Crônicas De Whitörn escrita por maisutoGUN


Capítulo 8
O Cavaleiro de Olhos Violetas


Notas iniciais do capítulo

Tem nada pra escrever aqui não. Só fiz revelações e apresentei mais problemas pra solucionar. É osso a minha vida. xD

Se divirtam! m/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/401086/chapter/8

Mais uma vez estava instaurado o caos. Dessa vez haviam duas lutas paralelas. E parecia que nas duas lutas o mal levava vantagem. Um Lich poderoso e uma montanha gigante de carne. Ambos ferozes e com sede do sangue de heróis.

O que Banqüifar possuia de vermelho Dondeon possuía de negro. Era escuro como azeviche, o âmbar negro dos colares das princesas. Era tão alto e sua aparência tão assustadora quanto a da Montanha de Fogo, porém não possuía cabelo o que fazia com que suas tatuagens-cicatrizes também passassem por sua cabeça. Porém sua barba que era tão negra quanto sua face, chegava ao seu tórax e balançava enquanto golpeava Sir Drevyan. Direita, esquerda, direita, esquerda. Sir Drevyan se lembrava agora quem era Dondeon. Não era menos do que um dos capitães que se tornaram generais do Rei-Logo-Abaixo. E esse já tinha sido morto à meses em uma batalha em Hylobändak em um período antes da guerra.

Ele era de Shördgart, influente com um exército gigante de homens de toda parte do continente do Norte. Dizem que havia com ele homens de Manigart, os portões da humanidade. Lugar que protege o reino dos homens de toda a magia. Todos os guerreiros de lá são os maios fortes dos reinos dos homens. Quem tem homens de Manigart em seu exército pode se considerar com sorte, já que o normal é o caminho inverso. Todos os guerreiros excepcionais vão para Manigart, o protetorado sem reino, afim de proteger todo o continente do Norte das criaturas presas em Murödan, Os Perigosos e Temerários Grandes Muros. Até homens do continente do Sul estão lá, para proteger os homens, mesmo o reino da magia ficando lá. São homens que não aceitam a magia e a querem banida. Não é esse o pensamento dos Nortistas. Eles só queriam viver suas vidas sem a interferência de criaturas temerárias. Não conseguiram banir todas. Ainda existiam as fadas, os dragões e os espíritos das montanhas. Mas todos estavam reclusos em seus habitats e de lá não saiam. Mas isso é algo pra ser comentado a respeito apenas mais pra frente.

A face daquele combatente de azeviche que agora encarava Sir Drevyan estava impassível. Direita, esquerda. Era impossível decifrar o que se passava em sua mente. Direita, esquerda. Ele não demonstrava nem mesmo uma gota de suor. Ele não parecia ter a mesma consciência de Banqüifar o que provaria que o Lich teria total controle sobre a mente daqueles mortos-vivos. Ou Dondeon já era assim em vida. O que seria improvável. Ele era um líder. Direita, esquerda.

Logo ao lado daquela luta bruta que acontecia entre Sir Drevyan e o ex-general Dondeon, Monserrat tentava se desviar daquela fumaça que o Lich Dimarell lançava incessantemente fazendo uso dos rolamentos que aprendera. Ao menos Dimarell não atacava sua mãe, que poderia saber usar magia arcana, mas não tinha modos de se defender. A unica magia que ela parecia conhecer era a de controle de massas, a magia Svayv. Ela aplicava sua magia agora em Monserrat, a controlando como uma marionete, incitando-a contra Dimarell e depois a puxando rapidamente. Os movimentos fluíam naturalmente na Pluma de Prata como se ela os estivessem executando por si só.

Aquilo ainda era inacreditável para Monserrat, mas fazia sentido. As palavras de sua mãe ainda ecoavam em sua cabeça.

Eu sei ler, Monserrat. E sendo uma simples filha do meio de tantos irmãos eu poderia aprender o que bem quisesse. Juntei-me a um Idryn e estudei magia. Não o bastante, pois assim que conheci seu pai viemos para Bönfrir e nossa prioridade era cuidar de você. Mas foi tempo suficiente de aprender um truque ou dois. Sua mãe portanto sabia mais alguma coisa, e não mostrou. Talvez fosse perigoso e portanto não a tinha contado.

– Se concentre, querida. Se sua mente estiver tão dispersa não conseguirei te ajudar. Por isso coisas inanimadas são sempre a melhor escolha, pois digo que sim. - Sua mãe parecia estar se divertindo com aquilo tudo. A ultima coisa que Ollyne aparentava era estar apavorada ou ao menos preocupada. AO menos alguém alí estava certo de que ganharia. Acontecia a mesma coisa do outro lado desta balança. Dimarell sustentava seu sorriso maligno. Conjurando sem parar, em um murmúrio sua fumaça preta e verde.

– Não se preocupem, senhoras. Meu sopro de Lich não se apodera do seu corpo enquanto ainda estiverem vivas, mas devo alertá-las de uma coisa. A fumaça é mortal. - A risada ecoou novamente. Aquela risada era como a morte sendo provada e su gosto amargo sendo sentido pelo âmago do próprio ser. As forças se esvaiam quando o som daquele lamento disfarçado encostavam nos tímpanos e apenas a força de vontade da garota a davam forças pra continuar. Sua força de vontade e sua mãe Ollyne que a mantinha de pé com firmeza puxando e empurrando cordas invisíveis.

Dimarell agora não conseguia parar de falar, dando sua presa como vencida. - Curvem-se perante a Ordem dos Lichs. Não tereis a menor chance contra mim e sou apenas um Lich Recém-Evocado das chamas. Na hierarquia sou o mais baixo que há e mesmo assim vocês tremem. Meu poder é imenso perante suas tenras forças.

O ataque de ambos os lados pareciam infrutíferos. Enquanto Dimarell conjurava fumaças ofensivas, das quais atirava todas em Monserrat e se protegia com uma fumaça defensiva, também preta e verde que formava um escudo de redemoinho em sua fronte e o protegia, o mesmo acontecia do outro lado de uma forma oposta. A magia de Ollyne dependia da pura destreza de Monserrat. Se ela não fosse uma filha dos deuses, sendo apenas uma garotinha que seria usada como marionete com certeza não surtiria o mesmo efeito.

A estratégia das duas consistia em Monserrat sendo usada como isca e Ollyne atirando rochas e galhos de madeira com a ponta cortante em direção ao feiticeiro negro. Fjedsøll ia de encontro ao mago com a espada rubra na mão. Ela não tinha percebido até aquele momento, mas a espada brilhava bem suavemente pelo contato do sol. E apenas aquilo parecia aquecer sua mão naquele frio nortenho trazendo-lhe alento e aquecendo também sua vontade. Já havia mais do que determinação para acabar com aquele Lich que a queria morta ainda nem sabia porquê.

O sangue da guarda de Sir Drevyan começava a escorrer aos pés de Monserrat o que a desconcentrou, ela gritou de susto e apenas por esse momento poderia ter sido morta se não fosse sua mãe a fazendo desviar de mais uma fumaça enviada na direção de sua face pelo Lich.

– Creio que você queira saber o por que de estar te perseguindo não é jovem dos cabelos prateados?

– De certo, criatura das trevas. O que tens haver com uma filha dos deuses. - Quem falava era Ollyne que mostrava toda a repugnância que sentia perante ao mago das trevas.

– Oras, não se exalte senhora. Sou apenas um enviado do Lich King para acabar com todos os vestígios dos filhos dos deuses por essas terras. Somos simpatizantes da Família Negra de Sodovar e aguardamos ansiosamente o fim da guerra-de-sempre dos deuses. Escolhemos nosso lado, e optamos por dificultar as coisas assassinando todos os receptáculos. - O sorriso amarelo. - Eu achei uma ideia divina.

Dimarell já estava dando sua vitória como garantida, mas uma reviravolta frustrou seus planos. Uma espada branca como marfim pode ser vista ao lado pescoço de Dimarell e com um movimento repentino arrancou-a fora mostrando a face de quem cometeu aquele ato. O cabelo espetado em tons que iam do banco ao preto, os olhos cor de violeta, o sorriso branco que mostrava sua altivez, porém possuía rugas de expressão o que também denotava sua não tão juventude.

No momento em que a cabeça do Lich roçou o chão o gigante de azeviche Dondeon se contorceu em agonia, pois ao ver seu líder sem cabeça se distraiu tempo o suficiente para a Dobradora de Gigantes lhe acertar o braço, apagando uma parte das tatuagens-cicatrizes e arrancando um naco de carne no processo.

O homem vinha correndo na direção de onde o brutal combate se encerrava e em um movimento sincrônico com Sir Drevyan arrancaram os dois braços de Dondeon enquanto este estava entorpecido em dor. Em um movimento único, o homem girou nos calcanhares e com a força do impulso arrancou também a cabeça do gigante que tombou para a frente. Apenas para garantir, Sir Drevyan estocou sua espada nas costas do gigante.

Enquanto o Sopro de Lich se esvaia de Dondeon e ele morria afinal, o corpo de Dimarell, que havia permanecido de pé até aquele momento estremeceu e de dentro de seu pescoço brotaram dois braços feitos de uma fumaça que parecia mais espessa do que as que o mago negro lançou em Monserrat. Aquilo ria como o próprio mal e segurando a cabeça de Dimarell com as duas mãos a puxou de volta, encaixando perfeitamente no lugar. Os olhos do Lich se abriram e seu globo estava totalmente negro, mas voltava ao normal aos poucos.

– Oras, se não vejamos. - De pronto o mago reparou que não possuía mais nenhum guarda-costas e com um sorriso que não mostrava seus dentes amarelados fitou o peregrino-cavaleiro de olhos violetas. - Parece que estou na desvantagem! Quatro para um. - A risada diabólica assolava a alma dos que tinham que ouvi-la novamente. - Que comecemos então!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei que o conceito de Manigart se parece com o da Muralha antes dos acontecimentos de ASOIAF... Fazer o que? MWAHAHAHAHA

To expandindo o continente. E creio que a história levará Monserrat a Manigart. Creio que sim.

Nortistas = Moradores do continente do Norte.
Nortenhos = Moradores do Norte do continente do Norte.
Deu pra sacar a diferença?

Vou deixar os próprios Lichs falarem sobre suas hierarquias. Se não se perde muito da história explicando aqui não é? :)

Feitiço e magia arcana é a mesma coisa nesse universo. Conjurações. Sendo que feitiços são coisas mais básicas que tem haver com controle mental. Uma poção de amor, por exemplo, só faria efeito se após todos os ingredientes prontos fosse feito uma conjuração para que aquilo se torne uma poção mágica. Poções de força e de destreza são feitas da mesma forma por feiticeiros. Aquilo que pode ser proferido e causar danos ou reparações sem a necessidade de outro item se não a voz é chamado de magia arcana. Feitiçeiros vem primeiro na hierarquia, depois os magos e depois os Idryns e os Lichs.

Sou viciado nesse negócio de hierarquia, é osso. xD

Apresentando um pouco mais da mitologia do universo da qual não trato desde o primeiro episódio. Mals jogar assim tudo de uma vez. Mas o personagem tá falando pra quem já manja e de um jeito manjão. A Monserrat vai ser instruída nisso direito, assim como todos enquanto lêem. :)

Azeviche é uma pedra preciosa, mas o Dondeon era de carne e osso. Hehe. Era só uma expressão.

Não. O novo personagem tem olhos violetas, mas não é um Targaryen! xD