Crônicas Do Olimpo - A Maldição Do Titã escrita por Laís Bohrer


Capítulo 21
Os Deuses Decidem : Explodir ou Não Explodir


Notas iniciais do capítulo

* Alguns Paragrafos copiados.

—________________________________

Eu me senti muito culpada por fazer vocês chorarem na morte de Percy e Zoë. Mas a saga continua... E esse capítulo não pode ser muito original com o conselho dos deuses. mesmo assim... ele é importante.



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A Chuva começou bem lentamente, a tempestade agora era uma chuva simples e tranquila. Eu quis ver de outro modo. O Céu chorava junto comigo. Mas eu fiquei bem por ver aquele sorriso fraco no rosto de Percy. Jake estava em pé atrás de mim olhando como se não soubesse o que sentir. Eu toquei o rosto do meu irmão, tão em paz como se ele fosse acordar a qualquer momento me pregando uma peça e caindo em gargalhadas rindo de minha pessoa.

Thalia e a deusa Ártemis estavam próximos de nós agora. Eu me virei para Jake.

- Eu quero enterra-lo... - falei. - Sem truques... No Modo tradicional.

Ártemis deu um passo a frente e se ajoelhou ao lado do corpo morto de Percy, ela tocou a testa do meu irmão com dois dedos e murmurou algo em grego antigo. Uma benção. Eu assisti o corpo de Percy brilhar e no instante seguinte ele não estava mais lá... Tudo o que sobrara era uma boneca de pano - Trina - e sua lança - corta-ondas em sua forma de caneta.

- O que você fez? - me atrevi a perguntar.

Ártemis sorriu para mim.

- É um herói que merece uma memória. - então ela me entregou a caneta. - É uma herança, pertence a você agora.

Peguei a boneca no chão e a caneta na mão de Ártemis e coloquei no bolso oposto aonde estava Anaklusmos. Não evitei, uma lagrima caiu do meu olho, Ártemis notou.

- Zoë pediu para dizer a você... - continuou ela. - Que se sentia honrada por ser você a carregar Anaklusmos. 

Eu assenti e limpei a lagrima. Eu sorri.

- Ela foi uma boa tenente. - admiti.

- Ela vivera para sempre...  - disse a deusa apontando para o céu. - Nas estrelas.

Eu sabia o que ela queria dizer com aquilo, eu vi a constelação de Zoë, a partir do momento em que eu a vi, ela passou a ser a minha preferida. A Tempestade estava bem longe, apenas fragmentos da mesma nos tocavam. Ártemis estava tão transtornada que tremeluzia numa luz prateada. Isso me deixou nervoso, porque se ela de repente perdesse o controle e aparecesse em sua plena forma divina, nós iríamos nos desintegrar ao olhar para ela.

- Eu preciso ir ao Olimpo imediatamente – disse Ártemis. – Não serei capaz de levá-los, mas mandarei ajuda.

Então ela olhou interrogativamente para Thalia, como se ela não estivesse certa sobre o que fazer com essa filha mais nova de Zeus. Thalia parecia relutante em olhar para cima, mas algo a compeliu, e ela sustentou o olhar da deusa. Não sei ao certo o que se passou entre elas, mas o olhar de Ártemis se suavizou com simpatia. Então ela se voltou para mim.

- Megan... A Respeito da sua escolha sobre entrar para a caçada...

- Espere... - Jake interrompeu, ele olhou para mim como quem pede uma explicação. - Megan... Ser uma caçadora de Ártemis?

Me senti ofendida.

- Qual o problema? - perguntei.

- Nada é que... - ele procurava as palavras certas. - Você... Você não pode me dei... Nos deixar. 

- Acalme-se herói. - disse Ártemis. - Megan não quer se tornar uma caçadora. Eu sei bem, eu vejo isso... 

Ela tocou meu ombro. 

- Você nasceu para ser o que é. - disse ela. - Um Digno destino de uma heroína.

- E isso é bom? - perguntei.

- Sim e não.  - disse ela. - Acho que o lado ruim você já passou aqui. 

Então ela se afastou. 

Ela subiu em sua carruagem, que começou a brilhar. Nós desviamos os olhos. Houve um lampejo prateado, e a deusa se foi.

Eu, Thalia e Jake estávamos por nossa conta agora.

- Mas... Como vamos sair daqui? - perguntou Thalia.

Então eu ouvi o bater de asas. Então eu ouvi o barulho de grandes asas. Três pégasos desceram através da neblina: dois cavalos brancos alados e um puramente preto.

- BlackJack? - questionei. - O que esta fazendo aqui?

Chefinha! Pelo visto conseguiu ficar viva sem mim... Mas onde esta o chefe?

Eu hesitei.

- Bem... - comecei. -  O Percy... 

Blackjack me olhou com preocupação.

Entendo... Bom, não podemos ficar tristes agora, se conheço o chefe bem, ele não iria querer isso.

Tem razão. Mas não se acostume ao ouvir isso. - falei sem emoção.

Sim senhora! Ah, Eu trouxe Guido e Porkpie comigo.

E ai, Beleza? disseram eles.

- Ah... É, acho que sim. - falei distraída. – Esses são meus amigos. Nós precisamos chegar ao Olimpo bem rápido.

Sem problemas, Blackjack falou.

- Obrigada. - falei.

- Você entende eles? - perguntou Jake.

- É... Novidade. - falei.

No instante seguinte, eu montei em BlackJack, Thalia montou em Guido e Jake em Porkpie. Claro, ele disse que emu amigo tinha cheiro de Javali, eu não sabia qual era o cheiro de Javali, mas deveria ser bom, pois Porkpie se dera muito bem com Jake.

Uma hora eu quase cai em queda livre do céu, eu não conseguia me concentrar no "Segure firme! Chefinha" que BlackJack mandava para mim. Mesmo assim eu fiz o meu melhor. 

Nós voávamos sobre uma cidade, uma ilha de luzes no meio da escuridão. Ela passou por nós tão rápido que podíamos estar em um avião. 

- Então, dessa vez... - disse Jake. - Foi você que me salvou.

- É... Quando alguém é importante para a gente...

- Você corre atrás. - disse ele. - Então... Eu sou importante.

- Se não fosse, eu teria te deixado no mundo inferior dois anos atrás...

- Ah... - bufou. - Nem me lembre.

Mas mesmo no escuro da noite, ele sorriu. Sorrir deveria ser um insulto as Percas de Zoë e Percy, mas com a boneca Trina e a caneta de Percy, eu sentia que ainda tinha um pedaço dele comigo.

- Desculpem interromper... Mas, como acha que ficará Luke? - perguntou Thalia.

- Não acredito que ele esteja morto. - falei. - Não tão facilmente, talvez ferido, mas não morto.

As cidades estavam passando rapidamente agora, ilhas de luz bem juntas, até que toda a paisagem abaixo era um carpete brilhante. A alvorada estava próxima. O céu oriental estava se tornando cinza. E um pouco acima, um imenso brilho branco e amarelo se estendia à nossa frente – as luzes de Nova York.

E quanto à velocidade, chefe? Blackjack se vangloriou. Ganhamos feno extra no café da manhã ou o quê?

- Você é o cara, BlackJack. - falei. - Er... Cavalo. 

- Nos veremos ele de novo. - disse Jake. - Luke. E na próxima ele vai morrer, eu mesmo vou mata-lo...

- Percy não iria querer que sua memória fosse de uma vingança. - falei. - Depois que joguei Luke daquela montanha, não me senti melhor, acredite.

Ele aprecia surpreendido com minhas palavras, não discutiu.

 Mas diferente de Bianca. Diferente de Zöe. Luke não podia estar vivo. Não seria justo.

– Ali está. – A voz de Thalia. Ela estava apontando na direção de Manhattan, que estava aparecendo rapidamente. – Começou.

- O que começou? - perguntei.

Então eu olhei para onde ela estava apontando. Bem acima do edifício Empire State, o Olimpo era sua própria ilha de luz, uma montanha flutuante brilhando com tochas e braseiros, palácios de mármore branco reluzindo no céu matinal.

– O solstício de inverno – disse Thalia. – O Conselho dos Deuses.

Voar era suficientemente ruim para uma cria de Poseidon, mas voar direto para o palácio de Zeus, com trovões e relâmpagos rodopiando em volta, era ainda pior. Nós circulamos sobre o centro de Manhattan, fazendo uma órbita completa em torno do Monte Olimpo. Eu estivera lá apenas uma vez, viajando de elevador até o secreto sexcentésimo andar do edifício Empire State. Dessa vez, se possível, o Olimpo me fascinou ainda mais.

Na escuridão do começo da manhã, tochas e fogueiras faziam os palácios da encosta da montanha reluzirem em vinte cores diferentes, de vermelho sangue a azul índigo.

Aparentemente, ninguém dormia no Olimpo. As ruas retorcidas estavam cheias de semideuses, espíritos da natureza, e deuses menores fazendo alvoroço, montando carruagens ou liteiras carregadas por ciclopes. O inverno parecia não existir aqui.
Capturei o aroma de jardins em plena florescência, jasmins, rosas e coisas ainda mais doces que eu não sabia o nome. Música flutuava vinda de várias janelas, os sons suaves de liras e flautas de bambu.

Elevando-se no pico da montanha estava o mais grandioso palácio de todos, o reluzente salão branco dos deuses. Nossos pégasos nos deixaram no pátio externo, em frente a enormes portões de prata. Antes que eu sequer pensasse em bater, os portões se abriram por conta própria.

Boa sorte, chefe, Blackjack disse.

- Claro... - falei mal sabendo o que me esperava lá dentro, porém, mesmo assim nem sabia dizer se era bom ou ruim, talvez os dois.

Eu nunca tinha visto todos os deuses juntos. Sabia que qualquer um deles poderia me reduzir a pó, e alguns deles gostariam de fazê-lo.

Ei, se você não voltar, posso usar seu chalé como meu estábulo?

- Você não esta ajudando, BlackJack. - falei irritada.

Só falando, chefinha. Desculpe.

Blackjack e seus amigos voaram, deixando Thalia, Annabeth e eu sozinhos. Por um minuto nós ficamos lá observando o local, do jeito que ficamos juntos em frente ao Westover Hall, o que parecia ter acontecido há um milhão de anos. E então, lado a lado, entramos na sala do trono.

Doze enormes tronos faziam um U em volta da lareira central, como o posicionamento dos chalés no acampamento. O teto acima brilhava com constelações – até mesmo a mais nova, Zöe, a Caçadora, fazendo seu caminho através dos céus com seu arco preparado.

Todos os assentos estavam ocupados. Cada deus e deusa tinha cerca de cinco metros, e eu te digo, se você alguma vez teve uma dúzia de indivíduos todo-poderosos e superenormes voltando seus olhos para você de uma vez... Bem, de repente, enfrentar monstros parecia um tipo de piquenique alegre.

- Sejam bem-vindos! Heróis! - saudou Ártemis.

- Moooo! 

Foi então que eu notei a presença de Bessie, o Ofiotauro e Hansel, o menino-jegue.

- Mééééégan! - baliu ele. - Mas... Onde esta Percy?

Não respondi, apenas dei um triste sorriso.

- Ah... Não. - começou ele andando na minha direção, mas pareceu se lembrar de que estava dando as costas para Zeus, ele olhou o deus como quem pedia permissão. 

- Pode ir! - disse Zeus.

Hansel correu com a face de preocupação ele me deu um abraço de bode e disse:

- Eu sinto muito.

- Não sinta. - falei quando ele se afastou.

Bessie fazia estardalhaço em sua bolha de água. A fogueira central crepitava.

Olhei nervosamente para meu pai, Poseidon. Ele estava vestido de forma parecida com a última vez que eu o vira: bermuda de praia, uma camiseta havaiana e sandálias. Ele tinha o rosto ressecado e bronzeado com uma barba escura e profundos olhos verdes. Parecia abalado, mas olhou para mim como quem dizia: Esta tudo bem...

- Você precisa convence-los! - Hansel exclamou. - Eles não podem fazer isso!

– Fazer o quê? – perguntei.

– Heróis – Ártemis chamou.

A deusa deslizou de seu trono e adquiriu tamanho humano, uma jovem garota de cabelo castanho avermelhado, perfeitamente sossegada em meio aos gigantes Olimpianos. Ela andou em nossa direção, suas roupas prateadas cintilando. Não havia emoção em seu rosto. Ela parecia caminhar em uma coluna de luar.

– O Conselho foi informado dos seus feitos – Ártemis nos disse. – Eles sabem que o Monte Ótris está se erguendo no Oeste. Eles sabem da tentativa de libertação de Atlas, e dos exércitos reunidos de Cronos. Votamos por agir.

Houve um balbuciar e conversas confusas entre os deuses, como se eles não estivessem todos muito felizes com este plano, mas ninguém protestou.

- O que? - perguntei.

– Ao comando de meu Lorde Zeus – Ártemis disse, – Meu irmão Apolo e eu devemos caçar os mais poderosos monstros, buscando atacá-los antes que eles se unam à causa dos Titãs. Lady Atena deve checar pessoalmente os outros Titãs para ter certeza de que eles não escapem de suas diversas prisões. Lorde Poseidon obteve permissão para liberar toda sua fúria no navio de cruzeiro Princesa Andrômeda e mandá-lo para o fundo do mar. E quanto a vocês, meus heróis...

Ela se virou para encarar os outros imortais.

- Estes meio-sangues prestaram um ótimo serviço para o Olimpo. Alguém aqui negaria isso?

Ela olhou em volta para os deuses reunidos, encontrando as faces deles individualmente. Zeus em seu escuro terno risca de giz, sua barba preta impecavelmente aparada, e seus olhos faiscando com energia. Ao seu lado se sentava uma bela mulher com cabelo prateado trançado sobre um ombro e um vestido que cintilava cores parecidas com as das penas de pavão. A Lady Hera.

À direita de Zeus, meu pai Poseidon. Ao lado dele, uma grande massa que era um homem com a perna em um suporte de aço, uma cabeça disforme, uma selvagem barba castanha, fogo tremeluzindo através de suas suíças. O Lorde das Forjas, Hefesto.

Hermes piscou para mim. Ele estava vestindo um terno empresarial hoje, checando mensagens em seu celular caduceu. Apolo estava inclinado para trás em seu trono dourado usando seus óculos escuros. Ele estava usando fones de iPod, então eu não tinha certeza se ele ao menos estava escutando, mas ele levantou o polegar para mim.

Dioniso parecia entediado, enrolando uma vinha entre os dedos. E Ares, bem, ele estava sentado em seu trono de cromo e couro olhando ameaçadoramente para mim enquanto afiava uma faca.

No lado feminino da sala do trono, uma deusa de cabelos escuros em roupas verdes sentava-se ao lado de Hera em um trono tecido com ramos de macieira. Deméter, Deusa da Colheita. Ao lado dela se sentava uma bonita mulher de olhos cinzentos em um elegante vestido branco. Ela só podia ser Atena, a Mãe de Benjamin e Annabeth Chase. Então lá estava Afrodite, que sorria para mim de propósito.

Então eu notei que eu e Jake estávamos de mãos dadas, quando foi que... Que deusa danada! Mas Jake não pareceu notar, nos segurávamos as mãos um do outro como nossas próprias vidas.

Todos os Olimpianos em um só lugar. Tanto poder nesta sala, era um milagre que o palácio inteiro não explodisse.

- Tenho que dizer... - disse Apolo. - Essas crianças se saíram tão bem que estou até sentindo um Haicai vindo ai... 

Ele pigarreou e começou a recitar:

– Heróis ganham louros...

– Hum, sim, primeira classe – Hermes interrompeu, como se estivesse ansioso para evitar a poesia de Apolo. – Todos a favor de não explodi-los?

Não explodi-los seria bom...

Algumas mãos subiram na tentativa – Deméter, Afrodite.

- Esperem só um minuto! - Ares rosnou. Ele apontou para Thalia e para mim. - Esses ai! Crias dos três ali são muito mais perigosos que meu filho que nem ao menos merece esse título... Um Filho de Ares bancando a donzela em perigo...

Jake apertou mais minha mão com toda a força, gemi, então ele notou que estava segurando-a, ele soltou, mas eu a peguei de novo.

- Se me permite... - interrompi. - Jake enfrentou o titã Atlas, foi idiota é claro, mas idiotamente corajoso. 

Poseidon me olhou interrogativo, então eu soltei a mão de Jake, que era exatamente aonde meu pai olhava. Eu corei.

- Não vamos explodir minha filha em pedacinhos, Ares. - disse Poseidon desviando para o deus da guerra.

– Nem minha filha – Zeus resmungou. – Ela se saiu bem.

Thalia corou. Ela estudou o chão. Eu sabia como ela se sentia. Eu quase nunca falava com meu pai, menos ainda ganhava um elogio.

Mas há um risco de segurança aqui com os outros dois. - disse Atena. 

- Tia? - chamou Jake.

Atena a cortou com um olhar calmo, mas firme.

– É lamentável que meu pai, Zeus, e meu tio, Poseidon, tenham escolhido quebrar seu juramento de não ter mais filhos. Apenas Hades manteve sua palavra, um fato que acho irônico. Como nós sabemos pela Grande Profecia, crianças dos três deuses mais velhos... como Thalia e Megan... são perigosas. Mesmo sendo cabeça dura como ele é, Ares tem um argumento.

– Certo! – Ares disse. – Ei, espere um minuto. Quem você está chamando de...

Ele começou a se levantar, mas uma videira cresceu ao redor de sua cintura como um cinto de segurança e o puxou de volta.

– Oh, por favor, Ares – Dioniso suspirou. – Poupe a briga para depois.

Ares praguejou e arrancou a videira.

– Você é quem deve falar, seu velho bêbado. Você seriamente quer proteger esses pirralhos?

Dioniso suspirou cansado, como se fizesse mais do que ficar sentado na varanda da casa grande bebendo Diet Coke e comendo Pizza e jogando Pinochle com Quiron.

- Não caio de amor por eles, Atena, você realmente pensa que é mais seguro destruí-los? - disse Dioniso.

- Pode ser nossa destruição também. - admitiu Atena. - Apenas aponto o risco. O que nós faremos, o Conselho quem deve decidir. Mas sabemos da profecia, eles podem destruir ou salvar o olimpo.

- Você não confia em nós, em outras palavras. - disse Jake.

- É Aceitável, mas eu não faço o julgamento. - disse ela.

– Eu não vou puni-los – Ártemis falou. – Vou recompensá-los. Se nós destruímos heróis que nos fazem um grande favor, então não somos melhores que os Titãs. Se esta é a justiça Olimpiana, não terei nada com ela!

- Relaxa, maninha. - disse Apolo. -Você precisa se acalmar...

- Não me chame de maninha! - exclamou a deusa. - Eu irei recompensa-los.

– Bem – Zeus resmungou. – Talvez. Mas pelo menos o monstro tem que ser destruído. Concordamos quanto a isso?

Um bocado de cabeças assentindo.

Menos de um minuto para eu entender do que eles estavam falando. Então meu coração se transformou em chumbo.

- Bessie? Vocês querem destruir Bessie? - interrompi.

– Mooooooo! – Bessie protestou.

Meu pai franziu a testa.

– Você deu o nome de Bessie para o Ofiotauro?

- Qual é... Eu achei que fosse uma fêmea! - exclamei. - Mas... De qualquer modo, ele é apenas uma criatura marinha. Uma criatura marinha realmente legal. Vocês não podem destruí-lo.

Poseidon mudou de posição, desconfortável.

- Megan... O Poder do monstro é realmente considerável. Se os Titãs o roubarem, ou...

- Vocês não podem! - exclamei. Olhei para Zeus. Eu provavelmente deveria estar com medo dele, mas encarei seus olhos diretamente. – Controlar profecias nunca funciona. Não é verdade? Além do mais Bess... o Ofiotauro é inocente. Matar algo desse jeito é errado. É tão errado quanto… Cronos comer seus filhos, apenas por causa de alguma coisa que eles poderiam fazer. É errado!

Zeus pareceu considerar isto. Seus olhos flutuaram para sua filha Thalia.

– E quanto ao risco? Cronos sabe muito bem, se um de vocês sacrificar as entranhas da fera, teria o poder para nos destruir. Você acha que nós podemos deixar essa possibilidade remanescer? Você, minha filha, vai fazer dezesseis anos amanhã, justamente como diz a profecia.

- Vocês tem que confiar em nós! - exclamei. 

Zeus franziu as sobrancelhas.

– Confiar em um herói?

- Sim! - falei. - Somos seus descendentes, quer dizer... Ah, puxa! Nós recuperamos seu raio mestre! Nos fazemos missões de vida ou morte por causa de vocês! Do nosso sangue!... Vocês podiam pelo menos confiar em filhos que sacrificaram sua vidas em missões como essa. Filhos como Bianca Di Ângelo...

Me voltei para Poseidon.

- Filhos como Percy. 

Eu não sabia a expressão em seus olhos, algo como tristeza e consideração.

- Megan tem razão.  - admitiu Ártemis. - E é por isso que devo fazer primeiro a retribuição. Minha fiel companheira, Zöe Doce-Amarga, passou para as estrelas. Eu devo ter uma nova tenente. E eu pretendo escolher uma. Mas primeiro, Pai Zeus, devo falar com você em particular.

Zeus acenou para Ártemis vir à frente. Ele se inclinou e escutou enquanto ela falava em seu ouvido.

Um sentimento de confusão tomou conta de mim. Jake aprecia em pânico.

- Megan... - ele sussurrou para mim. - Não.

Eu franzi a testa.

- O que eu fiz?

- Não faça isso.  - disse ele. - Eu não conseguiria aguentar se... Não quero que você...

- Jake, você esta bem? - perguntei.  - Parece que vai desmaiar.

– Terei uma nova tenente – Ártemis anunciou. – Se ela aceitar.

- Não pode fazer isso comigo. - Jake sussurrou para mim.

- Thalia Grace. - Ártemis disse. – Filha de Zeus. Você deseja se juntar às Caçadoras?

Um silêncio pasmo encheu a sala. Olhei fixamente para Thalia, incapaz de acreditar no que estava ouvindo. Mas eu sorri para ela. 

– Eu desejo – Thalia disse, firme.

Zeus se levantou, seus olhos cheios de preocupação.

– Minha filha, considere bem...

– Pai – ela disse. – Eu não vou fazer dezesseis amanhã. Nunca farei dezesseis. Não deixarei essa profecia ser minha. Eu fico com minha irmã Ártemis. Cronos nunca mais vai me tentar.

Ela se ajoelhou perante a deusa e iniciou as palavras que eu me lembrava do juramento de Bianca, o que parecia ter acontecido há tanto tempo.

- Eu me submeto à deusa Ártemis. Eu abandono a companhia dos homens..

Depois disso, Thalia se virou para mim e me pegou de surpresa em um abraço, ela deu um rápido soluço, eu retribui o abraço.

- Parabéns. - eu sorri para ela quando ela se afastou.

 - Eu sentirei falta de Percy. - disse ela. - Eu Sinto muito por ele.

- Eu também. - falei.

Ela apertou meus ombros deixando o claro o quanto era mais alta que eu.

 – Eu devo me juntar às Caçadoras, Megan. Eu não sei o que é paz desde... desde a Colina Meio-Sangue. Eu finalmente sinto que tenho um lar. Mas você é uma heroína. Você vai ser aquela da profecia.

Bufei.

- Legal... 

- Eu tenho orgulho de ser sua amiga.

Ela abraçou Jake, e disse alguma coisa que o fez corar, ele olhou para mim e quando nossos olhos se encontraram ele desviou, em seguida Thalia abraçou Hansel que corou.

Então Thalia foi se postar ao lado de Ártemis.

– Agora quanto ao Ofiotauro – Ártemis disse.

– Esta garota ainda é perigosa – Dioniso alertou. – A fera é uma tentação para um grandioso poder. Mesmo se pouparmos a garota...

– Não – olhei em volta para todos os deuses. – Por favor. Mantenham o Ofiotauro seguro. Meu pai pode escondê-lo em algum lugar no fundo do mar, ou mantê-lo num aquário aqui no Olimpo. Mas vocês têm que protegê-lo.

– E por que nós deveríamos confiar em você? – atirou Hefesto.

- Eu só tenho catorze anos. - falei. - Faltam então dois anos para a profecia acontecer.

- Muitos podem mudar em dois anos, menina. - disse Atena.

- Eu não sou a maioria. - falei duramente.

Meu pai se levantou.

– Não terei uma criatura marinha destruída, se eu puder ajudar. E eu posso ajudar.

Ele estendeu a mão, e um tridente apareceu nela: uma haste de bronze de seis metros de comprimento com três pontas de lança que cintilava com uma luz azul aquosa.

- Vou garantir pela menina e pelo Ofiotauro.

– Você não vai levá-lo para o fundo do mar! – Zeus se levantou abruptamente. – Não deixarei esse tipo de moeda de troca em seu poder.

– Irmão, por favor – Poseidon suspirou.

O relâmpago de Zeus apareceu em sua mão, uma lança de eletricidade que encheu a sala inteira com o cheiro de ozônio.

– Está bem – Poseidon disse. – Construirei um aquário para a criatura aqui. Hefesto pode me ajudar. A criatura ficará segura. Nós devemos protegê-la com todos os nossos poderes. A garota não nos trairá. Eu garanto isso por minha honra.

Zeus pensou sobre isso.

– Todos a favor?

Para minha surpresa, muitas mãos se levantaram. Dioniso se absteve. Assim como Ares e Atena. Mas todos os outros…

– Temos uma maioria – Zeus decretou. – E então, já que não vamos destruir esses heróis... Imagino que devemos homenageá-los. Que comece a celebração do triunfo!


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