POV Ally

Voltei para casa um pouco depois das nove horas da noite, sabendo que eu teria que voltar novamente ao hospital. Na hora em que eu fui me deixaram entrar, pois era hora de visitas então fiquei conversando com meu pai, escutando música e tomando muito café para não adormecer, mas duvido que agora me deixem ficar ao seu lado. Mesmo assim gosto de ir.

Cheguei a minha casa, joguei meus sapatos em algum lugar da sala que não fazia a menor ideia e fui para o banheiro tomar um banho de água quente relaxante com um bom jato de água fria no final para despertar.

Meus pés estavam me matando, minha cabeça latejava e meu corpo parecia que ia parar de funcionar a qualquer momento de tão exausta que estava.

Quando sai, enxuguei-me e fui me vestir. Coloquei uma calça jeans e um moletom que me deixasse bem quentinha e confortável. Calcei um tênis meio velho que tinha, mas era a coisa mais confortável que poderia achar no momento. Botei meus óculos, sequei meus cabelos e lhes escovei, os deixando soltos.

Peguei minha mochila que não era da escola, a mais velha que tinha, e botei meu caderno/diário nela, além de um outro casaca se no caso eu ficasse com frio.

Deitei-me na cama um momento para descansar, mas no instante seguinte vi alguém subindo pela mini varanda da janela do meu quarto já que tinha aberto a cortina momentos antes. A abri revelando quem era.

- Elliot, você sabe que um dia desses vai acabar caindo não sabe?

- Eu sei, mas gosto de subir por aqui. – Ri de sua "incrível" habilidade e depois o ajudei.

- Você sabe que poderia ter usado a porta não?

- Gosto de subir por aqui, me faz ganhar mais massa muscular para os bíceps.

- Nossa, isso foi incrivelmente sexy. – Ele mostrou seus músculos a mim e eu comecei a rir ainda mais. – Tudo bem, o que você quer?

- Como eu sabia que não iria jantar em casa pensei em te convidar para ir lá em casa.

- Jantar me parece uma boa ideia já que não como nada desde o almoço.

- Então quer ir?

- Claro, por que não? – Peguei minha mochila e ia me encaminhando até a porta até perceber que ele não tinha se movimentando ainda. – Por que parou?

- Minha mãe não sabe que sai de casa.

- Fugiu você quer dizer. – Controlei meus risos percebendo o quanto ele estava tenso. – Desci comigo e depois sobe pela árvore até seu quarto novamente. Quando tiver chegado até lá eu toco a campainha e pergunto se você está.

- Gostei do plano.

- Agora vem. – Descemos a escada e eu tranquei tudo, guardando minha chave na mochila a colocando nas minhas costas em seguida. Ele subiu pela árvore rapidamente entrando e me dando um sinal de positivo para eu poder ir até sua casa. Toquei a campainha e em instantes sua mãe abriu a porta.

- Oi Ally, como está?

- Ótima e a senhora?

- Senhora? Não sou assim tão velha querida. – Ela começou a rir me convidando para entrar. – Pode ser senhorita? – Concordei com a cabeça fazendo-a me dar um beijinho na bochecha (era seu costume quando eu ia até ali). - Veio ver o Elliot?

- Ele está?

- ELLIOT. – Ela chamou o seu nome que veio descendo as escadas rapidamente. – Moça bonita lhe esperando.

- Só pode ser a Ally. – Eu revirei os olhos para ele, rindo em seguida. – Quer jantar aqui?

- Eu adoraria, obviamente senão for incomodo para sua mãe.

- Claro que não é, você já é de casa bobinha, quase que uma filha para mim. Sente-se que você chegou bem a tempo de provar meu famoso espaguete. – Sentei-me na frente do Elliot que piscou para mim em seguida.

Comemos tranquilamente sempre conversando sobre assuntos aleatórios da vida e quando terminamos eu a ajudei a levar os pratos até a pia. Recebi várias negativas por ter feito aquilo já que eu era uma convidada, mas me senti feliz por ao menos ter ajudado em algo.

O Elliot disse para eu descansar um pouco antes de ir andar por ai, então subi até seu quarto juntamente a ele. Tirei meu sapato, deitei-me em sua cama já sabendo que eu sou quase de casa e ele sentou-se escorado na cabeceira de sua cama me chamando para botar minha cabeça em seu colo. Tirei meus óculos, fiz o que mandou e o mesmo começou a fazer cafuné em minha cabeça me relaxando totalmente e me deixando com muito sono.

- Como foi seu dia?

- Meio agitado, eu recebi um tipo de cargo.

- Cargo?

- Sou um tipo de babá para três alunos novos e agora tenho que ficar na cola deles.

- Nossa, que divertido.

- Você usou sarcasmo comigo não?

- Totalmente.

- Percebi. Mas e o seu, como foi?

- O de sempre. Tive aulas extras hoje à tarde e descobri pelos caras que teremos um jogo contra sua escola.

- Contra a minha?

- Sim, será daqui a umas três semanas. O time não sabe se fica feliz ou assustado.

- Como assim?

- É que o Scott era um ótimo jogador e como ele saiu provavelmente o time ficou desfalcado, porém recebi informações de que o técnico não perdeu tempo e já fez alguns treinos com os inscritos para vaga dele e descobri que alguns que estavam envolvidos eram muito bons. – Automaticamente lembrei-me do Dallas e do Austin.

- É, tem alguns muito bons.

- Agora não sabemos se isto acontecerá mesmo ou se o time vai acabar ficando melhor.

- Você sabe que eu não posso te ajudar ou torcer por você já que somos de escolas diferentes, mas como amiga digo para continuar treinando e se acabarem perdendo, ao menos você fez a sua parte.

- E essa amiga tem razão. Sabe, eu não me importo de perder, o pior são os outros caras que ficam furiosos e tudo mais. Tudo bem que somos uma das melhores escolas da região, mas isto não quer dizer que tenhamos que ser bons em tudo.

- Não levarei isto pelo lado do ego tudo bem?

- Pareceu que eu estava me achando?

- Completamente.

- Vou parar. – Ele começou a rir e logo após viu o horário. – Quer que eu te dê uma carona?

- Está muito tarde e você tem aula amanhã cedo.

- Você também tem aula amanhã.

- Eu sei, mas a sua mãe vai deixar você me levar?

- Vai, só que...

- No final ela acabará brigando por você ter saído de casa essa hora. – Botei meus óculos e calcei meu tênis novamente, pegando minha mochila que estava no chão. – Obrigada. – Dei um beijo na sua bochecha e desci as escadas me deparando com sua mãe na sala.

- Já vai querida?

- Está ficando tarde, mas agradeço pela janta.

- Disponha. Venha mais vezes viu? Gosto de pessoas se deliciando com minha comida.

- Pode deixar. – Sorri para ela e deixei sua casa seguindo meu caminho na calada da noite, procurando a Lua que estava escondida em meio às nuvens dando um ar mais sombrio e solitário as ruas.

Botei meu capuz e me locomovi ao hospital, um lugar onde eu particularmente não gosto de estar por causa de todas aquelas pessoas de branco me causando certo efeito de pânico, mas se é para estar ao lado da pessoa que amo, eu vou.