- Eu diria que acabei de interromper algo. – Disse uma voz vinda da porta do quarto.

Anna e Admeto viraram-se, um pouco sobressaltados, afastando-se.

Anna voltou para a beira da cama, começando a abrir a mala, com um sorriso tonto.

- Não me apercebi do teu regresso, irmã. – Disse o anjo. – Trazes novidades?

- As novidades estão nesta sala. – Comentou num tom divertido, enquanto se aproximava.

Admeto olhou-a sério e esta devolveu-lhe um silencioso «O que foi? Estou a brincar…».

- Sim, trago novidades. – Confirmou Flora.

Anna pousou a roupa que tinha na mão e aproximou-se.

- Conta. – Pediu a jovem.

- Bem, a Lucrezia obviamente estava a trabalhar para alguém. Um anjo da Morte não vai atrás de alguém que ainda não está na lista apenas por diversão, a não ser que seja obrigado ou subornado para fazer tal coisa.

- O que nos dá a certeza que alguém os controla. – Concordou Admeto.

- Mas se ela foi obrigada ou subornada, quem nos garante que não virão mais Anjos? – Perguntou Anna.

- O que achas que estive a fazer até agora? – Perguntou-lhe Flora. – Eu estive a averiguar isso. E não. Mais nenhum Anjo da Morte te tenciona matar, aliás, eles dizem que era suposto viveres longos anos.

- “Era suposto”? Isso é passado! Estás a dizer que eu vou morrer? – Perguntou, quase a entrar em pânico.

- Não! Porque eu não permitirei tal coisa. – Informou Admeto num tom firme. – Mas isto indica-nos algo importante.

As duas jovens olharam-no.

- Isto indica-nos que a Lucrezia não será a única a tentar matar-te.

- No entanto, a grande questão é “Quem ou o quê que virá a seguir?”… - Completou Flora.

E os três entreolharam-se, em silêncio, a meditar sobre aquela questão.