, desligo o chuveiro e puxo a toalha com muita força, pensando em como descobrir toda essa imensidão de segredos que o nome McDowell carrega.

Enrolo-me na toalha, prendo meu cabelo e saio para dentro do meu quarto, caçando dentro da mala meu jeans surrado e uma blusa com mangas compridas e de pano grosso para me proteger do frio.

O meu problema é querer resolver tudo ao mesmo tempo, essa coisa de investigação não é comigo. Dou uma ajeitada no meu cabelo, lavo meu rosto outra vez e tento, pelo menos uma vez, parar de pensar nos meus problemas e ir atrás de tio Maison.

Quando chego na sala, parece que vim tarde demais. Maison está devorando os ultimos pedaços da lasanha enquanto está sozinho. Não vejo Rose em nenhum dos comodos, fico pensando se ela já jantou ou se retirou por educação.

Eu deveria chamá-la...

– Ela já comeu.

Eu olho rapidamente para Maison, surpresa dessa vez.

– Se é o que está procurando. – e ele sorri para ser amigável.

Eu não vejo nada de estranho com a expressão de Maison, por isso resolvo me sentar logo de uma vez, porque toda essa comida na mesa está fazendo meu estomogo clamar por ela. Não sabia que estava com tanta fome até agora.

Eu estou despejando um pouco de molho em cima da minha lasanha, quando vejo Maison esticando os braços em cima da mesa, já satisfeito.

– Então, - ele faz uma pausa depois de um gole no suco. – você está indo bem na escola? – ele pergunta casualmente.

É engraçado como o assunto escola e o desempenho nela sempre estão no topo de conversar com tios e pais.

– Ah, está bem.- eu digo.

– Só bem?

Eu olho para ele e vejo que é falta de educação da minha parte, ele está se esforçando para me ouvir falar e eu estou aqui ignorando todo esse assunto como se eu não me sentisse em casa.

– Não só bem, eu fiquei feliz pela parte de conhecer a maior parte da turma. – confesso.

Maison está me compreendendo.

– Não temos uma grande taxa de migração. – ele ri de uma piada particular.

– Exceto os McDowell. – eu respondo, assim sem mais nem menos.

Maison examina meu rosto.

– Verdade. - sua expressão não entrega nada. – Eles são uma exceção.

Eu observo ele novamente, por que ele simplesmente não me conta?

– O senhor os conhece a quanto tempo, tio? – dou uma gardafa na lasanha e a empurro para dentro.

Vou ao céu em todas as mastigadas.

– Há muito tempo. – ele está dizendo a verdade, mas não é essa resposta que estou absorvendo.

Tanto tempo quanto? Eu não chego a perguntá-lo.

– Hm, então, como conheceu Edwin?

– Eu o conheci quando veio com Rebecca para a cidade, eu estava preocupado com as finanças da loja já que eu tinha acabado de abri-la. Meus irmãos estavam ocupados demais com seus casamentos, e foi quando Rebecca aprensentou-me como seu marido.

Eu estou ouvindo ele atentamente, é uma parte que eu não conseguiria tirar de Suzanna, já que ela não sabe nada além do que Diana e Helena deixaram escapar.

– Edwin estava fazendo investimentos para seu capital, não só na Inglaterra e achou que seria bom para nós dois se ele se tornasse sócio longe da loja. E foi o que aconteceu. – Maison estava bebendo vindo.

– E como foi depois que ele, hm, partiu?

– Foi complicado. – ele confessa. – Liguei para Rebecca, perguntei se precisava de ajuda, afinal, éramos amigos muito antes dela conhecer Edwin. Ela estava preocupada com seus filhos, Adam queria ir embora daquela tensão, todos estavam abalados com a morte dele. Com os imóveis que Edwin adquiriu em Sponvilly, foi mais fácil para os irmãos se mudarem.

Isso fazia todo sentido agora. Enquanto eles fugiam da morte do seu pai, eu estava aqui enfrentando as lembranças de Jeffrey como um ultimo desejo. Embora eu ainda ache que tenha sido uma decisão errada, deixar a mãe deles.

– Rebecca ficou sozinha? – perguntei.

– Não. Andrew a fez companhia por longos meses, enfrentaram juntos todos os problemas, até que Rebecca percebeu que estava fazendo mal a Andrew, toda aquela lembrança constante. Ela me telefonou, perguntou como estava Estenio e Adam para que Andrew pudesse se juntar mais tarde a eles. A volta de Andrew pode não ter sido a melhor opção no tempo, mas, hoje, – tio Maison me encara. – tenho certeza que foi a melhor coisa que Rebecca fez. Andrew precisa estar aqui, mais do que nunca.

Remexo meu garfo no prato e fico juntando as imagens na minha cabeça, eu não sei o motivo que Maison teve para achar isso sobre Andrew, na verdade, quanto mais sei sobre os McDowell, menos faz sentido. Eu acho que estou enloquecendo aos poucos. Eu não posso evitar que essa montanha de segredos me atrai, eu quero desvendá-los, eu quero descobrir tudo que eu tenho direito, é como se eu estivesse destinada a descobrir, fosse meu destino, mesmo quando eu não acredito em destino. As coisas simplesmente acontecem, e eu ainda não sei de onde vem toda essa vontade de descobrir o que os McDowell guardam no porão.

Eu só preciso de respostas. Maison está chacualhando o vinho na taça várias e várias vezes, seu rosto tomado por expressões diferentes, como se fosse engolido por pensamentos intensos e complicados. Eu só quero descobrir os segredos que me rondam, até mesmo aqueles que eu deveria não saber, como a investigação do meu pai.

– Como está indo, hm, você sabe?

Maison me olha.

– A investigação? – ele pergunta, um pouco confuso.

Eu faço que sim com a cabeça.

– Está complicada. – diz. – Nada que não possa ser resolvido, só é questão de tempo, nós temos um culpado, só estamos provando-o.

Eu fico apreensiva.

– Culpado? O que, o tempo?

Ela assente com a cabeça.

– Eles tem provas que tenha sido a tempestade que ocorrera, em pouco tempo fecharão o caso.

Eu não fico satisfeita.

– E se houver pistas que dirão o contrário?

– O que quer dizer? – tio Maison se vira para mim.

– Há maneiras de provas aparecem e desaparecem? Quero dizer, pode haver um culpado na história mesmo quando o caso for concluido?

Maison inspira fortemente antes de me responder.

– Não se preocupe, Nathalie, o que tiver que ser, será. Não quero que fique com essas suspeitas na cabeça, eles estão fazendo o trabalho deles. Vai ficar tudo bem.

Eu não tenho palavras para expressar o quanto eu odeio esse “vai ficar tudo bem”, porque não vai. Não está ficando nada bem.


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Notas finais do capítulo

erros que estão ai vão ser corrigidos depois, relevem por favor, obrigada!



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