I Love You? escrita por More Dreams


Capítulo 32
I love you? Yes, I love you.


Notas iniciais do capítulo



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POV Ally

 

— Sabe qual a parte favorita de conhecer alguém muito inteligente? – Acenei negativamente, recendo beijos do Austin por toda a minha face. – É que essa pessoa me ajuda a estudar para as provas finais. – Ri abafadamente, sentindo seus lábios nos meus.

— Você também é um gênio. Não conta.

— Mas eu gosto de me fingir de burro para eu ter uma professora particular que me incentiva com beijos. – Empurrei-o de cima de mim sorrindo.

Estávamos na minha casa, tentando estudar para as últimas provas quando nos perdemos em uma sessão de amasso. Encarei o relógio boquiaberta e levantei-me em um pulo.

— Aus! Prometi levar o Elliot no aeroporto, esqueceu? Vem. – Estendi minha mão para ele, que se levantou de má vontade, gemendo no processo.

— Temos mesmo que ir? – Arqueei uma sobrancelha. – Ok, ok... Prometi ser mais compreensivo e menos ciumento, e eu vou ser, tudo bem?

Encarei Aus.

Ele nunca havia me pedido em namoro e eu não me incomodei com isso por que eu sabia que eu era dele e ele era meu. Andávamos juntos por todos os lugares. Saíamos juntos em encontros. Ficávamos juntos em casa só por termos o prazer da companhia um do outro. Beijávamos. Abraçávamos. Dividíamos nossa comida. Nosso cobertor. Nosso carinho um pelo outro. Não tínhamos mais ninguém na nossa vida que se comparasse um ao outro. Não compartilhávamos saliva com ninguém além de nós dois. Entendíamo-nos. Compreendíamo-nos. Estávamos juntos por alguns meses e não importávamos com rótulos, pois estávamos feliz sendo apenas Austin e Ally.

Sorri com sua cara um tanto aborrecida.

Fiquei na ponta dos pés e lhe dei um beijo meio sem jeito na bochecha, que acabou parando em metade de sua boca.

— Vamos.

 

 

— Minha mãe já chorou muito. Você não vai fazer isso, né Ally? – Elliot me encarava com uma expressão entristecida.

— A gente cresceu junto... E agora só vamos nos ver nas férias. Isso não pode estar acontecendo.

A formatura de Elliot aconteceu antes que a nossa e como ele havia sido aprovado com louvor, decidiu que passaria por um programa de verão pré-início de semestre em sua nova faculdade na Califórnia. Do outro lado do país!

— Estou tão triste que vou perder sua formatura. – Arrumou sua mochila melhor nos ombros. – Fico feliz que pelo menos você e seus amigos foram na minha. - Aus, um tanto relutante, foi, o que me deixou em completa êxtase naquela noite. Trish, Dez e Cassidy foram sem problemas nenhum. Inclusive Dallas, que até cumprimentou Elliot com um abraço amigável.

— Eu também.

— Mas você pode me visitar depois que se formar! Daqui a duas semanas. Você vai adorar a praia da Califórnia. – Fiz uma cara de desgosto. – Eu sei que é praia, mas... É da Califórnia! – Ri com seu entusiasmo.

— Eu vou estar ocupada nesse verão. Eu, minha mãe e Austin estamos na missão de encontrar o pai de Layla. Aquela garotinha que eu te falei, lembra? A do hospital.

— A que a mãe faleceu? – Ele pareceu lembrar-se e eu acenei.

— Ela mesma. Se não conseguirmos encontra-lo, minha mãe decidiu que irá adotá-la. As irmãs do hospital disseram que se precisássemos de qualquer tipo de apoio legal, elas nos apoiarão.

— Sua mãe vai ficar mesmo aqui em Miami?

— Sim. – Respirei fundo. – Foi onde ela e meu pai se conheceram. Onde ele nasceu e faleceu. Ela disse que quer passar o resto da vida que ela ainda tem aqui. Está investindo mais na carreira de escritora dela e está trabalhando na loja de música que tínhamos. Ela não quis comprar a loja, por mais que tivesse um bom dinheiro guardado com o livro publicado, mas só de estar naquele ambiente, ela se sente melhor.

— Fico feliz pela sua mãe. E pela Layla, por ser uma sortuda e ter encontrado pessoas tão legais e boas quantos vocês.

— Não sou tão legal assim.

— É sim. – Ele balançou meus cabelos de brincadeira e eu fiz uma careta.

— Você é um chato.

— Você vai sentir muitas saudades desse chato.

— Vou mesmo. – Sorriu e me puxou para um abraço apertado, sussurrando no meu ouvido:

— Seja feliz. Mantenha contato. E se o Austin pensar, só pensar, em te magoar, eu quebro a cara dele, ok? – Ri, separando-me do moreno.

— Não se preocupe.

— Preocupar-se com o quê? – Aus apareceu com três donuts, um para cada um de nós. Elliot agradeceu e o encarou.

— Sou amigo dela há muito tempo. E se ela me contar que você fez algo que a deixou triste... Volto aqui e te mato, entendeu? – O loiro jogou um braço por cima de meus ombros.

— Se eu a magoasse, eu seria o primeiro a querer me matar. E eu falei ‘se’, porque dependendo de mim, ela nunca ficará triste. – O moreno semicerrou os olhos, acenando. Por fim, sorriu e estendeu a mão. Austin retribuiu, acenando.

— Fiquem bem. Espero que vocês consigam entrar na MUNY. E se vocês forem famosos, por favor, me levem de jatinho para as viagens de vocês. – Revirei os olhos.

— Como se você não fosse se tornar um jogador de futebol profissional.

— É sempre bom ter um segundo plano. – Deu de ombros, despedindo-se e por fim entrando na sala de embarque.

Andávamos em direção ao estacionamento quando Aus comentou:

— Posso dizer que ainda não gosto dele?

— Você sabe que vai ter que passar o próximo dia de ação de graças com ele, certo? – Austin bufou.

— Ok. Ele é legal. – Gargalhei, sabendo que Aus estava sendo orgulhoso e não querendo admitir que realmente estava sendo sincero com sua fala.

 

 

— Ally?

Escutei a voz de minha mãe e acordei. Cocei meus olhos, enxergando sua silhueta um tanto embaçada por ainda estar com sono.

— Oi mãe... O que foi?

— Isso chegou para você hoje de manhã e eu não consegui me controlar...

Vi uma carta em sua mão e imediatamente percebi do se tratava. Enxerguei o logo da MUNY e logo ergui-me, pegando o papel de suas mãos. Senti meu coração bater forte em meu peito e o oxigênio se esvaindo rapidamente de meus pulmões.

Tentei respirar fundo e procurei meus óculos em cima da cabeceira. Coloquei-os e voltei a pegar o envelope, sentindo minhas palmas suadas. Abri-o um tanto nervosa e observei Penny com um sorriso de expectativa.

Ela percebeu meu nervosismo e a cor sumindo de meu rosto, porque decidiu colocar a mão em meu ombro em sinal de conforto.

— Estou aqui, tudo bem? Você é brilhante e tenho certeza que passou com uma bolsa mérito pela sua audição na internet que teve com o reitor de lá. Qualquer coisa, sua mãe está aqui. E seu pai estaria orgulhoso de você, passando ou não, porque te amava muito. Assim como eu te amo.

— Obrigado mãe. – Com sua dose de coragem, li as primeiras palavras da carta.

 

Querida Ally Dawson,

Devido ao seu brilhante esforço em nossa audição, estamos muito felizes de informar que você foi admitida em nossa Universidade e se juntará a nossa classe de música nesse ano maravilhoso. Parabéns! Sabemos que somos uma Faculdade de enorme prestígio...

As lágrimas embaçaram minha visão. A última coisa que eu fiz antes de pular e comemorar foi gritar. E agarrar Penny como um macaquinho em sua árvore.

 

 

Minha mãe ficou muito feliz por mim e para comemorar, fez um chá de hortelã, após perceber que eu fiquei um pouquinho rouca.

Ela disse que prepararia algo mais elaborado, depois de ligar para minha tia e avisar o quanto estava orgulhosa de sua filha.

Eu peguei meu celular e logo disquei o número de Austin, sendo atendido por ele no quinto toque.

— Ally? – Sua voz estava embargada e toda a minha felicidade foi sugada, sendo substituída por uma enorme preocupação.

— Austin? Você está bem?

— Você poderia me encontrar naquele morro... O lugar preferido da minha madrasta?

— Estou indo agora. – Desliguei, pegando as chaves do carro e avisando minha mãe que estava de saída.

 

 

Demorei um pouco para chegar ao seu lugar favorito já que a estrada para lá era um tanto esburacada e cheia de lama. Assim que vi o carro do Austin, eu parei, descendo de meu automóvel e correndo até ele.

O loiro estava encostado em seu carro, olhando pensativo para o horizonte, quando me viu. Relaxou a postura e abriu os braços, aconchegando-me em seu corpo.

Ficamos em silêncio por um tempo, deixando o calor de nossos troncos nos envolvesse.

Sentei-me no capô e puxei-o, ficando agarrada nele.

Eu não sabia o porquê dele estar daquele jeito, mas tinha certeza de que assim que se ele se sentisse confortável, começaria a falar.

— Ally... – Olhei para o seu rosto sério. – Minha mãe foi parar no hospital. Sofreu um coma alcoólico na noite passada.

— Ela está bem?

— Está estável e descansando. Meu pai achou que aquele era o ponto final e decidiu que a colocará em um centro de reabilitação com supervisão vinte e quatro horas.

— Como você está se sentindo em relação a isso?

— Sinceramente? Muito aliviado. Eu não conseguia parar de pensar o que aconteceria se ela continuasse bebendo todo dia... – Ele fechou os olhos por um instante. – Mas também culpado. Eu não estava mais quase visitando-a e eu acho que se eu tivesse permanecido ao seu lado, ela não estaria tão mal. – Seus olhos avelãs encontraram os meus e eu aproximei-me mais, grudando sua boca na minha.

O beijo foi urgente, sôfrego e rápido. Separei-me logo, fazendo carinho em suas bochechas.

— Você não tem culpa Austin. Ela colocou-se naquela situação. Você foi um ótimo filho. Cuidou dela, mesmo a mulher repelindo-o. Aguentou desaforos, pancadas e muitas garrafadas, e mesmo assim não desistiu dela. Se você não estava visitando-a mais com tanta frequência, é porque você estava vivendo a sua vida e tentando criar um futuro digno para si mesmo. Você é maravilhoso! Perdoou seu pai mesmo depois da decepção que passou. Está criando um forte laço com ele e sua madrasta. E é uma ótima pessoa. Agora que ela vai para a reabilitação, vai perceber isso. Ela vai melhorar. E você vai estar do lado dela quando ela estiver completamente lúcida e longe da bebida. Por que você é assim. Mesmo o caminho sendo longo, você vai até o fim. Por que tem paixão pelas coisas. Pela vida. E pelas pessoas ao seu redor. É por isso que eu... – Ele me beijou com força, não me deixando terminar minha sentença.

Envolveu suas mãos em minha cintura e puxou-me para cima de si. Massageou minhas costas e acariciou minha nuca. Suas carícias pareciam como o toque de sua língua; macias e quentes.

Quando terminamos, estávamos sem folego. Olhei-o e percebi um brilho no seu olhar. Como se estivesse pegando fogo.

— Eu te amo Ally. Muito. Eu prometi que não deixaria você falar primeiro. E bem... Não deixei. – Ri envergonhada, dando beijos em todo o seu rosto. Na testa. Nos olhos. No nariz. Nas bochechas. Em seu queixo. No seu maxilar. E por fim na sua boca. Sorrindo durante todo o processo.

— Eu também te amo Austin. Muito. – Ele sorriu, abraçando-me.

Ficamos assim por um longo tempo, apenas aproveitando o sol da manhã.

— Ah... Por que você me ligou? Sentiu saudades? – Um sorriso malicioso brincou em seus lábios e eu revirei os olhos.

— Não... Era só que eu recebi a carta da MUNY.

— Sério? Você foi aprovada?

— Sim! – Sorri largamente. – Você recebeu sua carta?

— Eu peguei na pressa e joguei no meu porta luvas... Eu sinceramente espero que tenha passado depois da ajuda que você me deu em escrever aquela canção...

Passamos uma noite em claro há algum tempo, no penúltimo dia de inscrição para a faculdade. Conseguimos enviar a música em cima da hora e ela tinha ficado ótima.

Assim como eu, Austin também passou por uma audição pela internet. Com sua voz e habilidade com os instrumentos, eu tinha certeza que ele havia sido aprovado. Mas seu nervosismo era maior, o que, nas palavras dele, o fez desafinar nas últimas notas.

— Pega já aquele envelope. – Mandei-o e ele riu, correndo para dentro do carro.

Rasgou e a leu lá mesmo, deixando-me com uma curiosidade inexplicável...

 


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