A Idade Da Minha Alma escrita por Cora


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Prontinhooo, segundo cap saindo quentinho do forno.
Hey Laila, espero que não me mata, mas o próximo cap promete ><
BRINCADEIRINHA.
Obrigado a todas as minhas leitoras lindas *-*
Só avisando que vou lançar os cap TODA quinta-feira, as vezes dois por semana, outras mais. Mas sempre sairá um na quinta.
Amo vocês.
Boa leitura.



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Na boa, só quem já dependeu de ônibus na vida sabe a falta que um carro faz. Eu adoraria poder usar da liberdade que esse meio de transporte proporciona, mas quero ver conseguir comprar um carro com o meu orçamento. Só em sonho!

Como eu comecei a faculdade com 18 anos, e o curso dura aproximadamente quatro anos, faltam dois anos para conseguir comprar meu tão esperado veículo de quatro rodas. Mas você deve pensar, porque não compra uma moto? A resposta é simples, moto pra mim, só se for em exposição. Morro de medo de andar até de bicicleta, imagina de moto então!

Eu cheguei 5 minutos atrasada na minha aula, e não é lá muito legal chegar atrasada se você é bolsista na melhor universidade do estado. Eles são como lobos, os alunos, estão sempre rondando a carniça pra ver quem tira o melhor pedaço. Eu sou a carniça, se você não imaginou.

Chego à sala e a professora me olha com raiva. Cheguei durante uma explicação sobre estatística, que ótimo.

– Chegou atrasada, senhorita Moser. Acho que o reitor vai adorar saber que temos um bolsista que não cumpre com seus deveres.

– Desculpe Srª Gomes. – Respondo sem olhar para ela. A velha parece um maracujá ressecado e achou muito divertido me perseguir como se eu fosse à resposta para o seu envelhecimento de 2.000 anos.

Estou sentada na quarta carteira, apoiada na parede. A dor de cabeça ainda não passou e eu estou morrendo de sono. O pior é que estou em plena quinta-feira e preciso encontrar alguma coisa para fazer no sábado.

Abro o caderno e começo a anotar os comentários da velha maracujá. Olho o relógio e ainda são 08h30min da manhã, não vejo a hora de cair na cama.

Eu estava saindo da sala de aula, meio distraída com minhas notas e também as chegadas tardias. Por isso, não percebi que alguém estava se aproximando, e bati com tudo contra esse alguém. Como se não bastasse, todos os papéis que estavam na minha mão, voaram para o chão, espalhando um bando de anotações, provas e alguns dos desenhos que eu fiz nas últimas aulas.

Suspiro, meu humor estava ficando cada vez pior, e olha que eu nem estava de TPM.

– Deveria olhar pra onde anda – embora quem tivesse dito essas palavras fosse eu, a raiva e a frustração deixaram minha mente nublada demais pra lembrar que quem estava andando com a cabeça no mundo dos aliens era eu.

– Essa frase deveria ser minha. – Eu levantp o rosto. Estava tão preocupada em recolher os papéis que nem tinha olhado para o rosto do ser humano com o qual trombei. Foi ai que me deparo com duas surpresas impactantes.

1) Ele é um homem. 2) MEUS PAI AMADO, MAS QUE HOMEM!

Eu não me lembro direito se já contei pra vocês que mesmo tendo 20 anos, casa própria, um emprego e alguns dotes domésticos (tive que me obrigar a aprender), eu não embarcava em nenhum relacionamento havia quase um ano.

Eu não costumo namorar, nem ficar. Além de não suportar homens carentes e dependentes, eu odeio me sentir presa. Algumas garotas da faculdade acham que eu sou lésbica, acho que isso tem haver com morar com uma garota que seja. Mas eu não sou. Já cheguei a pensar a respeito, até conversei com Mairin sobre isso, mas no fim eu sou fã de um bofe. E esse aqui na minha frente era meu tipo preferido. CARAMBA!

SE ACALME, BRIANNA!

É isso que acontece quando se toma muito café, e acorda com dor de cabeça.

– Vai me ajudar a recolher isso, ou vamos discutir primeiro de quem é a culpa?

Ele me olha, os olhos azuis fixados no meu rosto. Ele parece analisar as opções antes de se abaixar e recolher alguns papéis.

– Obrigada. – Jogo todas as folhas soltas dentro do caderno. Ele me entrega um punhado de folhas, segura um dos meus desenhos e observa com os olhos críticos.

Não que eu seja alguma artista e tenha um super talento para artes, porque não tenho. Mas confesso que adoro desenhar e que me expresso assim. Não tenho hábito de ser insegura quanto a críticas e olhares curiosos, mas me sinto desconfortável e acabo puxando a folha das mãos dele com força.

– Ei, da licença? O desenho é meu, se não se importa. E eu não lhe dei permissão pra fuxicar minhas folhas. – Digo. Coloco a folha de volta a pilha e olho furiosa para ele. Não sei o que se passa comigo hoje, não deveria ter saído da cama. Droga, eu poderia estar dormindo agora.

Ele puxa o desenho da minha pilha, virando-se de costas para mim.

– Você é bem irritante, sabia? E eu gostei do desenho. – Estou com mais raiva do que antes. Meu estômago está me irritando e eu consigo sentir o cheiro de carne e batata-frita. Com dor de cabeça e fome, ótimo. Quero socar esse cara e depois comer um bom pedaço de bife.

– Já me disseram isso – murmuro – Agora, pode me devolver? Estou atrasada para o almoço e ainda tenho aula depois das 1h.

– Uhn, tudo bem, mas só se você almoçar comigo. – Jura? Ele está flertando comigo? O cara de olhos azuis está cogitando a minha presença? Não consigo evitar e sorrio. Não quero que ele pense que curto a ideia, mas é difícil não sorrir.

– Eu não almoço com estranhos. – Retruco. Mas ele não se convence. Estende a mão e me olha em desafio.

– Olá, meu nome é Miguel Ventura.

Solto uma gargalhada e aperto a sua mão. O maldito sabe que eu não resisto a desafios, e muito menos ao desafio que vejo naqueles olhos claros.

– Pronto – responde ele – Não sou mais um estranho. Almoça comigo?

Penso por alguns instantes e decido que seria legal, mas não quero facilitar para ele.

– Tá, mas você vai pagar.

– Você joga duro. – agarro a folha da mão dele e abro um largo sorriso de divertimento.

– Pode apostar que sim.


Eu tenho um sério problema com comida. Eu sou tão desligada das coisas que tenho o hábito de esquecer até mesmo de comer. Eu adoro comida, principalmente as gordurosas e calóricas, sempre tive a vantagem de comer e comer sem nunca engordar. O problema não é a comida, eu sou um ser incrivelmente desatento. Mas confesso que tenho melhorado muito, principalmente agora, que tenho Mairin para me fazer comer e comer e servir de cobaia para suas receitas mirabolantes.

Mesmo assim, eu amo comer. Acho que comida são a maior terapia e consolador da história. Além do sono, é claro.

Encho o prato com salada, batata-frita e um bom pedaço de carne. Não que eu esteja de dieta, não tenho a menor vontade de fazer algo assim, mas sempre fui fã de saladas. Miguel leva mais tempo fazendo seu prato, e eu acabo escolhendo a mesa. Sentamos em um canto mais retirado do restaurante, jogo minha bolsa na cadeira ao meu lado.

– Você não me disse seu nome. – Ele se senta a minha frente, pegando-me de surpresa. É verdade, eu não disse. Engulo a comida e penso se falar ou não.

– Sou Brianna. – Ele sorri satisfeito e começa a comer. Os olhos dele estão focados no prato, e por isso eu permito-me analisá-lo com cuidado. Ele tem um cabelo espesso, e de um castanho quase ruivo. Percebo que sua barba tem a mesma cor, e não deixo de me sentir muito impressionada com os traços fortes do rosto bonito. Seu nariz é reto e a boca é larga, ele me lembra aristocratas ingleses, ao estilo Jane Austen.

– Você tem um nome diferente. É bonito, eu gosto. – Ele fala. Sou drasticamente arrancada dos meus pensamentos por aquela voz rouca.

– Ia adorar o nome da minha amiga, o nome dela é ainda mais exótico. – Minha resposta é idiota, eu sei. Mas foi a única coisa que consegui pensar.

– Como é? – Mordo uma batata-frita antes de responder.

– Mairin. Ela mora comigo.

– Ahn. Conte-me mais sobre vocês. – pede.

– O que quer saber?

– Qualquer coisa.

– Que tal você me deixar comer primeiro? – Coloco uma garfada de comida na boca e mastigo devagar. Os segundos passam lentamente e eu sinto o peso daqueles olhos sobre mim. Homens bonitos não deveriam olhar para mim desse jeito. Homens bonitos nem olham para mim, quem diga assim. Sinto-me confortável e um pouco ansiosa. Não ligaria se ele me beijasse em algum momento.

Mas ele não faz. Termino de comer e ele avisa que está atrasado, eu não digo nada e o vejo pagar a conta e ir embora. Mas antes ele se vira e abre um largo sorriso.

Sinto que foi uma promessa. Sei que nos veremos outra vez.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Review!
Quem quer mais?
Até a próxima!

— Cora.



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