A Imperatriz Do Submundo escrita por Liu Ming


Capítulo 5
Deuses Gêmeos


Notas iniciais do capítulo

Sobre esse capítulo eu só posso falar uma coisa: O tigre não tá mais hibernando!
(Pra quem acha que "deuses gêmeos" se refere a Hipnos e Thanatos eu só digo uma coisa: Leiam!)



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Já haviam se passado pouco mais de duas semanas desde que Shiryu e Shunrei tinham partido para a Ilha de Andrômeda, como não havia ninguém que poderia cozinhar pra mim e eu não costumo cozinhar já que o limite de tempo do meu corpo sem necessitar de água ou comida era de três anos graças a Misopheta Menos, já que pra mim três anos equivalem a três dias.

Passei as ultimas semanas sem me mover nem ao menos um dedo, elevando meu cosmo na preparação para a grande batalha contra Hades, que provavelmente aconteceria mais cedo se Perséfone falhasse, até que, dezesseis dias depois da partida de Shiryu o clima de Rozan começou a se alterar, era verão, mas flocos de neve estavam caindo. Pouco a pouco a água da cachoeira caia mais lentamente e as gotas caiam mais próximas, não iam tão longe quanto antes, mais alguns minutos se passaram e toda a água da cachoeira congelou, passando a emanar um cosmo divino, não demorou nada pra outro aparecer, logo duas existências divinas, tais como o cosmo de Athena, que senti me proteger durante a ultima guerra santa, me cercaram.

— Então esse foi o lugar onde nossa irmã viveu por mais de duzentos anos... – Era uma voz masculina, parecia um pouco diplomática, mas estava com um tom intimidador.

— É diferente do que eu imaginava, é simples... Ao contrário de tudo o que ela está acostumada... Surpreendente ela ter aguentado mais de duzentos anos... – A outra voz era feminina, dava calafrios, apesar de ser muito bela.

— Não devia se impressionar tanto, para nós, deuses, duzentos anos não são muita coisa...

— Então vocês realmente são deuses... Eu desconfiei, mas achei melhor esperar a confirmação, a que devo a honra da visita de duas figuras divinas como...

— Árion, filho de Poseidon e Deméter, detentor das palavras e das premonições...

— Despina, filha de Poseidon e Deméter, deusa das geadas e do inverno...

— Os filhos gêmeos de Deméter, irmãos de Perséfone... Realmente estou surpreso com a aparição de vocês, mas estou intrigado quanto ao motivo...

— Dohko, o cavaleiro de ouro de libra... Nesse exato momento você desconhece a identidade do receptáculo da alma de Perséfone e por isso enviou seu jovem pupilo para procura-la... Por outro lado ainda é desconhecido o paradeiro da alma de Hades e você ainda não tem confirmação de quem é Athena... Estou correto?

— Sim, está...

— Pelos motivos que meu irmão apontou, você acredita que os espectros ainda irão demorar a renascer?

— Justamente por não saber eu estou acumulando minha energia em preparação para este terrível acontecimento...

— Admirável de sua parte, mas eu lhe aviso de um detalhe, os espectros, assim como os Marinas se fortalecem pela energia de nosso pai Poseidon e vocês cavaleiros se fortalecem pela energia de Athena, os espectros em particular se fortalecem pela energia emanada pela realeza do Submundo, como nossa irmã há muito está em coma forçado, com toda a sua energia bloqueada pra proteger seus sentidos dos efeitos do estado de animação suspensa em que Hades a colocou, até hoje os espectros só lutavam fortalecidos por Hades, agora, mesmo involuntariamente, Perséfone também está fortalecendo os espectros com sua própria aura...

— Isso... – Fui pego de surpresa, algo assim vai além do terrível – Eu... Devo fazer os preparativos pra esse acontecimento...

— Espere... – O cosmo de Despina se inflou, impedindo meus movimentos – Deve saber como eu sou em relação as minhas amadas irmã e mãe...

— Já ouvi... Por que diz isso?

— Porque eu irei ajudar Athena nessa guerra... Não me convém auxiliar minha irmãzinha mimada...

— Irmã, você não fará nenhuma tolice...

— Eu, primeiramente, gostaria de defender sua irmã, durante todo o tempo em que ela esteve aqui, ela foi como uma filha, sempre muito prestativa e cuidadosa, especialmente nos primeiros anos, quando eu ainda não havia me acostumado a esse corpo, portanto não tenho como dizer se ela é ou não mimada, mas ela demonstrou extrema generosidade comigo...

— Isso porque você supriu a necessidade que ela tinha de um pai... De qualquer forma, eu sei que o Santuário da Athena não é muito confiável e que seu dever como detentor da balança da justiça é limpar essa impureza do Santuário de sua deusa...

— Infelizmente não posso deixar este posto, eu preciso cumprir a ordem que me fora confiada por Athena...

— De que adianta cumprir um dever enquanto o outro é negligenciado? Neste momento vários cavaleiros de prata estão mortos porque o dever do cavaleiro de libra de julgar o bem e o mal nos atos do Santuário foi negligenciado...

— Está dizendo que faltei com meu dever?

— Exato... – Por um lado ela estava correta, Misty, Babel, Asterion, Moses, Dante, Capella, Jamian e Algol... Todos eles morreram porque seguiram as ordens do atual mestre, um mal que eu, como cavaleiro de libra, devia ter exorcizado do Santuário.

— Então eu devo ir lá e purificar o Santuário?!

— Sim... Nesse momento eu aparecerei diante de Athena e a reconhecerei como minha companheira na luta contra Hades... E quanto a você irmão?! Não quer ficar ao lado da deusa...

— Não diga mais uma palavra sequer... Dohko, o selo de Hades viria a se quebrar em exatos 4 meses, mas com a adição de Perséfone, esse período caiu pra 1 mês, tamanho é o poder de nossa irmã, filha de dois dos seis filhos do grande Cronos, assim como eu e minha irmã... Você deve reunir os cavaleiros restantes no Santuário antes que seja tarde e preparar todos pra enfrentar espectros ainda mais poderosos, porque mesmo que Perséfone não ajude Hades, ela irá fortalecê-los...

— Então... Não tenho outra opção... – Comecei a elevar meu cosmo e liberei a Misopheta Menos, logo meu coração começou a bater mais rápido e meu corpo começou a crescer mais e mais, até que voltei ao meu corpo original, nesse momento a presença de Árion sumiu, mas a de Despina continuava, apesar de oculta, eu podia percebê-la. A natureza voltou ao normal e a cachoeira corria normalmente, ouvindo esse som da água corrente caminhei de volta a minha casa e vesti minhas roupas costumeiras.

Quando sai de casa percebi que Shiryu havia chegado, acompanhado de Shunrei e uma garota loira com uma máscara.

— Mestre? É o senhor?

— Sim, sou eu... Vejo que a visita à ilha de Andrômeda curou seus olhos, estou feliz Shiryu...

— Obrigado mestre...

— Mestre Ancião?! O senhor esta mais jovem... Como?!

— Uma dádiva recebida de Athena, decidi que era hora de cumprir o dever que recebi juntamente a minha armadura como aquele que julga todos os atos do Santuário e pune os que agiram com maldade... É chegada a hora de punir esse mestre... Conto com você, com Seiya, Ikki, Hyoga e Shun... E claro com a jovem amazona ao seu lado, qual o seu nome minha jovem?

— Eu sou June, a amazona de camaleão...

— Então Albion enviou uma pupila... É uma honra ter a confiança dele...

Minha fala foi interrompida pela presença de dois cosmos, de um ouro sombrio e maligno. Esses cosmos malignos se espreitavam entre o bambuzal e estavam prestes a atacar.

— Shunrei, entre em casa e se esconda... Agora!

— Sim mestre – Shunrei não me questionou e correu pra dentro de casa.

— June, devo pedir-lhe que proteja Shunrei, já que a luta aqui poderá causar estragos a casa, por favor, cumpriria meu pedido?!

— Sim... – June vestiu sua armadura e correu pra dentro.

— Mestre, sente algo?

— Dois cavaleiros de ouro no bambuzal... Podem sair... Cavaleiros de ouro de Câncer e Peixes, Máscara da Morte e Afrodite...

— Então o senhor sentiu nossa presença Mestre Ancião...

— Vejo que o senhor abandonou aquele minúsculo corpo feio e voltou a sua forma mais formosa...

— Esses dois... Que cosmo é esse mestre?!

— Vista sua armadura Shiryu... – Levantei meu dedo e inflei meu cosmo, chamando minha armadura de ouro – Conheço a fama de vocês dois... – As pernas me cobriram – Cavaleiros malignos que receberam essas armaduras de ouro do “Mestre Arles” – Os braços me cobriram – Apesar de serem criaturas malignas vocês usam essas armaduras e se passam por guerreiros da justiça – O peito e as ombreiras me cobriram – Vieram aqui para me matar a mando daquele verme maligno – As armas se encaixaram em seus lugares na armadura – Não vão voltar daqui vivos! – O elmo que estava em minhas mãos, eu logo coloquei em minha cabeça – Vão morrer aqui mesmo pelas minhas mãos!

— Mestre, me permita ajudar...

— Vai pagar pela luta de Andrômeda, eu vingarei o nome dos Cavaleiros de Ouro os quais você sujou quando derrotou Miro daquela forma humilhante...

— O que? Você estava lá?

— Sim, fui mandado pra ajudar Miro a matar Albion, mas a atuação ridícula de Miro me fez querer que ele fosse humilhado pra aprender a não pegar leve com verme algum...

— Você derrotou o cavaleiro de Escorpião... Estou honrado Shiryu... Agora...

— Parem de tagarelar seus vermes! Eu mesmo acabarei com vocês dois bem aqui! Vão para o Sekishiki, o buraco do inferno! Morram seus malditos! Ondas do Inferno! – O dedo do Máscara da Morte começou a lançar uma cópia ridícula do golpe de Manigold, Sage e Hakurei.

— Você é tão impaciente... Mas vou ajuda-lo... Vão para o inferno juntos, Tigre e Dragão! Rosas Piranhas! – Afrodite lançou um grande número de rosas negras.

— Vamos Shiryu... – Ele reconheceu meus movimentos e os imitou – Manigold e Albáfica... Me deem forças pra punir esses malditos que se intitulam seus sucessores! Vamos Shiryu! Cólera do Dragão!

— Cólera do Dragão!

Os dois dragões pareciam dançar juntos enquanto nossos cosmos se uniam, logo ambos os dragões avançaram e destruíram a frequência das Ondas do Inferno e despedaçaram cada uma das rosas negras, mas antes de ambos os dragões atingirem Máscara da Morte e Afrodite, vi o brilho de suas armaduras deixarem seus corpos e vieram para o meu lado, na forma de suas constelações, permitindo que nossos cóleras atingissem Máscara da Morte e Afrodite em cheio. Caídos no chão, eles nos olhavam ensanguentados, com cara de inconformidade.

— Por quê?! Por que a armadura de ouro de câncer me abandonou?!

— Como pode minha armadura deixar de proteger meu belo corpo... Isso não é possível...

— Sim... É possível... As armaduras não protegem homens malignos que não lutam pela justiça, vocês são uma farsa! Nunca irão se igualar a um verdadeiro cavaleiro de ouro como meu mestre!

— Pode ser verdade, mas aparentemente a verdadeira razão é porque antes de invocar meu Cólera do Dragão eu chamei pelos nomes de meus antigos companheiros, seus antecessores, Manigold de Câncer e Albáfica de Peixes... Eles estavam envergonhados com vocês e através do pífio resquício de cosmo deles que havia nas armaduras, eles convenceram as armaduras a deixar vocês desprotegidos, como punição por seus crimes!

— Não pode ser... Até minha armadura de ouro...

— Eu... Minha beleza foi superada...

Essas foram as ultimas palavras deles antes de morrer, me virei para as armaduras, que emanavam um cosmo triste.

— Voltem ao santuário e esperem por um novo mestre, tenho certeza que serão honradas com mestres dignos... – As armaduras desaparecem, voltaram voando ao santuário como estrelas cadentes.

— Mestre, isso pode enfurecer o Mestre Arles, o que faremos?!

— Contate Seiya e os outros, atacaremos o santuário antes que mais sangue seja derramado...

— O senhor tem certeza?!

— Sim, vá até a vila e ligue para Saori Kido...

— E o senhor?

— Darei um enterro digno a esses dois...

Mandei minha armadura de volta à urna e peguei os corpos dos dois e os levei até um canto distante de minha casa. Cheguei até uma clareira vazia e abri duas covas, na cova onde enterrei Máscara da Morte deixei escrito em uma pedra “Que sua crueldade possa ser abandonada quando reencarnar” e na cova de Afrodite escrevi em outra pedra “Que ele reconheça outras virtudes além da beleza”. Me afastei das covas logo que todas foram finalmente finalizadas, olhei pra trás ao sentir um leve cosmo e pra minha surpresa vi que a grama em volta da cova de Máscara da Morte havia morrido e na cova de Afrodite, mesmo na terra recém mexida, já haviam nascido rosas brancas, negras e vermelhas.

— Então seus cosmos ainda não faleceram... Espero que encontrem a paz na outra vida... Cavaleiros corrompidos...

Voltei à minha casa caminhando lentamente, ao chegar vi Shiryu já sem a armadura olhando pra urna de minha armadura enquanto Shunrei e June estavam na cozinha. Entre e me sentei na cadeira ao lado de Shiryu.

— Mestre, há algo que eu devo lhe contar...

— O que é meu discípulo?

— Na Ilha, a pessoa que me curou... Foi a dona de um broche que você deixou em minhas roupas...

— Você a encontrou?!

— Sim, Kor’e... Ela me disse que o broche guardava energia divina e multiplicou meu cosmo e me possibilitou a enfrentar e derrotar Miro...

— Foi o broche... Então eu presumo que...

— Não se preocupe, sinto que meu cosmo foi permanentemente aumentado... – Então o broche de Perséfone despertou o sétimo sentido de Shiryu... Obrigado velha amiga... Você evitou que meu discípulo sentisse muita dor para alcançar isso...

— Você provavelmente acaba de alcançar o poder que torna os cavaleiros de ouro tão formidáveis, o sétimo sentido, a capacidade que excede visão, tato, paladar, audição, olfato e intuição...

— Então...

— Você ainda precisa alcançar a maestria, já que alcançou apenas por uma dádiva, mas o básico você já tem... É uma pena que terá que desenvolver essa capacidade durante a invasão do Santuário...

— Invasão...?!

— Temo que outros cavaleiros também se entregaram ao mal...

— Então eu, como seu discípulo devo ajuda-lo a punir os que usaram o poder dos cavaleiros para objetivos malignos... Irei com você meu mestre...

— Eu espero poder acompanhar vocês... – June veio até nós e deixou uma grande tigela de arroz na mesa.

— Se dessa vez o mestre ancião for com você eu poderei ficar bem menos preocupada Shiryu... – Shunrei terminou de nos servir.

— A propósito Shiryu, o que Saori disse na ligação?

— Em uma semana eles irão...

— Devemos ir até o Japão e ir de avião com eles?!

— Não acredito que devemos ir andando, já que isso acabaria fortalecendo nosso fôlego durante a viagem...

— Andar da China até a Grécia? Isso vai cansar a minha beleza – June tirou algumas risadas de nós.

— Então partiremos amanhã mesmo, Shunrei, odeio pedir isso à você, mas poderia nos preparar um bom lanche?!

— Será um prazer...

— Só não vá esconder alguma carta de amor na comida de Shiryu... – Os dois ficaram vermelhos, June ficou quieta, parecia entender o lado de Shunrei.

— Mestre, não fale coisas assim, está deixando a Shunrei encabulada...

— Mas você também está encabulado Shiryu...

— Mestre!

— Bem, já terminei de comer, eu vou dormir... June, não deixe esses dois se agarrarem aqui, essa é uma casa de respeito – Fui pro quarto gargalhando enquanto tinha a certeza que até June estava corada por debaixo da máscara.


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Notas finais do capítulo

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