Pelo Olhar de Um Anjo escrita por Brenda Andrade


Capítulo 5
Cinco


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura pra vocês (:



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Quando Dean voltou para o motel, como esperado, foi conversar com Jenna. Como eu já sabia muito bem como aquilo ia terminar, resolvi procurar eu mesmo sobre o assassinato.

Entrei na casa onde Katherine estava, entrei em seu quarto e a vi sentada na cama, completamente assustada. Ela não podia me ver, mas parecia perceber minha presença. Suas mãos trêmulas agarravam o cobertor, em sua testa escorriam gotas de suor e seus olhos incendiavam medo. Anjos não causam medo. Espíritos causam.

Concentrei-me o máximo que pude naquele lugar. Eu não estava sozinho com Katherine. Mais alguém estava ali. Ou alguma coisa. No fundo da minha cabeça, uma pontada de dor começou a surgir e então eu a vi. Uma mulher com vestimentas pretas velhas e largas que lhe cobriam do pescoço aos pés. O cabelo estava armado e sujo; os olhos tinham veias vermelhas em alto relevo e embaixo deles, olheiras fortes marcavam seu rosto, como se não dormisse a muito, muito tempo. Ela encarava a mulher de cabeça baixa, dando um ar sinistro ao olhar.

A mulher de preto aproximava-se cada vez mais de uma Katherine que parecia sentir sua presença, mas não podia vê-la. Aproximei-me do espírito o segurei pelo braço. Um vento pareceu surgir do nada em direção à minha face, fazendo meus olhos fecharem automaticamente. Quando finalmente consegui abri-los, percebi que já não estava mais no quarto de Katherine.

O lugar era escuro, a única iluminação que existia era a luz da lua cheia no céu. Atrás de mim havia uma floresta conífera formando montanhas mais ao longe. Na minha frente, mais ao longe havia um trilho de trem. Algo se contorcia no chão no mesmo rumo dos trilhos. Aproximei-me para ver o que era e fiquei assustado quando percebi que era uma mulher. Era a mesma mulher que eu havia visto minutos atrás, aproximando-se de Katherine Neith, mas sua aparência estava completamente diferente. Não havia veias vermelhas em seus olhos, nem fortes olheiras em volta deles. Sua expressão era a mesma de Katherine: apavorada, como se estivesse vendo algum fantasma. Mas por que ela não se levantava do chão?

Antes que eu pudesse chegar mais perto para poder responder à minha pergunta, dois grandes faróis sugiram no horizonte, aproximando-se rapidamente. Era, sem dúvida, um trem. Eu já havia visto alguns desses há muito tempo, quando eu costumava ser um soldado. Mas eu me lembrava do som ensurdecedor que ele fazia. Então percebi que tudo era silêncio à minha volta, como se não passasse de uma... memória. O trem estava a apenas 500 metros de distância quando eu finalmente voltei minha atenção para a mulher. Sua boca mexia gritando desesperadamente por socorro, mas não havia nenhum som.

– Salve-me! - ouvi uma voz ecoar na minha cabeça.

Olhei novamente para a mulher estirada no chão. Cordas de aço prendiam seus braços e suas pernas na borda dos trilhos. Então entendi o que deveria fazer. Mas se aquilo era uma lembrança, como eu poderia salvá-la?

– Salve-me!

A distância do trem era de apenas 300 metros. Corri para a mulher e coloquei minha mão em torno de seu crânio para que pudesse levá-la para longe dali. Mas a minha mão passou diretamente até o chão, atravessando sua cabeça. Tentei mais algumas vezes, mas o mesmo aconteceu. O trem estava muito próximo quando eu resolvi desistir. Dei um passo para trás e simplesmente observei o trem massacrar os ossos daquela pobre mulher.

Então tudo ficou preto e eu voltei ao quarto de Katherine. A mulher de preto já não estava mais lá e Katherine dormia como se nada tivesse acontecido.

Coloquei dois dedos na testa da mulher que pouco antes estava prestes a ter um ataque cardíaco para saber o que realmente tinha acontecido na noite em que Paul havia sido assassinado.

A garagem era a mesma, exceto pela falta do cheiro de pólvora e de sangue. Katherine estava chorando desesperadamente de frente para Paul, segurando uma arma apontada para sua cabeça. Paul segurava as mãos de Katherine, como se estivesse encorajando-a. Mas por que ele iria querer que ela o matasse? Por que ele queria morrer?

– Vamos, Kate! Você consegue. Por favor. - implorou Paul por entre os dentes.

– Eu não consigo... - murmurou Katherine. - Eu não quero... eu não posso... viver sem você... por favor Paul... deve... haver outro jeito.

– Não há Kate. Por favor... por mim. Antes que ela volte.

A presença de um outro ser sobrenatural tomou conta de minha mente. Exatamente como houve momentos antes, no quarto de Katherine. Os olhos de Paul, que eram pura súplica, passaram a transmitir um pavor tão grande que quase causava medo em mim. Ele fixava o olhar em algo atrás da mulher que segurava a arma. Mais especificamente: em um espírito. Era a mulher de preto. A mulher com olheiras sob os olhos avançava lentamente em direção ao casal desesperado.

– Kate. Agora!

Lágrimas correram dos olhos abertos de Paul e pelos olhos inchados de Katherine. Ele larga as mãos da mulher, fecha os olhos e respira fundo.

– Eu te amo, Kate.

– Eu também te amo.

A distância entre a mulher de preto e o homem que estava prestes a levar um tiro era de apenas dois metros.

Eu podia ouvir seus batimentos cardíacos aumentarem.

– Kate...

Um metro.

– AGORA!

Houve um estalo ensurdecedor e então o cheiro de pólvora e sangue tomou conta do lugar.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu estava escrevendo uma outra fanfic, mas o Nyah não aceita o tipo de categoria que a fanfic possui, então eu achei desnecessário ter duas contas em dois sites diferentes... vou continuar postando essa fic, mas aqui http://animespirit.net.br/fanfics/historia/fanfiction-supernatural-olhar-de-um-anjo-1321280 fiquem a vontade para acompanhar por lá (:



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