A Imperatriz Do Submundo escrita por Liu Ming


Capítulo 7
Invasão das Doze Casas


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, ultimamente a rotina tá bem pesada, nessa pequena folga que encontrei consegui escrever esse monstro XD Agora vou demorar ainda mais, porque o mês de outubro vai ser bastante atarefado pra mim... Espero que gostem XD



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Eram 5h da manhã no Santuário de Athena, um jato, carregando a encarnação da deusa e nove de seus cavaleiros de bronze rumava o coliseu do Santuário, onde eles eram aguardados por um cavaleiro dourado e outros dois de bronze. O jato pousava enquanto Dohko, Shiryu e June se aproximavam de onde o jato iria pousar.

Aterrissagem feita, a porta se abriu e um a um saíram Hyoga, Ichi, Geki, Shun, Nachi, Ikki, Jabu, Ban e Seiya, seguidos por Tatsumi e Saori.

— Esse é o Mestre Ancião, Shiryu? Ele parece novinho demais pra um ancião... – Seiya brincou olhando pra aparência jovem de Dohko.

— Foi um presente da dama que se encontra logo atrás de você, Pégaso... Foi uma dádiva de Athena...

— A senhorita já é incrível por si só, imagine com o cosmo de Athena – Jabu seguiu a conversa.

— Devia parar de falar besteiras Jabu – Ikki o interrompeu – Estamos aqui por uma razão e vamos cumpri-la... Vamos depor o Mestre Arles...

— Você está certo irmão! – Shun falou com seus olhos brilhando, mas logo eles brilharam ainda mais, ao ver June, Shun correu em sua direção e a abraçou – June... Você veio... Não sabe como fiquei com saudades, o mestre Albion está bem?

— Sim, graças ao Shiryu, ele expulsou um assassino do mestre Arles da Ilha de Andrômeda...

— Mesmo?! Obrigado Shiryu!

— Vocês fizeram muito por si sós... Agora é nossa hora de dividir o fardo com vocês... – Geki falou com confiança – Nós cinco treinamos muito e aumentamos nossas forças, vamos ajudar vocês com tudo isso...

— Contamos com a força de vocês – Hyoga respondeu – Mas acho que nenhum de nós poderá ser muito útil nessa empreitada... O mestre de Shiryu está ao nosso lado, não teremos muito que fazer...

— Não me superestimem... Posso vir a precisar de ajuda... Mas não é hora de ficar papeando... Vamos em frente cavaleiros!

Antes que pudessem ir em direção à Áries, um cavaleiro de prata, posicionado acima de uma pequena montanha, usou seu golpe na direção de Athena.

— Flechas Fantasmas! – As inúmeras ilusões encobriam a verdadeira flecha, a reação dos cavaleiros foi imediata, Dohko posicionou-se frente a Saori com seus escudos os protegendo, os cavaleiros de bronze desviavam das ilusões, sem saber da natureza do golpe. Apesar disso um pequeno estalo deu fim a ilusão, esse estalo veio do chicote de June, que em um golpe partiu a flecha verdadeira em duas.

— Não me subestime... Depois de ser derrotada pela audição de Shiryu aprendi a amplificar meus outros sentidos... Tanto que percebi a ilusão, mas me calei pra encontrar a real...

— Maldita...

Os cavaleiros de bronze não esperaram mais nenhuma palavra, Geki pegou Jabu e Ban pelas pernas e os arremessou na direção do cavaleiro de prata.

— Galope do Unicórnio!

— Bombardeio do Leão Menor!

O cavaleiro de prata se esquivou sem problemas de ambos os chutes, mas foi pego pelo terceiro guerreiro de bronze arremessado por Geki, Ichi, que fincou três de suas garras no abdômen desprotegido do cavaleiro de prata.

— Seu tolo... Subestimou o poder de minhas garras venenosas...

— Tragam ele aqui... – Saori ordenou, prontamente Jabu levou o cavaleiro de prata no colo e o deitou perante a jovem moça.

— Me deixem morrer... Não vou aceitar piedade da falsa Athena e de seus cavaleiros de bronze traidores... – Sua boca secou ao ver o brilho dourado do cosmo de Athena, com apenas um toque, ela dissipou o veneno e o curou – Esse poder... Não é falso... Você é verdadeira... Isso quer dizer...

— Que o Mestre é o traidor... – Dohko o interrompeu, o cavaleiro de prata engoliu seco ao ver o lendário cavaleiro de libra, logo seus olhos estavam mostrando arrependimento – Espero que possa se redimir com Athena e nos ajudar nessa luta...

— Eu morrerei pra pagar essa dívida se preciso for...

— Qual o seu nome, meu cavaleiro de prata? – Saori perguntou com um sorriso.

— Meus amigos me chamam de Tremy, Tremy de Sagita, a flecha das estrelas...

— Então Tremy, vamos seguir em frente...

Juntos, eles seguiram em direção à Áries, chegando a casa, de longe já viam Mú, de pé no fim da primeira escadaria com seu pupilo Kiki sentado ao lado de seu pé, na escadaria.

— Mestre ancião! Mestre ancião! Estamos aqui! – Kiki falou sorridente – Como o senhor tá jovem... Mestre Mú... O senhor também pode fazer isso?

— Eu não Kiki... – Mú olhou sorridente para os visitantes – Bem vindo de volta ao Santuário, mestre Dohko, vejo que trouxe nossos aliados com você... – Mú estendeu as mãos e usou sua telecinese para analisar as armaduras – Vejo que a sua armadura continua intacta... Mas as armaduras de bronze e a de sagita estão danificadas...

— Mestre Mú, são armaduras simples, eu mesmo posso fazer isso...

— Ótimo... Eu precisava mesmo ir buscar algumas coisas em Jamiel... Mestre Ancião, se Kiki fizer algo inapropriado, pode dar quantos cascudos quiser nele... – Mú desapareceu em um pequeno feixe de luz.

— Tirem suas armaduras, vou deixar todas vivas e sem nem cicatrizes pra provar pro mestre Mú que sou bastante eficiente...

— Kiki... Eu vou seguir sozinho, irei conversar com Aldebaran, enquanto isso eu quero que deixe a armadura de Shiryu por último... – Dohko exclamou enquanto rumava a saída da casa de Áries.

— Por que por último, mestre? – Shiryu o questionou.

— Tenho uma teoria... Enquanto Kiki estiver fazendo os reparos, junte energia da natureza e depois, quando seu corpo estiver repleto dessa energia, dê um pouco do seu sangue pra sua armadura...

— O que pretende mestre?

— Armaduras são normalmente reparadas e aumentadas com sangue de cavaleiros e em casos raros com o Ikhor de Athena... Mas nunca uma armadura foi restaurada com sangue de Taonia... Quero ver onde isso vai dar...

— Se der certo, o mestre Mú vai me considerar um gênio... Mas se der errado... Ele vai acabar comigo...

— Não se preocupe, eu tomo responsabilidade se fracassar, mas se for um sucesso, o mérito é seu... – Dohko falou olhando pra Kiki com um sorriso.

— Se é assim eu aceito...

Os cavaleiros de bronze, June e Tremy tiraram suas armaduras e umas a uma foram sendo consertadas enquanto Shiryu meditava na escadaria da casa de Áries.

No caminho para Touro, Dohko caminhava tentando pensar em alguma forma de convencer Aldebaran a ver a verdade. Quanto mais ele se aproximava, menos ideias vinham a sua cabeça, seguido por Saori e Tatsumi que apressavam seu passo para alcança-lo.

Adentrando a casa de Touro, Aldebaran, que esperava pouco após a entrada com seus braços cruzados.

— Quem vem... – Ele ficou sem palavras ao ver a armadura de Libra sendo usada por um jovem de dezoito anos – Quem é você? Sucessor do Mestre Ancião?

— Sou eu, Mestre Ancião dos Cinco Picos, Dohko de Libra – Dohko respondeu abusando da simpatia.

— Você não tem duzentos e sessenta e um anos de idade?!

— Tenho... Mas graças a Athena mantive minha juventude – Dohko continuava a mostrar seu enorme sorriso.

— Deviam começar a te chamar de Mestre Molecão – Aldebaran começou a gargalhar da própria piada.

— Seu senso de humor é agradável... Aldebaran de Touro... – Saori adentrou a casa de Touro segurando seu báculo.

— Esse báculo não é a deusa Niki que desapareceu do Santuário?! – Aldebaran olhava o báculo, curioso.

— É sim, está nas mãos de sua dona...

— O que quer dizer?! Athena devia estar com o Mestre Arles...

— Eu não estou com o mestre Arles... – Saori elevou um pouco de seu cosmo, apenas para provar para Aldebaran quem ela era.

— Não pode ser... O mestre mentiu?! – Aldebaran tinha sua face mudada, sua mente estava em choque, quase tinha atacado outro cavaleiro de ouro por causa de uma mentira – Desculpe Dohko... Quase te ataquei... – Aldebaran caiu ajoelhado – Perdão Athena... Quase usei minha armadura e meu cosmo contra você...

— Não há nada com o que se preocupar Aldebaran – Saori se aproximou do enorme cavaleiro e tirou seu elmo, tocando sua cabeça – Apenas te peço que caminhe ao meu lado em direção à sala do mestre... O homem que está lá é apenas um vitima de um mal que ele não soube controlar... Como deusa, é meu dever expurgar esse mal...

— Sabe quem é esse cavaleiro?! – Aldebaran queria esclarecimentos.

— Eu tenho uma teoria – Dohko interrompeu – Mas não quero falar nada sem ter certeza...

— Temos uma longa caminhada longa para percorrer juntos...

— Espere... Saori! – Era Shun, acompanhado de June, os dois já haviam voltado com suas armaduras totalmente reparadas.

— Cavaleiros de Bronze... – Aldebaran os olhou – Pelo menos vocês souberam ver a verdade... Agora deixem o trabalho pesado conosco, também temos que cumprir nosso dever – Aldebaran abusava de sua simpatia, estava determinado a se retratar com sua deusa.

Juntos, Saori, Tatsumi, Dohko, Aldebaran, Shun e June seguiram para Gêmeos, a subida pelas escadas foi silenciosa, com Dohko e Aldebaran caminhando a frente de Saori, logo que se aproximaram da entrada da casa, Aldebaran ficou confuso.

— Estranho... Saga devia estar aqui... Espere... Será que o mestre mandou Saga matar algum dos opositores dele, talvez o tenha enviado pra matar Albion da ilha de Andrômeda... Como ele fez quando mandou Afrodite e Máscara da Morte matarem você Mestre Ancião...

— Eu não sei... Se isso for verdade, devemos seguir logo para a sala do mestre, assim podemos impedir que o mestre Albion morra nas mãos de Saga... – Dohko se apressou, alguns passos largos dele e de Aldebaran e eles foram encarados pela armadura de Gêmeos.

— Mestre Ancião... Aldebaran... Sinto que estão carregando uma energia hostil... – A armadura exclamou imitando a voz de Saga.

— Saga... Por que não sinto sua cosmo energia?! – Aldebaran o questionou.

— Na verdade... Estamos dentro da ilusão da casa de Gêmeos... E isso na nossa frente é a armadura de Gêmeos sendo controlada a distância... – Dohko apontou pra face azulada na armadura.

— O cosmo que a controla vem da sala do mestre... – Saori disse ao entrar na casa – Com um pouco de meu cosmo ligado a armadura, senti a ligação entre os dois pontos...

— A falsa Athena... Como dois cavaleiros de ouro ousam trair o Santuário agindo dessa forma?

— Você é a única coisa falsa aqui... Gêmeos! Grande Chifre! – A onda de choque enviada por Aldebaran desmontou a armadura e fez suas partes caírem no chão.

— E essa ilusão maldita não prenderá o cavaleiro de libra! – Dohko inflou seu cosmo e o corredor que parecia quilométrico, já mostrava os pequenos raios de luz que podiam ser vistos de onde eles estavam.

— Obrigada por abrirem a passagem... Vamos seguir em frente... A casa de Câncer nos aguarda...

— Espere senhorita Saori! – Era Jabu, acompanhado de Ikki, ambos com suas armaduras já totalmente recuperadas.

— Que bom que apareceu Ikki – Shun sorriu ao ver o irmão – Vamos seguir juntos!

— Fênix... – Dohko olhou pra Ikki, vendo o abraço caloroso com o qual ele foi recebido por Shun, ele foi incapaz de não lembrar de seu antigo oponente Kagaho, um guerreiro das chamas que, assim como Ikki, tinha um amor incondicional por seu irmão caçula.

Agora que a ilusão havia sido desfeita, Dohko e Aldebaran novamente caminhavam na frente, seguidos pelos cavaleiros de bronze, Saori e Tatsumi. Enquanto subiam as escadas, June olhava bastante para Shun, graças a sua máscara ninguém percebia isso, ninguém com exceção de Saori. Sabendo da identidade por trás da amazona, Saori estava curiosa sobre como seria sua irmã.

Um a um todos os do primeiro grupo entraram na casa de Câncer, mas logo que se aproximaram da metade da casa, os cabelos de June ficaram negros e sua voz mudou.

— Dohko... – Perséfone o chamou – Precisamos parar por um momento aqui...

— O que houve... – Ele se virou e viu a mudança nos cabelos – Perséfone...

— Perséfone?! O nome não era June?! – Jabu ficou confuso.

— Eu sou Perséfone, a irmã de Athena, assim como o receptáculo de Athena é Saori Kido, o receptáculo de Perséfone é June...

— Entendi... É um grande prazer te conhecer irmã da senhorita... – Jabu fez sua cara estranha de sempre.

— Deixe de ser tão puxa saco... Isso me enoja... – Perséfone o cortou, isso tirou um riso do rosto de Ikki

— Deixando seu charme em oratória de lado... – Dohko os interrompeu – Por que a aparição repentina?!

— Almas... Existem algumas almas atormentadas pela crueldade do cavaleiro de Câncer que ainda não deixaram essa casa... Portanto é meu dever mandar essas almas pro outro mundo...

O cosmo divino de Perséfone se inflou, em um tempo de milésimos de segundos, havia se propagado por toda a casa de Câncer, o portal que ela usou pra mandar os espíritos para o submundo afetou as almas dos presentes na casa, as acalmando e fazendo com que elas sentissem uma profunda paz.

— Pronto... – Ela olhou em volta e os viu com uma expressão calma – Vejo que beneficiou vocês também... Dohko... As próximas casas estão ocupadas... Com exceção da sua, da de Sagitário e a de Peixes, vocês podem enfrentar muitos desafios... – Ela olhou pra Saori – Não deixe nenhum outro cavaleiro morrer aqui... Não desperdice a vida de seus subordinados...

— Irei protegê-los sim – Saori respondeu com um sorriso enquanto o cabelo voltava à cor loira.

Com June de volta, o grupo seguiu para a casa de Leão, confiantes de que não haveria um combate já que Saori já provara para Aioria sua identidade durante a tentativa dele de assassinar Seiya.

Adentrando a casa de Leão, Athena e os outros ficaram do lado de fora, esperando alguém que pudesse chegar no durante a conversa entre os dourados. Logo que Aldebaran e Dohko adentraram à casa, não tardaram a sentir uma aura diferente, sinistra e maléfica.

— Aioria... Você está ai Aioria?! – Aldebaran olhava para os lados, ao longe, fora do alcance da luz do sol estava Aioria.

— Olá Aldebaran... Cavaleiro de Libra... Que assunto tem a tratar aqui?! – Aioria saiu caminhando e mostrou seu rosto.

— Iremos passar pela casa, temos que chegar a sala do mestre...

— Não poderei permitir... Meu dever é guardar a casa de Leão contra qualquer um que não tenha as ordens do mestre... – Aioria falou, com um tom frio na voz.

— Mas Aioria...

— É inútil Aldebaran... – Dohko o interrompeu – Ele está sob o golpe Satã Imperial...

— Arles usou o Satã Imperial?! Por quê?!

— Aioria descobriu a verdade... Para Arles, um homem poderoso como Aioria é valioso como aliado e temível como inimigo... Por isso usou o Satã Imperial...

— Pelas suas palavras, eu presumo que tenham se rebelado... – Aioria levantou o punho – Irei mata-los aqui mesmo... Relâmpago de Plasma!

— Não pense que ficaremos com a cabeça baixa – Aldebaran entrou na frente de Dohko e cruzou os braços, recebendo todo o golpe sozinho – Dohko, tudo bem?!

— Seu rebelde! – Aioria aproveitou a distração e avançou pro corpo-a-corpo contra Aldebaran, o esforço foi inútil, em sua posição de defesa, por mais rápidos que fossem os ataques de Aioria, a posição de defesa de Aldebaran ainda estava intacta.

— Não me subestime... Grande Chifre!

Graças à mínima distância entre os dois, a onda de choque de Aldebaran atingiu Aioria em cheio, arremessando o cavaleiro de Leão contra uma pilastra. Com seu elmo arremessado para algum canto desconhecido da casa de Leão e sua capa pulverizada, Aioria se levantou, com os olhos vermelhos de ódio.

— Cuidado Aldebaran... – Dohko o advertiu – Aioria agora está no estado mais perigoso do Satã Imperial... Ele viu você como inimigo, agora irá te atacar como um animal selvagem em fúria até que um dos dois venha a morrer...

— Não há o que fazer?! – Aldebaran olhou preocupado para Dohko que sentou no chão da casa.

— Vou tentar uma técnica... Vou acumular cosmo e paralisar Aioria... Enquanto isso o segure... – Dohko foi interrompido pelo som de um soco que Aioria acertou no rosto de Aldebaran que jogou seu elmo longe.

— Não baixe a sua guarda Touro... Está me subestimando...

— É você que me subestima! – Aldebaran agarrou o pé de Aioria com a mão direita, girou e arremessou o Leão em outra pilastra – Acha que esse golpe fraco pode me derrotar... Use seu poder Leão... Pare de me subestimar!

— Cale-se... Farei churrasco de você... – Aioria elevou seu cosmo e ergueu o punho direito – Capsula do Poder!

— Grande Chifre! – A onda de choque fechou o vácuo aberto pela Capsula do Poder e reduziu sua velocidade e impacto, nesse momento, a onda de choque e a onda de energia se chocaram, causando uma explosão imediata que arremessou os dois para longe. Se aproveitando dessa chance, Dohko saiu da posição de meditação e nocauteou Aioria.

— Me perdoe por isso... Mas não podem começar uma guerra de mil dias... – Dohko segurou Aioria no colo – Tudo bem Aldebaran?

— Ele é forte... Eu ia gostar de acabar essa luta... – Aldebaran se apoiou nos joelhos e se levantou, caminhou até onde havia caído seu elmo e o vestiu novamente – Mas acabaremos isso outra hora...

— Desculpem não ter interferido, achei que vocês dois poderiam resolver essa luta sozinhos – Era Saori, acompanhada de todos os cavaleiros de bronze, com exceção de Shiryu.

— Que luta devastadora – Geki olhava em volta.

— Eu estou preocupado... Unicórnio, Hidra, Leão Menor, Urso e Lobo, os soldados do Santuário podem querer entrar nas doze casas – Dohko olhou para os cinco – Poderiam ficar na casa de Áries e impedir que eles venham?! Tentem não mata-los...

— Somos cavaleiros de bronze, será fácil! – Ichi falou com confiança.

— Vamos só deixa-los nocauteados... Deixe conosco... – Jabu estalou os dedos.

— Boa sorte pra vocês... – Geki finalizou enquanto os cinco faziam o caminho de volta.

— Agora... Permitam-me fazer Aioria voltar ao normal... – Saori se aproximou de Aioria e fez uma pequena porção de seu cosmo entrar na mente do jovem Leão – Talvez demore um pouco... Ainda não tenho muita experiência purificando o Satã Imperial, acho que pode demorar...

— Deixe que eu carregue o Aioria – Ikki se aproximou de Dohko e pegou Aioria no colo – Vai precisar das mãos livres caso haja outro cavaleiro de ouro cegamente leal a Arles...

— Obrigado Fênix... E Shiryu?! Como vai o processo com a armadura?!

— Ele já juntou bastante energia – Seiya falou confiante – Acho que ele vai conseguir usar esse poder Caonia na armadura de Dragão...

— É Taonia... – Dohko não aguentou e riu.

— Seiya pare de bancar o bobo – Hyoga o repreendeu – Temos um trabalho a fazer, reconstruir a honra do Santuário e depor o mestre déspota...

— Não temos tempo a perder... Vamos à Virgem!

Novamente Dohko tomou à dianteira, saindo correndo na frente de todos, incluindo Aldebaran que ficou para trás enquanto procurava o elmo de Aioria. Saori, Tatsumi, Seiya, Ikki, Hyoga, Shun e June foram caminhando normalmente.

Na escadaria entre as duas casas, Dohko pensava profundamente sobre como Shaka se posicionava em relação ao mestre, quase rezando para que ele fosse capaz de ver a verdade, já que dentre todos os presentes, apenas ele seria capaz de ser um verdadeiro problema no caminho deles.

Logo que Dohko avistou a casa de Virgem, passou a andar mais calmamente. Apesar disso não demorou a encontrar Shaka no interior da casa de Virgem.

— Mestre Ancião... Seu cosmo está mais jovem... Por acaso desativou a lendária Misopheta Menos?

— Sim Shaka...

— Por quê?! O selo de Hades se rompeu? O que houve de errado?

— O mestre... Ele é um traidor, está abusando de seu poder e usando os recursos do Santuário para seus próprios caprichos...

— Está errado... – Shaka falou com sua certeza inabalável – As ações do mestre foram pra punir os cavaleiros de bronze que ficaram exibindo suas armaduras e seus cosmos como se fossem palhaços de circo... Além de que eles não permitiram que os agentes do Santuário recuperassem a armadura de Sagitário... Fora a petulante jovem mimada que se intitula Athena e usa isso como pretexto para fazer exibições ridículas como a assim chamada “Guerra Galáctica”... Essas ações provam que o mestre agiu de forma justa, estas ações provam que a essência do mestre é a justiça...

— As inúmeras vezes que ele enviou cavaleiros de prata para os confins do mundo em missões não explicadas... Não desconfia de nada?

— Em absoluto... O mestre tem suas razões... Se está aqui para desafia-lo... Te tratarei como o traidor que é...

— Se esquece do dever divino do cavaleiro de Libra... Julgar o bem e o mal no Santuário, inclusive nas ações do mestre e eu o julgo culpado...

— Quem pensa que é pra falar assim?!

— O Cavaleiro de Libra! O homem que já enfrentou guerra e sofrimento ao lado de Athena! O homem que conheceu a face do mal e das ambições e do poder infinito do submundo, inferior apenas ao poder de Athena...

— Então farei com que respeite a nobreza de nosso grande mestre... O honorável Arles de Altar... – Shaka se levantou da lótus e se posicionou a frente de Dohko.

— Pretende iniciar uma guerra de mil dias?

— Mas e claro... No milésimo dia você verá o tamanho de sua tolice e se curvará perante mim em arrependimento por ter julgado mal o mestre... – Shaka fez sua posição de mãos – Rendição Divina!

— Cólera dos Cem Dragões! – A cosmo energia chocada dos dois transformou muitos pilares da casa de Virgem em pó, mas nenhum dos dois saiu ferido.

— Devo elogia-lo... Você é um homem cujos poderes podem me causar problemas enormes... – A poeira se espalhava pela casa e impedia a visão de Dohko – Pelo meu tato eu sinto a poeira se espalhando por cada canto... Acho que não pode enxergar com perfeição... Mas é chegada a hora de finalizar esse combate antes que ele acabe com minha casa... Ciclo das Seis Existências!

Dohko foi tragado pelo poder do Ciclo das Seis Existências, Shaka ao sentir que o cosmo de Dohko desaparecera por completo, voltou a se sentar em sua flor de lótus. Voltando ao estado de meditação profunda, a telecinese de Shaka começou a reconstruir a casa.

Não demorou nada para que um rugido ecoasse pela casa, desfazendo a concentração de Shaka e fazendo as pilastras que estavam se reconstruindo voltando ao pó. O rugido invadiu a mente de Shaka e o fez levantar da lótus, em um momento, dois pés pisaram na casa.

— Sentiu saudade Shaka?!

— Dohko?! Como fugiu do Ciclo das Seis Existências?!

— Sou amigo da dona do inferno... Os Azuras são fortes, mas a técnica deles é horrível, foi fácil demais acabar com cada um deles... Os outros mundos não foram um desafio... Sorte sua que não cheguei ao paraíso... Ou eu ia ficar por lá! – Mesmo que Shaka não visse, Dohko carregava um sorriso gigantesco, estava animado com aquela luta, poderes completamente iguais se chocando com uma ferocidade sem igual, o fazendo lembrar de sua luta contra o seu antigo adversário Kagaho de Benu.

— Arrogante... Como pode ser tão cheio de si?!

— Não posso falhar... Athena conta comigo! A confiança dela está no meu sangue, correndo por cada canto do meu corpo com um calor indescritível!

— Entendo... Você subjugou o veneno do Ikhor e adquiriu seus poderes divinos... – Shaka bateu as mãos e abriu uma dimensão nas mãos, puxando de dentro dessa dimensão o lendário rosário de 108 contas – Não posso dar nem ao menos um passo em falso nessa briga... Invocação dos Espíritos!

— Você me subestima – Dohko pegou os dois tridentes – Dança dos Mil Tigres! – Os espíritos materializados por Shaka estavam sendo destruídos um a um pelos velozes chutes de Dohko que, apoiado por seus tridentes, voava pela casa de Virgem com seus golpes que Shaka mal podia perceber, em contato com a energia da natureza, Dohko impedia o vento de denunciar seus movimentos com seus poderes de Taonia.

— Seu... Eu não consigo... Meus sentidos... O tato... Audição... Nada... Esse é poder dos mestres da natureza?! Você não me deixa opção... – Shaka abriu os olhos, levando ele e Dohko para a dimensão onde ele usava sua técnica suprema, o ataque e a defesa combinado em uma técnica – Tesouro do Céu! – Dohko perdeu dois de seus sentidos com apenas alguns movimentos de suas mãos – Agora você perdeu sua audição e seu olfato... Agora nem mesmo minhas palavras alcançam seus ouvidos... É uma pena, darei apenas mais um movimento e não irá mais passar de um cadáver vivo... Agora vou tirar sua visão!

Shaka não foi capaz de se mover, com seu cosmo armazenado se esvaindo enquanto ele usava sua visão.

—Obrigado Shaka... Sim eu entendi o que você falou... Consegui ler seus lábios... Mas será inútil... Sem meu olfato e minha audição, meu cosmo esta sendo aumentado através do mesmo método que você usa... Com essa quantidade de cosmo... Nem mesmo seu tesouro do céu pode me afetar...

— Ora seu... O que... O que é isso?!

— É a minha... É a minha técnica suprema... Sinto não poder ouvir o temor em seu tom de voz Shaka... Apenas posso ler os movimentos de seus lábios... Agora... Veja o meu poder...

O cosmo intensificado de Dohko juntava mais energia da natureza que o normal, logo uma grande quantidade de energia tinha se aglomerado ao redor de Dohko, tomando a forma de animais sagrados, entre eles Hakutaku, Feng Huang, Pardal, Kitsune, Kirin, um casal de Rui Shi, um Dragão e por fim um tigre que acariciava Dohko.

— O que significa isso?!

— A técnica suprema de um Taonia... Sinta Shaka... O clamor da natureza pelo fim da corrupção no Santuário... O clamor da natureza pelo retorno da justiça e da presença de Athena...

Os animais se transformaram em ondas de cosmo que se uniram e formaram uma grande bola de energia.

— Bloqueie isso! Senkyō Tenryuha!

As palavras não saiam da boca de Shaka, ao tentar fazer a posição de mãos que poderia bloquear ou talvez reduzir o impacto, a técnica de Dohko o atingiu. A onda de denso cosmo só não causou ferimentos graves em Shaka devido a seu cosmo quase divino e sua armadura dourada, mas ele estava exausto, sem nenhuma energia que o mantivesse de pé. Shaka caiu de joelhos enquanto Dohko o via usando um dos três sentidos que lhe restaram, mas se aproximando dele por trás, um cosmo divino o tocou, o fazendo recobrar a audição e o olfato.

— Me perdoe por isso Dohko... Eu tinha voltado a casa de Leão, um aspirante a cavaleiro foi lá e me disse que estava lá para salvar Seiya do Satã Imperial que controlava Aioria, fui forçada a ir explicar para ele que não havia com o que se preocupar... Estava lá quando senti a sua energia e a do cavaleiro de Virgem se chocando... Corri o mais rápido que pude, mas não foi o suficiente para impedir ferimentos... – Saori caminhou até Shaka que quando a viu, abaixou a cabeça e apoiou as mãos no chão.

— Eu... Esse cosmo... Essa nobreza... É Athena... Me perdoe... Como eu pude ser tão cego?!

— Mesmo que tenha errado... – Saori pousou a mão sobre o cabelo de Shaka, o fazendo recuperar as forças – É chegada a hora de levantar e resolver seus erros...

— Sim...

Shaka se levantou e, ainda com os olhos abertos, olhou o rosto de Dohko e o de Saori. Ouvindo alguns passos, olhou para a entrada que abria caminho para Aldebaran, Aioria e os cavaleiros de bronze, com exceção de Shiryu, e o Sagita.

— Vejo que a deusa Athena não perdeu seus cavaleiros... Aldebaran e Aioria... Onde está Mú?!

— Teve que resolver alguns assuntos em Jamiel... Ele deixou a tarefa de tirar a máscara do mestre com a gente... – Aldebaran falou com um sorriso.

— Então devemos seguir em frente... De acordo com meu cosmo, ainda existem três cavaleiros de ouro que residem nas casas a nossa frente... Libra está desocupada, assim como Peixes e Sagitário... Só nos restam Escorpião, Capricórnio e Aquário... – Shaka fechou seus olhos – Me permita pagar por meus erros... Irei na frente...

— Quis dizer “iremos” na frente... Certo Shaka?! - Dohko se colocou ao lado de Shaka.

— Devo parabeniza-lo... Cumpriu seu dever como a balança da justiça... E pensar que a balança corrigiu seu proprietário... A virgem das estrelas teria vergonha de mim...

— Ainda tem tempo pra se redimir...

— Tem razão... Quem quer que tenha ousado desviar a certeza de minha devoção... Irei punir de acordo com as leis de Buda...

— Chega desse papo... – Ikki os interrompeu – Temos metade do caminho para percorrer...

— Desculpe... – Dohko coçou a nuca.

Liderados por Shaka e Dohko, o grupo passou pela casa de Libra. Não demorou muito para que chegassem à casa de Escorpião, onde Miro esperava do lado de fora.

— Shaka... O que faz aqui?! O mestre o chamou para alguma audiência?

— Eu vim para guiar Athena até seu lugar de direito...

— Athena?! – Miro ficou com a boca aberta – Mas Athena já está em seu lugar de direito!

— Se engana – Aldebaran falou abrindo caminho para Saori, que mostrou-se para Miro, exibindo seu báculo, a prova de sua divindade.

— Essa é... Essa presença e cosmo... – Miro se virou e estraçalhou uma pilastra com seu dedo – Como eu pude me deixar ser enganado?! Eu Miro de Escorpião! O detentor da lendária Agulha Escarlate, a representante das quinze sagradas estrelas da constelação de Escorpião... Como pude ser feito de idiota dessa maneira?!

— Você fala demais! – Dohko o interrompeu – Por isso meu pupilo te derrotou...

— Seu pupilo? Você é o Mestre Ancião dos Cinco Picos? O cavaleiro de ouro de Libra?

— Exato... Estou aqui para aplicar a punição para aquele julgado culpado por mim pelo crime de corromper o Santuário e manchar o divino dever de Athena... Espero que não fique no meu caminho...

— Não ficarei... – Miro fechou o punho com raiva, sua Agulha Escarlate feriu sua própria mão enquanto ele grunhia de ódio – Como pude descer tão baixo?!

— É hora de se levantar – Hyoga falou com seu tom frio – Se quer honrar o brilho dourado da sua armadura, aja apenas um décimo do que você fala e terá se tornado um cavaleiro de ouro tão poderoso quanto Shaka ou Dohko...

— Está caçoando de mim, pupilo de Camus?

— Estou apenas dando um pequeno conselho... – Hyoga retrucou.

— Já chega disso, vamos seguir em frente... Irei acompanhar vocês...

Miro parou de falar e começou a andar pela casa, a frente e isolado de todos, se sentia sujo de tanta vergonha. Ele havia sido enganado e percebeu isso diante de muitos, dentre esses, alguns que ele considerava inferiores a ele.

Miro parou de caminhar ao entrar na casa de Sagitário, vendo que não havia um caminho a diante, ele foi forçado a esperar. Algum tempo se passou, o suficiente para que Miro estivesse a ponto de riscar nas paredes de Sagitário os segundos, que para ele eram como horas, passavam enquanto ele esperava os outros.

— A armadura de Sagitário... – Dohko foi o primeiro a chegar – Vejo que a armadura foi ordenada a proteger a casa...

— Irei pedir que ela nos mostre a saída – Shaka se aproximou da armadura e a tocou – O cosmo de Aioros ainda reside na armadura... Em uma quantidade pífia, mas o bastante para a armadura agir por conta própria... – Shaka ficou em silêncio por algum tempo – Agora deve funcionar... – A armadura se mexeu e com uma flecha abriu a sala, fazendo a casa voltar ao normal.

— Você é mesmo incrível Shaka... – Dohko falou antes de voltar a andar.

Alguns passos do grupo e eles se depararam com o testamento de Aioros, as lágrimas foram imparáveis, mesmo em Shaka que não pode ver as letras. Logo os cavaleiros de ouro secaram suas lágrimas e seguiram em direção à casa de Capricórnio.

Ainda na casa de Sagitário, Saori e os cavaleiros que a acompanhavam faziam uma silenciosa prece pela alma de Aioros, ao fim dessa prece, o primeiro a falar foi Seiya.

— Obrigado por ter me protegido do ataque dos cavaleiros de prata quando eu estava ferido... Aioros não tema, protegeremos Athena!

— Faço minhas as suas palavras Seiya... – Era Shiryu, acompanhado de Kiki ele finalmente tinha alcançado o grupo.

— Como chegou aqui tão rápido Shiryu?! – Hyoga o questionou.

— Graças a mim, é claro – Kiki respondeu com seu sorriso infantil de sempre – Posso ser apenas um aprendiz, mas sou ótimo com telecinese e teletransporte!

— É verdade, ele pode ser um pirralho irritante, mas é um pirralho irritante com talentos...

— Devia ter sido mais grato a mim Seiya... Já fiz muito por você seu ingrato...

— Deixando essa implicância de lado... – Ikki os interrompeu – Sua armadura está diferente... O que fez com ela Shiryu?!

A armadura estava realmente diferente, mas sua forma ainda era a mesma, o que estava diferente era a cor, o que antes era um simples verde, agora brilhava como jade polido e o vermelho dos olhos reluzia como rubis.

— Sangue de Taonia, sangue repleto de cosmo da natureza... Como o mestre ancião disse aumenta a eficácia da restauração das armaduras – Kiki olhou a armadura de dragão com orgulho – Pode dizer: vocês acham que eu vou superar o mestre Mú, não é?!

— Quem sabe com a prática Kiki... É hora de seguir caminhando... – Shiryu não esperou os outros, já foi andando para a casa de Capricórnio.

Não muito longe dali, na casa de Capricórnio, Shura já discutia com seus companheiros dourados que alcançaram sua casa rapidamente e tentavam convencê-lo que havia sido enganado.

— Seus estúpidos, como puderam ser enganados por essa múmia chinesa? Ele deve estar esclerosado achando que Aioros foi um herói, que o bebê era Athena e que o mestre é um traidor...

— Como ousa falar assim do mestre Shura?! – Aldebaran ficou nervoso com o insulto.

— Não tem o direito de falar dessa forma... O mestre já lutou por Athena muito mais que você, ele conhece a verdadeira natureza da justiça e é uma pessoa tão qualificada ou até mais que o falecido Shion de Áries... Se o questiona ou subestima, subestima o mestre que seguiu... – Shaka falou com a convicção inabalável que havia recuperado ao se colocar novamente ao lado de sua deusa.

— Se o mestre está correto, ele deve me derrotar com facilidade... Se eu estou agindo contra Athena e minha espada não está servindo sua deusa... O mestre deve ser capaz de derrotar essa espada enferrujada que não segue quem deve... – Shura o desafiou.

— Está louco?! O mestre Arles está enlouquecido e maculando a santidade do Santuário e você ai tentando perder tempo com lutas inúteis?! Ficou louco, Shura? – Aioria tentou contraria-lo.

— Se quer uma briga, eu acabarei com você, te mostrarei que minha Agulha Escarlate é mais afiada que essa espada enferrujada que ousa se colocar contra Athena...

— Cale-se Escorpião! Como ousa me desafiar se perdeu para um moleque de bronze?!

— Como ousa diminuir meu discípulo?! – Antes que Dohko pudesse falar mais, um brilho verde reluziu pela casa.

— Minha luta contra Miro de Escorpião foi injusta... Eu estava usando um cosmo que não me pertencia... Mas dessa vez... Com meu próprio poder... Eu vou provar que sou mais que um moleque de bronze... Se sua vontade é ficar contra Athena usando a espada que lhe foi confiada por ela, então não merece a honra que acompanhava as palavras do mestre ancião quando ele falou sobre você Capricórnio!

— Shiryu?! A armadura ficou esplêndida! – Dohko admirava o reluze da armadura.

— Você é o cavaleiro que derrotou Miro... Vou te matar e recuperar a honra dos cavaleiros de ouro – Shura ergueu o punho e lançou uma rajada de energia que avançou na direção de Shiryu.

— Seu tolo – Shiryu ergueu o punho direito e lançou uma rajada de energia verde que colidiu com a energia dourada de Shura, anulando as duas.

— O que é isso?! O que você ensinou para esse pirralho, mestre ancião? – Shura ficou abismado, sua Excalibur não deveria possuir rival.

— Eu o ensinei a arte Taonia... A arte dos mestres da natureza, mas essa técnica ele aprendeu sozinho...

— Que lâmina é essa?!

— Essa é a lâmina do Deus da Guerra, é a lança de Guan Yu... A Lâmina Sagrada do Dragão Verde, seu nome é Seiryutō!

— Seiryutō... Essa lâmina não é oponente pra Excalibur e eu vou provar – Shura correu na direção de Shiryu com as duas mãos na posição de lâmina.

— Não vou permitir!

Shiryu também começou a correr, estendeu seu braço direito e atacou antes que Shura o fizesse. Se defendendo colocando as duas mãos para bloquear o braço direito de Shiryu, Shura carregava um sorriso confiante. Concentrando seu cosmo nos dois braços, Shura afastou o braço direito de Shiryu com seu braço esquerdo e golpeou o elmo do dragão com a mão direita.

— Está vendo? Não importa o quão poderosa seja a Seiryutō, ela é muito... – Antes que Shura falasse mais alguma coisa, sentiu uma dor gigantesca em seus braços, uma dor que o impediu de continuar falando – O que aconteceu?! Meus braços doem... Mas a armadura está intacta...

— Acabo de quebrar os ossos do seu braço... – Shiryu falou enquanto olhava seu elmo no chão, partido em dois – Justamente por isso eu o admiro Shura, por ter sido capaz de cortar com tanta eficácia e rapidez mesmo com os braços quebrados...

— O que é essa Seiryutō? Como pôde reduzir a Excalibur ao status de uma mera espada enferrujada?!

— Talvez porque você a deixou enferrujar... – Um cosmo divino se espalhou pela casa – Novamente cheguei tarde para impedir dores... Perdoem-me...

— Essa presença... Minha Excalibur esta ressoando de felicidade... A minha espada parece viva...

Saori caminhou até Shura, que havia caído ajoelhado diante de sua derrota.

— Estenda os braços Shura... – Shura o fez, tinha a mente vazia, esvaziada pela confusão que anulou qualquer pensamento que ele podia ter. Naquele corpo apenas a Excalibur existia, repleta de felicidade por ter reencontrado sua mestra – Espero que se sinta melhor agora – Saori estava usando seu cosmo para curar os ossos quebrados de Shura. A cada pedaço que se reunia e se reintegrava, mais e mais lágrimas caiam pelo rosto do cavaleiro de Capricórnio.

— Perdão... Perdão... Perdão... – Shura soluçava enquanto apenas essa única palavra saia repetidamente de sua boca.

— Não fique tão perturbado Shura... – Saori removeu o elmo e tocou o cabelo do cavaleiro – Não foi o único a ter sua lealdade usada... Não se culpe tanto...

— Levante essa cabeça Shura – Shaka tentou anima-lo – Ficar se lamentando sem agir não me parece você...

— Tem razão Shaka... Eu e você somos os dois idiotas que foram usados... É nosso dever ir na frente e proteger nossa deusa...

Shura se levantou e colocou seu elmo de volta, Shaka se colocou ao lado dele. Não demorando a correrem na frente do resto do grupo, em direção à casa de Aquário.

— Foi impressionante Shiryu... Sua armadura também está diferente... – Dohko olhou, orgulhoso, para a armadura de seu pupilo.

— Quando minha tatuagem evoluiu, passou essa evolução pra armadura, mas o único sinal visível disso é a cor...

— Não faz tanta diferença assim, né Shiryu?! – Seiya deu alguns tapinhas nas costas de Shiryu – Acho que com o poder que você tem agora poderia derrotar o Ikki sozinho...

— Vindo de você é um pouco vergonhoso Seiya... – Ikki o interrompeu – Você precisou do escudo de Shiryu, da corrente de Shun e do cosmo do Hyoga pra me derrotar... De um homem que perde pra você pra um capaz de derrotar um cavaleiro de ouro... Tenho medo de você Shiryu...

— Tá me insultando, é Ikki?!

— Só estou falando a verdade, pra alguém que derrotou vários cavaleiros de prata, você não pratica nada...

— Já chega dessa discussão inútil, apenas duas casas restam antes de alcançarmos o mestre, portanto precisamos gastar nossas energias com nossos pés ao invés de nossas bocas... – Hyoga silenciou ambos.

— Concordo com Hyoga, vamos seguir! – Shiryu finalizou antes de sair correndo da casa, seguindo os cavaleiros de ouro.

Com seu fôlego reconstruído, Shaka e Shura chegaram rapidamente à Aquário, porém Camus ficou surpreso ao ver justamente esses dois.

— Shaka?! Shura?! Onde estão os cavaleiros de bronze?!

— Presumo que essa ansiedade seja devido à vontade de ver seu pupilo, estou correto Camus?

— Como sempre, mesmo de olhos fechados, você vê mais que muitos... Já que Hyoga se rebelou contra o Santuário, preciso forjar uma batalha falsa para passar para ele os ensinamentos que ainda não pude passar... – Camus suspirou.

— Não há necessidade para tanto nervosismo... – Shura quebrou o próprio silêncio – Quando a verdade for finalmente dita e a corrupção for arrancada pela raiz, você poderá treinar seu pupilo em paz...

— Eu concordo... – Era Shiryu – Hyoga sem dúvida ficará feliz em receber ensinamentos do lendário Mago da Água e do Gelo...

— Essa armadura... Cavaleiro de Dragão eu presumo... – Camus observou a armadura.

— Meu pupilo Shiryu... – Dohko alcançou os outros cavaleiros dourados, acompanhado de Aldebaran e Aioria.

— Entendi... Um cosmo de tanto potencial só poderia ser treinado por você...

— Não nos vemos muito... Como vai Camus?! – Aldebaran o cumprimentou.

— Vou bem Aldebaran... Desculpe-me ser rude diante de seus costumeiros bons modos, mas precisamos seguir em frente... E onde está Mú?!

— Ele precisou voltar à Jamiel para buscar algo que esqueceu – Aioria respondeu – Mas somos sete cavaleiros de ouro, somos mais que capazes de deter o traidor que se passa por mestre!

— Eu sinto muito pelo que farei agora, mas será preciso... Minha honra precisa ser reconstruída e somente eu posso restaurar o equilíbrio daquele homem, mas para fazer isso irei precisar disso... – Shaka tirou uma gota do sangue de Dohko e a deixou em seu rosário – Com o sangue de Dohko fortalecido pelo Ikhor de Athena serei capaz de me teleportar, mesmo com a proteção de Athena contra isso nas doze casas... – Shaka começou a levitar em posição de meditação, logo desapareceu da casa de Aquário.

— Maldito! O que ele pretende saindo dessa forma?! – Shura ficou nervoso.

— Se é assim, eu falarei minhas suspeitas... – Dohko começou a falar – O único cavaleiro das doze casas que não estava presente era Saga de Gêmeos, além de que, Athena sentiu que a armadura estava sendo controlada remotamente por alguém que se encontrava na sala do mestre... E apenas Saga tem poder pra isso...

— É impossível que Saga tenha feito isso, eu o conheço, ele é um homem justo! – Miro o defendeu.

— Saga provavelmente sofre de dupla personalidade... – Camus interrompeu Miro – Se a outra personalidade é uma perversa e ambiciosa que o levou a matar Arles e tomar seu lugar... É possível que ele também tenha tentado matar Athena e Aioros...

— E ainda me fez de marionete pra isso... Maldito Saga!

— É apenas suposição, mas se Shaka se adiantou, ele deve ter descoberto a verdade – Dohko refletiu em voz alta – E o que ele disse “algo que apenas eu posso fazer”, talvez seja purificar Saga e expurgar a segunda personalidade...

— Se for... Ele vai precisar derrotar Saga antes disso... Pelos meus cálculos, é o terceiro cavaleiro de ouro mais poderoso depois do Mestre Ancião e de Shaka, vai ser páreo duro pro Shaka... – Miro falou.

— Shaka deve conseguir, ele foi páreo duro pra mim... Admito que tive muito medo de enfrentar ele... A reencarnação de Buda... Não fosse meu Ikhor e meus 261 anos de experiência como cavaleiro... Eu perderia antes que a luta começasse...

—Chega disso, temos que seguir para a sala do mestre e não devemos demorar... Ou a luta deles destrói tudo... – Shura finalizou a conversa antes que todos se prontificassem a caminhar na direção da casa do mestre.

Na sala do mestre, Arles, pela pressão de cosmos sentidos em Virgem e depois em Capricórnio, pensou seus inimigos haviam finalmente sido expurgados. Enquanto bebericava uma taça de vinho, foi surpreendido por uma luz que iluminou toda a sala e quando a luz se apagou, mostrou Shaka parado de pé, com os olhos fechados e o rosto virado para o trono do mestre.

— Shaka... Como se teletransportou até aqui?! As doze casas impossibilitam teletransporte! — A menos que... A menos que Athena, que a Saori Kido tenha morrido durante os confrontos e a proteção de Athena tenha se desfeito... Será que finalmente me livrei dessa preocupação?! – Pensou Arles quase aliviado.

— Não... Athena não está morta... Meu teletransporte se deve a porção de Ikhor adquirida por mim, cedida pelo mestre ancião...

— O mestre ancião está aqui?! – Arles levantou quase como um pulo de seu trono.

— Sim... E todos os cavaleiros das doze casas sabem da sua identidade e das suas ambições malignas... Saga de Gêmeos...

— Então vocês descobriram... Mas o que uma múmia chinesa e oito idiotas a quem enganei facilmente podem fazer?! – Saga tirou o elmo e jogou o manto de mestre em um canto da casa, ficando nu, com o dedo erguido emanando cosmo – Armadura de Gêmeos venha cobrir meu corpo!

A armadura surgiu representando sua constelação, logo se desmontou e vestiu Saga.

— Vou te transformar em pó Buda! Explosão Galáctica!

— Ohm! – Shaka abriu os olhos – Tenma Kōfuku! Rendição Divina!

Com os olhos abertos e o cosmo intensificado pelo mantra, a Explosão Galáctica de Saga não foi páreo para o golpe de Shaka. A Rendição Divina atingiu o corpo de Saga em cheio, lançando seu elmo longe.

— Maldito... Maldito Shaka...

— Eu posso ver Saga... – Shaka pegou o rosário de dentro da dimensão aberta em sua mão – Veja Saga... Como o elmo da armadura de gêmeos chora pelos seus crimes...

Saga olhou pra trás, pra onde havia caído o elmo, lá o elmo da armadura de gêmeos chorava pelas duas faces.

— Agora vê Saga?! Sua tolice levou até mesmo a armadura a lamentar sua tolice em deixar suas ambições te consumirem... Normalmente eu usaria o Ciclo das Seis Existências e te mandaria para o inferno onde receberia sua punição... Mas o Santuário atualmente está em falta de bons cavaleiros e o verdadeiro cavaleiro de Gêmeos, Saga, é dotado de poder imenso que não deve ser descartado...

— Bobagem! Quer que eu volte a ser um cão cego que não vê a impotência de Athena diante dos inimigos da Terra e da Humanidade que governam o céu, o mar e o inferno?! Esse lado maligno é o que protegerá a humanidade desses deuses perversos e ambiciosos quando Athena falecer e eu tiver em mãos o poder de Niki e do Escudo Sagrado!

— Eu deveria me privar da audição ao invés da visão para não ouvir tamanhas besteiras... – Shaka começou a levitar em posição de meditação, esticou o rosário e fechou os olhos – É hora de te purificar Saga...

— Não vou permitir, seu desgraçado! – Quando Saga levantou o punho pra lançar uma rajada de energia, sua outra personalidade o impediu, parando o ataque – Continue meditando Shaka... Se alguém pode me livrar desse maldito desgraçado é você... Vou te conseguir tempo! – Era a voz do lado bom de Saga que estava suprimido – Ora seu desgraçado... De novo interfere no meu caminho... Não fosse por você, esse mundo seria meu! – Era o lado maligno, continuando a conversa interna – Levantou a mão contra Athena, contra Aioros e agora contra Shaka, não vou permitir que continue! – Shaka balançou seu rosário.

— Tenkūhaja Chimimōryō! Invocação dos Espíritos Malignos! – Shaka abriu uma dimensão com o rosário, os espíritos que saíram não estava em forma física, mas espiritual. Os espíritos voaram até Saga e começaram a devorá-lo.

— O que é isso?! Estou sendo puxado!

— Esses espíritos são espíritos que se alimentam dos sentimentos gerados pelos sete pecados capitais... No Budismo, antes que você beba o elixir do esquecimento para poder reencarnar sem as lembranças das vidas passadas, esses espíritos purificam alma para que ela volte pura... São comandados unicamente por Buda... Para casos especiais, por isso não são conhecidos jamais... Esses espíritos irão devorar a ambição, ira, avareza e luxúria presentes em seu lado maligno, Saga... Volte ao normal!

A cada mordida que um espírito dava em Saga, seu solhos ficavam menos avermelhados e seus cabelos ficavam menos brancos. Logo que os cabelos estavam azuis e os olhos brancos, Shaka abriu o rosário novamente e os espíritos foram puxados de volta para sua dimensão. Saga caiu inconsciente no chão.

— Está finalizado... – Shaka se aproximou de Saga e mexeu em seu corpo para acorda-lo. Logo muitos passos começaram a serem ouvidos por Shaka.

— Shaka, o que houve?! – Era a voz de Dohko.

— Saga foi purificado por mim... Todas as ambições malignas foram devoradas por espíritos do outro mundo...

— Então o mestre que conhecíamos como Arles já não mais existe?! – Shura continuou.

— Na verdade, Arles está morto em Star Hill... – Era Marin, fraca pelo esforço que tinha feito ao subir todo o monte.

— Como assim?! – Aioria ficou confuso, mas quando Marin cambaleou, ele a pegou no colo.

— O verdadeiro Arles de Altar está morto, seu cadáver está em Star Hill... – Marin falou com a voz entrecortada pelo cansaço.

— Normalmente devia ser punida por entrar no monte sem permissão, mas essa não é uma ocasião especial... – Camus finalizou.

— Athena – Shura olhou pra Saori – Nesse momento, devemos escolher um novo mestre, acredito que Dohko seja a melhor opção...

— Eu também concordo, mas falta um cavaleiro de ouro aqui... – Saori olhou pra Saga – Pobre coitado... Aparenta ser tão nobre... Deve ter sido humilhante se tornar o causador de tudo isso...

— Desculpem a demora... – Uma luz reluziu por toda a casa, quando se desfez, Mú surgiu carregando uma Urna empoeirada, tanto que não era possível ver qual armadura essa urna guardava.

— O que significa isso, Mú?! – Miro olhou para a urna.

— Um pedido de alguém importante... – Mú olhou para o trono de mestre, de lá surgiu uma sombra que emanava cosmo divino.

— Me perdoe a impertinência... Athena e Perséfone... Mas nesse momento desejo apenas a presença dos cavaleiros de ouro e dos portadores de Ikhor...

— Peço que atendam ao pedido desse homem – Athena olhou pra seus cavaleiros de bronze e prata, Aioria entregou Marin aos cuidados de Seiya que logo saiu acompanhado de todos do salão do mestre.

— Aonde pensa que vai Dragão?! – A voz que vinha da sombra chamou por Shiryu.

— Me perdoe, mas não possuo esse Ikhor e não sou cavaleiro de ouro... – Respondeu Shiryu, com tom humilde.

Assim que Shiryu deu sua resposta, as portas se fecharam e lá sobraram apenas June, Saori, Shiryu e os cavaleiros de Ouro.

— Há algo que não sabe... Que deveriam ter te contado... Só existe uma pessoa capaz de dominar a Seiryutō... Apenas alguém que possua o sangue do Deus chinês da Guerra Guan Yu Yun Chang... Quando ela tentou ser usada por um general que fazia parte da armada que matou Guan Yu, a arma se revoltou e quase o matou... Mas ela foi recuperada pelo filho de Guan Yu, Guan Xing e usada por ele até que foi repassada para o Senkyō...

— O que está tentando dizer Árion?! – Dohko olhou para o deus.

— Árion... Irmão... Que faz aqui?! – O corpo de June, que já carregava as características de Perséfone, questionou o deus.

— Vim tentar proteger a Terra... Já que os espectros estão mais poderosos, não posso permitir que essa guerra se torne injusta... Quanto a você pequeno tigre... Quero dizer que seu pupilo é a reencarnação de Guan Yu, que dorme dentro desse garoto, esperando ter seu Ikhor despertado...

— Eu sou a reencarnação de Guan Yu?! – Shiryu encarou a palma das próprias mãos.

— Assim como Saori Kido carrega Athena e June carrega Perséfone, Shiryu carrega Guan Yu... – Árion olhou para a urna que Mú carregava.

— Então eu e Miro enfrentamos um deus... – Shura abriu um sorriso orgulhoso – É uma grande façanha...

— Não fosse por Guan Yu, você teria morrido quando o broche de Perséfone lhe deu poder... Agora... – Árion caminhou até Mú e pegou a urna – Obrigado pelo esforço... Pelo que soube, a armadura de Taça estava em pedaços minúsculos... – Árion removeu o pó da urna e revelou seus desenhos, os desenhos da Armadura de Prata de Taça. Com uma porção de seu cosmo, fez a armadura se abrir e revelar os incontáveis cacos que haviam se tornado a armadura – Venha aqui Mú, trouxe o pó de estrelas?

— Sim... – Mú se aproximou de Árion com um pequeno saco de seu pó.

— Esse é meu presente pra você Athena... – Árion fez um corte na mão esquerda e deixou seu sangue cair nos pedaços da armadura – Jogue o pó Mú, com essa quantidade de sangue divino, não precisará dos seus instrumentos celestes...

A armadura começou a reluzir, Mú e Árion se afastaram da urna e ela se fechou, por dentre os espaços, um brilho divino reluzia mais e mais.

— Não me diga que a lendária armadura de taça agora é uma... – Camus foi interrompido pelo barulho da urna se abrindo novamente, Saori caminhou até a armadura, que voltou ao formato de taça.

— Agora é uma armadura divina... – Árion falou com tom de orgulho.

— Qual é o seu verdadeiro objetivo aqui Árion?! – Saori o olhou, desconfiada.

— Eu tenho minhas razões para me opor à Hades e também ao meu pai caso ele se rebele... Se quiser aceitar minha ajuda ou não, isso depende de você...

— Bem... O que vocês acham, cavaleiros de ouro?!

— Aceite... – Dohko falou decidido – Foi Árion que me convenceu a vir... Sem mim essa invasão teria tomado outros rumos e provavelmente alguns cavaleiros de bronze e alguns dos de ouro morreriam... Esse ato prova que ele deseja o bem do exército de Athena...

— Eu estou com o mestre Ancião, a opinião dele é absoluta... – Aioria afirmou.

— Concordo com o mestre... – Shura continuou.

— Eu também – Camus falou com seu tom frio.

— Não tem como contrariar esse velho... – Miro resmungou.

— Também não tenho muito o que dizer, apenas que o mestre deve ter suas razões – Aldebaran mostrou seu sorriso ao apoiar Dohko.

— O mestre é tão sábio quanto meu mestre Shion, o apoio também – Mú usou seu tom sereno.

— Não há muito que dizer, também digo que Dohko deve ter motivos para crer na boa vontade dessa divindade... – Shaka olhou pra Saga – Acho que Saga abriria mão do direito de voto graças a seus recentes atos... Portanto acho que é unanime a aceitação... – Shaka finalizou.

— Bem... É meu irmão, então só posso dizer que se ele está do nosso lado, você provavelmente ganha a guerra de novo... – Perséfone quase cuspiu.

— Está subestimando a si mesma, minha irmã... Qual a sua resposta Athena?! – Árion olhou para Saori.

— Não tenho outra opção... Acho que sou forçada a te eleger como novo mestre do Santuário...

— Isso me deixa contente... Até porque eu irei pegar algo... – Árion tocou a armadura de Taça e ela o vestiu, o cobrindo totalmente, dando maior proteção que uma armadura de ouro. Com detalhes em ouro, a armadura de taça cobria o corpo de Árion, na forma de uma Kamui – Presumo que ninguém se oponha ao mestre vestir a Armadura Divina de Taça?! – Diante do silêncio e alguns sorrisos, Árion prosseguiu – Como o novo mestre, Árion de Taça, me procure sempre que precisarem, como porta-voz de Athena, cumprirei meu dever...

— Nunca te vi tão cheio de si... Maninho... – Era outra voz, feminina, conhecida apenas por Árion, Perséfone, Athena e Dohko.

— Despina... – Perséfone falou – Até você está aqui...

— Olá... Irmã... – Despina quase cuspiu a palavra “irmã”.

— Quem é essa?! – Camus perguntou.

— Minha irmã gêmea, a deusa do inverno e das geadas, Despina...

— Essa armadura... – Despina olhou pra armadura de Aquário com um sorriso enorme – Você é Camus, o mago da água e do gelo! Bom saber que Athena tem alguém com poderes parecidos com os meus... – Despina parecia uma moleca fazendo novos amigos, sua faceta fria e ameaçadora estranhamente tinha desaparecido.

— Por que está aqui também?! – Saori fitou Despina.

— Como se eu fosse deixar meu irmão sair pra mudar o rumo de uma Guerra Santa sem mim... Mas parece que ele acabou conseguindo fazer mais que só mexer com o rumo da guerra... Agora é ele que manda no Santuário...

— Quem manda é Athena... Eu apenas me ofereci pra um cargo inferior ao de deus como favor a uma amiga...

— Irá cobrar esse favor mais tarde?! – Saori o olhou.

— Se eu precisar...

— Essa conversa está saindo da nossa conta – Dohko falou com seu sorriso de sempre – Acho que nós, cavaleiros de ouro, devemos voltar para nossas casas...

— Dohko... – Árion o olhou – Você fica... Mas os outros cavaleiros podem ir, carregando minha primeira ordem como mestre: Aioria, na ausência do cavaleiro de Sagitário, você deve treinar Seiya de Pégaso para aumentar a força e velocidade de seus golpes; Shaka, confio a você o treino do jovem Shun de Andrômeda, aquele garoto possui um cosmo interior muito maior do que demonstra, deve ser explorado e desenvolvido; Camus, Hyoga de Cisne domina o mesmo tipo de técnica que você, ele agora é sua responsabilidade; Digam a Saga que Ikki de Fênix será pupilo dele, acredito que ambos devem ensinar muito um ao outro; Shura, você deve escolher um grupo de cavaleiros de prata que irá treinar os cavaleiros de bronze de Leão Menor, Lobo, Hydra, Unicórnio e Urso, os cavaleiros de ouro que não citei, incluindo Shura, podem pegar alguns destes cinco como pupilos caso desejem... Estão dispensados... Com exceção de Mú e Dohko, todos podem ir...

Os sete cavaleiros de ouro saíram do salão e foram de volta a suas casas, com os pupilos confiados a eles pelo novo mestre. No salão, Despina continuava suprimindo seu lado frio e ameaçador enquanto o silêncio pairava, até que foi quebrado por Saori.

— E agora, Mestre Árion de Taça?!

— Trouxe a armadura de prata de Altar que estava em Star Hill, irmã?! – Árion olhou para Despina.

— Claro! – Ela foi até a parte de trás do trono do mestre e pegou a urna da armadura.

— Agora... Mú de Áries faça os reparos na armadura de Altar com o sangue divino de minha irmã... Ela será a amazona de Altar, minha assessora...

— Athena?! – Mú olhou para Athena, como se pedisse permissão, com um balanço positivo da cabeça, Mú foi à urna da armadura.

Mú abriu a urna da armadura e Despina banhou a armadura com o sangue saído da ferida que ela abriu na mão. Mú jogou um pouco do pó de estrelas e começou a martelar a armadura com seu martelo celeste. Logo após algumas marteladas, a armadura começou a brilhar e sua forma começou a se alterar, formando um altar diferente. Com um comando o altar se desfez e a armadura vestiu Despina.

— Fiquei bonita?! – Despina olhou pro irmão com um sorriso.

— Sim, muito bonita... – Árion olhou pra Dohko, que discretamente reparava na divina amazona a sua frente – Pra onde pensa que tá olhando mini tigre?!

— Não é nada... Não imaginava ver a armadura do Mestre Hakurei como uma Kamui...

— Então é isso... – Árion se levantou e olhou pra Perséfone – A guerra começará logo... O que fará Perséfone?

— Ainda não achei Hades... Ele está perto demais, mas está se escondendo com muita eficiência...

— Continue procurando... Tomarei as precauções no caso de falha...

— Tudo bem... Estou indo... Adeus... – O corpo de June voltou ao normal.

— Dohko... – Árion fitou o cavaleiro de Libra – Taonias dominam as feras sagradas da mitologia oriental, certo?!

— Sim – Dohko respondeu sem entender a pergunta.

— O Feng Huang é o que?!

— Um pássaro de fogo...


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Notas finais do capítulo

O que acharam?! Ansiosos?! Animados?! Com raiva?! Comentem!!!!



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