Capítulo 2 – Explicações, novo emprego e briga:

Percy chegou em casa na ponta dos pés para não acordar as duas garotas da sua vida. Aparentemente não funcionou para Annabeth já que a mesma acendeu o abajur na mesinha ao lado da poltrona. Ela estava com uma lista telefônica nas mãos.

_Será que essa advogada, Rachel Elizabeth Dare é mesmo boa?

_Não sei amor. – Disse Percy atingido com o nome como se fosse uma luva de boxe.

_Percy, vai me explicar agora de onde conhece essa piranha.

_Ok. Rachel é uma ex-namorada minha que ficava indo atrás das minhas namoradas para inventar mentiras sobre mim. Ela se mudou pros Estados Unidos, e eu fiquei livre.

_Isso aconteceu depois dos 10 anos né? – Perguntou Annabeth desconfiada.

_16 em diante. – Disse Percy assentindo.

Ele se aproximou dela e tocou seu rosto.

_Eu...ela parece ser bem bonita.

_Duvido que seja mais do que você.

Eles se beijaram. Percy a pegou no colo e a levou para cima. Os dois deitaram na cama. Percy em cima dela.

_Agora sim podemos estrear ela.

Annabeth riu e o beijou.

Tudo ia bem até que um choro de neném interrompeu o casal.

_Ai filha, deixa a mamãe e o papai terem um tempo sozinhos. – Choramingou Percy.

_Eu vou lá ver o que ela quer.

_Precisa de ajuda?

_Não. Obrigada amor.

Annabeth se levantou.

_Oi meu amor, o que tem? O que tem de errado? É a fralda?

A loira verificou a fralda, mas estava limpa.

Preparou a mamadeira. Quando foi dar a neném, ela recusou.

_Bem, ou você está com cólica ou é manha.

Annabeth deitou ela de barriga pra baixo e começou a embalar ela.

Em 2 horas, Letícia havia adormecido.

Annabeth voltou pra cama exausta.

Percy babava no travesseiro. Ela riu vendo a imagem e se deitou.

A mesa do café estava ótima. Havia uma sobremesa de chocolate com morango que definitivamente não parecia estar ruim, iogurte, queijo colonial, castanha de caju (uma fruta da América do Sul) e uma garrafa de coca. Mas Annabeth queria apenas dormir. Ela tinha tentado disfarçar as olheiras debaixo dos olhos com maquiagem mas ao que parecia ela não conseguia reprimir um bocejo de 5 em 5 minutos.

Mary riu ao entrar com Thiago, seu filho de 4 anos, no apartamento de sua ‘’segunda filha.’’

_Oh Mary, graças a Deus, você... – Mais um bocejo.

_Não dormiu bem, Annie?

_Ah, minha filha não deixou.

Mary colocou as compras no balcão da cozinha. Thiago estava parado do lado da mãe.

_Oh, você é um anjinho.

_Você tinha que ver ele lá em casa. – Mary tentou imitar a voz do filho. – ‘’A tia Annie voltou?’’ ou ‘’Eu posso ajudar a cuidar da bebezinha?’’ ou ainda ‘’To tão ansioso pra ver a tia Annie.’’

Annabeth riu.

Percy desceu as escadas de terno e com problemas com a gravata. Seu cabelo sempre bagunçado estava penteado pro lado.

Annie suspirou. Mary fez gestos: ‘’Esse é o seu marido?’’ Perguntou ela silenciosamente.

A loira foi ao encontro de Percy e arrumou a gravata.

_Bom dia. – Annabeth o beijou. Ele segurou sua cintura delicadamente.

_Bom dia amor. – Percy sorriu. Annabeth foi até a mesa do café da manhã e pegou um morango, molhou no chocolate e levou pra Percy. Ele o mordeu e Annabeth mordeu o resto encontrando os lábios dele novamente.

Thiago fez cara de nojo. Mary sorriu e continuou fazendo seu trabalho.

_Eu nunca vou fazer isso.

Annabeth se abaixou e conversou com ele.

_Um dia você vai encontrar a garota dos seus sonhos. Vai se apaixonar por ela e vocês vão fazer isso sempre.

_Eu espero que esse dia demore muito.

Todos riram. Percy olhou sua esposa.

_Está com roupa de entrevista de emprego.

_Pra que você acha que a Mary veio aqui Cabeça-de-Algas?

_Eu achei que ela vinha cuidar da casa.

_Não. Adivinha, como eu consegui uma bolsa de arquitetura pra uma faculdade aqui de New York eu vou ser estagiária.

_Achei que a gente já tinha conversado sobre isso.

_Na verdade discutimos e eu ganhei a discussão.

_Eu não quero um monte de cara babando em cima da minha mulher.

_Aposto que também tem secretárias bonitas na sua empresa e mesmo assim eu te deixo trabalhar.

_Fala como se eu precisasse de permissão.

_E você está falando como se eu precisasse.

_Não precisa. Só não quero um bando de marmanjo secando o que é meu.

_Não sabia que agora eu era um objeto.

_Não é. É minha esposa, minha mulher, só minha. E eu não to nem um pouco afim de dividir você com ninguém.

_É só um trabalho, não é como se eu tivesse me separando Percy!

_Vocês vão se atrasar. – Mary disse.

Annabeth suspirou e pegou as chaves do carro.

Percy foi atrás dela até no estacionamento.

_Annabeth!

_Que?

_Desculpa. Não queria parecer autoritário. É que você sabe que eu tenho medo de te perder.

_Não vai, Percy é só um trabalho e qualquer engraçadinho que tentar alguma coisa eu deixo uma marca da nossa aliança na cara dele.

_Acho bom. – Disse o moreno pegando ela pela cintura.

_Te amo.

_Te amo mais.

Os dois se beijaram. Annabeth o empurrou.

_Você vai se atrasar.

                                                           ...

_Você já trabalhou numa empresa de arquitetura antes?

_Não, na verdade eu era professora de crianças.

_Filiação...

_Frederick Chase e Selena Chase.

_A advogada é sua mãe?

_Isso.

_Aqui diz que você é uma pessoa determinada, teimosa mas muito inteligente.

Annabeth assentiu.

_Está contratada.

_Não vai se arrepender.

_Tenho certeza que não.

Annabeth se despediu do homem gordo e ruivo que a havia contratado. O analisando bem ele era parecido com Dionísio, o deus grego do vinho e das festas.

Só que ele não tinha cara de que ia a uma festa desde o colegial. Quando Annabeth passou um loiro a chamou.

_Ei gostaria de tomar um café?

Annabeth revirou os olhos. Se virou e sorriu.

_Não, obrigada. Sou alérgica.

_A café?

_A cantadas.

Depois dessa ela achava difícil que aquele cara tentasse algo de novo. Como ela estava errada.