Cartas Em Chamas. escrita por Hitomi Ai


Capítulo 8
Labirinto do Inferno




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Em seguida voltamos para o nosso dormitório. Eu nunca comi tanto na minha vida. Louis e Zain estavam preocupados comigo. Eles achavam que não era uma boa ideia fazer aquele acordo com o rei. Mas se é para salvar um mundo, mesmo que não seja o meu, então está tudo bem. E também, eu tenho uma aliada muito forte. Lya. “Não pretendo perder” essa frase não saiu da minha cabeça. J avisou logo para nós que haveria a segunda batalha no dia seguinte, mas que na hora as nossas pulseiras iam nos avisar. De alguma forma, sinto que J está mais responsável, isto é, menos “louco” como no primeiro dia em que cheguei aqui.

- Você está mesmo bem com isso? –Perguntou Louis.

- H-Hã? Com o que? –Perguntei.

Louis suspirou.

- Com o fato de estar disputando com o próprio rei. Não estou dizendo que não há chances de você vencer, é que... –Ele parou de falar por alguns instantes. –Estou preocupado.

Fiquei um pouco surpreso.

- Preocupado?

- Vá dizer que você também não está preocupado? Tente se preocupar com você ao menos uma vez...!

- Já é quase hora do jantar. –Eu disse mudando um pouco de assunto. –O que deram para a gente hoje?

- Não tente mudar de assunto... Mas ok, vou checar.

Cada dormitório há um compartimento em que uma equipe daqui desse “palácio” coloca comida para os jogadores. Muitas vezes eu nem me interesso nisso. Eu como algum doce e vou dormir. Deve ser por isso que minha condição física deve ter estado pior.

- Frango grelhado. –Disse Louis.

- Ótimo. –Respondi.

- Mas você vai comer alguma coisa agora? Você comeu muito naquele banquete. –Disse Zain.

- Tenho que me preparar para o dia de amanhã. –Eu disse enquanto pegava um pouco de frango e comia.

Em seguida todos foram jantar. Nos arrumamos para dormir, afinal, amanhã seria um longo dia. Fiquei pensando que tipo de batalha seria dessa vez.

Depois de horas boas de sono, acordei. As pulseiras começaram a nos avisar que a hora havia chegado. Eu, Zain e Louis fomos nos arrumar. Abrimos nosso guarda-roupa. Dessa vez nossas roupas eram iguais, só que em tamanhos diferenciados. Pretas, elásticas, e com uma etiqueta do número “340”. Não parecia que íamos ao circo dessa vez, e sim à uma investigação. Sorri um pouco. Estava com medo, confuso, mas ao mesmo tempo confiante. Quando todos estavam prontos, me concentrei para fazer o teletransporte. Campo de batalha, era o único local que eu tinha em mente. Me concentrei em “campo de batalha”. Então tudo começou a girar e a se distorcer ao mesmo tempo. Um pouco diferente da vez passada em que eu havia feito. Mas ignorei.

Quando chegamos ao campo de batalha, todos os jogadores estavam olhando um pouco para cima. Era J.

- Bem, pessoal! Um recado, um recado! A batalha não será aqui no campo de batalha.

No momento em que J falou isso, todos ficaram se perguntando “O quê? Como assim? E há outro lugar para lutarmos? Só pode estar de brincadeira!”. Eu até fiquei um pouco surpreso também.

- Agora por favor, peguem o objeto que está no bolso esquerdo de vocês! –J prosseguiu.

Achei aquilo mas estranho ainda, mas todos nós resolvemos obedecer.

Ao enfiar a mão no bolso esquerdo, havia uma espécie de caixinha. Parecia uma caixinha de música. Não fiquei surpreso pela caixinha, e sim, em como ela foi parar no meu bolso? Quando pus a roupa, não senti nada dentro dela. Nem sequer sabia que havia um bolso em minha roupa.

- Abram essa caixinha. É um meio de teletransporte novo. Quando abrirem, por favor, escolham o labirinto e se teletransporte para lá. Sugiro que consultem o mapa. Ah, por favor, é proibido matar seus companheiros ok? Encontre-os o mais rápido possível para ajuda! A luta estará terminada quando todos encontrarem seus aliados. Claro, não será todos que vão sobreviver! Hahaha. –Ele disse isso da forma mais natural possível.

Então os jogadores começaram a se teletransportar. Fiquei um pouco aliviado, já que não ia gastar a minha energia para fazer meu próprio teletransporte.

Abri a caixinha. Havia um pequeno botão roxo dentro dela. Cliquei, e nesse exato momento um holograma aparece na minha frente. É uma lista. Zain e Louis abriram suas caixinhas também. Nessa lista havia nome de várias coisas, aparentemente lugares.

“Labirinto...?” pensei enquanto procurava a palavra labirinto. Parecia que a lista estava em ordem alfabética, só que ao contrário. Começava com Z até chegar em A.

- Isso é estranho... –Murmurei.

Então eu achei. Mas não era só a palavra “Labirinto”, estava escrito “Labirinto do Inferno”. Me assustei. Era o único “labirinto” da lista.

- Zain, Louis, vocês encontraram? –Perguntei.

- Sim... “Labirinto do Inferno” não é? –Disse Louis.

- Eu também achei. Só pode ser esse, é o único da lista. –Disse Zain.

- Então vamos nos teletransportar. –Eu disse. –No três!

Os dois concordaram com a cabeça. Então eu comecei. “3, 2, 1, agora!”

- TELETRANSPORTAR! –Todos nós falamos.

No momento em que eu iniciei a teletransportação, reparei que estava só eu. Provavelmente porque as caixinhas eram individuais. Havia várias cores flutuando sobre mim. Uma sensação estranha de cansaço. Um cheiro suave de perfume me fazia ficar muito sonolento... Estava com a sensação de estar flutuando. Será que era um efeito para relaxar antes de lutar?

Então comecei a fechar os olhos. Ah, acho que caí no sono.

Quando acordei havia perdido a noção do tempo. Minha cabeça estava latejando. Um sonho... Será? Não, aquilo não era um sonho. Eu estava num chão de azulejos grandes cor de prata, e ao meu lado havia uma cerca viva. Estranhei. Me levantei e pus a minha mão sobre a minha cabeça. Estava muito frio. Olhei ao redor, era um caminho enorme de cerca viva, com curvas a direita e as esquerda. Parecia um labirinto. Será que... Era esse o tal “Labirinto Infernal”? Então eu reparei que eu estava com uma bolsa de couro marrom.

- Eu não me lembro dessa bolsa estar comigo... –Murmurei.

Abri a bolsa. Havia várias coisas. Havia uma faca. Não, um facão. Mas não de cozinha. Ele era personalizado, como aqueles facões que as pessoas costumavam usar em seus cosplays. Moda que se tornou muito popular no início de 2014. Havia também na minha bolsa um pingente, uma caixinha decorada, um pacote de comida para viagem, um aparelho eletrônico, e claro, a caixinha que J deu para nós (De uma forma que eu ainda não sei, mas enfim).

Abri de novo aquela caixa e cliquei naquele botão. Havia uma opção escrito “mapa”. Cliquei nela.

Nesse momento o holograma ficou em 6D, e mostrando a localização exata de onde eu estava. Aproximei meu dedo e percebi que aquilo era touchscream, então diminuí o zoom para ver onde eu realmente estava.

Eu estava no meio do labirinto. Eu estava em azul. Havia outros pontos vermelhos. Pelo que eu pude entender, eram os inimigos, já que eu já vi isso em muitos mapas de MMORPG. Eu já tinha experiência nisso. Porém, havia outros dois pontos em azul. Será que... São Zain e Louis?!

Nesse momento um outro holograma apareceu na minha frente. Era de Lya.

- Masao! Masao, essa é a segunda batalha, por favor não fique distraído demais! Mandei esse holograma para você, gravei essa mensagem há alguns minutos atrás. A caixinha decorada que tem dentro de sua bolsa é o seu meio de se comunicar comigo. Não hesite em falar comigo quando necessário! Lhe darei dicas, já passei por aí há um bom tempo! Mas... Mas... Eu tenho um pedido. Não morra. Não morra, por favor, não morra! Você não pode morrer, porque você tem que VIVER! Você tem... Você tem que libertar todos nós, VOCÊ TEM QUE SAIR DESSE MUNDO!

Nesse momento a gravação acaba. A primeira coisa que me veio à mente foi encontrar Zain e Louis. Isso, precisava encontra-los primeiro. Abri o mapa e verifiquei. Cada um estava em um ponto longe um do outro. Parecia que não ia ser fácil.

Deixei o mapa aberto a minha frente para poder me guiar. Comecei a andar. No momento em que tem uma curva à esquerda, vejo que há uma grande névoa. Então começo a enxergar uma sombra. Essa sombra corria até mim. Fiquei sem ação. Então essa sombra começou a correr em velocidade supersônica. Quando finalmente pude identificar, eu vi que era um jogador. Não conhecia ele, mas eu tinha certeza que queria me matar. Ele estava segurando uma espécie de machado, e estava partindo com tudo para cima de mim. Na hora eu fui rapidamente abrindo a bolsa para pegar o meu facão.

- Você vai ser o primeiro que eu vou matar, então vou ganhar muitos méritos com isso, com certeza vencerei esse jogo! –Ele disse com olhos arregalados.

O machado dele tinha algum tipo de poder. “Sede sanguinária” podemos chamar?

Então aquela batalha não era só de luta com armas. Podia usar magia. Me senti mais aliviado.

Então eu dei um salto para trás. No momento em que coloquei o facão na minha frente para me proteger, ele se transformou em dois. Estranhei aquilo. Mas eu tinha de pensar rápido. Caso contrário, acabaria sendo morto.

De repente, senti aquele poder de novo de matança transbordando dentro de mim.


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Notas finais do capítulo

Aaah, o capítulo 8! A segunda batalha, Labirinto do Inferno. Um jardim de matança. Parece que pelo jeito, Masao vai ficar fora de controle de novo, o que vocês acham? Até eu quero saber o que vai acontecer! Hahaha, espero que tenham gostado desse novo capítulo!



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