My Tiger escrita por Escritora


Capítulo 25
Yesubai


Notas iniciais do capítulo

OIE! Esse capítulo demorou sair. Fiquei a tarde inteira limpando meu quarto e organizando meus livros. :) É muito difícil arrumar um espaço para colocar todos. Os meus prediletos ficam de um jeito que facilite na hora que eu for pegá-los. Vocês tem algum livro favorito? Eu tenho vários... Desde todos os livros de As Crônicas de Gelo e Fogo até A Lista de Schindler, que é um ótimo livro para quem quer saber mais sobre a 2ª Guerra Mundial. Eu tentei fazer uma capa, mas ficou ruim... Ficou bastante amadora. Vou tentar colocá-la aqui em baixo para vocês darem uma nota, ok? Então vocês podem votar de 0 à 10. #pareidefalar.BOA LEITURA!



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― Você tem essa marca? – Kelsey perguntou olhando diretamente para Ren e o mesmo assentiu.

―Senhorita Kelsey, fiquei anos pesquisando sobre Durga, e acredito que Dhiren já estava destinado a ter a essência da deusa independente dele ter sido amaldiçoado ou seu antepassado ter uma pedra que pertencesse a ela. Deuses são astutos e sabem como agir. Se Durga queria algo já estava planejando isso e colocara Ren em seus planos.

Sr. Kadam se levantou e fora até um armário. Abriu-o e tirou de dentro outro pergaminho. Queria explicar para o que os papéis serviam, mas tinha medo de assustar a garota que estava, somente agora, conhecendo sobre a história.

Ele, também, acreditava que Kelsey era a única que poderia ajudar Ren e possivelmente libertá-lo do tigre. Durga, de acordo com Sr. Kadam, tinha planos imensos para a garota e rapaz e a vinda dela para a cidade indicava que a deusa já sabe o futuro.

―Kelsey, você quer mesmo me ajudar? – Ren hesitou em perguntar, mas depois que vira a expressão dela que dizia claramente que estava com medo se encorajou e a interrogou.

―Si-sim. – ela respondeu.

―Senhorita Kelsey, esse pergaminho foi feito no templo de Durga. – ele estendeu o papel na mesa – Talvez ele possa ajudar, os antigos diziam que a deusa também colocava sua essência em objetos, mas não deixava marcas nele. Quero que fique com ele.

O pergaminho estava em branco, não tinha escritos. Parecia frágil por ter sido feito há anos atrás. Kadam o enrolou novamente, colocou dentro de um cilindro de plástico e o entregou para Kells.

―Li que esse pergaminho pode ligar o dono dele a deusa. Se a senhorita está destinada a nos ajudar não custará nada tentar ter esse contato com Durga – disse sorrindo ternamente para ela - Leve para casa e o guarde em um lugar seguro. – pausou e pegou um dos amuletos – Ren?

―Kelsey você quer usar um amuleto? – Dhiren perguntou para ela – Não sabemos quais são as conseqüências dele, também.

Ela hesitou em aceitar, estava com medo do que pudesse acontecer. Pensara alguns segundos nas possibilidades da situação que fora entrar. Não tinha jeito de mudar o estado daquilo. Dhiren estava amaldiçoado e queria fazer algo por ele. Concluiu, então, que usaria o colar, mesmo sabendo que Durga o mandou destruir.

―Se for te ajudar eu uso.

Kelsey pegou o amuleto da mão do Sr. Kadam, o senhor de idade sorria para ela. Ele estava feliz pela jovem ser tão corajosa e perseverante. Dava para ver nos olhos de Kells que estava decida a ajuda Dhiren e Kishan, e isso o animava mais do que o comum e o dava vontade de fazer pesquisas mais profundas.

―Acho que falei tudo que eu sabia senhorita Kelsey, não é muita coisa apesar de ter anos que faço as pesquisas, entretanto já é um pouquinho mais do que quando o castelo foi incendiado. Se a senhorita quiser ir embora o Dhiren a levara e espero que amanhã voltemos a conversar para procurar mais sobre o pergaminho. Ele pode ser a chave para ter contato com Durga e acabar com a maldição.

―Eu volto sim. – ela disse se levantando, apertou a mão de Kadam e pegou o pergaminho.

Kelsey saiu acompanhada de Ren com a impressão de que havia mais coisas a se saber sobre ele e sua história. Se Dhiren se transformava em tigre e deuses existiam, então todas as histórias que ouvira quando criança poderiam ser verdadeiras, pensou. Kells seguiu para o refeitório, que era o único lugar que tinha aquecedor. Passaram pelo corredor e viram a biblioteca que estava vazia agora. O interior do prédio tinha poucas pessoas, somente os alunos que necessitavam, realmente, de reforço. Chegaram à cantina e viram Nilima e Kishan sentados em uma mesa tomando chocolate quente.

O termômetro já marcava a sensação térmica de -5° C e a neve do lado de fora continuava a cair com mais intensidade. Nilima acenou para Kells e Ren e os dois foram ao encontro dela. Kelsey estava com vergonha, desde que saiu da sala do Sr. Kadam não comentara nada com Dhiren.

―Oi Kelsey – a morena falou quando a garota sentou na cadeira em seu frente – Como foi a conversa com Kadam?

―Oi – a garota respondeu baixo por perceber que Ren sentara ao seu lado – Ele me explicou muitas coisas.

―Você pode mesmo nos ajudar? – Kishan perguntou depois de beber em um só gole todo o chocolate quente de sua xícara.

―Acho que sim, o Sr. Kadam me explicou muitas coisas e acredito que posso fazer algo por vocês dois – disse sorrindo e apertando o pergaminho no colo.

―Kishan não precisa ficar falando sobre isso, Kells ainda tem que se acostumar com a ideia – Ren a interrompeu para responder o irmão.

―Estou preocupado é só isso – Kishan falou pegando a xícara de Nilima.

―Ei! – ela exclamou tomando dele – Sabe Kelsey, quando estávamos conversando na sorveteria sobre as histórias da Índia eu tive um pressentimento sobre você, mas não quis comentar nada. Você tem uma energia positiva e enquanto conversávamos eu pensava no porquê que estava sentindo aquilo. Agora está explicado, Durga está ajudando os príncipes através de vocês.

―Vo-você sentiu? – Kells perguntou confusa.

―Sim – Nilima riu – Enquanto morei na Índia aprendi com minha mãe a sentir a energia das pessoas para poder saber sobre as intenções delas. Acho que é por isso que Kadam insistiu tanto para que eu viesse para cá. Ele sabe que somente pessoas que têm paz no coração podem chegar perto de Dhiren e Kishan, eles são especiais para ele.

―Vou buscar um chocolate quente para a gente. – Ren falou e se levantou indo em direção a área da cozinha.

Depois que o rapaz se afastou Nilima continuou a falar, ela sabia que Ren se sentia mal quando comentava sobre o tigre branco e, também, sabia que se começasse a falar perto de Kelsey ele a interromperia.

Kishan não se importava muito com isso, tinha controle sobre o tigre negro que fora colocado em si, somente não o dominava quando chegava à noite. Esse horário era quando o seu corpo não aguentava mais ficar na forma humana e uma dor se espalhava pelos seus membros fazendo com que o tigre negro lhe servisse como um analgésico. Pensar que para Dhiren essa dor era mais intensa e que ele não suportava as mesmas horas que ele, ficava com vontade de ajudar o irmão.

―Kelsey – Nilima começou a falar quando Ren entrou na cozinha do refeitório -, você sabe que terá que conviver com Dhiren até descobrir como poder ajudá-los, certo?

Kells ficou um pouco ruborizada, ela ainda não tinha pensado nisso. Quando “topou” em ajudar não teve em mente que já que Ren era o único que tinha a essência de Durga teria que conviver mais com ele para saber como poder auxiliá-lo. Após pensar assentiu para a morena que a encarava esperando uma resposta.

―Pode parecer chato falando assim, Nilima – Kishan disse colocando para trás os seus cabelos, pois estavam caídos no rosto – Sabe, Kelsey, Nilima está falando que você, agora, está responsável pela gente, já que é única que tem esse contato com Durga.

―E-eu sei – ela tropeçou nas palavras ao perceber que Kishan falara de forma sincera.

―Vocês são amigos? – ele perguntou.

―Sim – Kells respondeu lembrando-se de Ren a pedindo para ser seu amigo na enfermaria.

―Então vai ser simples, nos escritos de Durga fala que amigos se completam. Acho que você vai aguentar a chatice de Ren. Ele é meio certo demais às vezes. – Kishan pausou – Na verdade ele oscila de certo de mais para revoltado demais. Entende?

―Acho que sim - sorriu em resposta.

―Kelsey, agradeço muito a você por poder nos ajudar. – Nilima falou – Vou tentar te ajudar ao máximo que eu poder. Kadam até agora somente achou os pergaminhos e amuletos, tenho certeza que você vai saber o que fazer com eles. É só esperar. O que Durga lhe deu para que Kadam ache que você é a pessoa certa?

―Be-bem – ela gaguejou, pois estava com vergonha de falar – Visões.

―Visões? – Kishan interrogou com certo êxito.

―Sim. - respondeu em um tom tímido.

―Você sabia que somente pessoas especiais que recebem esse dom de Durga? É, tipo... Só pessoas especiais. Em que ela realmente confia.

―É verdade Kelsey, tenho que concordar com Kishan nesse momento. Muitos antepassados dos príncipes escreveram que seus auxiliares não eram tão especiais para Durga, pois ela não dera visões para eles. Lakshmi, que é a deusa que Kadam acredita estar por trás de trazer essas pessoas quando necessita delas, dá proteção e isso é muito importante. Você já sabia disso?

―Somente a parte de quando você falou sobre Lakshmi. – Kelsey respondeu baixo.

―Está sendo difícil de acreditar em tudo isso? – Nilima perguntou sorrindo.

―Um pouco – Kells disse a respondendo com outro sorriso.

Ficaram em silêncio. Kishan analisava Kelsey, estava curioso para saber o que uma garota tão normal como ela teria de especial. Seria o cabelo? Talvez, ele era dourado e estava trançados com uma fita. Seria a timidez? Talvez, ela era tímida e com isso vinha sua humildade. Mas, tinha algo mais, algo que mesmo olhando para ela não saberia dizer. O sorriso era calmo e os olhos sinceros, concluiu que com certeza tinha algo mais nela.

―Sobre o que vocês estão conversando? – Ren chegou se sentando ao lado de Kelsey e a entregando uma caneca com chá dentro – Não tinha mais chocolate.

―Tudo bem – ela respondeu bebendo um pouco e percebendo que no chá havia pimenta.

―Então. Sobre o que estavam conversando? – perguntou novamente.

―Sobre tudo Dhiren – Nilima respondeu, tentando não tocar no assunto sobre a maldição – Kelsey, você já está indo embora? Podíamos ir ao shopping esse final de semana, ou sei lá, ir para o meio da rua e fazer bonecos de neve.

―Vou terminar de tomar o chá e espero que Ren me leve até em casa. Mas, podemos marcar sim de ir a algum lugar, só não sei se com toda essa neve que está se formando na estrada seria bom ir até o shopping. – ela falou baixo.

― O tempo... – Dhiren murmurou – Desde quando neva por aqui?

―Não sei – Kelsey respondeu, pois havia pouco tempo que morava na cidade -, mas o que isso tem a ver?

―Nilima, você que mora aqui há mais tempo deve saber responder. Nessa cidade já nevou alguma vez? E estamos na época disso acontecer?

―Bom... Nunca nevou aqui e acho que não está não, por quê?

―Isso é estranho – Ren falou olhando pelo vidro que dava para o pátio e vendo os flocos de neve cair um atrás do outro, fazendo as flores do jardim ficar brancas.

A última vez que viu neve foi quando o seu reino fora tomado, por Lokesh ter chegado perto dele. E o clima da Índia era quente, então percebia-se que algo além do normal estava acontecendo. O certo seria não pensar nisso agora. Lokesh, provavelmente estaria morto. Lembra se que quando o homem chegou perto de Kishan já aparentava ser mais velho, então com certeza não vivera mais de 10 ano desde esse encontro.

******

―Yesubai, você está pronta? – Lokesh perguntou de forma rude para ela.

―Sim, mestre – a garota respondeu saindo do quarto.

―Não quero que volte sem ter terminado com os tigres e traga a garota. Se não.. – ele pausou e a encarou com raiva – Se não você pode perder os seus lindos olhos.

Yesubai arrastou sua mala e saíra do apartamento, estava sentindo raiva por ter que fazer tudo novamente. Doía só de pensar que encontraria novamente Dhiren. O pior de tudo era que sentia raiva de si mesma por tê-lo enganado. Forjar a própria morte fora algo fácil de fazer, o mais difícil estaria por vir: retornar a vida de Ren como se nada tivesse acontecido. Como se fossem velhos amigos ou amantes.


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Notas finais do capítulo

E ai? Como ficou o capítulo? Bom ou péssimo? Não esqueça de votar na capa :) Amanhã (25/08) saíra um especial, antes das 13 horas.



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