A Volta Das Relíquias Da Morte escrita por Eline Sandes


Capítulo 3
Capítulo 3 - Algum lugar para me acomodar


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa mesmo por não ter atualizado, é que minhas provas começaram e eu só tinha tempo de entrar na Internet rápido ou pelo celular e não tinha como atualizar. Prometo que até segunda-feira eu posto um (ou quem sabe, dois) capítulo novo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/397820/chapter/3

O apartamento tinha cara de novo, e era até grande: era um estúdio com duas portas, uma para o banheiro e outra para o depósito. As paredes eram feitas de pedras, o que ficava meio estranho com o piso branco de cerâmica; dava uma aparência de capela de cemitério abandonada, apesar de estar bem limpo. A Professora/Diretora McGonagall colocou as chaves em cima do único móvel ali presente, uma mesinha de pinho. Ela pegou algo nas vestes, um papel, e falou:
– Isso aqui é uma autorização do Ministério para que você use magia fora de Hogwarts nas próximas três semanas. Acho que isso é o suficiente para fazer desse apartamento sua nova casa e para que a senhorita se adapte com o uso de varinhas.
"Tenho que ir agora. Não se esqueça que o Expresso de Hogwarts parte às onze da manhã no dia primeiro. Não saia por aí, fique somente nessa rua e esteja sempre acompanhada de um adulto, sim?"
– Sim, senhora - respondi, tomando a gaiola de minha coruja dos braços dela - obrigada por tudo, diretora.
Ela sorriu um pouco e respondeu: "Não tem de quê." E desaparatou.
O pergaminho de concebimento para a realização de feitiços parecia uma certidão de nascimento: contatava a causa do concebimento, a data de emissão, expiração e alguns precauções, como "é proibido o uso de maldições imperdoáveis e feitiços das trevas. Aconselhamos que, por ser menor de idade, a senhorita Oliveira deverá realizar os feitiços de sua escolha apenas em sua morada."

Larguei o papel na mesinha, havia muito trabalho pela frente, e, sem saber por onde começar, resolvi dar um nome para a Coruja. Como fui avisada que era uma fêmea, o nome devia ser feminino.
– Como eu devo te chamar, hein? - perguntei para a corujinha cor de âmbar, né encarando com seus olhinhos pretos por trás das grades. - que tal...Xilá?... não... Geórgia? - esperei a coruja responder para continuar, mas, obviamente, a coruja nem olhou para mim - Hylla?
A coruja continuou a me encarar. Os únicos nomes para corujas que eu me lembrava eram Edwiges, Píchi e Hermes, e nenhum dos três se encaixava com a frágil coruja.
– Que você acha de Bellona? - perguntei, sendo a minha primeira ideia criativa do dia - sabe, Bellona é a minha deusa romana preferida.
A coruja piou. Acho que ela deve ter gostado, ou então, só estava com fome.
– E eu posso te chamar de Belle, como a princesa do conto "A Bela e a Fera". É bonito. Decidido, seu nome será Bellona.

Dei um pouco de ração para Belle e decidi ver o que estava dentro do depósito. Cabia um mundo lá dentro: tentei montar primeiro a minha cama, cujo não montou-se sozinha quando eu disse "reparo". Tentei montar com minhas próprias mãos, e o resultado foi excelente para uma inexperiente, mesmo que tenha demorado três horas para ser montada.
Quando terminei, eu já estava morrendo de sono. Podiam ser apenas oito horas da noite em Londres e o sol ainda podia estar brilhando lá fora, mas era uma da manhã em Brasília, e o cansaço estava se apoderando de mim. Troquei de roupas, fiz xixi, lavei o rosto e deitei na cama. Mesmo estando cansada, o sono não se apoderou de mim: fiquei pensando nos meus pais sem mim; o que eles iriam fazer? Se a memória deles voltasse algum dia, será que eles me aceitariam de volta? Por que será que a Diretora McGonagall queria tanto apagar a memória deles e de outras pessoas chegadas a mim? Devia ter muita coisa por trás daquilo, porque alunos novos nunca foram aceitos em Hogwarts do segundo ano em diante. Percebi o quanto o apartamento estava silencioso. Comecei a sentir medo do silêncio da escuridão e de estar sozinha em um apartamento. Houve um "piu" e meu coração acelerou. Eu havia esquecido de tirar Belle da gaiola. Abri a portinhola e uma das janelas, sem tocar na coruja. Eu estava com medo de machucá-la, então decidi que ela tinha de sair por conta própria.

O Beco Diagonal era completamente calmo durante a noite, apesar dos piados de corujas e sons de grilos, não havia nenhuma conversa alta ou carro, muito diferente de minha casa. Voltei para a cama e fiquei ouvindo música até finalmente cair no sono.

No dia seguinte, acordei às nove horas da manhã, o que seriam quatro horas no Brasil, e mesmo não tendo nenhuma disposição para começar a trabalhar, tomei um banho, arrumei meu cabelo, vesti jeans e uma blusa branca e tentei arrumar um pouco mais o apartamento. Às sete horas da manhã, o armário já estava montado - tive que praticar o feitiço para isso pelo menos doze vezes - e o sol já estava iluminando o apartamento. Belle não havia voltado, mas como as corujas são inteligentes, não me preocupei muito.
Meu primeiro dia de trabalho foi ótimo: antes de começar o turno, comi pães com ovos e leite e recebi instruções de Walter sobre como receber os clientes e anotar os pedidos; também disse que se eu precisasse de equilíbrio, era só estender a varinha sobre a bandeja e falar: "equilibrium". Com pouca dificuldade, consegui ter sucesso em meu primeiro dia; Walter, que ficou impressionado com o meu trabalho, aumentou meu salário diário em cinco galeões.
Assim se passaram as três semanas de minha estadia: o apartamento ficava mais parecido com um lar, com fotos por todas as partes e com uma estante de livros que ia até o teto. Eu seguia as instruções da Professora McGonagall de não andar sozinha, embora eu estivesse morrendo de vontade de explorar o Beco Diagonal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como eu disse no início do capítulo, eu prometo que posto o próximo até segunda-feira (queria postar hoje, mas eu tenho uma prova amanhã às 8 da manhã!)Comentem se quiser!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Volta Das Relíquias Da Morte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.