Scarlet ainda estava sonolenta, mas podia ficar acordada por algumas horas, Wolf estava dirigindo a quase 48 horas sem descanso, ele estava exausto. A estrada estava escura, porém, os faróis do carro estava acesos. Não havia estrelas nem a lua para iluminar, estava chovendo e a floresta que se fechava como um túnel, não permitia a chuva cair. 

Depois de duas horas sem sair do túnel de árvores, o carro para misteriosamente. A chuva caia forte ali.

- Wolf, qual será o problema? - perguntou Scarlet perto do ouvido de Wolf para ele escutar.

- Esta sem combustível. - disse ele rapidamente - temos que ir a pé.

- Mas, a chuva, podemos ficar resfriados. 

- Scarlet, ficar resfriado não é nosso maior problema, temos que ir a pé.

E assim foi. Scarlet havia colocado o capuz do seu manto e Wolf tinha uma capa de chuva no porta-malas.

A chuva estava forte e a escuridão a cegava. Não haviam trazido lanternas, por isso tinham que olhar para onde pisavam. De repente, Scarlet chutou algo metálico para algum lugar, ela correu para ver o que era. Era uma lanterna. 

- Wolf, uma lanterna! - disse ela levando o objeto a Wolf.

- Ótimo, isso liga? - perguntou ele ignorante.

- Liga. - disse ela ligando a lanterna.

O lugar escuro se mostrou cada vez mais sombrio. A escuridão engolia a luz de um jeito assustador. Ele ouviram um grito dentro da floresta. Era um grito abafado e assustado. Scarlet ficou atenta e correu para dentro da floresta. A chuva que pingava, cortava-lhe o rosto e os espinhos das árvores, rasgava-lhe a pele. Wolf que a seguia ficou atento aos pequenos barulhos que na floresta fazia. Até que os dois chegaram a um terreno, sem árvores, plantas ou qualquer coisa. Havia nele uma poça de água e dentro dela, um pingente. O pingente era de ouro, que brilhava com a luz da lanterna. Scarlet se aproximou e viu o pingente que era em forma de estrela. Ela pegou-o  e o mostrou para Wolf:

- Era da minha avó. Estamos quase perto.

Então correu para uma trilha, que la havia. No final da trilha havia uma casa. Era de madeira e parecia estar caindo aos pedaços, de tão velha. Eles estraram e com a chuva, havia goteiras. A lanterna já não iluminava, pois havia acabado a bateria. 

- Scarlet, vamos embora. - ordenou Wolf.

Scarlet estava diferente, seus olhos verdes estavam sem brilho, sua pele estava mais clara. 

- Não, preciso encontrar a vovó. - disse ela, com uma voz diferente.

Ela pegou um martelo e começou a perseguir Wolf, Ele segurou seus pulsos e tirou o martelo de suas mãos. Ele a abraçou e a levou para fora da casa, onde sua cor normal voltou ao normal. Ela o largou e se sentou num banquinho que lá havia.

- Wolf, eu queria pedir desculpas, eu fiquei descontrolada... - começou ela, mas não terminou, pois houve um grito ensurdecedor dentro da casa.

Wolf entrou primeiro, e Scarlet logo depois. A casa havia se tornado outra coisa, a porta de entrada dava para um corredor de metal e luzes fluorescentes, no final do corredor havia outra porta. Eles abriram a porta, que era estranhamente fria. Dentro era um frigorifico, tinha uma neblina densa de gelo seco. La era todo branco, com exceção do final, que havia marcas de sangue e pegadas, que davam para outra sala. Nessa sala havia cadeiras em circulo, numa dessas cadeiras, sentava inconsciente, Dona Margarida.

- Vo... vó! - disse Scarlet indo em direção a avó.

Porém, foi detida por Buregart, o mago. Que a fez ficar presa em uma caixa invisível. Ele estava sentado em uma cadeira flutuante, acima de Wolf e Scarlet.

- Olá, Scarlet, Wolf. Sejam bem-vindos ao meu lar. Soube que estão procurando alguém. - disse ele com um sorriso malicioso no rosto - Mas certamente, essa pessoa não irá com vocês.

Buregart seria um homem bonito, se não tivesse uma cicatriz no meio do rosto. Pegando um bonequinho de voodoo, e o transformou, que tomou a forma da Margarida e disse:

- Tudo o que esse bonequinho fazer, sua avó irá fazer.

Ele pegou um canivete, que guardava-o em seu bolso, e cortou os seus membros. 

Scarlet estava quase chorando com aquilo, até que, Buregart pegou outro bonequinhos, e fez a forma de Scarlet, e retirou, de seu bolso, uma pequena serra elétrica e o colocou nas mãos da bonequinha. Nesse instante, uma serra elétrica apareceu nas mãos de Scarlet, e a caixa invisível havia sumido.

- Eu vou me divertir um pouco. Scarlet, por favor, termine o trabalho, estou um pouco cansado. - disse Buregart ligando a serra que a bonequinha segurava. 

Ele aproximou a boneca de Scarlet com a serra e cortou a cabeça da avó, respingando sangue em todo o lado. Assim que fez, ele evaporou, deixando Scarlet, Wolf - que estava horrorizado de mais para se mover - e os restos da avó.

Wolf que já estava bom, vou para perto de Scarlet e a abraçou, tentando conforta-la:

- Já passou, agora, vamos embora, antes que ele volte. - disse ele levantando Scarlet pelo braço.

- Ainda... bem que.... tenho você... Wolf... - disse ela abraçando-o.

Assim que o soltou, uma enorme barra de ferro o acertou bem no peito, fazendo da sua morte, instantânea. Ele então sentou-se no canto, onde se encolheu e ficou a chorar. Minutos depois uma menininha de cabelo escuro e olhos avermelhados, enrolou sou braços em volta do pescoço de Scarlet e disse quase como um sussurro:

- Vamos, Scarlet... Hora de acordar.

Veio uma luz. Scarlet abriu os olhos e viu sua mãe debruçada sobre seus pés dormindo, seu irmão estava no celular, quando a viu se levantar.

- Daniel? Você esta bem? - perguntou ela, sua voz saiu fraca, mas deu para ouvir.

- Ora, claro, não sou eu que estou em coma. - disse ele sarcasticamente.

- Daniel! Para. - ordenou a mãe abraçando-a fortemente.

- Cade a vovó? - perguntou Scarlet.

- Na casa dela. - respondeu a mãe.

- Eu posso ir la mais tarde?

- Claro, meu docinho.

                         ***

Mais tarde, Scarlet havia colocado o manto vermelho, e saído, para a casa da vovó.