Clarity - Primeira Temporada escrita por Petrova


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Comenteeeeem se gostaram! Ignorem os erros.



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Depois da meia noite, as ruas se tornam frias e vazias, a escuridãotoma meu desejo de gritar, mas estar dentro do carro de Andrew de uma forma bem estranha me faz acreditar em estar segura. O carro exala o perfume dele de uma forma tão enigmática por causa da forma que meu corpo reage a mistura de colonia masculina, hortelã e umidade. O carro dele é tão organizado, tudo no seu devido lugar, há cds apoiados no painel, mas desisto de mexê-los quando sinto a curiosidade de saber qual foi a ultima musica que Andrew ouviu. Aperto play no aparelho de som e não sei decifrar quem está cantando, mas quando a voz do cantor finalmente aparece, dou-me conta que Andrew escuta Bon Jovi. Eu fico surpresa, deixo tocando-o baixinho enquanto espero.

Encontro-me com os dedos apoiados no volante, com o corpo inclinado para a frente observando qualquer movimentação, será que deu tudo certo? Eu não consigo me livrar dos pensamentos negativos.

Eu não iria me perdoar se alguma coisa acontecer a Lauren ou a Suzanna, elas não estariam ali se eu batesse o pé e proibisse-nas de sair e invadir aquele clube, elas não estariam ali se eu não tivesse deixado-as por alguns minutos, eu não estaria aqui na verdade, eu não irei suportar a noticia de que alguma coisa de muito ruim aconteceu. O que Andrew fará em relação ao assassino? Como ele pode deixar pessoas como ele entrar naquele lugar? Não há explicação para essa coincidência. Desde o segundo que me encontrei com Andrew, no clube, eu não paro de pensar na coincidência de estarmos no mesmo lugar, nós três das mesmas formas, eu sendo perseguida, Andrew pronto para me salvar e de repente o assassino já não está mais ali.

O que há de semelhanção entre os dois?

Eu não posso acreditar que exista algum envolvimento de Andrew com toda essa história, mesmo que haja tanta coincidência, não há como os dois terem algum contato, a não ser esse infeliz encontro, afinal, os portões do clube estão abertos e além do Andrew, Lewis também está envolvido.

Nada disso estaria acontecendo se eu tivesse tido coragem de simplesmente denunciá-lo para a policia depois de tudo que aconteceu, mesmo que eu não o encontrasse esta noite, mesmo relutando, não consegui esquecer nenhum de seus traços aterrorizantes, fecho os olhos e lembro da sua fisionomia experiente, ele sabe jogar com o olhar, com o movimento do corpo, ele sabe a hora perfeita para assustar, sabe a hora perfeita para fazer minhas pernas tremerem, e os olhos dele? Brilhosos como gatos felinos na escuridão, rastream cada movimento que você der. Mesmo que eu tremesse de pavor, eu não podia ser hipócrita, eu poderia ter mudado toda essa dor desde aquela noite, tudo isso poderia ter sido evitado, ele estaria preso e certamente não faria mal a ninguém, além daquelas duas mulheres. Ele matou a garota do clube? Eu não posso acreditar... Ela parecia imóvel demais para alguém num sono profundo.

Eu não posso acreditar que deixei isso acontecer.

Só de pensar que Suzanna e Lauren ainda poderão estar lá, preocupadas com o meu desaparecimento. Eu não posso imaginar sequer que o assassino tenha me observado desde o momento que entrei e tenha reconhecido minhas amigas, que neste momento, a demora de Andrew seja o sinal que estava faltando para me frustrar mais. Eu fico ainda mais frustrada com a ideia de Andrew não cumprir com a sua promessa, eu estou aqui, estou esperando por ele a mais de vinte minutos e sinto que vou explodir se eu não tiver noticia alguma. Puxo meu celular do bolso traseiro e penso na possibilidade de ligar para Suzanna e ela atender, outra parte de mim tão negativa pensa na possibilidade de apenas chamar a ligação, atormentando-me com a ideia que ela não esteja a salva, que o assassino tenha pegado-lhe o celular e esperado este momento, para que eu ligue e ele atenda, que nós trocamos palavras e ele me ameaçe, no fim das contas faço tudo que ele manda, eu me entego e no fim do jogo ele não liberta nenhum de nós. Então este jogo estaria perdido para mim.

Duas batidas na janela e eu quase derrubo o celular no chão do carro. Eu tento acalmar meu coração porque se trata apenas de Andrew, esperando que eu destranque a porta, quando eu o faço, ele a abre. Esperando-me passar para o outro banco, ele entra rapidamente, liga o carro, coloca o braço no meu apoio e curva todo o corpo para trás, para manobrar o Hamann. Nós saímos de perto da livraria e estamos em movimentos há quase cinco minutos e eu não sei o quanto isso vai durar desde que ele não deu nenhuma palava, seus olhos pretos enxergam a estrada e ele não se move, mal respira, sua feição é bem mais preocupante, não há resto de doçura, ele está afundado numa sensação fria, de aterrorizar. Não estou aguentando este silêncio, eu preciso de respostas, eu preciso que ele acalme meu coração e diga que Suzanna e Lauren estão a salvos.

– Está tudo bem?

Ele dá de ombros, sem me olhar.

– Não.

Eu fico surpresa com a sua resposta, meu coração se aperta no peito, minha respiração falha e sinto que vou me derramar em lágrimas, as primeiras começam a molhar meu rosto. Eu vou enfraquecendo aos poucos, sentindo que minha respiração vai ficando pesada, mais audível, que é quando os olhos escuros de Andrew me nota.

– Nathalie? Por que você está... – e ele freia, levando meu corpo para frente, um segundo antes dele colocar o braço entre mim e o painel, evitando um choque doloroso.

Eu volto para o banco de apoio sem conseguir cessar as lágrimas e o barulho que elas fazem quando se misturam com a minha respiração ofegante.

– Eu disse alguma coisa? Você está ferida? Responda-me qualquer coisa Nathalie, eu estou desesperado aqui.

– É tudo minha culpa. – eu digo, em lágrimas.

– Não, claro que não. – seus dedos alcançam meus ombros. – Está tudo bem, quero dizer, desculpe-me, Suzanna e Lauren estão em casa agora, desculpe-me, claro que você estaria se referindo a elas.

Aos poucos, eu vou voltando ao normal.

– O quê? Onde elas estão?

– No apartamento de Suzanna, eu as deixei lá e certifiquei de que elas estavam bem, entreguei seu Neon e vim o mais rápido que pude.

Respiro fundo, conseguindo acalmar meus nervos e a minha respiração. Toda essa situação é muito diferente para mim, é como se uma parte de mim não acreditasse que tudo iria dar certo, no final. Mas Andrew cumpriu a sua promessa.

– Obrigada. – sussurro.

Ela faz sinal com a cabeça, mas não diz nada sobre o assunto anterior. Talvez seja o melhor, não lembrar-mos do que realmente aconteceu, eu só quero esquecer essa noite como as outras.

– Obrigada, eu estou melhor agora.

– Você sabe que não precisa mentir para mim. – Andrew diz, suas mãos apoiadas no meu banco.

Eu não sei o que dizer, normalmente as pessoas aceitam todas as minhas mentiras, eu tenho trabalhado nisso desde a morte do meu pai.

– Você não está bem. – Andrew contrareia, quebrando o silêncio.

– Eu estou bem, acredite. – repito, mais convicente.

– Vou levá-la ao meu apartamento, dessa vez terá luz o suficiente para conversarmos, você me deve algumas respostas, Nathalie.

Andrew volta para sua posição anterior, manobra o carro porque agora temos um rumo para ir. Nós não conversamos nos proximos segundos até que o seu Hamann é estacionado em frente ao apartamento, sem nenhuma mudança, parece um pouco menos sombrio agora, sem aquela chuva torrencial só um pouco cheia de lembranças que aprendi a esquecer depois de muito esforço nesses ultimos dias. Todo o esforço parece não ter ajudado em nada.

Nós paramos, mas nenhum de nós se move, eu estou esperando quer Andrew reaja, que ele me dê o sinal para sairmos, mas nada acontece, ele parece perdido nos seus pensamentos mais particulares. Há algo na sua expressão diferente, na maior parte do tempo ele é sempre tão seguro, cheio de mistérios, ele nunca parece frágil ou pronto para despencar, mas não desta vez, ele está agitado, não consegue segurar suas próprias emoções e suas expressões estão sempre em constantes mudanças, todas intensas. Ele está predendo alguma coisa que não surporta mais.

– Você tem algo a me falar?

Andrew desperta e me olha, seus olhos são frágeis, mesmo tão negros.

– O quê?

– Você tem algo que precise me falar, Andrew? – repito, esperando que pela primeira vez ele seja sincero com seus sentimentos.

Ele sorrir, desfarçando sua expressão pesada.

– Por que acha isso? – ele está desconversando, eu conheço esse seu jeito.

– Você parece frustrado.

– Preocupado. – ele completa. – É diferente.

– Ainda sim, você me disse que não estava bem, demorei a entender que não era comigo ou Suzanna e Lauren. É sobre você. Aconteceu alguma coisa?

Eu devia saber que esperar que Andrew me conte alguma coisa seria bem mais dificil do que simplesmente perguntar. Andrew é sempre mistérios, não é uma piscina rasa, transparente, ele está sempre se escondendo, ele está sempre evitando contatos ou mesmo verdades, é mais facil as mentiras. Nós dizemos o que achamos ser o que a outra pessoa espera escutar.

Caso ele soubesse que quanto mais mantém tudo em segredo, mais eu me interesso.

– Ou nós podemos pular essa parte e você me levar para casa. – eu digo, para fazê-lo contar.

– Não. – ele nega, de repente, suas mãos alcançam meu braço e sou puxada lentamente para perto dele.

Seus olhos pretos estão bem abertos e os meus frágeis mal piscam.

– O quê? – meu coração acelera.

Ele pode ouvir isso? Parece que está tão alto que qualquer pessoa é capaz de ouvi-lo, caso ele soubesse dos descasos que ele faz, só por falar, já faz uma confusão dentro de mim, ele não faria isso com tanta profundidade. Eu sou tão estupida, não me cansarei de gritar isso para mim mesma, como posso estar gostando de alguém que faz tudo parecer errado, um problema, uma confusão, tão impossível?

– Eu estive muito preocupado esta noite. E ainda estou. – seus olhos não desgrudam dos meus, ele pode me ver com clareza, se quiser. – Isso não acontece com facilidade, Nathalie.

– Se preocupar?

– Sim. – confessa timidamente. – Mas não é sobre isso que eu quero conversar com você. Eu preciso entender toda essa história que aconteceu. Você estava lá e de repente pareceu que estávamos em um jogo.

Eu sinto minha pele congelar. Ele está se referindo a invasão que Lauren, Suzanna e eu praticamos? Eu não posso suportar isso. Eu estive evitando ele toda a noite por isso, eu não quero ouvir dele mesmo a inconveniência, não quero estar aqui para escutar, prefiro a questão da duvida do que a certeza cruel.

Eu não quero estar aqui, é isso.

– Isso não é importante, Andrew, nada na verdade, eu quero ir embora.

– O que? – ele se perde. – Você não pode.

– Por quê não? – eu fico frustrada. – Eu sei exatamente do que está querendo conversar, mas não se preocupe, polparei todo o trabalho de você perguntar diretamente os motivos que me levaram a invadir a sua festa e quer saber? Eu também não sei e acho que pelo meu arrependimento, não precisamos falar mais sobre isso.

– Eu não disse isso.

– Você se lembra onde fica a minha casa? – desconverso, isso funciona quando eu estou prestes a chorar feito uma garota indefesa. Eu odeio o jeito que Andrew me deixa.

– Nós não terminamos aqui, Nathalie. – ele é firme.

– Bem, eu digo o contrário. – eu me viro para frente, esperando que ele honre com o prometido.

Andrew segura meu braço e me puxa.

– Eu não aceito não como resposta, Nathalie.

– Adoraria ser a primeira a te decepcionar Andrew, então, por favor, coloque esse carro para funcionar.

Seus dedos não me machucam, na verdade, eu sinto que eles me despertam, por isso é um toque perigoso. Ele não precisa se esforçar, não é mesmo? Qualquer garota pode cair aos seus pés sem que ele mova um dedo, ele tem algo diferente, algo que nunca vi antes.

– Você só não podia estar lá, Nathalie, não é dificil de entender.

– Bem, no fim, é bem dificil de entender. – eu digo, irritada.

– Eu sinto muito, eu sinto muito. – Andrew repete, sussurrando. – Eu queria que você me entendesse, mas neste momento é impossível. Tudo que aconteceu ali e que acontecia antes eu nunca tive envolvimento, meu nome era apenas uma tática de jogo para Lewis, eu nunca deixaria alguém como aquele cara entrar, Nathalie, eu só posso dizer isso.

– Não é o suficiente, Andrew. Você não compreende? Aquele cara matou alguém e está tentando me matar.

– Eu nunca deixaria que alguém fizesse mal a você. – ele confessa. – Isso é uma promessa.

– Eu não preciso de promessas. – afasto-me. – Nós paramos aqui ou você tem algo a mais para perguntar?

Aos poucos, Andrew parece desistir de tentar alguma coisa, de tentar me convencer de algo. Seu corpo cai um pouco para trás, nós estamos distantes agora.

– Quem é Isaac?

Eu fico surpresa com a pergunta direta.

– Você o convidou, infelizmente esqueceu de fazer o convite a namorada dele, Lauren.

– É por isso que estavam ali? Para vigiá-lo?

Eu fico constrangida, não quero que ele pense que sou uma manica ciumenta.

– Não nós. Apenas Lauren. Eu tinha o carro. – eu disse, com um pouco de mentira ou melhor, omissão.

– Vocês o acharam pelo menos?

Eu faço que não com a cabeça e vejo pela primeira vez, desde que Andrew entrou no carro, seu sorriso aparecendo. Isso amolece até a alma mais fria que existe.

– Eu sinto muito por isso. – ele diz, de repente. – Mas eu não faço os convites.

– É Lewis? – suspeito.

Andrew fica constrangido, é a primeira vez que eu o vejo dessa forma.

– Não pense coisas horriveis sobre Lewis, mas não quero que me relacione ao que acontece naquele lugar, na verdade, - ele se aproxima um pouco. – eu nunca gostei de lugares como aquele. Eu sou um pouco antigo para essas coisas.

O aroma dele invade o ar que respiro e suas palavras me atinge de uma forma completamente perigosa. Eu me afasto.

– Está tudo bem. – digo. – Hm, está um pouco tarde, preciso voltar, esta noite vou dormir no apartamento de Suzanna e...

– Não vá. – ele segura meu braço.

Eu paro de falar e de respirar.

– Nós não terminamos ainda. – ele responde. – Preciso sentir que você confia em mim Nathalie, eu preciso realmente sentir isso.

Nossos olhos se encontram.

– Mas está tudo bem. – gaguejo.

– Eu sei que não, vejo nos seus olhos. Estão tristes e ao mesmo tempo felizes de uma forma intensa.

Meu coração se aperta.

– Você está sentindo coisas confusas ao mesmo empo, isso me confunde também. Está com medo? – ele se aproxima enquanto meu consciente pede que não.

– O quê? Não, hm, não.

Eu olho para ele e para seus lábios, imagino os meus sentindo o toque suave dos dele, eu fico em extase em segundos.

– Só está tarde. – eu repito, nem sei mais se é isso que eu quero dizer. – Tenho realmente que ir.

– Você não tem. – ele discorda.

– Andrew, você sabe...

Ele ri baixinho.

– Que engraçado, nessas ultimas semanas eu passo a maior parte do tempo não sabendo sobre nada, é estranho, porque sempre estou um passo a frente de tudo e dessa vez parece que estou girando de acordo com a sorte.

– Eu não estou entendendo.

– Não se preocupe, você vai. – ele está perto novamente, ganhando altura, mas não se curva para frente.

Ele não vai te beijar, garota, ele só está com pena de você.

– Desculpe se dei a entender que não queria que você estivesse no clube, na verdade, não convidá-la foi uma das poucas ações boas que eu fiz na minha vida.

Eu não sei o que dizer porque não era isso que eu esperava. Era isso que eu estava evitando a maior parte do tempo. Bem, de qualquer forma, isso vai me ajudar a despertar, eu sabia que nutrir qualquer coisa alguém como ele era errado, eu só precisava de um empurrão para acordar.

– Eu realmente não precisava saber disso.

– Não, não, não, espere, expressei-me mal, espere, por favor. – seus dedos tocam meu pulso. – O que eu fiz, pode não parecer, mas foi para salvá-la.

– De quê? – quero saber.

Andrew me olha nos olhos e vejo que está relutando contra seus proprios pensamentos, suas proprias vontades. O que é tão tão dificil?

– Eu não posso, Nathalie, é complicado.

Eu fico decepcionada.

– É realmente complicado, eu não consigo entender você Andrew, por favor, vamos evitar que tudo isso fique mais confuso do que já está. – eu me afasto, procurando meu celular para iluminar o carro. – Eu preciso ir embora.

– Tem uma parte de mim que você pode entender, Nathalie.

Andrew me puxa para cima de novo, encontrando meus olhos.

– O quê?

– Você se lembra do que disse a você, naquela noite? – ele sussura.

Meu coração se aperta e acelera ao mesmo tempo, bombiando rapidamente sangue pelo meu coração. Eu estou quente, fervendo.

– Você disse muitas coisas.

– Mas teve uma, muito importante, quero você diga para mim. – seus lábios se movem enquanto sussurra.

– Eu não posso...

– Claro que você pode Nathalie, eu quero saber se você se lembra de tudo que eu lhe disse naquela noite, é importante. – ele pede, sussurrando.

Fecho os olhos lentamente, segurando minhas emoções, eu não sei o que ele quer ganhar com isso, mas eu não estou pronta para nada agora, isso é demais para mim.

– Eu lembro de tudo. – sussurro, com os olhos abertos para ele.

– Isso é o suficiente. – ele sorri curtamente. – Caso queira saber um segredo sobre mim, Nathalie, eu não sou bom com verdades. – Andrew encara seus dedos, timidamente.

– O que isso quer dizer? – eu me assusto com a ideia dele não estar dizendo a verdade, que isso não passa mais de uma mentira.

Seus olhos negros me encontram e ele pode perceber que eu estou sofrendo com essa possibilidade.

– Não, sinto muito, não é isso que você está pensando. – ele toca meu rosto. – Você tem uma facilidade de arrancar a verdade mim, eu não sei como você o faz, então me perdoe se o que eu disser não sair exatamente como espera que saia.

– Eu ainda não estou entendendo, Andrew.

Ele se movimenta para frente, se ajeitando.

– As minhas verdades são sempre diretas, Nathalie, eu não sei dizer meio termo. – ele move os lábios, tão baixinho que mal escuto sua boz. - Eu não paro de pensar em você, e ainda não sei o por quê.

– Andrew... – eu o repreendo.

– Não, não, não. – ele nega com a cabeça. – Apenas me ouça, eu preciso dizer, eu não posso evitar isso, eu iria explodir por dentro Nathalie, você é um pensamento constante, eu não posso esquecer você porque eu não consigo, e não há nenhuma explicação para isso.

– Claro que há. É apenas um erro grande.

– Não é. – diz. – O que estou sentindo por você é o sentimento mais puro que já senti, não há erro nenhum nisso, Nathalie.

Andrew me beija.

Seus lábios se movem perfeitamente, seu toque é cuidadoso, é intenso, meu corpo está em extase, eu perco a respiração. Seu toque é macio, é experiente, ela beija meus lábios e o tempo para. Sinto meu corpo derreter em seus braços, meu corpo cai para frente, seus braços me seguram e nós somos separados por tão pouco tempo, eu sinto-o ofegante atrás de mim novamente, suas procurando me apoiar e seu nervosismo para encontrar meus lábios. Andrew me beija, novamente. Ele está tão severo, está selvagem, ele não quer apenas me beijar, ela quer nossas peles se tocando. Eu o quero também, nossos corpos se chocam, eu sou empurrada para trás, os lábios dele massageiam os meus, a ponta da sua lingua toca meu lábio inferior numa tática de sedução, eu gemo em extase. Abro lentamente os lábios e nossas linguas se encontram, suas mãos alcançam minha cintura, a porta está contra as minhas costas, o corpo de Andrew se apoia em cima do seu banco para o meu até que não há um sopro de vento que nos separe. Seus dedos se abrem e alcançam meus cabelos, ele os acaricia com tranquilidade, eu sinto que não estou pronta para deixar-lo ir.

Seu corpo se move para cima, suas mãos se afastam de mim e ele se apoia no vidro da janela, ele está ofegante, nossos olhos e encontram e seu rosto desce para perto do meu.

– Deixe-me beijá-la de novo. – Andrew pede.

Seus lábios roçam a minha bochecha e eu abro os meus lábios, esperando.

As luzes nos desperta, o carro está brilhando, o rosto pálido de Andrew enrubece tão pouco, por causa dos beijos, suspeito, ele tem o rosto levantado, até que seus olhos antes cheios de desejo, se tornam assustados.

– Fique abaixada e não se mexa. – ele ordena.

– Andrew, o quê?

Ele se ergue, seus braços musculosos apoiados no painel.

– Apenas faça isso Nathalie, eu estou falando sério, não se mexa. Eu volto em um segundo.

A porta do seu lado se fecha assim que ele se põe para dentro, e eu faço o que ele pediu. Eu não escuto nada nos próximos segundos, é como se ele não estivesse mais ali, mas estou tão apavorada que mal consigo respirar.

O que há de errado? De onde vieram aquelas luzes?

A minha resposta aparece quando Andrew retorna. Eu consigo me exer de volta ao meu lugar.

– Desculpe. Desculpe. – ele pede, ligando o carro. – Era Lewis, eu disse que uma garota tinha derrubado bebida em cima de mim, voltei para trocar a roupa.

– Você estava com medo dele?

Nossos olhos se encontram.

– Não, claro que não. – ele fica nisso. – Eu vou te levar para casa, não se preocupe.


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