Volte Para Mim Irmão escrita por AngelSPN


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Em um mundo de escuridão e trevas..apenas a fé e a vontade de viver prevalecem.



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Ao entrar no hospital, o caçador sentiu uma espécie de vertigem. Sua cabeça doía tanto que acabou caindo de joelhos, apertando-a com tanta força que os nós de seus dedos, ficaram brancos devido a pressão. Esforçou-se a abrir os olhos verdes e se levantar. Respirou fundo apoiando uma das mãos no joelho, até que a visão criara foco e a dor começava a ficar mais suportável a cada instante.

Tudo estava muito escuro, a pouca claridade não ajudava em absolutamente nada, então pegou sua lanterna e ligou-a. O foco de luz clareou o lugar mostrando-lhe um corredor sujo e úmido. Por um breve momento pensou ter vislumbrado um vulto correr apressadamente para uma das inúmeras portas.

— Maldição, será o garoto? — passo após passo, o jovem foi seguindo até chegar na porta que indicava a enfermaria.

Dean ajeitou sua mochila nas costas e tentou abrir a maçaneta da porta. Fechada. Voltou seu corpo para a outra porta atrás de si. Fechada.

—Droga, será que todas essas portas estão trancadas? — o rapaz seguiu iluminando cada porta que encontrava e, sempre as encontrava cerradas.

Observou atentamente um som ecoar pelo hospital abandonado, assemelhava-se ao choro de uma criança. O caçador dirigiu-se até onde ouvia o lamento, vinha de uma porta com figura de um homem. Era o banheiro masculino. Sua mão encontrou a maçaneta movendo-a lentamente.

— Tem alguém aí? — o choro havia sumido, Dean entrou e esbarrou em algo no chão. Focou a lanterna em um livro que estava caído e com alguns parágrafos grifados que dizia:

“A transferência de pensamentos através da lobotomia está prestes a tornar-se aceita pelos cientistas e médicos”

Dean folheou algumas páginas e viu cair uma folha dobrada em quatro, agachou-se e deixou o livro sem título, pegando a folha e desdobrando-a. Era um mapa do hospital. Nele haviam várias marcações em vermelho, entre as marcações um círculo e dentro dele um pentagrama invertido.

— Já era de se imaginar, esse lugar cheira a morte e rituais macabros — resmungava o loiro com a voz rouca.

O jovem saiu daquele banheiro fétido, não havia ninguém nele. Talvez tivesse escutado mal, ou sua imaginação já estava lhe pregando peças. Afinal, havia batido com a cabeça, seria um pesadelo? Dean voltou a olhar o mapa, não havia reparado que as portas que ele havia tentado abrir estavam com um X vermelho. Alguém certamente já estivera ali, talvez outro caçador? Ou aquele garoto que vira entrar? Sem perder tempo, ele prosseguiu, não podia sair e deixar uma criança sozinha naquele lugar inóspito.

O caçador tentou o celular, tinha que avisar seu irmão.

— Sem sinal, merda! — resmungou recolocando o celular no bolso da calça jeans surrada e com vestígios de sangue seco no joelho.

Dean cruzou por um segundo corredor, ainda mais escuro. Quando se virou para iluminar o lugar, viu uma espécie de vidro que separava o outro quarto. O loiro ajustou sua lanterna para ampliar a luminosidade, e reparou que embaixo de uma mesinha estava o garoto.

— Hey, garoto? Você está bem? Pode me ouvir? — não obtendo resposta o jovem bateu a lanterna no vidro.

Dean viu o garotinho de costas levantar e sair correndo para outro cômodo.

— Espera! Não vou te machucar, estou aqui para te ajudar. Espere. Droga e essa agora! — o loiro passou os dedos no cabelo espetado, observando sem poder fazer nada o garotinho afastar-se com som de risos.

O loiro voltou a focar no mapa em suas mãos, enquanto analisava-o, observou com certa rispidez na voz ao exclamar.

— Não...não...não! Era para ter uma maldita porta aqui e não esse vidro idiota! —Dean amassou o papel e por breves instantes pensou estar enlouquecendo.

Um som se fez ouvir, claramente era um piano. Alguém estava tocando aquela música repetidamente. O rapaz virou-se para sair pela porta que acabara de entrar e quase bateu de frente com a parede. Seu coração acelerou rapidamente ao sentir a respiração morna que vinha por detrás de sua nuca. Como um caçador experiente, ele manteve a calma e no momento certo virou-se usando a lanterna como defesa.

—Maldição! — os olhos agora percorriam o recinto ainda mais escuro — Magia, esse lugar é movido por pura magia negra — o loiro balbuciava enquanto, seus olhos verdes moviam-se de um lado para o outro.

O som do maldito piano continuava, deixando o caçador intrigado e cauteloso. A sua frente não havia mais o vidro de antes, em seu lugar uma porta dupla de metal enferrujada pelo tempo e a extrema umidade que escorria pelas paredes.

— O mapa... — o jovem desamassou o papel e conferiu-o. Como suspeitou a porta estava no lugar correto, recolocou o papel no bolso e tentou abrir a porta — Humpf! Está emperrada — Dean agachou-se vasculhando sua mochila. Não havia muita coisa, e não conseguiria abrir aquela pesada porta com as mãos nuas — Ah, meu velho facão. Uma pena não estar com minha arma. Era para estar aqui.

Sem muitas opções o loiro colocou a ponta do facão na extremidade mais deteriorada da porta.

— Ah... mais um pouco...mais um pouco...— o facão quase dobrava pelo esforço ao qual o rapaz exercia.

Dean ouviu a quietude tomar conta do lugar. O piano cessara. Quem quer que estivesse tocando, parara no momento que a porta estava cedendo. Dean colou o corpo contra a porta forçando-a, o ranger denunciava que ele estava conseguindo abri-la. Parou para tomar um fôlego e nesse instante algo muito forte e pesado bateu na porta de ferro, amassando-a e jogando o loiro no chão com o impacto. Agora o som assustador e esganiçado de algum animal desconhecido tomou o recinto com seus gritos.

— Meu Deus, o que é isso? — as mãos do jovem apalpavam o chão escorregadio e frio, em busca de seu facão e com a outra mão focou na porta.

As fortes investidas contra a porta continuaram, os amassados denunciavam algo muito grande e pesado. A lanterna começou a piscar, o loiro bateu levemente e o foco voltou. Agora uma poça de sangue começava a tomar conta do lugar. O que quer que tenha se jogado contra aquela porta, não havia ficado ileso. Dean levantou-se lentamente, nem havia percebido que continuava sentado no chão.

— Bom, pelo menos a porta era forte mesmo — o jovem falou alto, como se alguém pudesse lhe responder e concordar com tal ironia.

Com toda a cautela, ele aproximou-se da porta. Uma fenda no grande amassado da porta podia-se ver o corredor. Dean iluminou a fenda, o animal não parecia mais estar ali. Tudo agora voltara no silencio de antes. Não havia tempo a perder, tinha que sair dali. Estava preso e a sua única saída era aquela porta.

Passo a passo, movimentos precisos e cautelosos faziam os músculos do Winchester enrijecerem. Com apenas um empurrão a porta despencou para o outro lado.

— Finalmente a saída dessa espelunca mal assombrada — o loiro desviou do sangue abundante e fresco. O cheiro era repugnante e mal dava para suportar.

O corredor a frente havia uma indicação de saída. Sem perder sequer um instante o loiro saiu em disparada. Colocou a mão na maçaneta de metal e sentiu a porta fazer o peculiar clique, esboçou um meio sorriso e antes de poder abri-la o celular preenche o local com AC/DC.

— Droga — o loiro atende rapidamente ao ver o nome de Sam na tela —Sammy, graças o sinal voltou e...

Uma voz rouca e assustadora interrompe a conversa do Winchester mais velho. Do outro lado da linha alguém desconhecido falava pelo telefone de seu amado irmão caçula.

— Ele é nosso. Você não pode salvá-lo. Ele é nosso — Dean sentiu um aperto no peito, algo havia acontecido com seu irmão. Os malditos lunáticos desse local o havia capturado e seu ódio aumentou ainda mais.

— Sam! Onde está meu irmão seu desgraçado! Onde ele está? Vou te caçar até o inferno se preciso for. Me responda maldito! — apenas o chiado podia-se ouvir e entre aqueles ruídos as palavras ainda estavam ali, gravadas.

“Ele é nosso”


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Notas finais do capítulo

Espero a opinião de vocês, ela é muito importante para mim. Beijos!